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Aplicabilidade do instrumento “Screening of Activity Limitation and Safety Awareness” em idosos com hanseníase

Aplicabilidade do instrumento “Screening of Activity Limitation and Safety Awareness” em idosos com hanseníase

Autores:

Paula Sacha Frota Nogueira,
Rachel Gabriel Bastos Barbosa,
Paulo César de Almeida,
Caroline Mary Gurgel Dias Florêncio,
Marília Braga Marques,
Liana Mara Rocha Teles

ARTIGO ORIGINAL

Escola Anna Nery

versão impressa ISSN 1414-8145versão On-line ISSN 2177-9465

Esc. Anna Nery vol.24 no.2 Rio de Janeiro 2020 Epub 27-Jan-2020

http://dx.doi.org/10.1590/2177-9465-ean-2019-0251

RESUMEN

Objetivo

Analizar la aplicabilidad del Screening of Activity Limitation and Safety Awareness (SALSA) para evaluación de la capacidad funcional de personas mayores con lepra.

Método

Investigación descriptiva, transversal, desarrollada con 77 personas mayores con enfermedad de Hansen acompañadas por el Centro de Referencia en Dermatología, en Fortaleza, Ceará, desde junio hasta agosto de 2015, mediante la aplicación de la SALSA y otras dos escalas ya validadas para uso en personas de edad avanzada. Para el análisis, se utilizó estadística descriptiva e inferencial.

Resultados

Hubo convergencia entre las escalas (p=0,0000) en la evaluación de la capacidad funcional. Los variables edad y sexo mostraron mayor número de asociaciones con las actividades evaluadas, mientras que en las variables clínicas relacionadas con la lepra, apenas el grado de incapacidad física presentó relación con más de dos actividades.

Conclusiones

La SALSA ha contribuido a la efectiva evaluación de la capacidad funcional en la población estudiada, siendo influenciada más por edad que por la enfermedad de Hansen. Implicaciones para la práctica: Su aplicación se recomienda en las consultas iniciales como una herramienta para la detección de la capacidad funcional de personas mayores con lepra.

Palabras clave:  Lepra; Evaluación Geriátrica; Autonomía Personal

INTRODUÇÃO

As representações sociais construídas sobre o envelhecimento são comumente associadas à doença e à dependência, o que levanta constante questionamento sobre o aumento da expectativa de vida da população e a sua associação com o aumento da morbidade e o impacto na qualidade de vida, considerando o declínio biológico trazido pelo processo fisiológico de envelhecimento, ocasionalmente acompanhado de doenças e alterações funcionais.1

Assim, destacam-se doenças com desfecho incapacitante e crônico que podem potencializar limitações funcionais, como, por exemplo, a hanseníase, doença infectocontagiosa que, mesmo quando diagnosticada precocemente, gera impactos sociais e econômicos negativos nas pessoas acometidas, inclusive após a alta, e que tem apresentado prevalência crescente na população idosa.2

Em 2017, foram diagnosticados 210.671 novos casos de hanseníase no mundo, e o Brasil está situado entre os três países com o maiores taxas de detecção de novos casos, sendo responsável por 26.875 ocorrências. No Ceará, entre 2014 a 2018, houve 8.536 novas notificações da doença, com destaque para a capital Fortaleza, com 2.601 (30,4%) casos.3

Na avaliação geriátrica, a avaliação funcional determina o comprometimento funcional, bem como, o grau de dependência e os tipos de cuidados que serão necessários para atendê-lo, fatores determinantes para sua autonomia pessoal. Para esta avaliação é realizada, usualmente, a análise do desempenho Atividades de Vida Diária (AVD) e Atividades Instrumentais de Vida Diária (AIVD). As AVD estão relacionadas ao autocuidado (alimentar-se, banhar-se, vestir-se, mobilizar-se, deambular, ir ao banheiro e manter controle sobre suas necessidades fisiológicas), enquanto que as AIVD são associadas à participação do idoso em seu meio social, indicando a capacidade em levar uma vida independente (utilizar meios de transporte, manipular medicamentos, realizar compras, executar tarefas domésticas leves e pesadas, utilizar o telefone, preparar refeições e cuidar das próprias finanças).4

Os aspectos relacionados à incapacidade, à dependência e à autonomia pessoal são determinantes quando se procura mensurar a qualidade de vida em idosos. Estima-se que, a cada ano, cerca de 10% da população acima de 75 anos se torna dependente em uma ou mais atividade, o que impede que o idoso resida ou permaneça em sua residência sozinho, dentre outras consequências negativas em sua rotina social.5

