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A Missão Botânica de Moçambique (1942-1948): contribuições para o conhecimento da flora medicinal de Moçambique

A Missão Botânica de Moçambique (1942-1948): contribuições para o conhecimento da flora medicinal de Moçambique

Autores:

Patrícia Conde,
Rui Figueira,
Susana Saraiva,
Luís Catarino,
Maria Romeiras,
Maria Cristina Duarte

ARTIGO ORIGINAL

História, Ciências, Saúde-Manguinhos

versão impressa ISSN 0104-5970

Hist. cienc. saude-Manguinhos vol.21 no.2 Rio de Janeiro abr./jun. 2014

http://dx.doi.org/10.1590/S0104-59702014000200007

Ao longo da história, grande parte dos remédios tem sido obtida a partir de plantas. O conhecimento das propriedades das plantas e dos seus usos é a base de muitos sistemas de saúde tradicionais e vem aduzindo contributos preciosos na descoberta de princípios ativos e no desenvolvimento de fármacos. Em África, as plantas têm uma longa história de uso no tratamento de diferentes doenças e há muito que são uma importante fonte de produtos com valor nutricional e terapêutico (Hostettmann et al., 2000, p.973).

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 80% da população africana usa a medicina tradicional para suprir as suas necessidades de saúde (WHO, 2002, p.1). A medicina tradicional continua a ser o sistema de cuidados de saúde mais acessível, principalmente nas áreas rurais onde a cobertura dos sistemas nacionais de saúde é escassa, deficiente ou praticamente inexistente. As plantas desempenham um papel fundamental no bem-estar das diferentes comunidades, e a maioria da população africana não apenas depende, mas sobretudo confia no uso de remédios tradicionais, bem como nos serviços prestados pelos praticantes de medicina tradicional, cujo conhecimento sobre plantas e sua ecologia é inestimável (Cunningham, 1993, p.1-4).

À semelhança de outros países da África austral, Moçambique é um importante repositório de diversidade vegetal. Albergando cerca de 5.500 espécies de plantas, calcula-se que pelo menos oitocentas sejam utilizadas para fins medicinais (Silva, 2004, citado em Krog, Falcão, Olsen, 2006, p.2). A investigação sobre essa matéria é recente, inscrevendo-se, grosso modo, na trajetória do país após a independência, sobretudo a partir dos anos noventa, e procurando acompanhar as resoluções da OMS no sentido da otimização do uso da medicina tradicional e da promoção da investigação sobre plantas medicinais.

Nesse contexto, os estudos etnobotânicos revestem-se de particular importância. Fruto da colaboração entre diversos núcleos de investigação domésticos e internacionais, trabalhos como os de Ribeiro et al. (2010) e de Bruschi et al. (2011) concorrem para a preservação de saberes e práticas tradicionais relacionados com as plantas e os seus usos terapêuticos. Mais do que isso, a identificação de espécies com utilização medicinal (incluindo as partes das plantas que são usadas, os processos de preparação, os modos de administração e as diferentes patologias a elas associadas) constitui um terreno fértil para a realização de estudos com vista à validação científica das suas propriedades e, bem assim, à segurança, eficácia e qualidade dos medicamentos tradicionais. Refiram-se, nesse âmbito, os trabalhos que vêm sendo desenvolvidos pelo recém-criado Centro de Investigação e Desenvolvimento em Etnobotânica (2009, Namaacha, Moçambique), em parceria com outras instituições, designadamente a Universidade Eduardo Mondlane (Moçambique) e a Universidade de Lisboa (Portugal), como é o caso de Marrufo et al. (2013).

Por seu turno, a documentação histórica prefigura-se como um contributo adicional para a inventariação de espécies vegetais com valor terapêutico. Trabalhos como os de Roque (2001, 2013), por exemplo, vêm demonstrando as potencialidades da informação contida nas fontes portuguesas no sentido de um melhor conhecimento dos saberes e práticas ligados ao uso das plantas medicinais e da evolução da sua distribuição geográfica em Moçambique.

Nessa perspetiva, o acervo histórico-científico aduzido pela atividade de diferentes missões científicas conduzidas no quadro do colonialismo português no segundo e terceiro quartéis do século XX consubstancia-se como um património que insta reapreciar, reafirmando o papel da ciência em prol dos atuais desafios regionais e globais. Tal é o caso do corpus documental produzido no âmbito da Missão Botânica de Moçambique (MBM) (1942-1948) conservado no Instituto de Investigação Científica Tropical, em Lisboa.

Porventura um dos territórios africanos cuja flora era menos conhecida nas primeiras décadas do século XX, essa situação veio a ser ultrapassada em virtude dos resultados das expedições realizadas pela MBM entre 1942 e 1948. Com efeito, desse reconhecimento fitogeográfico resultaram mais de 7.600 colheitas de herbário que deram lugar à descrição de 25 novas espécies vegetais. A par das coleções de herbário, a documentação produzida pela MBM integra materiais cartográficos, fotográficos e escritos. De entre estes, destacam-se os cadernos de campo dos diferentes coletores nos quais são listadas referências aos usos medicinais locais das plantas colhidas, mas cuja informação nunca foi devidamente compilada e divulgada.

Sublinhando, pois, a importância das fontes portuguesas para esse conhecimento, e contextualizando a MBM no espaço e no tempo, trazemos à luz a informação sobre os usos medicinais da flora contida nos seus ainda inéditos cadernos de campo, procurando destacar utilizações ainda não referidas em outras fontes, nomeadamente através da: (a) revisão bibliográfica sobre as utilizações medicinais das espécies assim identificadas pela MBM; (b) categorização dos seus usos e comparação com utilizações reportadas para Moçambique e para outros países africanos; (c) cartografia da distribuição das espécies com uso medicinal com base nas colheitas de herbário da MBM.

Atentos às múltiplas, recentes e aceleradas dinâmicas que vêm contribuindo para o depauperamento dos recursos vegetais no continente africano e ao rápido declínio do conhecimento tradicional sobre as propriedades e os usos das plantas medicinais (Hamilton, 2004, p.1485), esperamos contribuir para o conhecimento das plantas medicinais de Moçambique e sua distribuição e, bem assim, para a valorização e a preservação de saberes e práticas tradicionais relacionados com seu uso.

A Missão Botânica de Moçambique (1942-1948): considerações gerais

Atendendo à urgência de conhecer em pleno os territórios de além-mar sob jurisdição portuguesa, avaliando os seus recursos e potencialidades como condição essencial à edificação do programa colonial, o Estado Novo português (1933-1974) instituiu um dos mais importantes e paradigmáticos organismos para a afirmação da sua ideologia, designadamente no que à administração dos territórios ultramarinos respeitava. Vin-culando saber e poder, a Junta das Missões Geográficas e de Investigações Coloniais (JMGIC) (1936-1951), redenominada Junta das Missões Geográficas e de Investigações do Ultramar (JMGIU) (1951-1973), alicerçou científica e tecnicamente o processo colonizador valendo-se da contribuição de vários ramos do saber com vista à afirmação e ao desenvolvimento de um império unido na sua diversidade geográfica e racial. A articulação entre a investigação científica e a política colonial portuguesa, e em particular o caso dessa instituição, foi recentemente revista por Castelo (2012).

Nesse contexto, as diferentes missões organizadas pela JMGIC/JMGIU desempenharam um papel fundamental no conhecimento e aproveitamento dos solos, floras, faunas e populações das regiões ultramarinas. É nesse modelo de análise que filiamos a Missão Botânica de Moçambique.

Procurando colmatar o carácter esparso e descontínuo das colheitas que, desde meados da década de 1930, eram efetuadas a título pessoal e profissional por residentes e funcionários na então colónia de Moçambique, porventura um dos redutos africanos cuja flora era ainda quase desconhecida, a MBM colheu decreto no quadro do Plano de Ocupação Científica do Ultramar Português elaborado pela JMGIC e apresentado ao governo em 1941, entalhando-se num novo ciclo de atuação no ultramar (Conde, Martins, 2011, p.1126-1132). Num contexto de conflito mundial, o Plano frisava a neces-sidade de sobrepujar anteriores intermitências e improvisos e de intensificar os trabalhos de investigação científica na qualidade de sustentáculos da colonização e da exploração racional dos recursos coloniais (Portugal, 1945, p.11-13).

Expedida com o objetivo primeiro de realizar os estudos e colher os materiais e os elementos indispensáveis à elaboração da Carta Fitogeográfica de Moçambique a incluir no Atlas do Império Colonial Português (Portugal, 18 maio 1942, p.404), a MBM desdobrou-se em três campanhas (1942, 1944-1945 e 1947-1948) ao longo das quais foi efetuado o reconhecimento botânico e agrícola de mais de setenta mil quilómetros de itinerários, o que resultou em cerca de 7.600 colheitas botânicas, asseverando, em boa medida, a centralidade e a amplitude do conhecimento científico da flora no contexto de uma economia imperial que procurava abastecer-se das matérias-primas coloniais.

