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A presença do pai no método canguru

A presença do pai no método canguru

Autores:

Thais Rosental Gabriel Lopes,
Viviane Euzébia Pereira Santos,
Jovanka Bittencourt Leite de Carvalho

ARTIGO ORIGINAL

Escola Anna Nery

versão impressa ISSN 1414-8145versão On-line ISSN 2177-9465

Esc. Anna Nery vol.23 no.3 Rio de Janeiro 2019 Epub 16-Maio-2019

http://dx.doi.org/10.1590/2177-9465-ean-2018-0370

INTRODUÇÃO

No contexto da assistência neonatal, o Método Canguru (MC) se destaca como uma assistência humanizada no cenário da prematuridade, o qual ocorre quando a gestação é interrompida antes de completar 37ª semana do ciclo gestacional, bem como ocorre o nascimento de um prematuro com peso igual ou inferior a 2.000 gramas.1

O número de bebês prematuros cresce anualmente. Em 2016, a Organização Mundial de Saúde (OMS) demonstrou que, dentre os nascidos-vivos nascidos vivos, aproximadamente 15 milhões de recém-nascidos foram prematuros, o que constitui um grave problema de saúde pública.3 Nesse mesmo ano, dados do Fundo das Nações Unidas para Infância (UNICEF) demonstraram que, no Brasil, o número de óbitos infantis ocorridos no período neonatal foram 70%, e assim considerada a segunda causa de mortalidade.2

Diante de expressivos indicadores que implicam na morbidade e mortalidade neonatal, o Método Canguru, por intermédio da Norma de Atenção Humanizada ao Recém-Nascido de Baixo Peso, visa humanizar e qualificar os cuidados neonatais. No Brasil, desde o ano de 1999, este método é considerado uma política pública de saúde, tendo a nomenclatura adaptada para Método Canguru.3 Esta modalidade assistencial surgiu previamente na Colômbia, no ano de 1979, como proposta de melhoria da qualidade de vida e diminuição da mortalidade dos bebês prematuros. A ausência de recursos materiais adequados para a assistência, motivou os pediatras da época a posicionarem os recém-nascidos sobre o tórax materno, inspirados no método marsupial das fêmeas que carregam os filhotes junto ao corpo até a sua maturação fisiológica.

A prática do Método Canguru é dividida em três etapas. Inicialmente ocorre na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN), onde os pais e familiares são orientados a realizar pequenos toques na pele do recém-nascido, até que se sintam seguros em posicionar o filho sobre o tórax no contato pele a pele. Posteriormente, após atingir o peso necessário e estabilidade clínica, o prematuro é encaminhado para a segunda etapa na Unidade de Cuidados Intermediários Canguru (UCINCa).4 Neste ambiente, o bebê é acompanhado ininterruptamente pelos pais e familiares nos cuidados diários, os quais são estimulados a realizar o posicionamento o maior tempo que dispuserem.5 O bebê permanece em alojamento conjunto com a mãe até à sua alta hospitalar, para continuidade do contato pele a pele e dos cuidados específicos na terceira etapa do método.5-6

Ao longo das etapas que contemplam o Método Canguru, a participação do pai e familiares é de suma importância e viabiliza a proposta de cuidados humanizados. A presença paterna é destacada pelas normas ministeriais brasileiras, pois igualmente à mãe, faz-se necessário introduzi-lo nos cuidados neonatais, tendo em vista a relevância da sua participação para os benefícios da tríade pai-mãe-filho.7

Apesar de os cuidados ao filho estarem atrelados historicamente à figura feminina, o papel do pai tem sido reconstruído na sociedade atual.8 No âmbito dos cuidados com o filho na estrutura familiar nuclear contemporânea, o homem tem se mostrado participativo em diversos aspectos na vida do filho, exercendo a coparentalidade sobre a saúde e bem-estar do filho prematuro. Evidências científicas demonstram que o cuidado compartilhado contribui significativamente no crescimento e desenvolvimento infantil em diversas fases da vida.9

O cuidado com o filho no Método Canguru ainda constitui um desafio para o pai, fato este associado a fatores pessoais, sociais, culturais e institucionais. O afastamento necessário do filho prematuro nas primeiras etapas do Método Canguru, leva o pai a sentir medos e incertezas sobre sua evolução clínica; dúvidas relacionadas aos cuidados do filho prematuro e preocupações com a sobrevida do mesmo após a alta hospitalar. 10 Somam-se à esses fatores, ao contingente de estudos ainda incipientes na literatura nacional e internacional sobre o envolvimento paterno nos cuidados ao filho prematuro.11,7-12

A reflexão sobre a experiência do pai no método canguru visa auxiliar na compreensão sobre a eficácia da sua participação nos cuidados ao recém-nascido prematuro dados os benefícios que o método contempla, quais sejam: estabilidade térmica, respiratória e cardíaca; promoção ao crescimento e ao desenvolvimento; estímulo motor e cognitivo; redução do estresse e dor do recém-nascido; diminuição das chances de infecção nosocomial; e empoderamento do pai nos cuidados com o bebê prematuro.5 Nestas circunstâncias, o pai é considerado como um ser-em-situação, uma vez que se encontra no contexto específico direcionado ao filho em situação de prematuridade, em que o corpo encontra com o outro corpo, sendo este evidenciado pelo contato pele a pele.

