versão impressa ISSN 1808-8694versão On-line ISSN 1808-8686
Braz. j. otorhinolaryngol. vol.83 no.5 São Paulo set./out. 2017
http://dx.doi.org/10.1016/j.bjorl.2016.07.001
A otosclerose (OS) é a principal doença do osso temporal humano. É uma doença autossômica dominante hereditária com penetrância variável. Clinicamente, a perda auditiva condutiva progressiva e os zumbidos são os principais sintomas. A área mais comum de fixação estapediana é a crura anterior. A perda auditiva neurossensorial pode desenvolver-se caso as placas envolvam a cóclea.1
A otosclerose foi descrita há cerca de dois séculos; no entanto, a patogenia exata não é totalmente compreendida. Embora aparelhos auditivos e terapia clínica sejam recomendados em determinadas condições, a estapedotomia com microfenestra continua a ser a principal escolha em pacientes com perda auditiva do tipo condutiva.1 O sucesso da cirurgia do estribo em pacientes com OS é avaliado com os resultados da audição pós-operatória e a taxa de fechamento do gap aero-ósseo.
O zumbido também é um sintoma comum e subestimado, ao lado da perda auditiva condutiva na OS.2 As taxas de satisfação após a cirurgia do estribo estão diretamente relacionadas com a cessação pós-operatória do zumbido. Os pacientes com OS com zumbido não resolvido após a cirurgia relataram escores de satisfação significativamente mais baixos.3 A incidência estimada de zumbido subjetivo em pacientes com OS é de 56-84,5%.2,4
A patogenia exata do zumbido na OS não é conhecida. Vários autores relataram diferentes mecanismos possíveis, como redução da vibração do líquido da orelha interna; ruídos musculares ou vasculares não mascarados com a perda auditiva condutiva; aglutinação intravascular de eritrócitos nos vasos da cóclea; metabólitos tóxicos produzidos pelos focos otoscleróticos; vascularização patológica do osso otosclerótico; e irritação das fibras nervosas por osso otosclerótico. 4,5
Embora vários estudos tenham sido publicados, o efeito da cirurgia do estribo sobre o zumbido ainda é um assunto de debate. Alguns autores relataram que o zumbido mais agudo tem maior probabilidade de resolução por cirurgia do estribo, 5,6 enquanto Gersdorff et al.7 e Ayache et al.8 não encontraram significância estatística entre a recuperação do zumbido grave ou agudo. Além da frequência do zumbido, o zumbido pré-operatório não compensado9 e a perda auditiva de alta frequência no pós-operatório3 foram relatados com desfecho desfavorável. Além disso, o efeito do fechamento do gap aero-ósseo nas frequências do zumbido, após a cirurgia, não foi discutido nos estudos.
Diferentemente de outros estudos, neste manuscrito foi avaliado o efeito do fechamento do gap nas frequências do zumbido em relação aos zumbidos de tons grave, médio e agudo.
A aprovação do comitê de ética local foi obtida para o nosso estudo com o número 2.016.190. Foram incluídos 69 pacientes com perda auditiva condutiva. Depois de um exame otorrinolaringológico detalhado, o tipo de perda auditiva e os limiares auditivos foram avaliados com diapasão e achados audiométricos. Os pacientes com perda auditiva (gap ≥ 20 dB e Rinne [-] com diapasões de 512, 1024) e com escores de discriminação da fala de ≥ 90% foram operados. A tomografia computadorizada pré-operatória do osso temporal foi feita em todos os pacientes. O diagnóstico de OS foi confirmado durante a cirurgia. Todos os pacientes foram submetidos a estapedotomia de microfenestra e pistão de Teflon por um único cirurgião. Os pacientes com outra etiologia possível para o zumbido, como trauma acústico, anormalidades bioquímicas do sangue como anemia, deficiência de vitamina B12, alterações dos testes de função da tireoide e história de cirurgia prévia da orelha foram excluídos.