Não obstante, para além da identificação das espécies, da caracterização da ecologia e do estudo da fitogeografia da colónia de Moçambique e, bem assim, das observações correlatas à agenda política e económica que justificaram sua disposição, a MBM documentou variadíssimos aspetos do território, bem como das populações nele estabelecidas, desvendando sobre as suas culturas materiais, saberes e práticas tradicionais, salientando os diferentes usos dos recursos vegetais locais associados às colheitas botânicas. Tal foi o caso das práticas ligadas ao uso de plantas com fins medicinais. Assim, para cada colheita, para além da identificação efetuada in loco, geralmente ao nível taxonómico da família ou do género, das informações sobre seu local de colheita, relevantes para a caracterização do seu habitat, do seu nome vernáculo e hábito (porte da planta), foram registados, nalguns casos, os seus usos medicinais (incluindo as partes das plantas que são usadas, os processos de preparação, os modos de administração e as diferentes patologias a elas associadas).

Embora o reconhecimento dos usos terapêuticos das plantas não constituísse um dos propósitos da MBM, os cadernos de colheitas desta Missão (coleções Mendonça, Garcia, Rocha da Torre e Barbosa) consubstanciam, sob essa óptica, um acervo de importância capital para o conhecimento, preservação e divulgação do património material e imaterial de Moçambique, permitindo, não apenas a sistematização de um vasto leque de informações sobre os diferentes espécimes colhidos e identificados como medicinais e, bem assim, seu confronto com outros usos terapêuticos reportados para Moçambique e demais países africanos, mas sobretudo sua reapreciação à luz dos atuais desafios regionais e globais, sobrepujando, em boa medida, o contexto colonial da sua produção.

Recolha e organização da informação etnobotânica e uso medicinal da flora de Moçambique

Com base na leitura dos cadernos de campo dos coletores da MBM existentes no herbário do Jardim Botânico Tropical do Instituto de Investigação Científica Tropical (LISC), e atualmente disponíveis na base JSTOR,1 procedeu-se ao levantamento e à sistematização da informação relativa aos espécimes colhidos identificados como medicinais, designadamente o nome vernáculo, o hábito (porte da planta) e o uso medicinal (incluindo as partes das plantas que são usadas, os processos de preparação, os modos de administração e as diferentes patologias a elas associadas). O levantamento teve por base as colheitas que se referem às três campanhas da MBM, a saber: os números 1 a 1.704, 1.800 a 3.493 e 3.501 a 4.511 da coleção Mendonça (1ª, 2ª e 3ª campanha, respetivamente), 1 a 1.001 da coleção Garcia; 7.000 a 8.082 da coleção Rocha da Torre; e 616 a 1.740 da coleção Barbosa (3ª campanha) (Mendonça, 1942-1945; 1947-1948; Garcia, 1948; Torre, 1947-1948; Barbosa, 1947-1948).

A atualização nomenclatural dos nomes dos taxa e sua classificação nas famílias correspondentes fundamentou-se nas bases de dados African Plants Database (2012) e Tropicos (s.d.), efetuada em simultâneo com a catalogação dos espécimes em base de dados.

A distribuição nativa dos taxa foi determinada segundo os oito domínios biogeográficos definidos por Olson et al. (2001), a saber: Neártico, Paleártico, Neotropical, Afrotropical, Indo-Malaio, Australásia, Oceânia e Antártico. Procurando contribuir para o conhecimento da distribuição dos taxa efetuou-se o mapeamento dos espécimes identificados como medicinais, bem como de outros dos mesmos taxa colhidos pela MBM. Estes foram georreferenciados com base na informação constante nas respetivas etiquetas das folhas de herbário, bem como na descrição do local de colheita constante nos cadernos de campo, o que permitiu melhorar a precisão das coordenadas geográficas correspondentes. A georreferenciação foi feita com o auxílio dos programas Specify 6 (2009) e ArcGIS 9.3 (Esri, 2009), tendo-se também recorrido a bases de dados toponímicas, designadamente Geolocate (Bart et al., 2010), Biogeomancer (2005) e GeoNames (Wick, s.d.).2

Com o objetivo de apurar sobre o potencial da informação contida nos cadernos de campo da MBM recorreu-se a várias fontes bibliográficas (Jansen, Mendes, 1983, 1984, 1990, 1991; Watt, Breyer-Brandwijk, 1962; Burkill, 1985, 1994, 1995, 1997, 2000) e bases de dados online (Sepasal, 1999; Prota, s.d.; Prelude, 2003) sobre plantas medicinais e seus usos tradicionais em Moçambique e demais países africanos.

Perante a grande diversidade de patologias encontradas na revisão bibliográfica, agruparam-se os usos medicinais, tendo-se adotado, para o efeito, a categorização disponível na base de dados Sepasal (1999). Essa publicação distingue 24 categorias de doenças (Carvalho, 2006, p.107). Destas, agruparam-se as categorias sistema circulatório e sistema sanguíneo e as doenças de pele/tecido celular subcutâneo e ferimentos. Acrescentou-se ainda uma categoria relacionada com a higiene oral. Desse modo, distinguem-se 18 categorias de doenças: sistema circulatório e sanguíneo; digestivo; geniturinário; imunitário; musculoesquelético; nervoso; respiratório; sensorial; distúrbios nutricionais; doenças mentais; dor; envenenamentos; gravidez/parto/puerpério; higiene oral; infeções/infestações; neoplasias; pele/tecido celular subcutâneo e ferimentos; doenças não especificadas.

Outrossim, foi ainda consultada The IUCN red list of threatened species (IUCN, 2012) para determinar o estatuto de conservação das espécies.

Contributo da Missão Botânica de Moçambique para o conhecimento da flora medicinal da região

Das cerca de 7.600 colheitas realizadas, a MBM documentou a utilização medicinal em 73 colheitas correspondendo a 71 taxa (setenta espécies e um género). Estes distribuem-se por quarenta famílias, 67 géneros e setenta espécies. Para um dos taxa só foi possível sua determinação ao nível do género (Pycnostachys). As famílias mais representadas são as Capparaceae e as Fabaceae (seis espécies), seguindo-se as Vitaceae (cinco espécies) e as Apocynaceae e Phyllanthaceae (quatro espécies). Vinte e seis famílias são representadas por apenas uma espécie (Quadro 1).

Quadro 1 : Referência a usos medicinais relatados nos cadernos de campo dos coletores da Missão Botânica de Moçambique (1942-1948) e na bibliografia 

Família; taxa Citação do caderno de campo Referência a usos medicinais em Moçambique Usos medicinais em África Fontes bibliográficas

    Caderno de campo Fontes bibliográficas    
Acanthaceae
 
Thunbergia lancifolia T.Anderson “Plantas empregadas na cura da lepra” Infeções/infestações Infeções/infestações; sistema geniturinário; sistema respiratório; dor Pele/tecido celular subcutâneo e ferimentos Prota (s.d.); Hyde et al. (2002); Jansen, Mendes (1983, p.33-35).

Achariaceae
 
Hydnocarpus venenata Gaertn. “Cura da lepra” Infeções/infestações Infeções/infestações; pele/tecido celular subcutâneo e ferimentos Wild, Vidigal (1973, p.2); Watt, Breyer-Brandwijk (1962, p.363).

Amaranthaceae
 
Cyathula natalensis Sond. “Cura as manchas da pele” Pele/tecido celular subcutâneo e ferimentos Pele/tecido celular subcutâneo e ferimentos; infeções/infestações Jansen, Mendes (1983, p.55, 56); Watt, Breyer-Brandwijk (1962, p.18).  

Anacardiaceae
 
Lannea edulis (Sond.) Engl. var. edulis “Plantas empregadas na cura da lepra” Infeções/infestações Sistema digestivo Infeções/infestações; sistema circulatório e sanguíneo; sistema digestivo; sistema geniturinário; sistema sensorial; dor; pele/tecido celular subcutâneo e ferimentos; gravidez/parto/puerpério Hyde et al. (2002, 2007); Sepasal (1999); Jansen, Mendes (1983, p.85-87).

Apocynaceae
 
Carissa bispinosa (L.) Desf. ex Brenan “Raiz macerada é empregada para aumentar a virilidade, ou mastigar a raiz” Sistema geniturinário Sistema digestivo; sistema musculoesquelético; infeções/infestações Prota (s.d.); Jansen, Mendes (1984, p.27-30).  

