Neurologia

Aprenda plexos de uma vez por todas: anatomia por método mnemônico e de agrupamento | Colunistas

Aprenda plexos de uma vez por todas: anatomia por método mnemônico e de agrupamento | Colunistas

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Plexo cervical (C1 – C5)

Para aprender os nervos desse plexo, o mnemônico é: Ócio, Auxiliar Cerebral Super Frequente, Sumiu. Assim, aprende-se os seis:

  1. N. occipital menor (C2, 3);
  2. N. auricular magno (C2, 3);
  3. N. cervical transverso (C2, 3);
  4. N. supraclavicular (C3, 4);
  5. N. frênico (C3-5);
  6. N. supraescapular (C5, 6).

Plexo braquial (C5 – T1)

Continuando com os nossos mnemônicos, temos aqui: Axila Muito Radioativa, Meu Ultimato. Essa devia estar bem cheirosa! Por isso, aprendemos os cinco:

  1. N. axilar;
  2. N. musculocutâneo;
  3. N. radial;
  4. N. mediano;
  5. N. ulnar.

Plexo lombar (L1 – L4)

O plexo mais temido também merece um mnemônico: Ilícito! Ilíada, Genitália Culta, Fez Observações da Treta. Por Ilíada, entender o poema de Homero; por treta, entender a Guerra de Troia. Por isso, vem os sete:

  1. N. ílio-hipogástrico (L1);
  2. N. ilioinguinal (L1);
  3. N. genitofemoral (L1, 2);
  4. N. cutâneo femoral lateral (L2, 3);
  5. N. femoral (L2-4);
  6. N. obturatório (L2-4);
  7. Tronco lombossacral (L4-5).

Plexo sacral (L4 – S4)

Por último, mas não menos importante, o mnemônico do sacral: Glúten, glúten! Islandês, cuidado no pudim… É, esse moço da Islândia provavelmente sofria com intolerância ao glúten. Finalizamos assim com os cinco:

  1. N. glúteo superior (L4-S1);
  2. N. glúteo inferior (L5-S2);
  3. N. isquiático* (N. fibular comum + N. tibial) (L4-S3);
  4. N. cutâneo femoral posterior (S1-3);
  5. N. pudendo (S2-4).

*Vide ciatalgia, a dor do nervo isquiático.

Nervos motores e sensitivos da região cervical lateral

Os nervos tanto motores quanto sensitivos dessa região originam-se predominantemente do plexo cervical, o qual emite ramos sensitivos e motores.

I) Ramos sensitivos:

  1. N. auricular magno;
  2. N. occipital menor;
  3. Nn. supraclaviculares;
  4. N. cervical transverso.

II) Ramos motores:

  1. Alça cervical;
  2. N. frênico (para o diafragma).

Nervos cutâneos do membro superior

Note que a maioria dos nervos desse grupo se nomeia por “n. cutâneo + região da inervação (latero/medial, supero/inferior, antero/posterior) + do braço/antebraço”, auxiliando na designação dos seus territórios de inervação.

I) Originados do plexo cervical:

  1. Nn. supraclaviculares.

II) Originados do plexo braquial:

  1. N. cutâneo lateral superior do braço (do n. axilar);
  2. N. cutâneo lateral inferior do braço (do n. radial);
  3. N. cutâneo medial do braço (do fascículo medial);
  4. N. cutâneo posterior do braço (do n. radial) se comunica com o n. intercostobraquial;
  5. N. cutâneo lateral do antebraço (do n. musculocutâneo);
  6. N. cutâneo medial do antebraço (do fascículo medial);
  7. N. cutâneo posterior do antebraço (do n. radial);
  8. N. intercostobraquial (do n. intercostal).

Nervos motores e sensitivos dos músculos do membro superior

            O plexo braquial é dividido em partes supra e infraclavicular, indicando os nervos acima e abaixo da clavícula, respectivamente.