O manejo de incapacidades físicas na hanseníase é iniciado através da Avaliação Neurológica Simplificada (ANS), que compreende o exame de face, nariz, olhos, membros superiores e membros inferiores. Os resultados dessa avaliação são classificados de acordo com o Grau de Incapacidade Física (GIF), instrumento que aponta a existência de incapacidades e/ou deformidades decorrentes da doença, e que podem comprometer a funcionalidade da pessoa por ela acometida.6

Porém, além de identificar as incapacidades, é preciso conhecer como essas deficiências e/ou o estigma associados à hanseníase afetam a realização das atividades diárias de vida e a participação social dos pacientes. A avaliação das incapacidades é realizada amplamente e de modo sistemático nos pacientes com hanseníase. Porém, com este estudo, pretende-se alertar para a condição do idoso com hanseníase, que, mesmo sem incapacidade física relacionada à doença, pode apresentar declínio em seu desempenho funcional relacionado ao processo de envelhecimento, o que, por sua vez, demandará necessidades específicas de cuidado.

Diante do exposto, ressalta-se a necessidade de utilizar um instrumento válido que possa sintetizar a avaliação geral do idoso com hanseníase, com foco em sua funcionalidade e participação social, o que pode afetar diretamente a sua qualidade de vida.

Tais características estão presentes de forma agregada na Screening of Activity Limitation and Safety Awareness (SALSA), escala utilizada e recomendada no Brasil pelo Ministério da Saúde para medir a limitação de atividade e a consciência de risco em decorrência de deformidades das pessoas acometidas pela hanseníase − porém, ainda não avaliada quanto a sua aplicabilidade na população idosa.6

Assim, delineou-se a seguinte questão de pesquisa: A Screening of Activity Limitation and Safety Awareness (SALSA) consegue avaliar a capacidade funcional do idoso com hanseníase, mesmo na ausência de incapacidades geradas pela doença? Para responder tal indagação, objetiva-se, neste estudo, analisar a aplicabilidade da SALSA para a avaliação da capacidade funcional de idosos com hanseníase.

MÉTODO

Pesquisa quantitativa, descritiva, transversal, desenvolvida com todos os 77 idosos com hanseníase em atendimento no Centro de Referência em Dermatologia, em Fortaleza, Ceará, de junho a agosto de 2015. O local da pesquisa é referência estadual no acompanhamento das pessoas com hanseníase, havendo abordagem multiprofissional de medicina, enfermagem, fisioterapia, terapia ocupacional e serviço social.

Para participar do estudo, foram estabelecidos os seguintes critérios de inclusão: ter idade superior ou igual a 60 anos; ser diagnosticado com hanseníase, independentemente do tempo de tratamento; e ter realizado a ANS no momento da entrevista na unidade (apesar do resultado do GIF). Os idosos que receberam alta da Poliquimioterapia (PQT) para a hanseníase, mas que estavam em tratamento e acompanhamento na unidade, também foram incluídos. Foram excluídos os idosos que apresentaram alterações que comprometessem a comunicação verbal e o entendimento da ANS.

As variáveis sociodemográficas investigadas foram: idade, sexo, cidade de residência, número de pessoas no domicílio, escolaridade e renda familiar mensal. Já as características clínicas foram: presença de comorbidades, uso de adaptações, índice baciloscópico, forma clínica, esquema operacional de tratamento e presença de reação hansênica.

Os dados foram coletados por meio do formulário de entrevista, que abordou dados demográficos e socioeconômicos de cada idoso. Já os aspectos clínicos foram extraídos do prontuário do participante e complementados no momento da entrevista, que ocorreu imediatamente após a consulta para prevenção de incapacidades, e que teve o objetivo de promover maior fidelidade entre o GIF e sua influência na capacidade funcional.

A avaliação do GIF, por sua vez, foi realizada mediante o resultado da ANS − que envolve o exame de sete nervos periféricos distribuídos por face, membros superiores e membros inferiores.6

Para verificar a aplicabilidade da escala SALSA no dimensionamento da capacidade funcional de idosos com hanseníase, foram utilizadas duas escalas traduzidas e validadas no Brasil, o índice de Katz e a escala de Lawton e Brody, que são escalas padrão para esta modalidade de avaliação.4

Durante a aplicação da escala SALSA, que teve duração aproximada de 15 minutos, foram realizadas 20 perguntas abrangendo os domínios mobilidade (pés), autocuidado, trabalho (mãos) e destreza (mãos). Para cada questão, o participante respondeu “sim” ou “não”. Caso a resposta fosse positiva, o entrevistador deveria investigar o nível de facilidade quanto à realização da atividade abordada na questão, se “fácil”, “um pouco difícil” ou “muito difícil”. Já para as respostas negativas, o entrevistador também deveria investigar o motivo do paciente não conseguir realizar a atividade avaliada, ocasião em que o paciente pôde classificar a motivação como eu não preciso fazer isso ou eu fisicamente não consigo.