Todos os pacientes foram operados sob anestesia geral, com incisão endoaural. Resumidamente, após incisão modificada de Rosen, descolamento do retalho timpanomeatal e remoção óssea do nervo corda do tímpano com uma cureta ou broca, a mobilidade da cadeia ossicular foi inspecionada e palpada para estabelecer o diagnóstico. Todos os pacientes foram operados com uso da técnica de estapedotomia em etapas reversas de Fisch.10 A distância entre a superfície lateral do processo longo da bigorna e a platina do estribo foi medida com uma haste de medição maleável. Uma micro fenestra foi feita com brocas de 0,5 ou 0,7 mm. Tomou-se meticuloso cuidado para evitar a aspiração da fenestra e colocação da prótese imediatamente após a fenestra. A fenestra não foi selada antes da colocação da prótese. A mobilidade da prótese foi avaliada por palpação suave do martelo.
Foram incluídos 42 (60,8%) indivíduos do sexo feminino e 27 (39,1%) do masculino. A média de idade foi de 42 anos (variação de 32-57); 56 (81,1%) pacientes apresentavam queixa de zumbido pré-operatório. A frequência do zumbido no pré-operatório, medida pelo teste de pitch-matching, foi definida como segue: altas frequências (4 kHz, 6 kHz e 8 kHz), frequências médias (1 kHz, 2 kHz e 3 kHz) e baixas frequências (125 Hz, 250 Hz e 500 Hz).11 Para o teste de pitch-matching, o método adaptativo (bracketing) foi usado. Resumidamente, o tom foi estabelecido sucessivamente em nove frequências audiométricas entre 0,125 e 8 kHz (0,125; 0,25; 0,5; 1; 2; 3; 4; 6 e 8 kHz), e pediu-se ao indivíduo que indicasse quais dessas frequências mais correspondiam ao tom do seu zumbido. A frequência do tom de teste foi então ajustada em etapas de meia oitava acima e abaixo da frequência selecionada e pedia-se ao indivíduo para indicar qual das frequências combinava melhor com o tom do zumbido. A correspondência final foi considerada a frequência que o indivíduo julgou mais se aproximar de seu zumbido. Essa técnica é recomendada para uso clínico de rotina e parece produzir menos erros de oitava do que outros procedimentos. 12,13
Esses pacientes foram divididos em quatro grupos, de acordo com o estado de zumbido pós-operatório: Grupo I, totalmente recuperado; Grupo II, melhorado; Grupo III, inalterado; Grupo IV, piorado. Os Grupos I e II foram classificados no mesmo grupo como desfecho "favorável". Os limiares de condução aéreos e ósseos tonais no primeiro ano de pré-operatório e pós-operatório e os gaps aero-ósseos foram avaliados de acordo com as diretrizes da American Academy of Otolaryngology Head and Neck Surgery.14 O gap aero-ósseo foi calculado com subtração dos níveis limiares de condução óssea dos níveis de limiares de condução aérea. O sucesso da cirurgia foi definido como gap < 10 dB tonal no primeiro ano de pós-operatório sem perda auditiva neurossensorial (deterioração pós-operatória > 10 dB dos níveis de condução óssea em relação aos níveis pré-operatórios para frequências de 1,2 e 4 kHz)8.
As estatísticas descritivas foram apresentadas como proporções ou medianas (25-75% percentis), conforme apropriado.
Todas as medições contínuas foram testadas para normalidade pelos testes de Kolmogorov-Smirnov e Shapiro-Wilk. Um valor de p < 0,05 foi considerado significativo. Como as medidas não apresentaram uma distribuição normal, o método não paramétrico do teste U de Mann-Whitney foi usado para comparação entre grupos independentes. Os resultados da comparação foram exibidos com o gráfico box-plot.
Os dados categóricos foram comparados com Pearson qui-quadrado com correção de Yates, razão de probabilidade ou teste exato de Fisher. O teste Z de duas proporções foi usado para comparar os dois grupos se quaisquer diferenças entre eles fossem significativas.