I) Supraclavicular:

  1. N. dorsal da escápula inerva mm. romboides e às vezes m. levantador da escápula;
  2. N. torácico longo inerva m. serrátil anterior;
  3. N. supraescapular inerva mm. supra e infraespinal, e art. do ombro;
  4. N. subclávio inerva m. subclávio e art. esternoclavicular.

II) Infraclavicular:

  1. N. peitoral lateral inerva m. peitoral maior e algumas poucas fibras para mm. peitoral menor e medial;
  2. N. peitoral medial inerva m. peitoral menor e parte esternocostal do m. peitoral maior;
  3. N. subescapular superior inerva parte superior do m. subescapular;
  4. N. subescapular inferior inerva parte inferior do m. subescapular e m. redondo maior;
  5. N. toracodorsal inerva m. latíssimo do dorso;
  6. N. axilar inerva art. do ombro, mm. redondo menor e deltoide e pele superolateral do braço;
  7. N. musculocutâneo inerva mm. do compartimento anterior do braço (bíceps braquial, braquial e coracobraquial – BBC);
  8. N. mediano* inerva mm. do compartimento anterior do antebraço (menos m. flexor ulnar do carpo), 5 mm. intrínsecos na metade tenar e pele da palma;
  9. N. ulnar** inerva m. flexor ulnar do carpo e metade ulnar do m. flexor profundo dos dedos, a maioria dos mm. intrínsecos da mão e pele da mão medial ao 4º dedo;
  10. N. radial inerva mm. dos compartimentos posteriores do braço e antebraço, pele posterior e inferolateral do braço, posterior do antebraço e dorso da mão lateral ao 4º dedo.

* Vide  síndrome do túnel do carpo (STC).

** Vide síndrome do canal de Guyon (SCG).

Nervos somáticos da pelve

            A pelve possui uma rica inervação somática, i.e., aquela inervação que não abrange as vísceras.

  1. N. isquiático inerva art. do quadril, mm. flexores do joelho e todos os mm. da perna e pé;
  2. N. glúteo superior inerva mm. glúteo médio e mínimo, e m. tensor da fáscia lata;
  3. N. glúteo inferior inerva m. glúteo máximo;
  4. N. para os mm. quadrado femoral e gêmeo inferior;
  5. N. para o m. piriforme;
  6. N. cutâneo femoral posterior inerva pele das nádegas e das faces medial e posterior superiores da coxa;
  7. N. cutâneo perfurante inerva pele medial das nádegas;
  8. N. pudendo inerva órgãos genitais externos, mm. do períneo e esfíncteres externos da uretra e do ânus;
  9. N. esplâncnico pélvico inerva vísceras pélvicas;
  10. N. para os mm. levantador do ânus e isquiococcígeo.

Nervos motores e sensitivos da região da pelve

A região da pelve é também ricamente inervada por ramos dos plexos lombar e sacral, o que lhe confere tamanha sensibilidade. Divide-se, então, basicamente em paredes e assoalho, e escroto.

I) Mm. das paredes e do assoalho pélvico:

  1. Parede lateral:
    1. N. para o m. obturador interno (L5, S1, S2);
  2. Parede posterossuperior:
    1. Rr. anteriores de S1 e S2 para o m. piriforme;
  3. Assoalho:
    1. Rr. dos nn. espinais S4 e S5 para o m. isquiococcígeo;
    2. N. para o m. levantador do ânus (rr. de S4).

II) Escroto:

  1. Nn. escrotais anteriores (do n. ilioinguinal);
  2. Nn. escrotais posteriores (do n. pudendo);
  3. Rr. perineais do n. cutâneo femoral posterior.

Nervos cutâneos do membro inferior

O membro inferior recebe inervação dos plexos lombar e sacral, possuindo extensas ramificações.

