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Achados de PET-CT na arterite

Achados de PET-CT na arterite

Autores:

Rodrigo de Carvalho Flamini,
Lilian Yuri Itaya Yamaga,
Akemi Osawa,
Cesar Nomura,
João Carlos de Campos Guerra,
Jacyr Pasternak,
Marcelo Livorsi da Cunha,
Guilherme de Carvalho Campos Neto,
Jairo Wagner,
Marcelo Buarque de Gusmão Funari

ARTIGO ORIGINAL

Einstein (São Paulo)

versão impressa ISSN 1679-4508versão On-line ISSN 2317-6385

Einstein (São Paulo) vol.8 no.4 São Paulo out./dez. 2010

http://dx.doi.org/10.1590/s1679-45082010ai1565

Imagem coronal (A) e sagital (C) de FDG PET e as imagens correspondentes de PET-CT em corte coronal (B) e sagital (D), que demonstram o metabolismo de glicose marcadamente aumentado ao longo das paredes da aorta e seus ramos principais. Esse padrão de captação de FDG sugere fortemente arterite. 

Paciente do sexo feminino, branca, 69 anos, encaminhada ao Departamento de Radiologia para investigação de febre de origem indeterminada (FOI), fadiga por sete meses e início recente de dor torácica atípica. Os exames laboratoriais mostraram níveis séricos elevados de proteína C-reativa e velocidade de hemossedimentação.

A fusão de tomografia com emissão de pósitrons e tomografia computadorizada (PET-CT) com F18-fluorodeoxiglicose (FDG) foi realizada para avaliar a FOI e excluir alguma doença maligna. As imagens com FDG mostraram uma captação muito aumentada, difusa e circunferencial, que sugeria um processo inflamatório difuso ao longo das paredes da aorta e das artérias subclávias.

A correlação da evolução clínica, exames laboratoriais e achados do PET-CT levou ao diagnóstico de arterite. Os sintomas da paciente melhoraram após administração de prednisolona, na dose de 60 mg/dia, por três semanas.

A arterite caracteriza-se por um processo inflamatório da parede arterial, mais frequentemente na aorta e em seus ramos principais. Apresenta-se, em geral, como uma doença de progressão lenta, e os sintomas clínicos mais frequentes são fadiga e febre. Quando crônica, a deposição de linfócitos e de outras células inflamatórias na parede arterial causa espessamento, estenose e oclusão desses vasos. A forma difusa nas paredes da aorta e de seus principais ramos é a característica mais comum e ocorre em aproximadamente 70% dos pacientes com arterite de grandes vasos(1).

O diagnóstico baseia-se na apresentação clínica e nos achados laboratoriais e morfológicos por imagem, principalmente por Doppler ultrassonografia, CT com contraste e ressonância magnética(2).

Sabe-se que os tecidos com neoplasia e inflamação apresentam taxas metabólicas aumentadas de glicose. O papel do FDG PET-CT já está bem estabelecido tanto para avaliar vários tumores malignos, como para investigar a FOI. Além disso, há um número crescente de dados que demonstra a utilidade do FDG PET-CT; portanto, deve ser considerado uma importante ferramenta não invasiva para diagnóstico de arterite de grandes vasos(3).

REFERÊNCIAS

1. Andrews J, Mason JC. Takayasu's arteritis–recent advances in imaging offer promise. Rheumatology. 2007;46(1):6-15.
2. Blockmans D, Bley T, Schmidt W. Imaging for large-vessel vasculitis. Curr Opin Rheumatol. 2009;21(1):19-28.
3. Walter MA, Melzer RA, Schindler C, Müller-Brand J, Tyndall A, Nitzsche EU. The value of [18F]FDG-PET in the diagnosis of large-vessel vasculitis and the assessment of activity and extent of disease. Eur J Nucl Med Mol Imaging. 2005;32(6):674-81.