Cryptolepis oblongifolia (Meisn.) Schltr. “Raiz medicinal, antiofídica, segundo informações dos indígenas” Envenenamentos Sistema muscular- esquelético; sistema sensorial; dor; infeções/infestações Sistema digestivo; sistema geniturinário; sistema musculoesquelético; sistema respiratório; sistema sensorial; dor; infeções/infestações; pele/tecido celular subcutâneo e ferimentos Prota (s.d.); Jansen, Mendes (1984, p.197-200); Burkill (1997).

Diplorhynchus condylocarpon (Müll. Arg.) Pichon “Serve a madeira para fazer arco de azagaia e a seiva serve para curar ferida” Pele/tecido celular subcutâneo e ferimentos Sistema digestivo; dor Pele/tecido celular subcutâneo e ferimentos; sistema circulatório e sanguíneo; sistema digestivo; sistema geniturinário; sistema respiratório; sistema sensorial; infeções/infestações; dor; envenenamentos; gravidez/parto/puerpério Prota (s.d.); Sepasal (1999); Prelude (2003); Jansen, Mendes (1984, p.51-57).

Apocynaceae
 
Strophanthus petersianus Klotzsch “Raiz pisada medicinal” Doenças não especificadas Doenças não especificadas Sibis (2009); Prota (s.d.); Jansen, Mendes (1984, p.102).  

Aristolochiaceae
 
Aristolochia albida Duch. “A raiz pisada serve para combater a mordedura das cobras” Envenenamentos Envenenamentos; gravidez/parto/puerpério; sistema sensorial; infeções/infestações; dor Envenenamentos; sistema digestivo; sistema geniturinário; sistema respiratório; sistema sensorial; pele/tecido celular subcutâneo e ferimentos; infeções/infestações; dor Jansen, Mendes (1984, p.167-171); Burkill (1985, p.214); Watt, Breyer-Brandwijk (1962, p.118, 119).

Asparagaceae
 
Asparagus africanus var. puberulus (Baker) Sebsebe “Planta medicinal. A casca da raiz, quente, cura a dor de dentes (informação indígena)” Dor Sistema digestivo Sistema digestivo; sistema geniturinário Nwafor et al. (2007, p.492).

Asteraceae
 
Helichrysopsis septentrionalis (Vatke) Hilliard “(para limpar o cú das crianças)” Doenças não especificadas      

Linzia gerberiformis (Oliv. e Hiern) H.Rob. “Os indígenas fazem cozimentos medicinais para aumentar a virilidade” Sistema geniturinário   Sistema geniturinário; sistema digestivo; infeções/infestações; pele/tecido celular subcutâneo e ferimentos; dor Prota (s.d.); Burkill (1985, p.509).

Begoniaceae
 
Begonia oxyloba Welw. ex Hook.f. “Remédio para dor de barriga” Sistema digestivo   Doenças não especificadas Prota (s.d.).

Burseraceae
 
Commiphora neglecta I.Verd. “esfoliando a epiderme” Pele/tecido celular subcutâneo e ferimentos   Doenças não especificadas Paraskeva et al. (2008, p.673, 674).

Capparaceae
 
Capparis viminea Hook.f. e Thomson ex Oliv. var. viminea “Raiz antiofídica, em papa cozida, ingerida, segundo informação local” Envenenamentos   Sistema musculoesquelético; sistema respiratório; sistema nervoso; pele/tecido celular subcutâneo e ferimentos Burkill (1985, p.325).

Capparis viminea var. orthacantha (Gilg e Gilg-Ben.) DeWolf “Pisa pau para as dores de cabeça” Dor   Sistema musculoesquelético; sistema respiratório; sistema nervoso; pele/tecido celular subcutâneo e ferimentos Burkill (1985, p.325).

Maerua triphylla var. pubescens (Klotzsch) DeWolf “Serve para pôr na cabeça em cocção de folhas quente” Doenças não especificadas Sistema geniturinário; sistema sensorial; infeções/infestações Sistema geniturinário; sistema musculoesquelético; sistema respiratório; sistema sensorial; dor; pele/tecido celular subcutâneo e ferimentos; infeções/infestações; envenenamentos Sepasal (1999); Prota (s.d.); Jansen, Mendes (1990, p.259-262).

Boscia foetida subsp.  rehmanniana (Pestal.) Toelken “As raízes pisadas em água são boas para beber” Doenças não especificadas   Doenças não especificadas; sistema geniturinário Watt, Breyer-Brandwijk (1962, p.159); Schmidt, Lötter, McCleland (2002, p.122).

Cladostemon kirkii (Oliv.) Pax e Gilg “Raiz medicinal como a da mandioca” Doenças não especificadas Sistema digestivo; sistema geniturinário; sistema musculoesquelético; sistema respiratório; sistema sensorial; infeções/infestações ; gravidez/parto/puerpério; distúrbios nutricionais Doenças não especificadas Ribeiro et al. (2010, p.11); Jansen, Mendes (1990, p.223-228).

Capparaceae
 
Thilachium africanum Lour. “As folhas pisadas servem para fazer rebentar os furúnculos” Pele/tecido celular subcutâneo e ferimentos Sistema digestivo; sistema musculoesquelético; sistema respiratório; dor Infeções/infestações; dor; envenenamentos Sepasal (1999); Prota (s.d.); Jansen, Mendes (1990, p.265-271); Ribeiro et al. (2010, p.11).

Celastraceae
 
Gymnosporia senegalensis (Lam.) Loes. “Planta medicinal contra a desinteria amebiana (infuso de folhas)” Infeções/infestações Infeções/infestações; sistema digestivo; sistema geniturinário; sistema nervoso; sistema respiratório; gravidez/parto/puerpério Infeções/infestações; sistema digestivo; sistema geniturinário; sistema musculoesquelético; sistema nervoso; sistema respiratório; sistema sensorial; pele/tecido celular subcutâneo e ferimentos; envenenamentos; dor; gravidez/parto/puerpério; neoplasias Ribeiro et al. (2010, p.11); Jansen, Mendes (1984, p.14, 1990, p.181, 202); Jansen (1991, p.41-53); Watt, Breyer-BrandwijK (1962, p.183); Palgrave et al. (1981, p.501); Burkill (1985, p.357); Prelude (2003); Sepasal (1999).

Cleomaceae
 
Cleome angustifolia subsp. petersiana (Klotzsch) Kers “As sementes esmagadas e postas em infusão são úteis contra a diarreia” Sistema digestivo   Infeções/infestações; dor Sepasal (1999).

Combretaceae
 
Combretum collinum Fresen. “Folhas, esmagadas, para as dores de dentes” Dor Dor; sistema digestivo Dor; sistema digestivo; infeções/infestações; envenenamentos; sistema respiratório; sistema sensorial; sistema circulatório e sanguíneo Jansen, Mendes (1991, p.109-117); Burkill (1985, p.393, 394); Sepasal (1999); Prelude (2003).

Convolvulaceae
 
Bonamia mossambicensis (Klotzsch) Hallier f. “As raízes são medicinais” Doenças não especificadas Sistema respiratório Doenças não especificadas Jansen, Mendes (1990, p.48); Prota (s.d.).

Cucurbitaceae
 
Cucumis hirsutus Sond. “Plantas empregadas na cura da lepra … o seu carvão põe-se nas feridas” Infeções/infestações Sistema digestivo; sistema geniturinário; sistema musculoesquelético Sistema respiratório; sistema nervoso Prota (s.d.); Watt, Breyer-Brandwijk (1962, p.352); Bruschi et al. (2011, p.549); Sobiecki (2002, p.8).
Diplocyclos tenuis (Klotzsch) C.Jeffrey “A raiz queimada, em pó, posta na cova do dente furado acalma a dor” Dor

Ebenaceae
 
Diospyros villosa (L.) De Winter var. villosa “Os indígenas utilizam as raízes para branquear os dentes” Higiene oral   Sistema digestivo; sistema musculoesquelético; pele/tecido celular subcutâneo e ferimentos Watt, Breyer-Brandwijk (1962, p.393).

Euclea natalensis subsp. acutifolia F.White “Serve para fazer remédio das mulheres quando estão prenhas. Põe raiz num frasco com água e depois mulher bebe água e faz bem, faz filho bem” Gravidez/parto/puerpério Infeções/infestações; sistema respiratório; pele/tecido celular subcutâneo e ferimentos; higiene oral; dor Sistema digestivo; infeções/infestações; higiene oral; dor Prota (s.d.); Watt, Breyer-Brandwijk (1962, p.390); Bandeira, Gaspar, Pagula (2001, p.71).

Euphorbiaceae
 
Croton megalobotrys Müll. Arg. “Utilizam a casca da árvore e os frutos como remédio intestinal; folhas medicamen-tosas para os indígenas” Sistema digestivo; doenças não especificadas Infeções/infestações Sistema digestivo; sistema geniturinário; infeções/infestações; distúrbios nutricionais; dor Radcliffe-Smith (1996, p.288, 289); Watt, Breyer-Brandwijk (1962, p.399, 400); Palgrave et al. (1981, p.417); Sepasal (1999).