Dos 69 pacientes, 56 (81,1%) apresentavam queixa de zumbido no pré-operatório. A taxa de sucesso global foi de 79,7% (55 de 69). Não houve pioria do zumbido entre pacientes com zumbido no pré-operatório. No entanto, em um paciente sem zumbido no pré-operatório ocorreu perda auditiva neurossensorial moderada (60 dB). Ele relatou queixa de zumbido no pós-operatório. As frequências de zumbido pré-operatório foram as seguintes: 20 pacientes com zumbido grave, quatro com zumbido médio e 32 com zumbido agudo.
No total, 34 dos 56 (60,7%) pacientes tiveram um resultado favorável com o estado do zumbido do Grupo I (28 pacientes - 50%) ou Grupo II (seis pacientes - 10,7%); 22 dos 56 (39,3%) pacientes tiveram estado do zumbido inalterado (Grupo III).
O gap pós-operatório foi menor do que 10 dB em 44 (78,6%) de 56 pacientes com zumbido pré-operatório. O gap ficou entre 10-20 dB em nove (16%) e maior do que 21 dB em três (5,4%) pacientes. Nenhum desses pacientes apresentou perda auditiva neurossensorial no pós-operatório. Valores de gap específicos das frequências dos zumbidos no pré-operatório e pós-operatório estão apresentados na tabela 1. A relação entre o estado do zumbido pós-operatório e a média dos gaps no pós-operatório é mostrada na figura 1. Não houve diferença estatisticamente significativa entre a magnitude dos gaps no pós-operatório e o estado do zumbido (p = 0,213).
Tabela 1 Valores de gaps aero-ósseo (GAP) pré-operatórios e pós-operatórios específicos de frequência média
Frequência (kHz) | GAP Médio | DP | Valores p |
---|---|---|---|
0,5 Pré-op | 46,73 | 10,79 | < 0,001 |
0,5 Pós-op | 8,84 | 7,31 | |
1 Pré-op | 41,92 | 10,48 | < 0,001 |
1 Pós-op | 9,03 | 7,98 | |
2 Pré-op | 35,96 | 9,7 | < 0,001 |
2 Pós-op | 7,4 | 6,52 | |
3 Pré-op | 35,57 | 9,73 | < 0,001 |
3 Pós-op | 8,17 | 6,26 |
DP, desvio padrão; Pós-op, valores pós-operatórios no primeiro ano; Pré-op, valores pré-operatórios.
Figura 1 Comparação entre estado de zumbido pós-operatório e níveis de GAP limiares tonais médios e pós-operatórios foi demonstrada (GAP, gap aero-ósseo).
A frequência do zumbido no pré-operatório e o estado pós-operatório do zumbido encontram-se na tabela 2. Houve uma relação estatisticamente significativa entre a frequência do zumbido pré-operatório e a melhoria do zumbido pós-operatório (p = 0,003); o zumbido grave teve um desfecho mais favorável, em comparação com o zumbido agudo (p = 0,002). Não houve diferença estatisticamente significativa entre zumbido grave e médio (p = 0,22) ou zumbido agudo e médio (p = 0,812) em relação à melhoria do zumbido no pós-operatório.
Tabela 2 Relação entre frequência do zumbido e estado de zumbido pós-operatório
Zumbido | |||
---|---|---|---|
Frequência subjetiva do zumbido | Melhorado ou completamente recuperado | Inalterado | Valor p |
Alta frequência | 14 (43,8%) | 18 (56,2%) | 0,003 |
Média frequência | 2 (50%) | 2 (50%) | |
Baixa frequência | 18 (90%) | 2 (10%) |
Trinta e dois pacientes com zumbido de alta frequência pré-operatório foram avaliados para taxa de fechamento do gap nas frequências dos zumbidos pós-operatórios. O estado do zumbido pós-operatório desses pacientes é demonstrado na figura 2. Não houve diferença estatisticamente significativa entre o fechamento do gap pós-operatório nas frequências dos zumbidos e melhoria das queixas de zumbido de alta frequência (p = 0,427).
Figura 2 Comparação entre estado de zumbido agudo e valores de GAP pós-operatórios em frequências de zumbido foi mostrada (FZ GAP, valores do gap aero-ósseo de frequência de zumbido).