Diante do exposto, enfatiza-se a possibilidade de reflexão sobre o ser-aí-do-pai no Método Canguru. Para tal, aponta-se o seguinte questionamento: Como o pai vivencia o Método Canguru junto ao filho prematuro? Deste modo, este estudo objetivou refletir sobre a experiência vivida pelo pai nos cuidados realizados junto ao filho prematuro nas etapas do Método Canguru, baseado na Fenomenologia da Percepção e na Fenomenologia do Comportamento proposta por Merleau-Ponty e literatura pertinente à temática.

Concepções teóricas e filosóficas sobre a fenomenologia da Percepção e do Comportamento

O historiador e professor de filosofia, Maurice Merleau-Ponty (1908-1961) nasceu na cidade francesa de Rochefort-Sur-Mer. Órfão do pai, o qual faleceu na Primeira Guerra Mundial, cresceu junto à mãe e dois irmãos. Durante seus estudos, ainda jovem, integrou-se à corrente de pensadores fenomenológicos, sucessores do pai da Fenomenologia Edmund Husserl (1859-1938).13

Dentre as propostas da corrente fenomenológica está “voltar às próprias coisas” como estas se apresentam, cotidianamente, em relação ao mundo. A consciência é sempre uma consciência de alguma coisa, sendo o objeto sempre o objeto para uma consciência, e, dessa forma, um fenômeno. Assim, os pensamentos merleau-pontianos afirmam que a consciência está ligada a um corpo que, por meio de intenções provenientes da mente, interagem com o mundo, o que pode ser definido como corporeidade.13

Considerado um dos maiores existencialistas franceses do século XX, Merleau-Ponty preocupava-se com a existência do homem mais do que com a essência. Tais pensamentos estão atrelados ao momento vivenciado, em meio à crise socioeconômica e cultura pela qual Europa passava após a Segunda Guerra Mundial. Esta situação interferiu diretamente nas concepções filosóficas sobre o homem e suas experiências vividas no mundo.

Sobre essas vivências, Merleau-Ponty apresenta sua visão sobre o ser-no-mundo do homem tanto no que tange ao seu comportamento, quanto à sua percepção das coisas mundanas. Estas estão descritas nas suas principais obras: A estrutura do comportamento (1942/2006) 13 e a Fenomenologia da Percepção (1945/2006).12 Ancorada na visão ontológica de Merleau-Ponty de que a percepção e o comportamento humano ocorrem à medida que esse interage com as “coisas” no mundo, estabelece-se a relação de tal abordagem filosófica com a percepção e o comportamento do pai ao vivenciar o Método Canguru junto ao filho prematuro.

A percepção do pai junto ao filho prematuro no Método Canguru

A prematuridade do filho apresenta-se ao pai como um acontecimento, na maioria das vezes, inesperado. Nestas condições, a experiência de cuidado pode conferir-lhe e aos demais familiares a sensação de um desafio. No imaginário daqueles que acompanham o desenvolvimento intrauterino do bebê, o nascimento do novo ente familiar está associado ao seu acompanhado no ambiente domiciliar. No entanto, deparam-se com um bebê frágil, pequeno, o qual demanda uma assistência intervencionistas e equipe multiprofissional habilitada. Sob estas circunstâncias, é irrevogável que o acompanhamento do bebê prematuro seja destinado ao espaço hospitalar, bem como necessite de adequação dos pais e familiares para a nova rotina de cuidados ao novo ente familiar.

Nessa dimensão, a proposta do Método Canguru configura-se como uma estratégia que visa minimizar a distância do pai com seu filho prematuro, internado junto à mãe nas primeiras etapas do método. Estas ações concorrem para o fortalecimento do vínculo afetivo entre a tríade pai-mãe-filho.14-15 A figura paterna possui importância indispensável para restabelecimento da estrutura familiar, no apoio e divisão das responsabilidades dos cuidados ao filho com a companheira, com ênfase para a continuidade da terceira etapa do método, após a alta do bebê nascido prematuramente.

A aproximação e percepção do pai diante da prematuridade do filho ocorre de forma primária. Dar-se-á, na maioria das vezes, após o parto e, diante de tal circunstância, podem desencadear no pai sentimentos antagônicos, como a felicidade do encontro com filho e receios da sua evolução clínica.14-15-16 Reflete-se que as sensações paternas, segundo a perspectiva merleau-pontyana, ocorrem devido ao mundo ainda não percebido pelo pai e, ao primeiro contato com universo da prematuridade, até então desconhecido.

