Coronavírus

Anticorpos na COVID-19: questões importantes com respostas incertas

Anticorpos na COVID-19: questões importantes com respostas incertas

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Níveis elevados de anticorpos contra o SARS-CoV-2 são necessários para recuperação bem sucedida na COVID-19? Esta pergunta foi levantada pelo Dr. Mitchell H. Katz, médico no NYC Health + Hospitals , em Nova Iorque, em seção de Nota do Editor da Revista Lancet, e pretendemos discuti-la aqui.

Estudo Chinês avaliou níveis de anticorpos

O Dr. Mitchell conta-nos, em sua nota, sobre os resultados de um estudo Chinês que avaliou a produção de anticorpos neutralizantes em pacientes com COVID-19 na forma leve. Nesse estudo, os autores descreveram variabilidade marcante na produção das anticorpos.

Já que os pacientes precisam da produção de anticorpos para recuperação, ou mesmo proteção contra a doença, é importante então estudar por que alguns pacientes desenvolvem resposta mais robusta do que outros?

No estudo Chinês, níveis mais altos de anticorpos foram vistos em pacientes com as seguintes características: homens, pacientes mais velhos e aqueles com evidência de resposta imune mais exacerbada.

Níveis elevados de anticorpos podem não indicar recuperação ou proteção

Ora, são justamente os pacientes homens, mais velhos e com resposta imune exacerbada que têm tido os piores desfechos e têm se saído pior na recuperação da COVID-19.

Nesse sentido, o exposto acima indica que altos títulos de anticorpos neutralizantes não levam, necessariamente, à taxas mais altas de recuperação da doença.

Como o estudo avaliou apenas pacientes com doença leve, que sobreviveram, não pôde-se correlacionar níveis de anticorpos com prognóstico. Portanto, não se sabe se certos grupos necessitam de altas titulações para recuperação completa.

Igualmente, permanece a dúvida se produção alta de anticorpos, geralmente indicadora de sucesso de uma vacina, resultará em maior proteção contra o vírus.

No estudo citado, 10 dos 175 pacientes não tiveram níveis detectáveis de anticorpos, apesar de infecção documentada. Esses pacientes estão susceptíveis à infecção, ou desenvolveram imunidade celular por meio de células T e B?

As respostas às diversas perguntas levantas pelo Dr. Mitchell, e trazidas aqui neste post, podem levar a melhor entendimento desse adversário, ainda muito desconhecido, e consequentemente à melhor proteção.

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