Índice
Febre, tosse, dispneia, sintomas musculoesqueléticos, sintomas gastrointestinais, disgeusia e anosmia. Esses são os sintomas persistentes mais observados por pesquisadores em pacientes com Covid-19. Entretanto, essa lista de sintomas relacionadas ao novo Coronavírus é mais longa e variada do que a maioria dos médicos imaginou.
Na maior parte dos casos, a doença se manifesta de forma leve e os pacientes se recuperam sem maiores transtornos. Já em casos mais extremos, o quadro se agrava muito, sendo necessário o acompanhamento em uma Unidade de Terapia Intensiva. Mas, existe um número cada vez mais de pessoas que não se enquadram em nenhuma dessas categorias.
Uma recente publicação da revista Science revelou uma lista dos principais problemas recorrentes que vem sendo diagnosticados por pesquisadores. Acompanhe:
- Fadiga
- Batimento cardíaco acelerado
- Dispneia
- Dores nas articulações
- Pensamento nebuloso
- Perda persistente do olfato
- Danos ao coração
- Danos nos pulmões
- Danos nos rins
- Danos cerebrais
Cansaço e dispneia estão entre os principais sintomas persistentes
Estudos primários desenvolvidos revelaram que a probabilidade de um paciente desenvolver sintomas persistentes é muito difícil de ser definida. Na Itália, cientistas avaliaram os sintomas persistentes em pacientes que receberam alta do hospital após a recuperação da Covid-19, em média, 60 dias após o surgimento do primeiro sintoma.
Os pesquisadores observaram que apenas 12,6% estavam completamente livres de qualquer sintoma relacionado ao novo Coronavírus. Já 32% tinham um ou dois sintomas e, a maior parte deles, cerca de 55%, apresentavam três ou mais.
A piora na qualidade de vida foi observada em 44,1% dos pacientes. Cerca de 53,1% relatou cansaço, 43,4% dispneia, 27,3% dores nas articulações e 21,7% dores no peito.
Dados revelados pelo COVID Symptom Study – aplicativo de pesquisa epidemiológica para a Covid-19 no qual milhões de pessoas nos Estados Unidos, Reino Unido e Suécia acessaram seus sintomas – sugerem que 10% a 15% das pessoas não se recuperam rapidamente.
Agora, a dúvida mais frequente que os pesquisadores enfrentam é a seguinte: como a doença ainda é muito recente, ninguém sabe até onde os sintomas irão durar no futuro, ou se a Covid-19 irá provocar o aparecimento de doenças crônicas.
Características distintas do novo Coronavírus, incluindo a sua propensão para causar inflamações generalizadas e coagulação sanguínea, podem desempenhar um papel na variedade de preocupações entre os médicos.
Pesquisadores tentam compreender sintomas persistentes e encontrar tratamentos
Pesquisadores do Reino Unido lançaram um estudo que acompanhará 10.000 pacientes sobreviventes por um ano para começar, e que pode durar até 25 anos. Eles esperam com isso compreender a doença em um prazo maior, assim como prever quem corre o maior risco de apresentar sintomas persistentes e se os tratamentos na fase aguda da doença podem impedi-los.
Médicos já aprenderam que o vírus responsável pela Covid-19 pode atuar em diversos tecidos no corpo. O SARS-CoV-2 usa uma proteína spike em sua superfície para se prender aos receptores ACE2 das células.
Com isso, pulmões, coração, intestino, rins, vasos sanguíneos e sistema nervoso, entre outros tecidos, carregam ACE2 na superfície de suas células – por esse motivo são vulneráveis à Covid-19. Outro ponto de atenção é que o vírus pode ainda induzir uma reação inflamatória significativa, inclusive no cérebro.
Apesar das recorrentes novidades obtidas através de estudos e análise, os efeitos de longo prazo do novo Coronavírus têm precedentes: as infecções por outros patógenos estão associadas a impactos duradouros que variam de problemas cardíacos a fadiga crônica, por exemplo.
Agora, com base na experiência obtida com os estudos de outros vírus, os médicos pretendem analisar e antecipar os efeitos potenciais da Covid-19 em longo prazo. No início deste ano, muitos pesquisadores temiam que o vírus induziria danos pulmonares extensos e permanentes.
O motivo da preocupação se deve ao fato de que dois outros tipos de coronavírus – os vírus que causaram a primeira síndrome respiratória aguda grave (SARS) e a síndrome respiratória do Oriente Médio – podem devastar os pulmões. Por isso, pesquisadores já esperavam que a Covid-19 levasse a cicatrizes, diminuição da função pulmonar e a diminuição da capacidade de exercícios físicos, por exemplo.
Por isso, pesquisadores já esperavam que a Covid-19 levasse a cicatrizes, diminuição da função pulmonar e a diminuição da capacidade de exercícios físicos, por exemplo.
Contudo os dados atuais mostram que a doença devasta os pulmões de forma menos consistente e agressiva do que a SARS, quando cerca de 20% dos pacientes sofreram danos pulmonares duradouros.
Por outro lado, a amplitude das complicações associadas ao novo Coronavírus ainda não se pode definir.
Confira o vídeo:
Posts relacionados:
- Covid-19: Como a saúde pública digital pode ter papel decisivo no controle da pandemia
- Vacina de Oxford: avanços apontam a 1ª vacina para Covid-19
- Diagnóstico de Aspergilose pulmonar associada à COVID-19
- 8 Manifestações clínicas mais comuns da Covid-19
- Vacina tríplice viral contra a COVID-19
- ACLS: Suporte Avançado de Vida em Cardiologia