versão On-line ISSN 2316-9117
Fisioter. Pesqui. vol.24 no.1 São Paulo jan./mar. 2017
http://dx.doi.org/10.1590/1809-2950/16222224012017
Se emplea la presión plantar para examinar clínicamente el pie ya que ofrece información sobre las características de distribución del peso plantar en actividades funcionales. Hay varios instrumentos de evaluación que pueden ser utilizados y que se deben de analizar sus propiedades psicométricas. La exactitud prueba-reprueba es una medida de reproducibilidad. El propósito de este estudio es evaluar la exactitud prueba-reprueba de las medidas de presión plantar máxima en la estática y dinámica de niños y adolescentes con desarrollo normal (DN). Se evaluaron dos veces a once niños y adolescentes con DN, de ambos géneros, entre 6 y 17 años de edad, utilizando una plataforma sensible a la presión plantar en ortostatismo, con y sin los zapatos habituales, con los pies posicionados de manera libre (marcha interrumpida) y con los pies alienados. Se recolectaron datos dinámicos por intermedio de caminata sobre la plataforma con y sin zapatos. Se evaluaron los coeficientes de correlación intraclase -CCI (α=0,05). Los CCI fueron consistentes para: descarga del peso (DP) anterior del zapato (CCI=0,83) y DP posterior sin zapato (CCI=0,95) y con zapato (CCI=0,83) durante el análisis estático con la marcha interrumpida. También fueron consistentes para la variable DP estática del miembro inferior (MI) derecho (CCI=0,86) e izquierdo (CCI=0,82) con la marcha interrumpida sin zapato y, con los pies alienados, con el uso de zapatos (CCI=0,82). En el análisis del MI izquierdo, con el uso de zapato, la variable de la presión máxima también presentó un buen resultado (CCI=0,85). La CCI osciló en las demás variables entre 0,25 y 0,74, consideradas insatisfactorias. Se concluye que los valores de CCI fueron excelentes para algunas condiciones estáticas e inconsistentes en la evaluación dinámica.
Palabras clave Niño; Adolescente; Exactitud de los Datos; Pie
A análise da pressão plantar é utilizada para a avaliação clínica do pé e informa sobre características da distribuição da carga plantar durante a execução de atividades funcionais1. A distribuição da descarga de peso e da pressão máxima sob os pés pode ser influenciada por alterações no desenvolvimento de crianças e adolescentes. Essas variáveis podem ser utilizadas para estudar a função motora dos membros inferiores e, assim, contribuir para a determinação de objetivos terapêuticos mais específicos e melhorar a qualidade do tratamento oferecido2.
A literatura relata diferentes sistemas para avaliar a carga plantar1 estática2)- (9 e dinâmica1), (5)- (8), (10)- (19 em crianças e adolescentes. Entretanto, informações acerca da confiabilidade teste-reteste1), (20 são pouco frequentes. Isso, por sua vez, fragiliza a extrapolação dos resultados, dada a falha na validade interna, gerando dúvida sobre a confiabilidade do avaliador em utilizar um instrumento específico. Portanto, os dados obtidos podem ser atribuídos às características reais da amostra ou à falha no processo de avaliação1.
A confiabilidade é definida como medida de consistência dos dados sobre os níveis relativos de desempenho entre avaliadores, independentemente do valor absoluto da classificação de cada avaliador21. Está relacionada com a consistência e a precisão dos resultados do processo de mensuração22. É importante avaliar a confiabilidade das decisões tomadas pelos observadores, para conhecer as medidas em que as avaliações estão sendo proporcionadas23.
O coeficiente de correlação intraclasse (CCI) é a ferramenta estatística mais usada para a mensuração da confiabilidade de medidas23. É adequado para mensurar a homogeneidade de duas ou mais grandezas e é interpretado como a proporção da variabilidade total atribuída ao objeto medido23. O CCI consiste no número de vezes em que os avaliadores concordam, dividido pelo número total de avaliações e varia entre 0 e 100%23.
O objetivo do estudo foi analisar a confiabilidade teste-reteste da medida da descarga de peso e da pressão máxima obtidas na postura ortostática (análise estática) e durante a marcha (análise dinâmica) em crianças e adolescentes com desenvolvimento normal.