Euphorbiaceae
 
Tragia okanyua Pax “O indígena esfrega a cabeça com esta planta quando tem dores” Dor   Doenças não especificadas; sistema geniturinário; sistema circulatório e sanguíneo; envenenamentos Cheikhyoussef et al. (2011, p.1); Sepasal (1999).

Euphorbia graniticola L.C.Leach “Aplica-se o leite sobre os furúnculos e estes rebentam” Pele/tecido celular subcutâneo e ferimentos      

Fabaceae
 
Abrus precatorius agg “As folhas come gente quando a barriga dói tem bom gosto” Sistema digestivo Sistema digestivo; sistema geniturinário; pele/tecido celular subcutâneo e ferimentos; sistema respiratório Sistema circulatório e sanguíneo; sistema digestivo; sistema geniturinário; sistema musculoesquelético; sistema nervoso; sistema respiratório; sistema sensorial; pele/tecido celular subcutâneo e ferimentos; infeções/infestações; envenenamentos; dor; neoplasias; distúrbios nutricionais; sistema imunitário Jansen, Mendes (1983, p.169, 1991, p.166); Burkill (1995, p.268-271); Watt, Breyer-Brandwijk (1962, p.535); Prelude (2003); Sepasal (1999); USDA (s.d.); Bruschi et al. (2011, p.547); Roque (2001, p.250).

Cassia abbreviata Oliv. “As vagens verdes cortadas em rodelas, aplicam-se sobre as feridas para não infectar” Pele/tecido celular subcutâneo e ferimentos Sistema digestivo; sistema sensorial; infeções/infestações; sistema geniturinário; sistema musculoesquelético; gravidez/parto/puerpério; envenenamentos; dor Pele/tecido celular subcutâneo e ferimentos; sistema circulatório e sanguíneo; sistema digestivo; sistema geniturinário; sistema respiratório; sistema sensorial; infeções/infestações; dor; envenenamentos; distúrbios nutricionais Sepasal (1999); Prota (s.d.); Prelude (2003); Palgrave et al. (1957, p.93-96, 1981, p.288); Bruschi et al. (2011, p.548).

Fabaceae
 
Erythrina lysistemon Hutch. “Infuso para febre” Infeções/infestações   Sistema geniturinário; sistema musculoesquelético; pele/tecido celular subcutâneo e ferimentos; gravidez/parto/puerpério; dor Palgrave et al. (1957, p.321, 1981, p.332); USDA (s.d.).

Newtonia buchananii (Baker f.) G.C.C.Gilbert e Boutique “O indígena diz que a Piptadenia é afrodisíaco (a casca posta na água)” Sistema geniturinário Sistema geniturinário Sistema geniturinário; pele/tecido celular subcutâneo e ferimentos; infeções/infestações Prota (s.d.); Feijão (1961, p.373, 374); Kokwaro (2009, p.168).

Pericopsis angolensis (Baker) Meeuwen “Remédio para dor de barriga (a folha pisada e coada)” Sistema digestivo   Sistema circulatório e sanguíneo; sistema digestivo; sistema geniturinário; sistema sensorial; sistema respiratório; infeções/infestações; dor; neoplasias Prota (s.d.); Palgrave et al. (1957, p.309-312, 1981, p.297); Watt, Breyer-Brandwijk (1962, p.552).

Schotia brachypetala Sond. “Dizem ter utilidade medicinal, como decocto para limpeza do estômago e dos intestinos” Sistema digestivo   Sistema digestivo; sistema circulatório e sanguíneo; doenças mentais; sistema respiratório; dor; pele/tecido celular subcutâneo e ferimentos Prelude (2003); Prota (s.d.); Palgrave et al. (1981, p.275, 1957, p.119); Watt, Breyer-Brandwijk (1962, p.645, 646).

Lamiaceae
 
Ocimum gratissimum L. var. gratissimum “Medicinal para os indígenas: desinteria (chá) e dores de cabeça (uso externo)” Sistema digestivo   Sistema digestivo; dor; sistema geniturinário; sistema respiratório; infeções/infestações; sistema nervoso; sistema musculoesquelético; sistema sensorial; envenenamentos; distúrbios nutricionais USDA (s.d.); Burkill (1995, p.27); Watt, Breyer-Brandwijk (1962, p.524).

Lamiaceae
 
Pycnostachys sp. “Quando tem a cabeça com dor esfrega assim com mão e depois se cheira e depois fica bom cabeça” Dor      

Loganiaceae
 
Strychnos henningsii Gilg “A raiz e o pau serve de remédio contra as cólicas; a raiz raspada dá força para rapariga” Sistema digestivo; doenças não especificadas   Sistema digestivo; sistema geniturinário; sistema musculoesquelético; infeções/infestações; dor; envenenamentos Sepasal (1999); Watt, Breyer-Brandwijk (1962, p.728, 729); Palgrave et al. (1981, p.765).

Loranthaceae
 
Erianthemum dregei (Eckl. e Zeyl.) Tiegh. “Cortada aos bocados em verde, posta ao fogo, passando o fumo pela cara afugenta a febre” Infeções/infestações   Infeções/infestações; sistema digestivo; sistema nervoso; pele/tecido celular subcutâneo e ferimentos; neoplasias Prelude (2003); Watt, Breyer-Brandwijk (1962, p.731).

Malvaceae
 
Thespesia populnea “(a raiz dá remédio para a febre)” Infeções/infestações   Infeções/infestações; sistema circulatório e sanguíneo; sistema digestivo; sistema geniturinário; sistema musculoesquelético; dor; pele/tecido celular subcutâneo e ferimentos; neoplasias; sistema respiratório USDA (s.d.); Feijão (1963, p.45); Burkill (1997).

Triumfetta welwitschii Mast. var. welwitschii “Plantas empregadas na cura da lepra” Infeções/infestações   Doenças não especificadas Prota (s.d.).

Moraceae
 
Maclura africana (Bureau) Corner “As folhas e raízes para combater a tosse (em chá)” Sistema respiratório Sistema respiratório; sistema geniturinário; dor Dor; envenenamentos Jansen, Mendes (1983, p.169, 1984, p.14, 199, 1990, p.202, 1991, p.48, 49); Watt, Breyer-Brandwijk (1962, p.772).

Myrtaceae
 
Syzygium guineense (Willd.) DC. subsp. guineense “Plantas empregadas na cura da lepra … (cascas num saco)” Infeções/infestações   Infeções/infestações; sistema digestivo; sistema geniturinário; distúrbios nutricionais; dor; pele/tecido celular subcutâneo e ferimentos; sistema respiratório; sistema musculoesquelético; sistema nervoso; sistema sensorial; envenenamentos Palgrave et al. (1981, p.691); Burkill (1997); Prota (s.d.); Watt, Breyer-Brandwijk (1962, p.800); Feijão (1961, p.102); Sepasal (1999); Prelude (2003).

Ochnaceae
 
Brackenridgea zanguebarica Oliv. “Medicinal” Doenças não especificadas Sistema nervoso; infeções/infestações; sistema digestivo; pele/tecido celular subcutâneo e ferimentos; gravidez/parto/puerpério; sistema musculoesquelético Pele/tecido celular subcutâneo e ferimentos; envenenamentos Watt, Breyer-Brandwijk (1962, p.802); Bruschi et al. (2011, p.548).

Orobanchaceae
 
Cycnium adonense E.Mey. ex Benth. subsp. adonense “Plantas empregadas na cura da lepra” Infeções/infestações   Sistema sensorial; envenenamentos Watt, Breyer-Brandwijk (1962, p.937); Prota (s.d.).

Phyllanthaceae
 
Bridelia cathartica G.Bertol. subsp. cathartica “Planta medicinal, purgativa (infuso de folhas e raízes)” Sistema digestivo Infeções/infestações; sistema geniturinário Sistema digestivo; pele/tecido celular subcutâneo e ferimentos Sepasal (1999); Prota (s.d.); Jansen, Mendes (1983, p.56); Watt, Breyer-Brandwijk (1962, p.397); Bandeira, Gaspar, Pagula (2001, p.71).

Hymenocardia acida Tul. “medicinal para feridas” Pele/tecido celular subcutâneo e ferimentos Infeções/infestações; sistema geniturinário; distúrbios nutricionais Pele/tecido celular subcutâneo e ferimentos; sistema circulatório e sanguíneo; sistema digestivo; sistema geniturinário; sistema musculoesquelético; sistema nervoso; gravidez/parto/puerpério; sistema respiratório; sistema sensorial; infeções/infestações; envenenamentos; dor; neoplasias; distúrbios nutricionais Watt, Breyer-Brandwijk (1962, p.420); Palgrave et al. (1981, p.404); Burkill (1994, p.85-87); Prota (s.d.); Bruschi et al. (2011, p.551).

