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Durante o século XXI, as indústrias vêm vivendo diversas transformações, tanto na composição dos seus produtos quanto nos seus preços, a fim de agradar a clientela, e um dos setores que continua crescendo é o alimentício. Nos supermercados são encontrados alimentos industrializados, parte deles livres de glúten, outros são vegetarianos, diet ou detoxificantes. Devido a essa variedade, uma porcentagem da população brasileira, a qual está focada na perda de “gordura”, recorre às dietas baseadas na crença popular e ignora a procura de algum especialista, seja um nutricionista, um endocrinologista, um psicólogo, com a finalidade de identificar se há uma possível patologia associada a alguma mutação genética ou transtorno alimentar.
Bioquímica da nutrição
Segundo a autora Ana Cláudia Carelle, as fibras alimentares são ricas em nutrientes, os quais são divididos em proteínas, em carboidratos, em fibras, em lipídios, em vitaminas, em sais minerais e água. Por sua vez, de maneira didática, eles são separados em dois grupos, macronutrientes e micronutrientes, e, a respeito da fisiologia, em construtores (ou plásticos), reguladores e energéticos.
A escolha dos alimentos
É importante recordar que, antes dos surgimentos das indústrias, especialmente anterior ao período colonial, os povos indígenas aqui no Brasil tinham sua cultura baseada na caça e na pesca, e parte desses recursos eram óleos naturais para diversas finalidades. Consequentemente, a saúde deles era equilibrada.
Contudo, com o passar dos anos, as indústrias ganharam espaço no mercado; seus produtos eram e ainda são conservados através de corantes e de outras substâncias, atraindo a atenção dos consumidores pela consistência, pelo aroma, pelo sabor e pela cor e contribuindo com o surgimento de distúrbios alimentares (a anorexia nervosa, a bulimia nervosa, o transtorno de compulsão alimentar, a hiperfagia, ortorexia, a alotriofagia, o transtorno da compulsão alimentar periódica e a vigorexia).
Diferença dos termos diet, vegetarianos e detox
Os alimentos diet pertencem ao grupo de alimentos para fins especiais, os quais são descritos na Portaria nº 29, de 13 de janeiro de 1998, como: “alimentos especialmente formulados ou processados, nos quais se introduzem modificações no conteúdo de nutrientes, adequados à utilização em dietas, diferenciadas e ou opcionais, atendendo às necessidades de pessoas em condições metabólicas e fisiológicas específicas”. Ainda nessa mesma portaria, eles são classificados como alimentos para dietas com restrição de nutrientes, para ingestão controlada de nutrientes e para grupos populacionais específicos.
Conforme o artigo Dieta Vegetariana: Riscos e Benefícios, do nutrólogo e do médico do esporte Renato Corrêa, alimentos vegetarianos fazem parte de uma dieta ideal, cuja finalidade é a de reduzir doenças cardiovasculares, hipertensão, sobrepeso/obesidade, neoplasias, dentre outras doenças, à base de vegetais, com pouca ou nenhuma fonte animal, fundamentada no consumo de alimentos necessários para prevenir deficiências nutricionais e necessidades energéticas para o crescimento, a reprodução e a manutenção humana.
Alimentos detox ou detoxificantes são aqueles de “resultados rápidos”, cuja meta é eliminar todas as toxinas e a perda de peso, por meio de frutas, hortaliças, água e mix de sucos e chás. Tendo em conhecimento a distinção cada um deles, é válido ressaltar que o consumo exagerado pode causar alterações metabólicas, levando à desnutrição moderada pela perda de gordura, a qual é um excelente termorregulador corporal e nos fornece energia para diversas atividades do dia a dia.
O que causa a desnutrição moderada e como pode ser risco para a saúde
Se olharmos o contexto geopolítico, percebe-se que a desnutrição está associada com a desigualdade econômica por conta das dificuldades de acesso aos alimentos essenciais à saúde, especialmente ao cuidado com a lavagem deles.
No âmbito médico, de acordo com a autora Eliane Santos, a avaliação da nutrição de um indivíduo tem como pilares o seu estado nutricional, que depende das condições socioeconômicas, e o estado de equilíbrio determinado pelo balanceamento da ingestão e do gasto de nutrientes.
Conforme o autor Porto, a desnutrição é conceituada por: “uma condição multifatorial, caracterizada por deficiência de calorias, proteínas, vitaminas, minerais ou oligoelementos, estando associada a fatores socioambientais e clínicos”; em outras palavras, segundo ele, “o peso está abaixo dos valores mínimos normais, a musculatura é hipotrófica e o panículo adiposo, escasso”.
De acordo com os critérios de Gomez, a desnutrição pode ser dividida em 3 graus: 1º grau ou leve, déficit de peso superior a 10%; 2º grau ou moderada, déficit de peso superior a 25%; 3º grau ou grave, déficit de peso superior a 40%. Os fatores clínicos: doença pulmonar obstrutiva crônica, câncer, doenças renais e hepáticas, acometimento inflamatório da boca, disfagia, acalasia, transtornos psíquicos, principalmente depressão e anorexia nervosa, dentre outros achados através de exames. Enquanto os sinais e sintomas: mudança na cor do cabelo e da pele os quais ficam finos, secos e frágeis.
O texto é de total responsabilidade do autor e não representa a visão da sanar sobre o assunto.
Observação: esse material foi produzido durante vigência do Programa de colunistas Sanar. A iniciativa foi descontinuada em junho de 2022, mas a Sanar decidiu preservar todo o histórico e trabalho realizado por reconhecer o esforço empenhado pelos participantes e o valor do conteúdo produzido.
Referências bibliográficas:
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Bioquímica dos alimentos [recurso eletrônico] / Priscila Souza da Silva; [revisão técnica: Ana Amélia Machado Duarte, Sandra Maria Pazzini Muttoni]. – Porto Alegre: SAGAH, 2018.
Carelle, A.C; & Cândido, C.C. (s.d). Nutrição e farmacologia. Saraiva. Acesso em 08 de janeiro de 2021. Disponível em https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788536513294/cfi/117!/4/4@0.00:57.7.
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Nutrição avançada e metabolismo humano/Sareen S. Gropper, Jack L. Smith, James L. Groff; tradução Marleine Cohen; revisão técnica Daniela Maria Alves Chaud, Irene Coutinho de Macedo. — São Paulo: Cengage Learning, 2011.
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