Vinte pacientes com zumbido de baixa frequência no pré-operatório foram avaliados quanto ao fechamento do gap aero-ósseo na frequência do zumbido e as queixas de zumbido no pós-operatório (fig. 3). Houve diferença estatisticamente significativa entre a melhoria do gap nas frequências dos zumbidos e sua melhora (p = 0,026).
Figura 3 Comparação entre estado de zumbido grave e valores pós-operatórios de GAP em frequências de zumbido foi apresentada (FZ GAP, valores do gap aero-ósseo de frequência de zumbido).
Foram usados dois tamanhos de prótese: 0,4 mm de diâmetro da haste para quatro pacientes e 0,6 mm para 52 deles. A comparação do diâmetro do pistão de teflon e do estado de zumbido no pós-operatório encontra-se resumida na tabela 3. Não houve relação estatisticamente significativa entre o diâmetro da prótese e o estado de zumbido pós-operatório (p = 0,641).
Tabela 3 Relação entre diâmetro do pistão de Teflon e estado do zumbido
Zumbido | |||
---|---|---|---|
Diâmetro do pistão de Teflon (mm) | Melhorado ou completamente recuperado | Inalterado | Valor p |
0,6 mm (n = 52) | 32 (61,5%) | 20 (38,5%) | 0,641 |
0,4 mm (n = 4) | 2 (50%) | 2 (50%) |
No estudo atual, o zumbido pré-operatório esteve presente em 81,1% dos pacientes com OS; a taxa de sucesso da nossa cirurgia de estapedotomia foi de 78,6% para esses pacientes. A incidência de zumbido foi relatada como 56-84,5%2,4 e a taxa de sucesso da cirurgia foi de 56-92% em estudos anteriores 4,6,8,15.
Trinta e quatro (60,7%) pacientes obtiveram melhoria total ou parcial do zumbido; no entanto, o zumbido permaneceu inalterado em 22 (39,3%) pacientes em nosso estudo. O zumbido não piorou em qualquer dos pacientes após a cirurgia. A taxa de zumbido favorável (totalmente recuperado ou melhorado) foi classificada como 40-96% no pós-operatório em manuscritos anteriores. 9,15 Lima Ada et al.15 e Szymański et al.4 também relataram que nenhum paciente teve pioria do zumbido no pós-operatório.
Em nosso estudo, após a cirurgia, a melhoria foi mais acentuada para o zumbido de tom grave, em comparação com os de tom agudo (p = 0,002). A fisiopatologia exata do zumbido é desconhecida em pacientes com OS. A via auditiva eferente tem um efeito modulador sobre as células ciliadas externas do órgão de Corti, que pode tamponar ou amplificar a mensagem proveniente do cérebro.5 Quando o estímulo auditivo diminui, o sistema nervoso central compensa, aumenta a sensibilidade das células ciliadas externas16 e gera uma percepção auditiva fantasma como zumbido. Heller et al.17 e Del Bo L. et al.18 mostraram que adultos saudáveis com audição normal relataram zumbido após ficar em uma câmara anecoica por um longo tempo. A diminuição na vibração do líquido da orelha interna em pacientes com perda auditiva condutiva, como aquela na OS, diminui o estímulo aferente da via auditiva central. O estímulo aferente reduzido, por sua vez, diminui o efeito supressor das vias eferentes no órgão de Corti. A disfunção da via eferente é um dos possíveis mecanismos de percepção do zumbido em pacientes com perda auditiva condutiva. 5,16 Causse et al.5 afirmaram que o mecanismo de amplificação do sinal das células ciliadas externas provoca um zumbido grave, em vez de um zunido ou ruído semelhante a um motor, como em casos com perda auditiva condutiva. Quando as vibrações dos líquidos do orelha interna são restabelecidas cirurgicamente e a perda auditiva é melhorada, o zumbido de tom mais grave, na maioria das vezes, recupera-se. Nossos achados e os de vários estudos anteriores 6,19,20 também apoiam essa hipótese. No entanto, Gersdorff et al.7 e Ayache et al.8 não conseguiram encontrar correlação entre o estado do zumbido pós-operatório e a frequência do zumbido no pré-operatório.