Phyllanthus reticulatus Poir. “Para limpar os dentes e para curar feridas” Higiene oral; pele/tecido celular subcutâneo e ferimentos Sistema geniturinário Higiene oral; pele/tecido celular subcutâneo e ferimentos; sistema circulatório e sanguíneo; sistema digestivo; sistema geniturinário; sistema musculoesquelético; sistema nervoso; sistema sensorial; infeções/infestações; neoplasias; distúrbios nutricionais Burkill (1994, p.125, 126); Jansen, Mendes (1983, p.157); Watt, Breyer-Brandwijk (1962, p.427); Sepasal (1999).

Phyllanthaceae
 
Uapaca sansibarica Pax “Cascas num saco (cascas empregadas em decoche e para banho)” Doenças não especificadas   Sistema digestivo; infeções/infestações Radcliffe-Smith (1996, p.100); Gowela et al. (2005, p.39-48).

Piperaceae
 
Piper capense L.f. “Folha medicinal para dor de barriga” Sistema digestivo   Sistema digestivo; sistema circulatório e sanguíneo; sistema geniturinário; sistema musculoesquelético; sistema nervoso; sistema respiratório; pele/tecido celular subcutâneo e ferimentos; infeções/infestações Prota (s.d.); Burkill (1997); Watt, Breyer-Brandwijk (1962, p.846).

Polygalaceae
 
Securidaca longipedunculata Fresen. “A raiz em água, infusão, e bebida aumenta a virilidade” Sistema geniturinário Infeções/infestações ; envenenamentos; sistema digestivo; pele/tecido celular subcutâneo e ferimentos Sistema geniturinário; sistema digestivo; sistema musculoesquelético; sistema respiratório; sistema sensorial; pele/tecido celular subcutâneo e ferimentos; infeções/infestações; dor; envenenamentos; sistema nervoso USDA (s.d.); Palgrave et al. (1957, p.346); Feijão (1961, p.231, 232); Watt, Breyer-Brandwijk (1962, p.853-857); Romeiras et al. (2012, p.1033); Bruschi et al. (2011, p.554).

Portulacaceae
 
Portulaca quadrifida L. “Serve de remédio contra as doenças venéreas Ingere-se a infusão” Infeções/infestações Infeções/infestações; sistema digestivo Infeções/infestações; sistema circulatório e sanguíneo; sistema digestivo; sistema geniturinário; sistema musculoesquelético; sistema respiratório; gravidez/parto/puerpério; pele/tecido celular subcutâneo e ferimentos; dor; envenenamentos; distúrbios nutricionais USDA (s.d.); Sepasal (1999); Prelude (2003); Prota (s.d.); Watt, Breyer-Brandwijk (1962, p.424, 869); Burkill (1997).

Ranunculaceae
 
Clematis brachiata Thunb. “Quando esfregar na mão e cheirar faz bem à cabeça e também põe no tabaco” Doenças não especificadas Sistema respiratório; infeções/infestações Sistema circulatório e sanguíneo; dor; sistema geniturinário; sistema respiratório; infeções/infestações; envenenamentos Prota (s.d.); Watt, Breyer-Brandwijk (1962, p.878).

Ranunculus multifidus Forssk. “Usado como remédio para tratamento das blenorragias” Infeções/infestações   Infeções/infestações; sistema digestivo; sistema musculoesquelético; sistema nervoso; sistema respiratório; sistema sensorial; pele/tecido celular subcutâneo e ferimentos; dor; neoplasias; sistema geniturinário; sistema circulatório e sanguíneo; gravidez/parto/puerpério USDA (s.d.); Prelude (2003); Prota (s.d.); Burkill (1997); Watt, Breyer-Brandwijk (1962, p.880, 881).

Rhamnaceae
 
Helinus integrifolius (Lam.) Kuntze “Raiz dá espuma quando esfrega no água; espuma faz limpar o barriga do menino” Sistema digestivo   Sistema digestivo; infeções/infestações; pele/tecido celular subcutâneo e ferimentos; doenças mentais; sistema imunitário Prota (s.d.); Schmidt, Lötter, McCleland (2002, p.218).

Rubiaceae
 
Catunaregam swynnertonii (S.Moore) Bridson “A raiz cozida em água serve para dar força a gente com mulher” Sistema geniturinário      

Gardenia ternifolia Schumach. e Thonn. subsp. jovis-tonantis (Welw.) Verdc. var. goetzei (Stapf e Hutch.) Verdc. “A raiz é medicinal. Molha com água e esfrega com os mão e depois sai aquela espuma como sabão e começa a lamber aquela espuma e faz bem a barriga mesmo e purga mesmo” Sistema digestivo Sistema digestivo; infeções/infestações; sistema respiratório; gravidez/parto/puerpério Sistema digestivo; sistema nervoso; doenças mentais; doenças não especificadas Palgrave et al. (1957, p.385-388, 1981, p.855); Bruschi et al. (2011, p.550); Sobiecki (2002, p.16).

Gardenia volkensii K.Schum. subsp. volkensii var. volkensii “Os frutos em infusão em água fria são bons para as desinterias, a raiz mastigada provoca satiríase” Sistema digestivo Sistema digestivo Doenças não especificadas Sibis (2009); Ribeiro et al. (2010, p.8, 10).

Rutaceae
 
Zanthoxylum humile (E.A.Bruce) P.G.Waterman “É utilizada pelos indígenas para remédio para os dentes, assando a raiz” Dor Dor; infeções/infestações; pele/tecido celular subcutâneo e ferimentos Dor Jansen (1984, p.199, 1990, p.217); Watt, Breyer-Brandwijk (1962, p.920); Ribeiro et al. (2010, p.8, 10, 13).

Salicaceae
 
Flacourtia indica (Burm.f.) Merr. “A folha dá remédio contra a diarreia” Sistema digestivo Sistema nervoso; sistema digestivo; infeções/infestações Sistema digestivo; sistema geniturinário; sistema respiratório; sistema nervoso; infeções/infestações; dor; pele/tecido celular subcutâneo e ferimentos; sistema musculoesquelético; distúrbios nutricionais; envenenamentos Prota (s.d.); Sepasal (1999); Watt, Breyer-Brandwijk (1962, p.444); Burkill (1994, p.156); Bruschi et al. (2011, p.550).

Oncoba spinosa Forssk. “A raiz é utilizada para mezinhas indígenas. A casca da raiz fervida é antivenérea empregada antes da cópula, em lavagem. A cinza da raiz empregada à maneira de vacina nos pulsos e nos tornozelos previne a mordedura das cobras, tornando-a inofensiva. Informa o Lourenço que depois desta vacina a pessoa pode ser mordida sem perigo. Os indígenas assim preparados podem brincar com as cobras. Colher casca desta planta para estudo desta propriedade preventiva” Infeções/infestações; envenenamentos Infeções/infestações; sistema geniturinário Infeções/infestações; sistema digestivo; sistema geniturinário; pele/tecido celular subcutâneo e ferimentos; dor; distúrbios nutricionais; sistema nervoso; sistema sensorial Jansen, Mendes (1991, p.48); Prota (s.d.); Roux (2003); Palgrave et al. (1981, p.624); Burkill (1994, p.160); Watt, Breyer-Brandwijk (1962, p.446); Prelude (2003); Bruschi et al. (2011, p.552).

Salvadoraceae
 
Salvadora persica L. var. persica “É utilizada para curar as constipações moendo as folhas em verde e cheirando-as como rapé” Sistema respiratório   Higiene oral; infeções/infestações; sistema digestivo; sistema respiratório Prelude (2003); Schmidt, Lötter, McCleland (2002, p.218).

Santalaceae
 
Viscum triflorum DC. “Planta medicinal” Doenças não especificadas   Doenças não específicadas Prota (s.d.).

Solanaceae
 
Solanum aculeatissimum Jacq. “O leite dos frutos é empregado contra as dores de cabeça” Dor   Dor; sistema digestivo; sistema geniturinário; sistema musculoesquelético; sistema respiratório; sistema sensorial; infeções/infestações; pele/tecido celular subcutâneo e ferimentos; envenenamentos USDA (s.d.); Prota (s.d.); Welman (2003, p.5); Burkill (2000); Watt, Breyer-Brandwijk (1962, p.990).

Vitaceae
 
Ampelocissus obtusata subsp. kirkiana (Planch.) Wild e R.B.Drumm. “Plantas empregadas na cura da lepra” Infeções/infestações   Sistema circulatório e sanguíneo; sistema digestivo; sistema geniturinário Sepasal (1999); Prota (s.d.).

Cissus cornifolia (Baker) Planch. “Os indígenas usam a casca em coecção fervida para a febre puerperal” Infeções/infestações Pele/tecido celular subcutâneo e ferimentos Infeções/infestações; sistema respiratório Burkill (2000); Ribeiro et al. (2010, p.9, 10, 13).