O escore final varia de zero a 80, e escores mais altos são indicativos de crescente limitação na realização de atividades. Os graus de limitação são classificados em: sem limitação (até 24); leve limitação (25 a 39); moderada limitação (40 a 49); grave limitação (50 a 59); e extrema limitação (60 a 80). No escore da consciência de risco, o cálculo é realizado por meio do somatório de respostas sinalizadas com o desenho de um círculo, e varia de zero a 11, em que os valores mais altos indicam consciência crescente dos riscos envolvidos em determinadas atividades, mas também indicam que, devido a isso, há uma limitação de atividade.7

O índice de Katz é composto por seis itens que são analisados e pontuados de acordo com a sua realização, de forma dependente ou independente: banhar-se, vestir-se, ir ao banheiro, transferir-se, ter controle sobre sua continência e alimentar-se. A escala propõe uma classificação do idoso em independente (seis pontos), dependente moderado (quatro a cinco pontos) e muito dependente (menos de 3 pontos).4

A escala de Lawton e Brody, por sua vez, é composta por nove itens, e possibilita avaliar se uma pessoa pode preparar suas refeições por conta própria, realizar tarefas de casa, lavar roupas, tomar medicamentos, chegar a locais que nos quais é necessário caminhar por longas distâncias, ir à padaria, manusear dinheiro e usar o telefone. Cada questão admite três respostas, sendo estas: “Sem ajuda” (3 pontos), “Com ajuda parcial” (2 pontos) e “Não consegue” (1 ponto).

A primeira resposta significa independência; a segunda, dependência parcial ou capacidade com ajuda; e a terceira, dependência. Na escala de Lawton e Brody, a pontuação máxima é 27 pontos, em que, quanto maior a pontuação, maior a capacidade funcional. Ao final, os participantes podem ser classificados como dependentes (9 a 13 pontos), semidependentes (14 a 22 pontos) ou independentes (acima de 22 pontos).4

Considerando que a escala SALSA também pode sofrer influência de doenças associadas à neuropatia periférica, como o Diabetes mellitus (DM), e que este apresenta alta prevalência na população idosa, foi verificado a pré-existência de DM de acordo com registro do diagnóstico ou resultado de exames no prontuário do participante. A realização deste exame é obrigatória antes do início da PQT, já fazendo parte da rotina do local da pesquisa.

Também foram verificadas medidas antropométricas dos participantes para determinar o Índice de Massa Corporal (IMC). O peso corporal foi determinado através de uma balança antropométrica, com precisão de 0,05 Kg, escala de zero a 150 Kg, da marca FILIZOLA. A estatura (cm) foi obtida através de registro no prontuário do paciente. Já o cálculo do IMC foi realizado utilizando a fórmula peso (kg) dividido pela altura (cm) ao quadrado do participante. Utilizaram-se os parâmetros específicos para idosos, classificando-os como baixo peso (≤ 22 Kg/m2); adequado ou eutrófico (>22 e <27 kg/m2) e sobrepeso (≥ 27 Kg/m2).8

Os dados foram armazenados em um banco de dados no Excel e analisados no Statistical Package for the Social Sciences (SPSS), versão 17.0. As variáveis sociodemográficas e clínicas foram analisadas mediante estatística descritiva, por meio de frequências absoluta e relativa, média, e Desvio Padrão (DP). As análises inferenciais foram realizadas através da observação da ocorrência ou não de associações entre as atividades funcionais avaliadas através da escala SALSA e variáveis sociodemográficas e clínicas, assim como, para a concordância entre as escalas através do teste de Razão de Verossimilhança, onde fora fixado um nível de significância de 5%.

A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa do local do estudo sob o protocolo n° 01/2013, e o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) foi assinado por todos os participantes.

RESULTADOS

Participaram 77 idosos com hanseníase, com média de idade de 68,23±6,11 anos, com concentração na faixa etária de 65 a 70 anos (N=28/36,4%). Houve predomínio do sexo masculino (N=49/63,6%), procedente de Fortaleza (N=46/59,7%), residindo com três a quatro pessoas (N=35/45,5%). Os participantes apresentaram a média de 4,14±4,01 anos de estudo. Ressalta-se que 22 (28,6%) idosos não possuíam escolaridade. A renda familiar mensal média foi de 2,04±1,71 salários mínimos, com predomínio de dois salários mínimos (N=37/48,0%) (Tabela 1).

