versão impressa ISSN 0021-7557versão On-line ISSN 1678-4782
J. Pediatr. (Rio J.) vol.92 no.3 supl.1 Porto Alegre mai./jun. 2016
http://dx.doi.org/10.1016/j.jped.2016.03.003
A criança é um ser em constante desenvolvimento, tanto em relação ao desenvolvimento somático, com a diferenciação dos diversos órgãos, como quanto ao desenvolvimento neuropsicomotor, com a diferenciação psicoemocional.
Desenvolvimento e ambiente estão intimamente ligados. De tal forma que hoje se conhecem inúmeros fenômenos epigenéticos que decorrem da modificação da manifestação gênica em função de influência ambiental.
O ambiente em fases muito precoces da vida exerce influência na saúde da criança. Evidências recentes reforçam que não apenas um ambiente enriquecido em estímulos motores e atenção global para com a criança, mas, especificamente, o uso da linguagem expressiva pelos pais com os seus filhos de forma continuada e precoce promove obtenção de melhor desempenho cognitivo, especialmente em populações com maior vulnerabilidade.1,2
O efeito da qualidade nutricional no crescimento é conceitualmente conhecido há muitos anos, mas a influência do ambiente intestinal no cérebro e os mecanismos que envolvem o novo conceito de neuronutrição são recentes. O ambiente intrauterino, o tipo de dieta materna, o tipo de parto, a idade gestacional ao nascer e a presença de aleitamento materno modulam o microbioma intestinal e são determinantes de saúde ou doença.3–5 O presente suplemento tem por objetivo mostrar os tópicos importantes da interação ambiente e desenvolvimento na saúde infantil e convidar a comunidade científica a mergulhar na leitura desses artigos.