Neste estudo metodológico foram incluídos adolescentes e crianças com desenvolvimento normal, de ambos os sexos, com idade entre seis e 17 anos, que não realizaram cirurgia óssea e/ou muscular nos membros inferiores no último ano e que eram capazes de entender ordens simples, como comandos verbais para realizar ajustes corporais ao manter a postura ortostática ou marcha sobre a plataforma.
Os voluntários e os responsáveis foram orientados em relação aos objetivos e às características deste estudo e foram solicitados a assinarem o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), e, quando aplicável, o termo de autorização para utilização de imagem. O projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital Universitário da UFJF, sob parecer número 1.402.580.
Os voluntários deste estudo foram avaliados em uma sala da Faculdade de Enfermagem da UFJF. Inicialmente, foram coletados os dados antropométricos e o comprimento dos membros inferiores. Este último foi mensurado na postura ortostática, do trocânter maior até o chão24), por um avaliador treinado e com confiabilidade teste-reteste adequada (CCI=0,93).
Para a avaliação da descarga de peso foi utilizada a M. P. S. Platform® (Pressure Modular System - LorAnEngineering, Bologna, Italy), que é uma plataforma sensível à pressão plantar que capta informações sobre a marcha e sobre a descarga de peso. A plataforma foi conectada a um computador com o software FootChecker® 4.0 para análise das variáveis das descargas de peso estáticas e dinâmicas de interesse25.
Os voluntários foram avaliados com relação à descarga de peso estática e dinâmica com e sem o calçado usual. Além disso, nas coletas estáticas, os voluntários foram avaliados com os pés posicionados de forma livre (ao interromper a marcha) e com os pés alinhados em relação aos acrômios24.
Para avaliar a descarga de peso estática com passo interrompido os voluntários foram solicitados a caminhar naturalmente e parar no início da plataforma com os pés paralelos (Figura 1). Em seguida, o avaliador alinhava os pés dos voluntários em relação aos acrômios (Figura 1). Em ambas as posições, os voluntários eram solicitados a permanecer durante 15 segundos sobre a plataforma com o olhar horizontalizado e os membros superiores ao longo do corpo.
Fonte: Os autores (2016).
Figura 1 Dados de descarga de peso captados pela plataforma durante a análise estática com o passo interrompido e com os pés alinhados com os acrômios, com e sem o uso do calçado habitual.
Na análise da descarga de peso dinâmica, para permitir a aceleração inicial e a desaceleração terminal foram realizadas marcações no chão dois metros antes das bordas da plataforma, totalizando seis metros de pista. Contudo, para garantir que a transição do primeiro passo da área de aceleração para a plataforma e dessa para a área de desaceleração fosse feita de forma suave, foi afixado tapete emborrachado da mesma cor da plataforma e com 0,5 mm de espessura para que o tapete se tornasse totalmente plano e não demarcasse as áreas de transição (Figura 2).
Os voluntários foram solicitados a caminhar ininterruptamente, mantendo o olhar horizontalizado. O procedimento foi repetido até totalizar 30 metros por indivíduo. Antes, porém, foi realizado um pré-teste com duas repetições para familiarização com o equipamento.
Os dados foram obtidos em dois momentos distintos, com intervalo não inferior a sete dias, por duas avaliadoras treinadas e experientes. Os comandos verbais e os ajustes corporais foram realizados, sempre, pela primeira avaliadora. Os dados foram registrados e analisados por uma segunda avaliadora.
Foram realizadas estatísticas descritivas das variáveis antropométricas e demográficas e testes de distribuição de normalidade de Shapiro-Wilk das variáveis de desfecho. Em seguida, foram realizados testes de CCI no programa estatístico SPSS 15.0 (α=0,05). Foram considerados satisfatórios CCI iguais ou superiores a 75%, que é o mínimo de concordância aceitável26.
Participaram desse estudo 16 crianças e/ou adolescentes, mas em virtude de erros no software, só foram captados dados analisáveis de 11 voluntários. As informações descritivas, com média e desvio-padrão (DP) podem ser visualizadas na Tabela 1.