Embora tenhamos tido um resultado auditivo bem-sucedido, a recuperação pós-operatória do zumbido não esteve relacionada com o fechamento pós-operatório do gap (p = 0,213). Esse achado foi sustentado por Ramsay et al.,6 Lima Ada et al.,15 Szymański et al.4 e Gersdorff et al.7 Eles não encontraram correlação entre o sucesso da cirurgia e o estado de zumbido pós-operatório. Recentemente, Bast et al.9 afirmaram que o sucesso da cirurgia teve um impacto sobre a melhoria do zumbido compensado no pré-operatório, enquanto o zumbido não compensado não desapareceu, apesar de uma cirurgia bem-sucedida. Os resultados de Glasgold e Altmann21 e Sparano et al.22 não deram apoio aos nossos achados e em seus estudos resultados auditivos menos favoráveis foram mais propensos a apresentar zumbido.
O zumbido acompanha 70-85% dos pacientes com perda auditiva causada por diferentes doenças do sistema auditivo.23 O tom do zumbido frequentemente correlaciona-se com as frequências da perda auditiva.24 Perda ou diminuição da entrada na cóclea provoca reorganização e excesso de sinalização das frequências da perda auditiva nas vias centrais. Por essa razão, o tom do zumbido é percebido perto ou dentro das frequências da perda de audição.25 A partir desse ponto de vista, avaliamos o efeito do fechamento do gap nas frequências do zumbido em pacientes com OS. Verificamos que quanto mais o tom do zumbido se situou nas faixas de frequências mais baixas, o fechamento do gap na frequência do zumbido aumentou a chance de melhoria do zumbido. Esse achado demonstra que a patogenia do zumbido de alta frequência em pacientes com OS está associada a um fator diferente que não a fixação da platina do estribo.
A técnica usada durante a cirurgia de OS é considerada um fator que pode impactar o resultado do estado do zumbido. Sakai et al.19 mostraram que uma cirurgia mais traumática, como a estapedectomia total, apresentou um desfecho desfavorável, em comparação com a estapedectomia parcial ou estapedotomia. No estudo de Gersdorff et al.,7 o prognóstico do zumbido foi melhor após estapedotomia, em comparação com estapedectomia parcial, e o uso do laser de argônio durante a cirurgia não alterou o desfecho. Ayache et al.,8 ao contrário, não encontraram diferenças entre as técnicas cirúrgicas e o desfecho de zumbido pós-operatório. Recentemente, Bagger-Sjöbäck et al.3 relataram que a cirurgia de OS causou perda auditiva em frequências mais altas, a partir de 8 kHz, e que o desfecho do zumbido estava diretamente relacionado com essa perda auditiva nas altas frequências induzida por trauma cirúrgico. No entanto, os achados de Ramsay et al.6 não fornecem apoio a esse relato e para pacientes com perda auditiva nas frequências altas devido ao trauma cirúrgico o desfecho do zumbido não foi diferente, em comparação com o restante dos pacientes. De acordo com os nossos resultados, uma perfuração menor na janela oval e o uso de um pistão de Teflon de diâmetro menor não alterou o desfecho do zumbido, mas esse achado pode ser espúrio, devido ao baixo número de pacientes com prótese de 0,4 mm de diâmetro na nossa série.
A cirurgia do estribo não só restabelece a audição de pacientes com OS, mas também resolve a queixa de zumbido na maioria dos pacientes. A queixa de zumbido de baixa frequência tem mais probabilidade de ser resolvida após cirurgia. O zumbido de tons mais agudos pode não desaparecer, mesmo após o fechamento do gap nas frequências do zumbido. Todos os pacientes com otosclerose e queixa de zumbido devem ser avaliados para as frequências do zumbido no pré-operatório. Os pacientes com zumbido de frequência alta devem ser informados de que a sua queixa de zumbido pode não ser resolvida, apesar da melhoria na audição.