Tabela 1 Características sociodemográficas e clínicas de idosos com hanseníase. Fortaleza, Ceará, 2015. 

Variáveis N %
Idade
60 - 64 25 32,5
65 - 70 28 36,4
71 - 83 24 31,2
Sexo
Masculino 49 63,6
Feminino 28 36,4
Procedência
Fortaleza 46 59,7
Outras cidades 31 40,3
Nº de pessoas no domicílio
Uma a duas pessoas 19 24,7
Três a quatro pessoas 35 45,5
Cinco ou mais pessoas 23 29,9
Escolaridade
Nenhuma escolaridade 22 28,6
Um a três anos de estudo 18 23,4
Quatro a oito anos de estudo 23 29,9
Nove a 15 anos de estudo 14 18,2
Renda familiar mensal
Até um Salário Mínimo (SM) 27 35,1
Dois SM 37 48,0
Três a Quatro SM 10 13,0
Cinco ou mais SM 03 3,9

Na análise das características clínicas não associadas à hanseníase nos idosos, foi encontrada a presença de comorbidades em 55 (71,4%) participantes, onde as mais relatadas foram a Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) (N=31/56,3%), o DM (N=23/41,8%), e a catarata (N=21/38,1%). Quanto ao IMC, 37 (48,1%) idosos foram considerados eutróficos.

O uso de corticosteroides foi relatado por 14 (18,2%) participantes, e o uso de adaptação e/ou órtese por 47 (61,0%) idosos, em que a adaptação mais citada foi o uso de lentes corretivas (N=37/48,1%).

O perfil clínico da hanseníase revelou predomínio do GIF zero (N=46/59,7%) e positividade no índice baciloscópico (N=40/51,9%), o que se relaciona com a concentração de casos na forma clínica dimorfa (N=40/51,9%) e o esquema de tratamento multibacilar (N=53/68,8%). A reação hansênica esteve presente em 15 (19,5%) casos, nos quais a reação reversa (N=13/86,6%) obteve destaque (Tabela 2).

Tabela 2 Características clínicas de idosos com hanseníase. Fortaleza, Ceará, 2015. 

Variáveis N %
Grau de Incapacidade Física (GIF) no diagnóstico
Zero 46 59,7
Um 15 19,5
Dois 16 20,8
Índice baciloscópico
Positivo 40 51,9
Negativo 37 48,1
Forma clínica
Indeterminada 03 3,9
Tuberculóide 15 19,5
Dimorfa 40 51,9
Virchowiana 19 24,7
Esquema operacional de tratamento
Paucibacilar 18 23,4
Multibacilar 53 68,8
Alternativo 06 7,8
Apresenta/ou reação hansênica
Sim 15 19,5
Não 62 80,5
Tipo de reação hansênica (n=15)
Reação reversa (tipo I) 13 86,6
Eritema Nodoso Hansênico (tipo II) 02 13,4

A escala SALSA obteve uma média de 31,56±11,67 pontos, com concentração nas categorias leve limitação (N=38/49,4%) e sem limitação (N=22/28,6%). Já o escore de consciência de risco variou de zero a 10, porém, com média de 2±2,30 − o que revela baixo comportamento protetor, provavelmente relacionado à baixa limitação funcional encontrada no grupo.

Na distribuição das respostas às atividades avaliadas na escala SALSA, 19 atividades apresentaram predomínio de resposta positiva. Apenas o item três do domínio mobilidade (pés), relacionado à capacidade de andar descalço, obteve um maior número de respostas negativas, com destaque para as respostas eu não preciso fazer isso (N=21/27,3%) e eu evito por causa do risco (N=18/23,4%). Os domínios autocuidado, trabalho (mãos) e destreza (mãos) apresentaram predomínio da execução fácil em todas as atividades avaliadas (Quadro 1).

Quadro 1 Distribuição das respostas de idosos com hanseníase para a Escala de SALSA. Fortaleza, Ceará, 2015. 