Cyphostemma gigantophyllum (Gilg e M.Brandt) Desc. Ex Wild e R.B.Drumm. “Plantas empregadas na cura da lepra … o seu carvão põe-se nas feridas” Infeções/infestações      

Vitaceae
 
Cyphostemma junceum (Webb) Wild e R.B.Drumm. “Plantas empregadas na cura da lepra” Infeções/infestações   Infeções/infestações; sistema digestivo; sistema geniturinário; envenenamentos; gravidez/parto/puerpério; sistema circulatório e sanguíneo Prota (s.d.); Sepasal (1999); Prelude (2003); Burkill (2000).

Cissus quadrangularis L. “Para tratar feridas do gado” Pele/tecido celular subcutâneo e ferimentos Pele/tecido celular subcutâneo e ferimentos; sistema musculoesquelético; sistema respiratório; sistema sensorial; envenenamentos; infeções/infestações Pele/tecido celular subcutâneo e ferimentos; sistema digestivo; sistema geniturinário; sistema musculoesquelético; sistema respiratório; sistema sensorial; infeções/infestações; envenenamentos; dor; doenças mentais; sistema nervoso; gravidez/parto/puerpério Prota (s.d.); Prelude (2003); Burkill (2000); Watt, Breyer-Brandwijk (1962, p.1058); Bruschi et al. (2011, p.548); Ribeiro et al. (2010, p.9, 10, 13).

Fonte: Organizado pelos autores a partir de Mendonça (1942-1945, 1947-1948), Garcia (1948), Torre (1947-1948), Barbosa (1947-1948) e da bibliografia mencionada na tabela. A categorização do uso medicinal foi adaptada da base de dados Sepasal (1999)

Em relação ao hábito (porte da planta), tratam-se na sua maioria de plantas lenhosas, distinguindo-se, neste âmbito, 12 árvores, 21 arbustos ou pequenas árvores, 15 arbustos, 16 ervas e sete trepadeiras. No que diz respeito à distribuição nativa verifica-se que sessenta são afrotropicais e dez são também nativas de outros domínios biogeográficos, em particular do indo-malaio. Apenas uma espécie (Hydnocarpus venenata) é indo-malaia (Quadro 2).

Quadro 2 : Hábitos, nomes vernáculos e locais de colheita dos taxa referidos como tendo uso medicinal nos cadernos de campo dos coletores da Missão Botânica de Moçambique (1942-1948) 

Família; taxa Hábito Nome vernáculo Local Distribuição em Moçambique Domínio biogeográfico
Acanthaceae
 
Thunbergia lancifolia T.Anderson Erva sata 130 Zambézia Afrotropical

Achariaceae
 
Hydnocarpus venenata Gaertn. Árvore   83 Manica Indo-malaio

Amaranthaceae
 
Cyathula natalensis Sond. Erva   6 Maputo Afrotropical

Anacardiaceae
 
Lannea edulis (Sond.) Engl. var. edulis Subarbusto diacamba 130, 152 Tete, Zambézia Afrotropical

Apocynaceae
 
Carissa bispinosa (L.) Desf. ex Brenan Arbusto pica-pica 2, 68, 70, 95, 117 Manica, Maputo, Sofala Afrotropical

Cryptolepis oblongifolia (Meisn.) Schltr. Arbusto rucangaza 83, 89, 90, 103, 136 Manica, Tete Afrotropical

Diplorhynchus condylocarpon (Müll. Arg.) Pichon Arbusto ou pequena árvore m’tôa 56, 60, 66, 81, 91, 104, 135, 159 Cabo Delgado, Manica, Zambézia Afrotropical

Strophanthus petersianus Klotzsch Arbusto ou liana ncêquêce 3, 6, 18, 39, 42, 77, 78, 160 Cabo Delgado, Inhambane, Manica, Maputo, Sofala Afrotropical

Aristolochiaceae
 
Aristolochia albida Duch. Trepadeira nhongoeangone 94, 122 Manica, Sofala Afrotropical

Asparagaceae
 
Asparagus africanus var. puberulus (Baker) Sebsebe Arbusto cissanemba 32, 93, 116 Manica, Maputo, Sofala Afrotropical

Asteraceae
 
Helichrysopsis septentrionalis (Vatke) Hilliard Erva ruingate 35, 50 Gaza, Inhambane Afrotropical

Linzia gerberiformis (Oliv. e Hiern) H.Rob. Erva nhacavava 9, 67, 73, 79, 98, 99, 137 Manica, Maputo, Sofala, Tete Afrotropical

Begoniaceae
 
Begonia oxyloba Welw. ex Hook.f. Erva moluco 141 Zambézia Afrotropical

Burseraceae
 
Commiphora neglecta I.Verd.   Árvore 3, 4, 23 Maputo Afrotropical

Capparaceae
 
Capparis viminea Hook.f. e Thomson ex Oliv. var. viminea Arbusto rucato 92 Manica Afrotropical

Capparis viminea var. orthacantha (Gilg e Gilg-Ben.) DeWolf Arbusto mualangue 165 Cabo Delgado Afrotropical

Maerua triphylla var. pubescens (Klotzsch) DeWolf Arbusto ou pequena árvore chimuamarruca 50, 126 Inhambane, Tete Afrotropical

Boscia foetida subsp. rehmanniana (Pestal.) Toelken Arbusto ou pequena árvore chucutza 10, 47, 48 Gaza, Inhambane, Maputo Afrotropical

Capparaceae
 
Cladostemon kirkii (Oliv.) Pax e Gilg Arbusto ou pequena árvore combocôre 8, 41, 74 Gaza, Maputo, Sofala Afrotropical

Thilachium africanum Lour. Arbusto ou pequena árvore chimuamarruca 5, 20, 48, 123, 124, 128, 131, 161 Cabo Delgado, Inhambane, Maputo, Tete, Zambézia Afrotropical

Celastraceae
 
Gymnosporia senegalensis (Lam.) Loes. Arbusto ou pequena árvore xichângue 25, 44, 54 Gaza, Inhambane Afrotropical, Indo-malaio, Paleártico, Australásia

Cleomaceae
 
Cleome angustifolia subsp. petersiana (Klotzsch) Kers Erva   13, 35 Gaza, Maputo Afrotropical

Combretaceae
 
Combretum collinum Fresen. Árvore   49, 84, 90, 92, 111 Gaza, Manica Afrotropical

Convolvulaceae
 
Bonamia mossambicensis (Klotzsch) Hallier f. Trepadeira náquidumba 160, 166 Cabo Delgado Afrotropical

Cucurbitaceae
 
Cucumis hirsutus Sond. Erva eragabué 130 Zambézia Afrotropical

Diplocyclos tenuis (Klotzsch) C.Jeffrey Trepadeira zangane 50 Inhambane Afrotropical

Ebenaceae
 
Diospyros villosa (L.) De Winter var. villosa Arbusto ou trepadeira chibabane 27, 28 Gaza, Inhambane Afrotropical

Euclea natalensis subsp. acutifolia F.White Arbusto ou pequena árvore namedine 65, 84, 107, 108 Manica Afrotropical

Euphorbiaceae
 
Croton megalobotrys Müll. Arg. Árvore chungué-chungué 21, 26, 38 Maputo Afrotropical

Tragia okanyua Pax Erva xicumba-cumba 43, 126 Gaza, Tete Afrotropical

Euphorbia graniticola L.C.Leach Arbusto ou pequena árvore muconde 94, 104 Manica Afrotropical (endémica de Moçambique)

Fabaceae
 
Abrus precatorius agg Trepadeira metituaroi 30, 36, 72, 87, 105 Gaza, Inhambane, Manica Afrotropical, Indo-malaio, Australásia

Fabaceae
 
Cassia abbreviata Oliv. Arbusto ou pequena árvore mulumanhama 80 Sofala Afrotropical

Erythrina lysistemon Hutch. Árvore namecolocoma 60, 114, 139 Manica, Sofala, Zambézia Afrotropical

Newtonia buchananii (Baker f.) G.C.C.Gilbert e Boutique Árvore   90, 106, 108, 117, 121 Manica, Sofala Afrotropical

Pericopsis angolensis (Baker) Meeuwen Árvore muhanga 94, 97, 103, 116, 132, 133 Manica, Sofala, Zambézia Afrotropical

Schotia brachypetala Sond. Árvore shitibzana 5, 8, 12, 24 Maputo Afrotropical

Lamiaceae
 
Ocimum gratissimum L. var. gratissimum Erva chinuanúa 88 Manica Afrotropical, Indo-malaio, Australásia

Pycnostachys sp. Erva munganhunho 64 Manica Afrotropical

Loganiaceae
 
Strychnos henningsii Gilg Arbusto ou pequena árvore manouno panda 3, 8, 76, 78 Maputo, Sofala Afrotropical

