Compartilhar

A Relação entre a Espessura da Gordura Epicárdica e os Escores de Risco Prognósticos

A Relação entre a Espessura da Gordura Epicárdica e os Escores de Risco Prognósticos

Autores:

Sevket Balta,
Cengiz Ozturk,
Turgay Celik

ARTIGO ORIGINAL

Arquivos Brasileiros de Cardiologia

versão impressa ISSN 0066-782Xversão On-line ISSN 1678-4170

Arq. Bras. Cardiol. vol.107 no.6 São Paulo dez. 2016

https://doi.org/10.5935/abc.20160185

Caro Editor,

Lemos o artigo "A Relação entre o Escore GRACE e a Espessura da Gordura Epicárdica (EGE) em Pacientes sem IAMCST", por Gul et al.1 Os autores concluíram que EGEs sistólicas finais e diastólicas finais foram determinadas aumentadas no grupo GRACE superior.

Diversos escores de riscos foram avaliados, de modo a identificar altos/baixos riscos de mortalidade ou complicações em pacientes com IAMCST. Estes métodos foram extensamente avaliados para o acompanhamento de eventos de curto ou longo prazo.2 Entretanto, alguns estudos mostraram que o escore de risco GRACE teve baixa exatidão preditiva para mortalidade. Por outro lado, outros estudos mostraram que o escore de risco GRACE teve a exatidão prognóstica mais alta para mortalidade em longo prazo.2 Para este desafio, estes escores de risco podem não fornecer informações precisas sobre altos/baixos riscos de mortalidade ou complicações em pacientes com IAMCST. Assim, diversos escores de risco devem ser avaliados ao calcular a relação entre quaisquer escores de risco e altos/baixos riscos de mortalidade ou complicações em pacientes com IAMCST.

Adicionalmente, o tecido epicárdico como órgão endócrino libera muitos marcadores que podem estar relacionados ao estresse oxidativo, a inflamação, a disfunção endotelial e a aterosclerose. A adiposidade epicárdica também pode estar associada à morbidez e mortalidade cardiovascular.3 Além disto, a EGE também está associada à hiperlipidemia, a obesidade, diabetes, hipertensão, tabagismo e aterosclerose carotídea, bem como com fatores de risco cardiovasculares, como síndrome metabólica, doença hepática gordurosa não alcoólica, e doença renal crônica.4 Ademais, algumas disfunções do tecido endócrino, como problema de tireoide, estão associadas à EGE. Além disto, algumas doenças inflamatórias, como a psoríase, possuem valores de EGE mais altos, e a EGE pode ser um possível marcador de disfunção endotelial e risco cardiovascular aumentado em pacientes com psoríase.5

O escore de risco GRACE pode fornecer informações sobre mortalidade ou complicações em pacientes com IAMCST, porém, ambas usam os escores de risco ou marcadores inflamatórios. Acreditamos que estes achados avaliarão estudos adicionais sobre a EGE e o escore de risco GRACE em pacientes com IAMCST.

REFERÊNCIAS

1 Gul I, Zungur M, Aykan AC, Gokdeniz T, Kalaycioglu E, Turan T, et al. The relationship between GRACE score and epicardial fat thickness in non-STEMI patients. Arq Bras Cardiol. 2016;106(3):194-200.
2 Littnerova S, Kala P, Jarkovsky J, Kubkova L, Prymusova K, Kubena P, et al. GRACE Score among Six Risk Scoring Systems (CADILLAC, PAMI, TIMI, Dynamic TIMI, Zwolle) demonstrated the best predictive value for prediction of long-term mortality in patients with ST-elevation myocardial infarction. PLoS One. 2015;10(4):e0123215.
3 Balta S, Demirkol S, Kucuk U, Unlu M, Dinc M, Arslan Z. Epicardial fat thickness and cardio-ankle vascular index without other inflammatory markers may not provide information to clinicians about the systemic inflammation. Cardiology. 2013;125(1):13-4.
4 Balta S, Demirkol S, Arslan Z, Unlu M, Kucuk U, Iyisoy A. Epicardial fat thickness should be evaluated with other inflammatory markers and cardiovascular risk factors. Echocardiography. 2013;30(6):739.
5 Balta I, Balta S, Ozturk C, Demirkol S, Demir M. Epicardial fat thickness in psoriasis patients. Dermatology. 2014;228(2):132-3.