Domínios Atividades da Escala SALSA Se sim, o quanto isso é fácil para você? Se não, por que não?
Fácil Um pouco difícil Muito difícil Eu não preciso fazer isso Eu fisicamente não consigo Eu evito por causa do risco
Enxergar 30(38,9%) 25(32,5%) 14(18,2%) 08(10,4%)
Mobilidade (pés) Sentar-se/ agachar-se no chão 21(27,3%) 23(29,8%) 17(22,1%) 01(1,3%) 13(16,8%) 02(2,6%)
Andar descalço 17(22,1%) 05(6,5%) 03(3,9%) 21(27,3%) 13(16,8%) 18(23,4%)
Andar sobre chão irregular 30(38,9%) 19(24,7%) 11(14,3%) 09(11,6%) 06(7,8%) 02(2,6%)
Andar distâncias mais longas 35(45,5%) 15(19,5%) 15(19,5%) 03(3,9%) 07(9,1%) 02(2,6%)
Autocuidado Lavar todo o corpo 69(89,6%) 03(3,9%) 04(5,2%) - 01(1,3%) -
Cortar as próprias unhas 26(33,7%) 21(27,3%) 06(7,8%) 05(6,5%) 18(23,4%) 01(1,3%)
Segurar copo/tigela com conteúdo quente 60(77,9%) 09(11,6%) 02(2,6%) 02(2,6%) 03(3,9%) 01(1,3%)
Trabalho (mãos) Trabalhar com ferramentas 46(59,7%) 07(9,1%) 02(2,6%) 15(19,5%) 06(7,8%) 01(1,3%)
Carregar objetos pesados 33(42,8%) 15(19,5%) 13(16,8%) 04(5,2%) 12(15,6%) -
Levantar objetos acima da cabeça 57(74,0%) 07(9,1%) 04(5,2%) 05(6,5%) 04(5,2%) -
Cozinhar 42(54,5%) 09(11,6%) 07(9,1%) 16(20,8%) 03(3,9%) -
Servir líquidos quentes 52(67,5%) 06(7,8%) 04(5,2%) 11(14,3%) 04(5,2%) -
Abrir/fechar garrafas com tampa de rosca 58(75,3%) 08(10,4%) 06(7,8%) - 05(6,5%) -
Abrir vidros com tampa de rosca 56(72,7%) 08(10,4%) 06(7,8%) 01(1,3%) 06(7,8%) -
Destreza (mãos) Manipular objetos pequenos 64(83,2%) 04(5,2%) 05(6,5%) 03(3,9%) 01(1,3%) -
Utilizar botões 65(84,4%) 04(5,2%) 05(6,5%) 02(2,6%) 01(1,3%) -
Colocar linha na agulha 25(32,5%) 16(20,8%) 15(19,5%) 07(9,1%) 14(18,2%) -
Manusear pedaços de papel 58(75,3%) 06(7,8%) 03(3,9%) 05(6,5%) 05(6,5%) -
Apanhar objetos no chão 40(51,9%) 12(15,6%) 14(18,2%) 01(1,3%) 09(11,6%) 01(1,3%)

As atividades realizadas com maior facilidade foram: a capacidade de lavar todo o corpo (domínio autocuidado) (N=69/89,6%), capacidade de usar botões em roupas e bolsas (domínio destreza – mãos) (N=65/84,4%), e capacidade de manipular objetos pequenos (domínio destreza – mãos) (N=64/83,2%). Já a atividade realizada com um pouco de dificuldade pela maioria foi a capacidade de sentar-se ou agachar-se no chão (domínio mobilidade – pés) (N=23/29,8%).

Para a análise da associação da classificação da Escala SALSA e as variáveis categóricas associadas, os tópicos Grave limitação e Extrema limitação foram agrupados em Grave devido às baixas frequências encontradas em ambas as categorias.

A escala SALSA mostrou-se associada tanto com a escala de Lawton e Brody (p= 0,000), quanto com o Índice de Katz (p=0,000) (Tabela 3).

Tabela 3 Distribuição dos idosos com hanseníase segundo a Escala SALSA, e sua associação com a Escala de Lawton e Brody e o Índice de Katz. Fortaleza, Ceará, 2015. 

Variáveis Classificação da limitação (SALSA) Valor p*
Ausente Leve Moderada Grave
Escala de Lawton N(%) N(%) N(%) N(%)
Independente (a) (n=45) 20(44,4%) 25(55,5%) - - 0,000
Semidependente (n=27) 02(7,4%) 12(44,4%) 10(37,0%) 03(11,2%)
Dependente (n=05) - 01(20,0%) 02(40,0%) 02(40,0%)
Escala de Katz
Independência total (n=67) 22(32,8%) 35(52,2%) 10(15,0%) - 0,000
Dependência parcial (n=07) - 03(42,8%) 02(28,6%) 02(28,6%)
Dependência importante (n=03) - - - 03(100,0%)

Nota: * Teste de Razão de verossimilhança.

Na análise da influência de características socioeconômicas e clínicas com a capacidade relatada em realizar as atividades avaliadas na escala SALSA, o primeiro item avaliado foi a capacidade de enxergar o suficiente para realizar atividades cotidianas, em que este esteve associado à classificação da glicemia (p=0,000) e ao uso de adaptação e/ou órtese (p=0,037). Idosos sem DM (N=24/48,0%) conseguiram realizar atividade sem nenhuma dificuldade, já os idosos com DM foram maioria (N=06/50,0%) na resposta muito difícil. Idosos com hanseníase em uso de adaptação e/ou órtese (N=23/48,9%) apresentaram maior facilidade para executar a atividade.