Tabela 1 Dados demográficos e antropométricos (n=11)
Variáveis | Média ± desvio-padrão | Mínimo-máximo | |
---|---|---|---|
Idade (anos) | 10,73±3,29 | 7,00-17,00 | |
Peso (quilogramas) | 37,53±16,73 | 18,50-71,20 | 4 (100%) |
Estatura (metros) | 1,41±0,18 | 1,18-1,67 | 42 (100%) |
IMC (kg/m2) | 17,77±3,84 | 13,00-26,50 | 46 (100%) |
Dismetria de MMII (cm) | 0,18±0,34 | 0,00-1,00 |
Legenda: IMC: Índice de massa corpórea; kg=quilogramas; m²: metros ao quadrado; MMII: membros inferiores; cm: centímetros; dismetria: diferença de comprimento entre membros
A análise de teste-reteste revelou valores de CCI considerados excelentes para algumas condições de teste na análise estática e inconsistentes em outras, sobretudo na avaliação dinâmica (CCI≤0,71). Os valores foram excelentes para as variáveis “descarga de peso anterior” calçado (CCI=0,83) com o passo interrompido e “descarga de peso posterior” com e sem calçado (CCI=0,83; CCI=0,95, respectivamente), também no passo interrompido. As variáveis “descarga de peso no membro inferior direito (MID)” (CCI=0,86) e “descarga de peso no membro inferior esquerdo (MIE)” (CCI=0,82) foram consistentes quando o voluntário estava descalço no passo interrompido. Já quando fazia uso do calçado, as variáveis “descarga de peso” e “pressão máxima” foram excelentes (ambas CCI=0,82) quando os pés estavam alinhados aos acrômios. Na análise do MI esquerdo, com o uso de calçado, a variável “pressão máxima” também gerou resultado satisfatório (CCI=0,85) (Tabelas 2 e 3). As demais variáveis apresentaram variação de CCI entre 0,25 e 0,74, consideradas insatisfatórias.
Tabela 2 Teste-reteste da análise estática (n=11)
Variáveis estáticas | Primeira avaliação média ± DP | EPM | Segunda avaliação média ± DP | EPM | CCI | |
---|---|---|---|---|---|---|
Descarga de peso anterior | ||||||
Descalço | PI | 41,93±14,69 | 3,28 | 45,91±12,28 | 2,75 | 0,74 |
PA | 37,99±15,04 | 11,75 | 42,70±9,03 | 7,05 | 0,67 | |
Calçado | PI | 44,12±10,56 | 4,35 | 45,19±12,77 | 5,26 | 0,83* |
PA | 43,52±12,04 | 9,41 | 41,15±14,06 | 5,60 | 0,39 | |
Descarga de peso posterior | ||||||
Descalço | PI | 58,07±14,69 | 3,28 | 54,09±12,28 | 2,75 | 0,95* |
PA | 62,01±15,04 | 8,64 | 57,30±9,03 | 5,19 | 0,67 | |
Calçado | PI | 55,88±10,56 | 4,35 | 54,81±12,77 | 5,26 | 0,83* |
PA | 56,48±12,04 | 9,41 | 55,21±7,17 | 5,60 | 0,39 | |
Membro inferior direito descalço | ||||||
PI | PM | 189,75±32,75 | 25,15 | 174,14±17,69 | 13,59 | 0,41 |
Descarga de peso | 49,77±4,28 | 1,60 | 52,67±3,63 | 1,36 | 0,86* | |
PA | PM | 202,10±35,44 | 19,41 | 185,59±42,20 | 15,15 | 0,70 |
Descarga de peso | 51,01±4,65 | 2,86 | 50,78±2,75 | 1,69 | 0,62 | |
Membro inferior esquerdo descalço | ||||||
PI | PM | 199,67 32,88 | 16,76 | 185,17±42,20 | 21,52 | 0,74 |
Descarga de peso | 50,23±4,28 | 1,81 | 46,96±3,94 | 1,67 | 0,82* | |
PA | PM | 219,30±35,69 | 40,37 | 186,37±28,81 | 32,59 | -0,28** |
Descarga de peso | 48,99±4,65 | 2,86 | 49,22±2,75 | 1,69 | 0,62 | |
Membro inferior direito calçado | ||||||
PI | PM | 198,72±33,41 | 28,94 | 182,34±46,07 | 39,90 | 0,25 |
Descarga de peso | 49,47±3,26 | 4,69 | 50,88±4,12 | 5,93 | -1,07** | |
