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Anticorpos monoclonais protegeram animais contra a COVID-19

Anticorpos monoclonais protegeram animais contra a COVID-19

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Anticorpos monoclonais constituem classe terapêutica promissora para o tratamento da COVID-19. Muitos estudos já reportaram descobertas potenciais de anticorpos monoclonais contra a proteína Spike do SARS-CoV-2. Porém, a avaliação da eficácia in vivo está apenas começando a ser testada. Neste post trazemos para você o detalhamento de um destes estudos, com resultados promissores em animais. 

Entendendo como o estudo foi realizado

Os pesquisadores do estudo em questão já haviam descoberto dois anticorpos monoclonais totalmente humanos, que se ligavam à proteína Spike, potencialmente neutralizando o vírus. Esses anticorpos foram então testados em dois modelos animais: em macacos-rhesus e hamster golden. 

Os animais escolhidos tem um porquê. O macaco-rhesus é utilizado como modelo que apresenta semelhanças com a doença em humanos na medida que manifesta sintomas moderados.

Já o hamster golden é utilizado como modelo de doença mais grave, que apresenta rápida perda de peso e doença pulmonar. 

A avaliação em ambos animais permite, portanto, comparar a performance dos anticorpos monoclonais em diferentes cenários da doença. Além disso, a terapia foi testada de forma profilática e terapêutica. 

Resultados

Os pesquisadores constataram que, quando comparados aos animais que receberam placebo, os macacos que receberam anticorpos monoclonais foram menos propensos a desenvolver pneumonia quando infectados pelo SARS-CoV-2, e quando o fizeram, tiveram menos dano pulmonar. 

Imagem histopatológica mostrando pulmão de animais tratados versus placebo

O tratamento foi bem sucedido tanto quando administrado de forma profilática ou para tratamento da doença após receber uma dose do vírus.

Já nos testes com os roedores, os anticorpos protegeram os hamsters da perda de peso e diminuíram a carga viral presente nos pulmões dos animais ao final do estudo. 

Discussão

Os resultados do experimento mostraram que os anticorpos monoclonais foram eficazes em ambos modelos animais, diminuindo a carga viral nas vias respiratórias alta e baixa, reduzindo a gravidade da doença em macacos e a perda de peso no modelo roedor. 

Esses achados destacam o potencial terapêutico e profilático dos anticorpos monoclonais, tanto para proteger como tratar a COVID-19. 

Além disso, a administração profilática do REGN-COV2 (nome do anticorpo monoclonal utilizado) mostrou diminuição dos níveis de RNA viral presentes em SWABs oral e nasofaríngeo, o que pode indicar potencial para limitar transmissão do vírus.

Importante também destacar que não houve aumento de carga viral ou piora da doença com a administração dos anticorpos, seja em doses altas ou baixas, já que esta é uma preocupação relacionada à terapia com anticorpos monoclonais. 

Conclusão

Ressaltamos a natureza preliminar dos dados, já que o estudo encontra-se na forma de preprint, e ainda passará pelo processo de revisão por pares.

Além disso, os testes foram realizados em modelos animais e precisam de comprovação de eficácia em humanos, o que já está atualmente acontecendo.

Os pesquisadores estão iniciando testes em humanos em diferentes cenários: pacientes hospitalizados, acompanhados ambulatorialmente e em pacientes saudáveis (NCT04426695, NCT04425629, NCT04452318).

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