A capacidade de sentar-se/agachar-se no chão apresentou relação com o GIF (p=0,020), com predomínio da resposta muito difícil entre os idosos com GIF dois (N=07/43,7%). Contudo, entre os idosos com GIF zero, houve grande prevalência da resposta um pouco difícil (N=17/37,0%), e estes foram maioria na resposta eu fisicamente não consigo (N=09/19,5%).

Quando questionados sobre a capacidade de andar descalço, a maioria dos idosos residentes em Fortaleza (N=16/34,8%) informaram realizá-la com facilidade, enquanto os residentes em outras cidades (N=11/35,5%) apresentaram uma maior consciência de risco, afirmando não executar a atividade por conta do risco envolvido, fazendo com que a procedência estivesse associada estatisticamente à atividade (p=0,011).

Outra característica associada foi o GIF (p=0,034), em que pacientes com GIF um e dois apresentaram mais respostas negativas à execução da ação, com 33,2% (N=05) dos idosos com GIF um apontando evitar realizá-la por conta do risco envolvido, e 26,7% (N=04) por fisicamente não conseguir − comportamento semelhante aos idosos com GIF dois, com 37,4% (N=06) das respostas em eu evito por conta do risco, e 31,3% (N=05) em eu fisicamente não consigo.

Andar sobre chão irregular foi uma ação relacionada à presença de comorbidades (p=0,039). Já andar distâncias mais longas mostrou relação com idade (p=0,020), reação hansênica (p=0,016) e grau de incapacidade (p=0,016), em que idosos na faixa etária de 60 a 64 anos (N=16/64,0%), GIF zero (N=26/56,6%) e sem reação hansênica (N=53,3%) apresentaram maior facilidade em realizá-la.

No domínio trabalho (mãos), a maioria das atividades investigadas englobam ações relacionadas àquelas de natureza doméstica, exceto trabalhar com ferramentas e levantar objetos acima da cabeça, ações que não se associaram a nenhuma variável sociodemográfica ou clínica relacionada à hanseníase. O primeiro item avaliado neste domínio foi a capacidade de carregar objetos pesados, que apresentou associação com o IMC (p=0,050), em que a maioria das respostas relacionadas ao impedimento físico em realizá-lo esteve presente nos idosos com baixo peso (N= 08/47,0%). As mulheres realizaram com maior facilidade as atividades domésticas cozinhar (N=20/71,4%) e servir líquidos quentes (N=24/85,7%).

Já a atividade abrir/fechar garrafas com tampa de rosca se relacionou com idade (p=0,017) e sexo (p=0,018), em que idosos com idade de 65 a 70 anos (N=24/85,7%) e do sexo masculino (N=38/77,6%) não apresentaram nenhuma dificuldade em efetuá-la − situação que se repetiu no item abrir/fechar vidros com tampa de rosca.

No domínio destreza (mãos), a idade esteve associada com as atividades manipular objetos pequenos (p=0,006), colocar linha na agulha (p=0,050), manusear papel (p=0,006) e apanhar objetos do chão (p=0,037), cuja a faixa etária de 65 a 70 anos foi a predominante em realizar todas as atividades mencionadas acima com facilidade.

Ainda, a ação colocar linha na agulha apresentou relação com o GIF (p=0,028) e idade (p=0,050), em que predominou o GIF dois (N=05/31,3%) e a faixa etária 65 a 70 anos (N=08/28,6%) com maior dificuldade. Enquanto na atividade manusear papel a associação esteve presente no sexo feminino (p=0,038), houve uma execução sem impedimentos predominante em mulheres (N=24/85,7%).

Na atividade apanhar objetos no chão, a idade mostrou-se relacionada (p=0,037), em que idosos entre 60 e 64 anos afirmaram executá-la com facilidade (N=14/56,0%), e os de maiores de 71 anos relataram ter impedimento físico para tal (N=07/29,2%).

Para as atividades lavar todo o corpo, segurar copo/tigela com conteúdo quente, trabalhar com ferramentas, levantar objetos acima da cabeça, utilizar botões e cortar as próprias unhas, não foram evidenciadas associações.

A tabela a seguir reúne as variáveis associadas às atividades analisadas através da escala SALSA (Tabela 4).

Tabela 4 Resumo das características estatisticamente associadas aos itens da Escala SALSA. Fortaleza, Ceará, 2015. 