PA | PM | 194,61±41,79 | 20,04 | 183,91±29,64 | 14,22 | 0,77** |
Descarga de peso | 51,86±5,64 | 2,39 | 51,22±4,36 | 1,85 | 0,82* | |
Membro inferior esquerdo calçado | ||||||
PI | PM | 196,97±41,79 | 21,31 | 192,95±59,44 | 30,31 | 0,74 |
Descarga de peso | 50,53±3,26 | 4,69 | 49,12±4,12 | 5,93 | -1,07** | |
PA | PM | 188,86±46,35 | 17,95 | 179,26±38,46 | 14,90 | 0,85* |
Descarga de peso | 48,14±5,64 | 2,39 | 48,79±4,36 | 1,85 | 0,82* |
Legenda: DP: Desvio-Padrão; EPM: Erro Padrão da Medida; CCI: Coeficientes de Correlação Intraclasse; PI: Passo interrompido; PA: pés alinhados; PM: pressão máxima
*Valores de CCI considerados excelentes; ** Valores negativos devido à média negativa de variância entre os itens, o que viola os preceitos do modelo de confiabilidade
Tabela 3 Teste-reteste da análise dinâmica
Variáveis dinâmicas | Primeira avaliação média ± DP | EPM | Segunda avaliação média ± DP | EPM | CCI | |
---|---|---|---|---|---|---|
Membro inferior direito | ||||||
Pressão máxima | Descalço | 396,57±30,06 | 42,72 | 407,23±84,07 | 119,48 | 0,71 |
Calçado | 459,63±102,55 | 66,46 | 382,82±88,70 | 57,48 | 0,58 | |
Membro inferior esquerdo | ||||||
Pressão máxima | Descalço | 408,40±34,60 | 19,26 | 384,62±45,99 | 25,60 | 0,69 |
Calçado | 441,08±71,72 | 41,82 | 419,09±86,11 | 50,21 | 0,66 |
Legenda: DP: Desvio-Padrão; EPM: Erro Padrão da Medida; CCI: Coeficientes de Correlação Intraclasse
Este estudo teve como objetivo analisar a confiabilidade teste-reteste das medidas de pressão máxima e de descarga de peso nos pés durante a postura ortostática e na marcha de crianças e adolescentes com desenvolvimento normal. Os resultados evidenciaram valores de confiabilidade inconsistentes em algumas condições e satisfatórios em outras.
Os valores foram consistentes para as variáveis “descarga de peso anterior” calçado e “descarga de peso posterior” com e sem o uso de calçado. Ambas as medidas foram obtidas durante o passo interrompido. Ainda na estática, os resultados foram satisfatórios para a variável “descarga de peso dos membros inferiores” com o passo interrompido com os voluntários descalços e, com pés alinhados, com o uso de calçados. A variável “pressão máxima”, obtida com os pés alinhados e fazendo o uso de calçado, também gerou resultado satisfatório. A “descarga de peso” e a “pressão máxima” avaliadas em percentual, em cada membro inferior, são variáveis espelho e, portanto, os resultados foram complementares.
Os valores do CCI para a variável “descarga de peso anterior” e “descarga de peso posterior” com os pés alinhados não foram consistentes. Isso pode ser em razão de erro gerado pelo avaliador durante o alinhamento ou pode significar que o alinhamento dos pés aos acrômios gerou uma perturbação interna no indivíduo, que não teve tempo hábil para se ajustar. Assim, essa mudança na posição dos pés pode gerar a necessidade de que novas estratégias posturais sejam elaboradas, incluindo sinergias, padrões de movimentos articulares, torques e força de contato27), (28. Se o indivíduo não tem uma experiência prévia em relação a esses ajustes específicos, sua instabilidade será maior em resposta ao distúrbio externo, afetando seu controle postural28), (29.
