versão impressa ISSN 0066-782Xversão On-line ISSN 1678-4170
Arq. Bras. Cardiol. vol.108 no.4 São Paulo abr. 2017
https://doi.org/10.5935/abc.20170046
Ao Editor,
Foi com grande interesse que li o artigo "Relação entre o Escore de Cálcio e a Cintilografia Miocárdica no Diagnóstico da Doença Coronariana" de Siqueira et al.,1 recentemente publicado nos Arquivos Brasileiros de Cardiologia 2016; 107:367-74. Os investigadores relataram a possibilidade da remoção de doença arterial coronariana (DAC) extensiva quando o escore se mostra gravemente aumentado, o que justifica o uso deste método na avaliação inicial ou conjunta em pacientes assintomáticos com suspeita de DAC e na estratificação de risco coronário. A avaliação de pacientes sintomáticos com baixo risco, apesar da evidência sugestiva, deveria ser reavaliada em futuras diretrizes.1
O tecido adiposo epicárdico (TAE) é anatomicamente contíguo com o miocárdio e diversos estudos já o apontaram como fator que potencialmente contribui com aterosclerose coronária.2 O TAE é um tipo de tecido adiposo visceral com efeitos paracrinos e endócrinos.3 O TAE funciona como fonte de energia para o miocárdio e secreta citocinas proaterogênicas.3 O aumento do TAE não está apenas associados a uma prevalência mais alta de DAC, mas é também um parâmetro do prognóstico para futuros eventos cardiovasculares, e, por fim, mortalidade cardiovascular.4 Hwang et al.5 relataram que um alto índice de volume de gordura epicárdica determinado por tomografia computadorizada apareceu como um fator de risco independente para o futuro desenvolvimento de placa coronária não-calcificada, mesmo após ajuste para fatores de risco cardiovascular tradicionais.
Com base nesses achados, a avaliação de TAE por tomografia computadorizada pode ser benéfica como parte de avaliações adicionais para futuros eventos cardiovasculares.