Escala SALSA Valor p*
Enxergar
Glicemia 0,000
Uso de adaptação e/ou órtese 0,037
Domínio Mobilidade (Pés)
Sentar-se/ agachar-se no chão
Grau de incapacidade física 0,020
Andar descalço
Procedência 0,011
Grau de incapacidade física 0,034
Andar sobre chão irregular
Outras comorbidades 0,039
Andar distâncias mais longas
Idade 0,020
Grau de incapacidade física 0,016
Reação hansênica 0,016
Domínio Trabalho (mãos)
Carregar objetos pesados
Índice de massa corporal 0,050
Cozinhar
Sexo 0,014
Servir líquidos quentes
Sexo 0,000
Abrir/fechar garrafas com tampa de rosca
Idade 0,017
Sexo 0,018
Abrir vidros com tampa de rosca
Idade 0,023
Sexo 0,015
Domínio Destreza (mãos)
Manipular objetos pequenos
Idade 0,006
Colocar linha na agulha
Idade 0,050
Grau de incapacidade física 0,028
Manusear pedaços de papel
Idade 0,006
Sexo 0,038
Apanhar objetos no chão
Idade 0,037

Nota: * Teste de Razão de verossimilhança.

DISCUSSÃO

A hanseníase apresenta prevalência crescente na população idosa, com coeficiente de detecção de novos casos superior ao da população geral, situando-se em nível hiperendêmico em estados como Bahia e Alagoas.9,10

Em análise realizada com 5.973 casos de idosos com hanseníase no estado da Bahia, entre 2001 e 2012, observou-se uma maior incidência do sexo masculino, faixa etária 60 a 69 anos, baixa escolaridade, forma clínica dimorfa e classificação operacional multibacilar. Quanto ao GIF, 36,25% dos casos apresentavam incapacidade física no momento do diagnóstico, com destaque para os homens.9 Tais achados corroboram o perfil sociodemográfico e clínico evidenciado neste estudo, e ainda alertam para a adoção de medidas de diagnóstico precoce, sobretudo em indivíduos do sexo masculino.

No contexto da hanseníase, os resultados das avaliações das escalas podem variar de acordo com o local de residência dos idosos, visto que estes quando institucionalizados apresentam menos independência para as AIVD e AVD, como é o caso de idosos ainda residentes em antigos hospitais colônias.11

No entanto, ao considerar a capacidade funcional de idosos com hanseníase, um estudo realizado com 30 participantes, residentes em antigo hospital colônia localizado em Minas Gerais, identificou média de idade de 78,22 anos, com predomínio do sexo feminino, estado mental sem alterações, e como principais comorbidades a HAS e o DM. Na análise da capacidade funcional, 66,7% dos idosos foram independentes para as AIVD, em que a capacidade para vestir roupas foi a menos relatada (73,3%), e usar medicamentos corretamente foi a mais facilmente executada (60,0%).12

Já em pesquisa realizada com 186 idosos diagnosticados com hanseníase e residentes em outro antigo hospital colônia em Minas Gerais, detectou-se que 79,8% dos participantes apresentavam GIF 2, 83,3% eram independentes para as AVD, e 10,2% para as AIVD, onde o GIF esteve associado com as AIVD (p=0,038).13

As pesquisas descritas acima revelam que os achados deste estudo estão consoantes com outras realidades nas quais idosos estão inseridos, em que a capacidade funcional parece declinar em idades mais elevadas. Por isso, é preciso estar atento às ações não realizadas ou realizadas com dificuldade por estes idosos, para uma melhor elaboração do plano de cuidados. Neste estudo, mesmo na ausência de incapacidades geradas pela hanseníase, alguns idosos afirmaram não conseguir realizar atividades cotidianas, o que reforça a hipótese de que a idade influencia mais na funcionalidade do idoso com hanseníase do que a própria doença.

A confrontação reduzida dos achados relacionados à escala SALSA deveu-se à ausência de estudos que analisem, através desta, a capacidade funcional de idosos com hanseníase. Porém, em pesquisa realizada no município de Araguaína, Tocantins, envolvendo 282 pessoas com hanseníase, com idade média de 45,8 anos, revelou que a SALSA apresentou correlação estatisticamente significante com idade mais avançada (r = 0,40; p < 0,0001) e grau de incapacidade (r = 0,54; p < 0,0001).14

O DM tem como um de seus comprometimentos mais frequentes a diminuição da acuidade visual, fato que pode ter influência na dificuldade de enxergar relatada pelos idosos com hanseníase e DM. Já o predomínio de idosos com glicemia normal na resposta eu fisicamente não consigo pode estar relacionada à presença de outras alterações oculares e visuais comuns no envelhecimento, tais como a presbiopia, catarata e opacidade corneana.15

A incapacidade física relacionada à hanseníase impede o paciente de realizar atividades motoras. Contudo, na associação entre GIF e capacidade de sentar-se no chão, foi visto que, mesmo na ausência de incapacidades relacionadas à hanseníase, os idosos ou apresentaram dificuldade em executar a ação ou estavam fisicamente impedidos, o que direciona para a relação do envelhecimento e outras comorbidades − aspectos já discutidos anteriormente.