A variável “descarga de peso” também gerou valores inadequados de CCI quando os pés foram alinhados em relação aos acrômios, com os voluntários descalços e no passo interrompido, fazendo uso de calçado. Embora nem sempre satisfatórios, os valores do CCI foram melhores quando os pés eram alinhados em relação aos acrômios e os voluntários estavam utilizando o calçado habitual. Isso pode ter ocorrido em razão de uma maior estabilidade e melhor distribuição das pressões nos pés quando o indivíduo está utilizando calçados. É possível que, com os pés descalços, os voluntários tenham uma maior instabilidade articular nos tornozelos e, por conseguinte, demorem mais para adequar seus ajustes posturais, fazendo com que a pressão máxima tenha uma distribuição pontual na planta dos pés, ou seja, mais concentrada em determinados pontos anatômicos.
Em contrapartida, ainda na análise estática, foram observados valores de CCI satisfatórios apenas para a variável de pressão máxima nos membros inferiores com os pés alinhados pelos acrômios e descalços. Conforme sugerido em outros estudos1), (2), (9, a pressão máxima pode se deslocar por diferentes regiões dos pés (antepé, mediopé e retropé) e pode, também, sofrer influência da idade. Assim, talvez fosse adequado e mais fidedigno não avaliar apenas o pico de pressão, mas também onde ele ocorre, sempre com o cuidado de analisar a amostra por estratos de idade, em função da maior imaturidade do controle postural nas crianças mais jovens1), (2), (9.
A análise dinâmica apresentou todos os valores de CCI classificados como moderados. Rosenbaum et al. (12 analisaram crianças com desenvolvimento típico com idades entre 4 e 12 anos, controlando a velocidade durante a caminhada e demonstraram que a velocidade da marcha de crianças normais influencia as características da carga sob os pés. Dessa forma, é possível que a grande variabilidade dessa medida seja um reflexo da falta de padronização da velocidade da marcha, que pode ter gerado valores de CCI abaixo do desejável. Não obstante, sabe-se que ocorre um aumento da rigidez articular com o avanço da idade em crianças saudáveis, o que aumenta as pressões sob os metatarsos, gerando variações constantes de distribuição das pressões observadas durante a marcha10. Consequentemente, é possível que a variabilidade da idade da amostra tenha determinado a grande variabilidade nas medidas de pressão máxima durante a marcha, já que as medidas efetuadas em voluntários com menos de treze anos tendem a ser mais instáveis1), (5.
Paralelamente, cabe salientar que a aquisição de habilidades motoras, principalmente no processo de desenvolvimento, pode ser explicada a partir da percepção e da ação da tarefa repetida19, o que pode ter ocorrido nos voluntários ao caminhar sobre a plataforma pela segunda vez. Isso pode gerar um efeito de aprendizagem que constitui um processo de afinamento e aperfeiçoamento das respostas detectadas. Com isso, o indivíduo estrutura melhor as ações disponíveis para melhorar e adequar os ajustes posturais30.
Este estudo apresentou algumas limitações. Salienta-se a grande amplitude da faixa etária dos voluntários avaliados e a falta de estratificação desses indivíduos de acordo com a idade. Outro aspecto importante foi a falta de controle da velocidade da marcha. Por fim, é possível que erros de fechamento automático do software, que ocorreram em média em 40% das coletas, tenham influenciado a marcha das crianças, pois, na vigência do erro, era solicitado que o voluntário retornasse ao início da plataforma, o que tornou o processo de avaliação cansativo e demorado e, assim, pode ter ocorrido fadiga.
Neste estudo, observou-se que a confiabilidade teste-reteste da variável “descarga de peso” entre os membros inferiores e das medidas obtidas na análise dinâmica não foi considerada adequada - o que pode ocorrer por uma variabilidade da medida e não em razão do avaliador.
A análise de confiabilidade teste-reteste das variáveis “pressão máxima” e “descarga de peso” na postura estática, de crianças e adolescentes com desenvolvimento normal, apresentou valores adequados para medidas com o passo interrompido e sem calçado e quando os pés foram alinhados aos acrômios, fazendo-se uso do calçado. As medidas obtidas na análise dinâmica não alcançaram índices satisfatórios de confiabilidade intraexaminador.