Loranthaceae
 
Erianthemum dregei (Eckl. e Zeyl.) Tiegh. Arbusto pacama 1, 19, 22, 46, 50 Inhambane, Maputo Afrotropical

Malvaceae
 
Thespesia populnea Arbusto ou pequena árvore   167 Cabo Delgado Afrotropical, Indo-malaio, Australásia, Oceânia, Neotropical

Triumfetta welwitschii Mast. var. welwitschii Erva tutuma 130, 150, 152, 153 Niassa, Tete, Zambézia Afrotropical

Moraceae
 
Maclura africana (Bureau) Corner Arbusto ou pequena árvore pumbulo 4, 34, 50, 75, 128 Inhambane, Maputo, Sofala, Tete Afrotropical

Myrtaceae
 
Syzygium guineense (Willd.) DC. subsp. guineense Árvore ou pequena árvore nanhoa 62, 130, 156 Niassa, Sofala, Zambézia Afrotropical

Ochnaceae
 
Brackenridgea zanguebarica Oliv. Arbusto ou pequena árvore mino 88, 103, 159, 163 Cabo Delgado, Manica Afrotropical

Orobanchaceae
 
Cycnium adonense E.Mey. ex Benth. subsp. adonense Erva saila 130 Zambézia Afrotropical

Phyllanthaceae
 
Bridelia cathartica G.Bertol. subsp. cathartica Árvore balatangate 3, 25 Gaza, Maputo Afrotropical

Hymenocardia acida Tul. Arbusto ou pequena árvore m pute coche 84, 93, 100, 104, 115, 159 Cabo Delgado, Manica, Sofala Afrotropical

Phyllanthus reticulatus Poir. Arbusto ou pequena árvore cuatima 16, 51, 155 Inhambane, Niassa, Maputo Afrotropical

Uapaca sansibarica Pax Árvore mutú 59, 71, 96, 104, 107, 130, 134, 148, 154, 158 Manica, Niassa, Sofala, Tete, Zambézia Afrotropical

Piperaceae
 
Piper capense L.f. Arbusto ou subarbusto mona moluco 133, 140 Zambézia Afrotropical

Polygalaceae
 
Securidaca longipedunculata Fresen. Arbusto ou pequena árvore tçatçu 7, 11, 48, 52, 53, 63, 78, 83, 87, 94, 102, 112, 118, 132, 142 Gaza, Inhambane, Manica, Maputo, Sofala, Tete, Zambézia Afrotropical

Portulacaceae
 
Portulaca quadrifida L. Erva chineane 4, 145 Nampula, Maputo Afrotropical, Indo-malaio, Paleártico, Oceânia

Ranunculaceae
 
Clematis brachiata Thunb. Trepadeira mucoca; mucoco 72, 108 Manica Afrotropical

Ranunculus multifidus Forssk. Erva cambi 2 Maputo Afrotropical, Paleártico

Rhamnaceae
 
Helinus integrifolius (Lam.) Kuntze Arbusto pupuma 15, 69, 86 Manica, Maputo Afrotropical

Rubiaceae
 
Catunaregam swynnertonii (S.Moore) Bridson   Arbusto ou pequena árvore 61, 91 Manica Afrotropical

Rubiaceae
 
Gardenia ternifolia Schumach. e Thonn. subsp. jovis-tonantis (Welw.) Verdc. var. goetzei (Stapf e Hutch.) Verdc. Arbusto ou pequena árvore mutara 60, 84 Manica Afrotropical

Gardenia volkensii K.Schum. subsp. volkensii var. volkensii Árvore chitzalala 8, 14 Maputo Afrotropical

Rutaceae
 
Zanthoxylum humile (E.A.Bruce) P.G.Waterman Arbusto manunguane 23, 29, 37 Maputo Afrotropical

Salicaceae
 
Flacourtia indica (Burm.f.) Merr. Arbusto ou pequena árvore mundiduè 50, 51, 58, 84, 87, 91, 94, 101, 110, 125, 129, 144, 147, 157, 162 Inhambane, Manica, Nampula, Niassa, Sofala, Tete, Zambézia Afrotropical, Indo-malaio

Oncoba spinosa Forssk. Arbusto ou pequena árvore m´tuio 79, 109 Manica, Sofala Afrotropical

Salvadoraceae
 
Salvadora persica L. var. persica Arbusto ou pequena árvore m´bôcô 37, 161, 164 Cabo Delgado, Maputo Afrotropical, Indo-malaio, Paleártico

Santalaceae
 
Viscum triflorum DC. Arbusto coma 40, 82 Inhambane, Sofala Afrotropical

Solanaceae
 
Solanum aculeatissimum Jacq. Arbusto numuruah; numurua 119 Sofala Afrotropical, Neotropical

Vitaceae
 
Ampelocissus obtusata subsp. kirkiana (Planch.) Wild e R.B.Drumm. Trepadeira inacúa 28, 31, 84, 91, 108, 130 Inhambane, Manica, Zambézia Afrotropical

Cissus cornifolia (Baker) Planch. Arbusto munguingue 33, 45, 55, 57, 113, 120, 138, 143, 146, 151 Gaza, Manica, Moçambique, Nampula, Maputo, Sofala, Tete Afrotropical

Cyphostemma gigantophyllum (Gilg e M.Brandt) Desc. Ex Wild e R.B.Drumm. Erva muanameluco 85, 91, 94, 106, 108, 130 Manica, Zambézia Afrotropical

Cyphostemma junceum (Webb) Wild e R.B.Drumm. Erva mucutuco 130, 149 Tete, Zambézia Afrotropical

Vitaceae
 
Cissus quadrangularis L. Trepadeira shobólólo 17, 20, 45, 78, 127 Gaza, Maputo, Sofala, Tete Afrotropical, Indo-malaio, Paleártico

Fonte: Organizado pelos autores a partir de Mendonça (1942-1945, 1947-1948), Garcia (1948), Torre (1947-1948) e Barbosa (1947-1948). Na coluna com o número do local estão destacados em negrito os locais de colheita dos espécimes mencionados no caderno de campo como tendo uso medicinal. Os restantes locais correspondem a outros espécimes dos mesmos taxa colhidos durante os trabalhos de campo da Missão Botânica de Moçambique (1942-1948). Ver designação do local de colheita no Anexo.

De modo a apurar sobre o contributo da MBM para o conhecimento da flora medicinal de Moçambique e sua distribuição, efetuou-se o mapeamento não apenas das colheitas referidas como medicinais como também dos restantes exemplares colhidos dos mesmos taxa, ainda que sem indicação de uso terapêutico. No total, trata-se de 326 espécimes distribuídos por 167 locais diferentes (Figura 1); verifica-se que a maioria das espécies foi colhida em mais de um local e em mais de uma província. As províncias com maior número de colheitas são Manica e Sofala, sendo também assinalável o número de colheitas na província de Maputo.

Figura 1 : Itinerários fitogeográficos e localização dos espécimes que correspondem a taxa documentados como medicinais nos cadernos de campo da Missão Botânica de Moçambique (1942-1948). Informação detalhada de cada local assim como a respetiva coordenada geográfica é fornecida no Anexo. (Produzida pelos autores a partir dos espécimes georreferenciados, da divisão administrativa de Moçambique (Geonetwork, 2003) e da digitalização dos itinerários fitogeográficos) 

São referidos o tratamento do total de dez categorias de doenças, sendo que cinco espécies foram apontadas para mais de uma categoria (Croton megalobotrys, Ocimum gratissimum var. gratissimum, Oncoba spinosa, Phyllanthus reticulatus e Strychnos henningsii). Por exemplo, Oncoba spinosa é usado como profilático, designadamente na prevenção de doenças venéreas (Infeções/infestações) e envenenamentos por mordeduras de cobra (envenenamentos) (Quadro 1).

Em relação à distribuição das espécies por categorias de doenças, 18 foram identificadas para o tratamento de infeções/infestações, 14 para o tratamento de doenças do sistema digestivo, nove para o tratamento de dor e nove para o tratamento de doenças de pele/tecido celular subcutâneo e ferimentos, constituindo-se estas como as categorias de doenças mais representadas. Doze espécies foram ainda referidas para o tratamento de doenças não especificadas, geralmente sob a descrição de “raiz medicinal” (por exemplo Cladostemon kirkii) ou “planta medicinal” (por exemplo Viscum triflorum) (Gráfico 1).

