Embriologia cardiovascular: Destino das artérias vitelinas e umbilicais | Colunistas

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O Desenvolvimento Inicial do Coração

O coração e o sistema vascular primitivo se desenvolvem no meio da terceira semana gestacional e é o primeiro sistema principal a funcionar no embrião. O sistema cardiovascular é derivado principalmente do mesoderma esplâncnico (forma o primórdio do coração), as mesodermas paraxiais e laterais, a mesoderma faríngeo e as células da crista neural da região entre as vesículas ópticas e o limite caudal do terceiro par de somitos (Imagem 1). 

Imagem 1: Corte transversal mostrando, principalmente, mesoderma esplâncnico.

Fonte: Embriologia Clínica, Capítulo 13: Sistema Cardiovascular.

A rapidez no desenvolvimento se deve ao fato de que o embrião não consegue suprir as necessidades nutricionais e de oxigênio apenas por difusão. Consequentemente, é preciso um método eficiente para aquisição de oxigênio e nutrientes vindos do sangue materno, e da eliminação de dióxido de carbono e restos metabólicos.

Desenvolvimento do coração e dos vasos sanguíneos 

O início da formação do coração é induzida pelo endoderma anterior. O primeiro sinal é o surgimento do par de cordões endoteliais (cordões angioblásticos), no mesoderma cardiogênico durante a terceira semana, esses cordões formam dois tubos cardíacos delgados. Durante o dobramento embrionário lateral, os tubos endocárdicos cardíacos se aproximam e se fundem na extremidade cranial e se estendem caudalmente, formando, assim, um único tubo cardíaco (Imagem 2).  O coração dá início aos batimentos entre os dias 22 e 23 e o fluxo de sangue inicia-se na quarta semana e pode ser visualizado por ultrassonografia com Doppler. 

Imagem 2: Desenho do sistema cardiovascular embrionário, lado esquerdo.

Fonte:Embriologia Clínica, Capítulo 13: Sistema Cardiovascular.

Desenvolvimento das veias do coração embrionário

No início da quarta semana são responsáveis pela drenagem para o coração tubular do embrião as veias: vitelinas, umbilicais e cardinais (Imagem 3).

As veias vitelinas retornam o sangue pobre em oxigênio da vesícula umbilical com o intestino médio. Ao passar pelo septo transverso, as veias vitelinas entram no seio venoso, a veia esquerda regride e a direita forma uma grande parte do sistema porta hepático e também uma parte da veia cava inferior.  

As veias umbilicais passam ao lado do fígado e transportam sangue oxigenado da placenta para o seio venoso, e durante a sétima semana um veia umbilical esquerda desaparece, deixando a outra como único vaso levando sangue oxigenado da placenta para o embrião. 

as veias cardinais comuns, são formadas pela união das veias cardinais anterior e posterior que drenavam as porções cranial e caudal do embrião, passam a  entrar no seio venoso e fazem o retorno do sangue pobre em oxigênio do corpo do embrião.

Imagem 3: Desenho da visão dorsal do coração em desenvolvimento.

Fonte:Embriologia Clínica, Capítulo 13: Sistema Cardiovascular.

Destino das Artérias Vitelinas e Umbilicais

As artérias vitelinas percorrem a vesícula e mais tardar o intestino primitivo, formado na parte incorporada da vesícula umbilical. As artérias vitelinas podem ter três destinos diferentes, entre eles: o tronco celíaco arterial para intestino anterior, a artéria mesentérica superior do intestino médio e a artéria mesentérica inferior do intestino posterior. 

As artérias umbilicais passam posteriormente ao cordão umbilical primitivo e se tornam contínuas com os vasos do córion (porção embrionária da placenta). As porções proximais das artérias umbilicais se transformam em artérias ilíacas internas e artérias vesicais superiores, já as porções distais se fecham e formam o ligamento umbilical mediano.

Autor(a) : Karina Paez  – @karinapaez21


O texto é de total responsabilidade do autor e não representa a visão da sanar sobre o assunto.

Observação: material produzido durante vigência do Programa de colunistas Sanar junto com estudantes de medicina e ligas acadêmicas de todo Brasil. A iniciativa foi descontinuada em junho de 2022, mas a Sanar decidiu preservar todo o histórico e trabalho realizado por reconhecer o esforço empenhado pelos participantes e o valor do conteúdo produzido. Eventualmente, esses materiais podem passar por atualização.

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Referências:

Embriologia Clínica, Capítulo  13: Sistema Cardiovascular| Moore, Keith L.; Persaud, T.V.N.; Torchia, Mark G.,https://www.evolution.com.br/epubreader/9788535268140

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