A proximidade com a unidade de saúde pareceu influenciar o comportamento preventivo em não andar descalço, afirmado pela maioria dos idosos residentes em outros municípios. O acesso aos diversos níveis de atenção à saúde apresenta-se, atualmente, como uma barreira da gestão do cuidado, visto que a acessibilidade é reconhecida como a relação entre a localização da oferta do serviço e o usuário, incluindo o envolvimento de meios de transportes disponíveis, a distância e os custos envolvidos no deslocamento.16

Para a atividade andar descalço, os idosos com hanseníase que apresentavam GIF um e GIF dois concentraram suas respostas em fisicamente não consigo e evito por causa do risco, revelando o impacto do impedimento físico causado pelas incapacidades já instaladas e a eficácia de orientações de autocuidado, que promove um comportamento preventivo.

Já a pesquisa qualitativa com 16 pessoas com hanseníase acompanhadas em Natal, Rio Grande do Norte, teve como objetivo avaliar o conhecimento adquirido sobre prevenção de incapacidades no controle da hanseníase, revelando como principais categorias identificadas nos discursos os cuidados na prevenção de úlceras, a prevenção de quedas e a reabilitação socioeconômica.17

A presença de comorbidades nos idosos com hanseníase proporcionou uma maior dificuldade em referência à capacidade andar sobre chão irregular. Já a idade mais avançada esteve relacionada ao aumento das repostas referentes à dificuldade ou à não realização da atividade andar distâncias mais longas. Tais achados apontam para a influência do processo de envelhecimento na execução das atividades, como alterações na marcha e no equilíbrio. A capacidade de reconhecer e processar informações sensoriais declinam paralelamente ao processo natural de envelhecimento, o que provoca alterações no equilíbrio e consequente redução na velocidade da marcha.18

Outro fator que contribuiu para a incapacidade de executar a atividade andar distâncias mais longas foi a presença de reação hansênica, pois esta pode manifestar-se através de neurites nos membros inferiores, que, além de proporcionar intenso desconforto ao paciente, dificultam a realização do movimento ativo.

Os domínios relacionados às mãos tiveram forte influência da variável idade e sexo. A habilidade manual sofre declínio com o avançar da idade. Em análise realizada considerando as diferenças do desempenho motor entre idosos de ambos os sexos, foi possível notar aumento progressivo na prevalência de incapacidade e desempenho fraco a cada grupo etário no sexo feminino, cenário não visualizado nos homens.19

CONCLUSÃO E IMPLICAÇÕES PARA A PRÁTICA

A maioria dos idosos com hanseníase mostrou-se independente nos três instrumentos utilizados, apontando uma convergência entre as escalas, fato comprovado estatisticamente. Na escala SALSA, as variáveis sociodemográficas, como idade e sexo, apresentaram maior número de associações com as atividades avaliadas do que as clínicas relacionadas à hanseníase, a exemplo do GIF, sugerindo que, na análise da capacidade funcional através da escala SALSA, a influência da idade foi proeminente.

Como limitações deste estudo, destacam-se o delineamento transversal, em que não se pôde acompanhar variáveis relacionadas a fatores ambientais e comportamentais, e o local reservado para realização de avaliações físicas adicionais, como, por exemplo, a identificação de sarcopenia. Ressalta-se a necessidade da realização de estudos futuros que possam acompanhar e avaliar a influência de fatores extrínsecos no declínio da capacidade funcional de idosos com hanseníase.

Portanto, diante dos achados apontados neste estudo e discutidos na literatura, afirma-se que a escala SALSA contribuiu para a avaliação eficaz da capacidade funcional de idosos com hanseníase, mesmo que estes apresentem limitação funcional não associada à doença, sendo recomendada sua aplicação nas consultas iniciais como instrumento de rastreio da capacidade funcional de idosos com hanseníase.

A utilização deste instrumento durante o acompanhamento de enfermagem de pacientes com hanseníase poderá fornecer subsídios para o estabelecimento de um plano de cuidados que aborde a especificidade da pessoa idosa com hanseníase − uma população especial e vulnerável.

REFERÊNCIAS

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