versão impressa ISSN 1806-3713versão On-line ISSN 1806-3756
J. bras. pneumol. vol.44 no.2 São Paulo mar./abr. 2018
http://dx.doi.org/10.1590/s1806-37562018000000098
A dilatação de artéria pulmonar é uma característica bastante presente na hipertensão arterial pulmonar, sendo ainda mais pronunciada nos casos associados à esquistossomose.1 Dilatações aneurismáticas da artéria pulmonar, embora menos frequentes, têm potencial muito maior de complicações, desde sua dissecção2 até a compressão extrínseca de outras regiões.
Apresentamos o caso de um paciente de 38 anos com diagnóstico de hipertensão arterial pulmonar associada à esquistossomose com mais de 10 anos de evolução, com compressão aórtica e coronariana em decorrência de aneurisma gigante da artéria pulmonar. A pressão média de artéria pulmonar era de 33 mmHg, a pressão capilar pulmonar era de 10 mmHg e o débito cardíaco era de 6,9 l/min, sem evidência de cardiopatia congênita ou de doença pulmonar. O paciente tinha queixas de palpitações, dispneia classe funcional IV e síncope aos esforços. A radiografia e a angiotomografia de tórax evidenciaram aneurisma gigante de artéria pulmonar (Figuras 1A e 1B), sem evidência de tromboembolismo; porém, com calcificações em ramos principais da artéria pulmonar e compressão parcial de aorta e do tronco da coronária esquerda (Figuras 1C e 1D). Pouco se sabe sobre o comportamento dinâmico dessas grandes dilatações vasculares,3 devendo-se sempre ser considerado seu potencial complicador, particularmente em pacientes com desproporção entre os sintomas e o comprometimento hemodinâmico.
Figura 1 Em A, radiografia de tórax; em B, TC de tórax evidenciando dilatação aneurismática da artéria pulmonar; e em C e D, reconstrução da imagem tomográfica evidenciando compressão extrínseca da aorta ascendente e do tronco da artéria coronária esquerda (TCE; setas brancas) pela dilatação da artéria pulmonar. AOasc: aorta ascendente.