Vivenciar cuidados com o filho prematuro oportuniza ao pai perceber o Método Canguru, como uma forma de assistir ao recém-nascido integralmente. Diante dessa circunstância, o pai não é mais um homem-em-si, mas o homem-em-situação. E, essa interação com o filho edifica as relações/comportamentos entre ambos, e assim propicia não somente benefícios indicados pelo método, mas a conscientização da importância da sua presença no Método Canguru. Tal reflexão vai ao encontro das concepções de Merleau-Ponty, que afirma que o homem se percebe como corpo-próprio no encontro com o corpo-outro. Ademais, o filósofo demonstra que através do corpo as percepções são possíveis.13

O corpo é instrumento de contato do homem com o outro e, por meio do Método Canguru, o pai se coloca presente no mundo. Ao experienciar o contato pele a pele com o filho prematuro, o pai se utiliza das sensibilidades tátil, olfativa, visual e auditiva. O toque sobre a pele promove segurança e afeto ao filho prematuro, e, ao posicioná-lo sobre seu tórax, o homem se percebe em sua visibilidade.

Ao refletir sobre a atitude paterna ao realizar o Método Canguru, não há como diferenciar quem toca e é tocado, ou se quem recebe o toque é o tocante pelo corpo. Sob a ótica de Merleau-Ponty, esses sentidos desvelam o corpo em atitude, bem como abrangem a natureza corpórea e percebe-se o ser-no-mundo.13

A experiência vivida e o comportamento do pai no Método Canguru

A experiência do pai ao realizar o Método Canguru permite vivenciar a paternidade de forma plena, significativa e consciente das suas atitudes acerca do cuidado. O ato de cuidar é inerente ao ser humano, pois é por meio desse que ocorre a sobrevivência do homem. Esse pensamento vai ao encontro dos princípios merleau-pontyanos, os quais despontam que toda ação é precedida pela intenção, de um sentido a ser revelado por meio de significados.13

Por meio da consciência de suas atitudes para com o filho prematuro, o pai é capaz de obter a noção do seu comportamento. Ele se adapta aos cuidados inerentes ao prematuro, e assim molda suas atitudes junto ao recém-nascido prematuro. O comportamento é modificado a partir das experiências vividas do ser. Este dinamismo é definido por Merleau-Ponty como a consciência do ser existente no mundo.13

O corpo realiza a intermediação entre o mundo e o ser que se encontra neste espaço. O homem nunca é totalmente livre para agir no mundo que lhe é apresentado, pois, antes mesmo que “ser lançado” a este mundo, ele já possui suas constituições.13 Da mesma forma ocorre com o pai, ao deparar-se com o ambiente hospitalar, local onde permanece junto ao filho prematuro até que esteja clinicamente estável. Durante as primeiras etapas do Método Canguru, o pai é “lançado” a um lugar com regras e normas pré-estabelecidas, assim como ao convívio com profissionais de saúde e familiares de outros bebês prematuros, até a alta do filho para o ambiente familiar.

Esse momento de transição pode evocar sentimentos contraditórios para o pai (Figura 1), no entanto, faz-se necessário habituar-se à realidade apresentada. Reflete-se que essa situação propicia ao pai manifestar-se com novas formas de agir como ser-no-mundo, pois ele precisa conviver não somente com o medo e a insegurança da evolução clínica do filho ante a prematuridade, mas também com a nova rotina imperiosa.

Figura 1 Representação das Percepções e Comportamentos do pai no Método Canguru sob a ótica merleau-pontyana 17  

De forma reflexiva, representa-se o dinamismo entre a percepção e o comportamento do pai, as relações e interatividades do ser-aí-do-pai como indivíduo que se percebe ao realizar o contato pele a pele e age nos cuidados diários com o filho prematuro ao realizar o Método Canguru na perspectiva merleau-pontyana.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com vistas a compreender a vivência do pai com o filho prematuro no Método Canguru, faz-se necessário perceber como se dá a experiência do cuidado ao filho prematuro, bem como vislumbrar seus atos a partir da dimensão relacional/comportamental com o outro, à medida que se relaciona com o filho prematuro e atua no seu cuidado.

A experiência do pai no Método Canguru ocorre de forma dinâmica, por meio de atos, os quais não se encontram dissociados da consciência do ser-no-mundo. O toque, como percepção tátil, permite ao pai sensações e significados que modificam seu Comportamento, pois, de acordo com a perspectiva merleau-pontyana, tais atos compreendem uma abertura para o outro.

Mediante as manifestações subjetivas que interferem nas atitudes paternas com o filho prematuro ao realizar o Método Canguru, é possível perceber as experiências vividas como sujeito existencial. Neste sentindo, torna-se um desafio para o profissional de saúde, em especial da enfermagem, entender a intersubjetividade do pai com o recém-nascido prematuro, suas atitudes e anseios frente ao cuidado com o filho como fenômeno apresentado.

Assim, os aspectos evidenciados neste estudo teórico-reflexivo visam proporcionar aos profissionais de enfermagem uma reflexão das práxis no cuidado realizado ao pai e ao filho prematuro assistidos na ambiência hospitalar e domiciliar, dada a importância de valorizar e aproximar a figura paterna nos cuidados ao filho prematuro, com vistas à melhoria da assistência em todas as fases que permeiam o Método Canguru.

REFERÊNCIAS

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