I) Originados do plexo lombar:

  1. N. ílio-hipogástrico inerva quadrante superolateral das nádegas;
  2. N. ilioinguinal inerva trígono femoral medial;
  3. N. genitofemoral, r. femoral inerva trígono femoral lateral e r. genital, lábios maiores ou escroto anterior;
  4. N. cutâneo femoral lateral inerva faces anterior e lateral da coxa;
  5. Rr. cutâneos anteriores (do n. femoral) inerva faces anterior e medial da coxa;
  6. R. cutâneo do n. obturatório face medial da coxa;
  7. N. safeno inerva face medial da perna e pé.

II) Originados do plexo sacral:

  1. N. cutâneo femoral posterior inerva região posterior da coxa e fossa poplítea;
  2. N. fibular superficial (do n. fibular comum, do n. isquiático) inerva face anterolateral da perna e dorso do pé, exceto pele entre hálux e 2º dedo;
  3. N. fibular superficial (do n. fibular comum, do n. isquiático) inerva, complementando o r. superficial, pele entre hálux e 2º dedo;
  4. N. sural (dos nn. tibial e fibular comum, do n. isquiático) inerva face posterolateral da perna e margem lateral do pé;
  5. N. plantar medial (do n. tibial, do n. isquiático) inerva face medial da planta do pé;
  6. N. plantar lateral (do n. tibial, do n. isquiático) inerva face lateral da planta do pé;
  7. Nn. calcâneos (dos nn. tibial e sural, do n. isquiático) inervam calcanhar.

Nervos motores e sensitivos dos músculos do membro inferior

Tradicionalmente, divide-se a musculatura do membro inferior em grupos. Assim, a fim de facilitar o estudo, seguiremos as mesmas divisões para nervos.

I) Compartimento anterior da coxa:

  1. N. femoral inerva mm. pectíneo, ilíaco*, sartório (flexores do quadril – PIS) e quadríceps femoral (extensores do joelho);
  2. Rr. anteriores dos nn. lombares inervam mm. psoas maior e psoas menor.

*O m. ilíaco se funde ao m. psoas maior para formar o m. iliopsoas, inervado, por sua vez, pelos rr. anteriores dos nn. lombares.

II) Compartimento medial da coxa (adutores da coxa):

  1. N. obturatório inerva todos mm. do compartimento (adutores longo, curto e magno, grácil e obturador externo);
  2. N. tibial (do n. isquiático) inerva parte do m. adutor magno associada aos mm. isquiotibiais (semitendíneo, semimembranáceo e cabeça longa do bíceps femoral – SSB).

III) Compartimento posterior da coxa:

  1. N. tibial (do n. isquiático) inerva mm. semitendíneo e semimembranáceo, e cabeça longa do m. bíceps femoral;
  2. N. fibular comum (do n. isquiático) inerva cabeça curta do m. bíceps femoral.

IV) Compartimento anterolateral da perna:

  1. N. fibular superficial (do n. fibular comum, do n. isquiático) inerva mm. fibulares longo e curto;
  2. N. fibular profundo (do n. fibular comum, do n. isquiático) inerva mm. extensores longos dos dedos e do hálux, e fibular terceiro.

V) Compartimento posterior da perna:

  1. N. tibial* inerva mm. superficiais posteriores da perna superficiais (gastrocnêmio, plantar, sóleo – GPS) e profundos (poplíteo, flexores longos dos dedos e do hálux e tibial posterior – PFFT), e art. do joelho.

* Vide síndrome do túnel do tarso (STT).

VI) Mm. do pé:

  1. N. plantar medial inerva mm. das 1ª (abdutor do hálux e flexor curto dos dedos), 2ª (1 lumbrical medial) e 3ª camadas (flexor curto do hálux);
  2. N. plantar lateral inerva mm. da 1ª (abdutor do dedo mínimo), 2ª (quadrado plantar e 3 lumbricais laterais), 3ª (adutor do hálux e flexor curto do dedo mínimo) e 4ª camadas (interósseos dorsais e plantares);
  3. N. fibular profundo inerva mm. da 4ª camada (extensores curtos dos dedos e do hálux).

Autoria: Bianca de Araújo