Gráfico 1 : Categorias de doenças que agrupam os usos medicinais das plantas relatados nos cadernos de campo da Missão Botânica de Moçambique (1942-1948) 

Na categoria das infeções/infestações, a lepra aparece referida para um maior número de espécies (dez). Lidimando, em boa medida, um número considerável de espécies utilizadas no tratamento dessa doença estará o deliberado desvio no percurso, durante a primeira campanha da MBM, para visitar um “curandeiro” de nome Mafuneia que, nos arredores de Milange, província da Zambézia, seria conhecido por curar a lepra, empregando, pelo menos, nove espécies que foram colhidas nas imediações da sua habitação. Refira-se, ainda no âmbito do tratamento da hanseníase, o registo e a colheita, no decorrer da terceira campanha, de um exemplar de Hydnocarpus venenata na Missão Católica de Amatongas (Figura 1, local 83), na então província de Manica e Sofala (atual Manica), cujos padres cultivavam devido às propriedades terapêuticas atribuídas ao óleo de chalmoogra extraído das suas sementes (Wild, Vidigal, 1973, p.2), podendo o facto de essa espécie ser nativa do domínio indo-malaio sugerir sua introdução para o tratamento específico dessa enfermidade. Nesse sentido, mais do que desvelar sobre o impacto da lepra na então colónia de Moçambique, os cadernos de campo da MBM aduzem pistas preciosas para um debate crítico sobre as várias redes de circulação de saberes e agentes envolvidos na assistência médica então estabelecida.

Na categoria das doenças do sistema digestivo, a maioria das ocorrências registadas pela MBM está relacionada com problemas gastrointestinais, designadamente disenterias e diarreias. Um facto a não estranhar na medida em que as diarreias há muito que estão associadas, em Moçambique, a um amplo conjunto de doenças, nele se incluindo as próprias disenterias (Ribeiro et al., 2010, p.3).

Na categoria da dor distinguem-se apenas dois tipos: dores de dentes e dores de cabeça. Para o tratamento das dores de cabeça foi referido o espécime cuja determinação só foi possível até ao género (Pycnostachys) e que corresponde ao espécime colhido em Manica sob o nome vernáculo munganhunho (Quadro 2).

Na categoria das doenças de pele/tecido celular subcutâneo e ferimentos, o tratamento de feridas engloba o maior número de espécies. Salienta-se ainda nessa categoria o tratamento de furúnculos, patologia para a qual foi registada a colheita de um espécime do género Euphorbia, posteriormente determinado como E. graniticola (1964). Essa espécie é endémica em Moçambique, onde se restringe à área entre Chimoio e Manica (Carter, Leach, 2001, p.408-409).

Tendo-se recorrido a várias fontes bibliográficas e bases de dados online sobre os usos medicinais tradicionais dos taxa referidos nos cadernos de campo da MBM, verificou-se que estes registam 34 espécies cuja utilização medicinal presumivelmente ainda não terá sido reportada para Moçambique, correspondendo a 36 usos terapêuticos (Quadro 1). Para tal, contribuem as colheitas de um espécime de Ocimum gratissimum var. gratissimum em Manica (Figura 1, local 88) referido para o tratamento da disenteria e das dores de cabeça (Quadro 1) e de dois espécimes de Strychnos henningsii colhidos, um em Maputo, referido para o tratamento das cólicas (Figura 1, local 3), o outro em Sofala (Figura 1, local 78), para uma doença não especificada.

Outrossim, da interseção entre as espécies cuja utilização medicinal é já reportada para Moçambique e as espécies identificadas pela MBM, os cadernos de campo registam 22 presumíveis novas utilizações para o país. Um número não alheio ao facto de cada categoria de doença poder incluir várias patologias. Por exemplo, as espécies Cyathula natalensis e Flacourtia indica, já reportadas respetivamente para o tratamento de feridas e da dor de estômago, e as espécies Oncoba spinosa e Thunbergia lancifolia, ambas para o tratamento da bilharziose, são mencionadas nos cadernos de campo da MBM para o tratamento das manchas de pele, da diarreia, da lepra, prevenção de doenças venéreas e envenenamentos por mordeduras de cobra. Refira-se ainda a dificuldade em categorizar descrições sintomatológicas. Por exemplo, a Maclura africana, reportada para o tratamento da bronquite e da tuberculose, é mencionada nos cadernos de campo para o tratamento da tosse. Embora convindo que a tosse possa ser um sintoma da bronquite e da tuberculose, optou-se por distingui-las dentro da mesma categoria.

Desse modo, o total de novas utilizações de plantas registadas para Moçambique a partir dos cadernos da MBM é de 58, juntando novas utilizações com novas referências para espécies já referidas como medicinais. Não foram encontradas, na revisão biblio-gráfica efetuada quer para Moçambique quer para os demais países africanos, quaisquer referências a usos medicinais para cinco espécies. São elas: Catunaregam swynnertonii, Cyphostemma gigantophyllum, Diplocyclos tenuis, Euphorbia graniticola e Helichrysopsis septentrionalis (Quadro 1). Adicionalmente, para três espécies (Carissa bispinosa, Cyathula natalensis, Hydnocarpus venenata) foram encontradas referências a usos medicinais em Moçambique, mas não noutros países africanos (Quadro 1). Essas novas referências atestam a importância e o potencial dos cadernos de campo para um melhor conhecimento das aplicações medicinais da flora de Moçambique. Não obstante, o total das colheitas com referência a usos terapêuticos, apurado pela leitura dos cadernos de campo da MBM, é muito superior ao que seria possível obter consultando-se apenas as etiquetas das folhas de herbário correspondentes, visto que somente cinco registam os seus usos medicinais. Nesse sentido, é plausível considerar que os cadernos de campo da MBM, tal como outros de outras missões realizadas sob o mesmo contexto, possam aduzir informação inédita sobre as utilizações medicinais de plantas.

O número de exemplares colhidos com referências a usos medicinais representa apenas cerca de 1% do total das colheitas efetuadas, o que se justificará, em boa medida, pelo facto de a identificação dos usos medicinais da flora não ter constituído um dos objetivos da Missão. Com efeito, se as primeiras duas campanhas tiveram como propósito a elaboração da Carta Fitogeográfica de Moçambique, a terceira teve como principal objetivo a colheita de elementos de estudo de espécies espontâneas com interesse económico, designadamente de plantas forrageiras, de produtoras de madeira, de fibras têxteis, de cascas taninosas, de gomas e de resinas (Mendes, 1980, p.207; Saraiva, Figueira, Conde, 2012). Outras razões estarão relacionadas com a curta duração das campanhas, geralmente efetuadas durante a época das chuvas, de modo a possibilitar a colheita de espécimes em floração e frutificação, impedindo estadias mais demoradas junto das populações e, por conseguinte, a recolha de informação de carácter etnobotânico. Refira-se ainda o retraimento na divulgação dos usos dos recursos naturais pelas comunidades, em particular no que diz respeito às plantas medicinais, na medida em que esse tipo de informação é muitas vezes privilégio dos especialistas em processos de cura. De resto, um facto que era então notado pelo escol científico que procurava inscrever o tema e a instância do conhecimento das plantas medicinais das então colónias no programa económico e científico do império (Lima, 1948).

Nenhuma espécie identificada como medicinal pela MBM consta da IUCN red list of threatened species (IUCN, 2012). É possível, contudo, que, para algumas espécies, os dados existentes sejam insuficientes, como será o caso da espécie endémica antes mencionada (E. graniticola) que, apesar de não integrar essa lista, é incluída no Apêndice II da Convention on international trade in endangered species of wild fauna and flora (Cites, 25 set. 2012), alertando para a necessidade do controlo da sua comercialização de forma a evitar a incompatibilidade entre seu uso e a sobrevivência da espécie.

Considerações finais

Nas coleções de herbário, é comum a existência de referências ou anotações sobre as várias utilizações das espécies registadas em campo. Contudo, nem sempre essa informação, inscrita no caderno de campo dos coletores, parece ter sido transferida para as etiquetas de herbário. Desse modo, e apesar dos esforços de catalogação e digitalização que os herbários têm empreendido nos últimos anos, só a procura pró-ativa de referências, neste caso, a usos medicinais existentes nos cadernos de campo poderá revelar toda a informação recolhida. Tendo-se coligido informação relativa a 71 taxa (setenta espécies e um género), identificou-se a utilização medicinal de 34 espécies presumivelmente ainda não reportada para Moçambique e, bem assim, que o uso terapêutico de cinco destas ainda não terá sido atribuído ao con-tinente africano. No total registaram-se 58 utilizações presumivelmente ainda não relatadas em Moçambique.

As espécies vegetais referidas são na sua maioria lenhosas (árvores ou arbustos) e quase na totalidade originárias do domínio afrotropical.

Os resultados apresentados demonstram o contributo da MBM na identificação de plantas potencialmente úteis do ponto de vista medicinal e permitem especular sobre a informação existente nos documentos de outras Missões organizadas sob o mesmo contexto, possivelmente ainda longe de devidamente avaliado, impondo-se a revisitação desse tipo de documentação para a identificação de novas informações sobre usos e aplicações das plantas medicinais.

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