Índice
Entenda o Sars-Cov-2 e como a vacina de Oxford atua em sua estrutura.
O Sars-Cov-2, mais conhecido como covid-19 (variante do coronavírus), teve seu primeiro diagnóstico na China, em dezembro de 2019. Hoje, o Brasil é um dos países com maior número de contaminação, só perde para a Índia e USA. Esse vírus utiliza como receptor de entrada na célula, a enzima conversora de Angiotensina 2 (ACE2), contudo, pode utilizar a furina- protease, encontrada em grande quantidade no tecido pulmonar, para pré ativar as glicoproteínas (proteína de Spike) da superfície viral facilitando a propagação vírus célula- célula, o que explica a alta capacidade de transmissão do covid-19 em relação ao Sars. A proteína Spike (proteína S) é o alvo das principais vacinas existentes para prevenir a covid, tanto a Coronavac como a vacina de Oxford (Astrazenica), ativam o sistema imune ao estimular a produção de anticorpos, que se ligam a essa proteína.
A vacina de Oxford é composta por informação genética em um DNA, encapsulado por um adenovírus, que ao ser injetado no corpo humano se fixa na célula. Logo em seguida, ocorre todo o processo de transcrição até o processo final, em que ocorre a produção de proteínas S, no qual seus fragmentos são liberados na superfície da célula, para que o sistema imune possa reconhecê-los, desta forma pode reagir e atacar quando houver o contágio com o vírus.
Além disso, o próprio adenovírus provoca um sinal de alarme em nosso sistema, resultando em uma reação mais forte.

Como a cannabis atua contra o covid
Apesar da recente disponibilidade de vacinas, o SARS-CoV-2 ainda se espalha rapidamente, aumentando a necessidade de tratamentos alternativos, especialmente para populações com inclinação ou acesso limitado a vacinas, como é o caso de países de extrema pobreza e recursos escassos, tal qual os países do continente africano. Até o momento, foram identificadas poucas terapias que bloqueiam a replicação e a produção viral do SARS-CoV-2.
O canabidiol (CBD) vem sendo estudado provando um efeito terapêutico em diversos quadros nosológicos, entre eles: a epilepsia, a esquizofrenia, a doença de Parkinson, a doença de Alzheimer, isquemias, diabetes, náuseas, câncer, como analgésico e imunossupressor, em distúrbios de ansiedade, do sono e do movimento (Izzo et al., 2009). Devido aos inúmeros benefícios proporcionados pelo CBD, começaram a estudar qual seria seu efeito diante do novo coronavírus.
Um estudo feito por pesquisadores da Universidade Estadual e da Universidade de Saúde e Ciência de Oregon, identificaram que existem dois ácidos canabinoides encontrados em variantes de Cânhamo (espécie cannabis sativa, a mesma da maconha). Esses ácidos não são proativos como o Tetra-hidrocanabinol, ou seja, não causam variação no Sistema Nervoso Central, como alterações de comportamento, percepção do indivíduo, humor, entre outros.
Os ácidos canabidiólico (CBDA) e o canabigerólico (CBGA) se ligam a proteína Spike (estrutura usada para invadir as células) do Sars-Cov-2, para impedir que a célula seja infectada. Em ensaios de neutralização de vírus de acompanhamento, o ácido canabigerólico e o ácido canabidiólico impediram a infecção de células epiteliais humanas por um pseudovírus que expressa a proteína spike SARS-CoV-2 e impediram a entrada de SARS-CoV-2 vivo nas células. De acordo com os pesquisadores, tais compostos bloquearam a ação de certas variantes do coronavírus como a Alfa (B.1.1.7) e Beta (B.1.351).
Uma pesquisa realizada na Universidade de Chicago, liderada por acadêmicos, evidenciou que seres humanos que receberam doses regulares de alta potência de CBD, de grau farmacêutico, são menos propensos a contrair o COVID-19, o que seria uma maneira terapêutica preventiva, associado ao uso da vacina. “Nossa pesquisa sugere que o CBD e seu metabólito 7-OH-CBD”, que é um composto produzido após o corpo processar o CBD, “pode bloquear a infecção por SARS-Cov-2 nos estágios iniciais e até posteriores da infecção”, escreveram os pesquisadores.
Maconha x Covid-19
Ao contrário do que muitos deduzem através de matérias postadas sobre o assunto, a maconha ao ser fumada não traz efeito benéfico contra o Sars-Cov-2. Devido à falta de leitura e informação, o uso da maconha acabou se intensificando. De acordo com um artigo publicado no Journal of addictive Diseases, desde o início da pandemia, esse consumo aumentou muito como uma forma de trazer um prazer momentâneo, devido ao componente ativo da maconha, o tetra-hidrocarbinol (THC), responsável pelos efeitos alucinógenos e relaxantes do corpo. Isso causa uma certa preocupação entre os profissionais de saúde, pois, na fumaça inalada há toxinas que podem acarretar vários sintomas e algumas doenças pulmonares e cardíacas, sendo um sinal de alarme para pacientes que se contaminam com o vírus. Em conjunto, essas descobertas alimentam um equívoco, de que, fumar maconha ou tomar gotas de CBD sem receita é uma ferramenta útil contra o COVID. Porém, o que esses estudos querem mostrar é que o uso de medicamentos feitos com o CBDA e CBGA podem ser aliados e complementar as vacinas, auxiliando na luta contra o fim da pandemia. O uso da máscara, álcool em gel e a vacinação concomitantes são os melhores meios para a prevenção.
Vacinem-se e protejam-se, isso ainda é o melhor remédio, evitando que o número de mortes aumente.
Referências
1-Cannabis and COVID-19: Reasons for Concern-BRIEF RESEARCH REPORT article-Front. Psychiatry, 21 December 2020.
2-Original Articles-The COVID-19 cannabis health study: Results from an epidemiologic assessment of adults who use cannabis for medicinal reasons in the United States.
3- Worldometer- COVID-19 CORONAVIRUS PANDEMIC- Last updated: February 22, 2022, 01:51 GMT.
4- Efeito do uso da Maconha- 16 de abril de 2018 por Hospital Santa Mônica.
O texto é de total responsabilidade do autor e não representa a visão da sanar sobre o assunto.
Observação: esse material foi produzido durante vigência do Programa de colunistas Sanar. A iniciativa foi descontinuada em junho de 2022, mas a Sanar decidiu preservar todo o histórico e trabalho realizado por reconhecer o esforço empenhado pelos participantes e o valor do conteúdo produzido.
_
Referencias
1-Cannabis and COVID-19: Reasons for Concern-BRIEF RESEARCH REPORT article-Front. Psychiatry, 21 December 2020
2-Original Articles-The COVID-19 cannabis health study: Results from an epidemiologic assessment of adults who use cannabis for medicinal reasons in the United States
O texto é de total responsabilidade do autor e não representa a visão da sanar sobre o assunto.
Observação: esse material foi produzido durante vigência do Programa de colunistas Sanar. A iniciativa foi descontinuada em junho de 2022, mas a Sanar decidiu preservar todo o histórico e trabalho realizado por reconhecer o esforço empenhado pelos participantes e o valor do conteúdo produzido.
_