versão impressa ISSN 1806-3713versão On-line ISSN 1806-3756
J. bras. pneumol. vol.44 no.5 São Paulo set./out. 2018
http://dx.doi.org/10.1590/s1806-37562018000000193
O estudo de Monteiro et al.(1) sobre aspectos clínicos em pacientes com infecção pulmonar causada por micobactérias do complexo Mycobacterium abscessus (MABSC) na Amazônia brasileira é muito interessante. Os autores concluíram que a “resposta ao tratamento da doença pulmonar causada pelo MABSC foi menos favorável do que a da doença pulmonar causada por outras micobactérias não tuberculosas”. Gostaríamos de compartilhar ideias sobre essa observação. Em nosso meio, a Indochina, uma alta prevalência semelhante de infecção pulmonar por micobactérias também é observada. O complexo MABSC tornou-se uma nova infecção emergente interessante. A fraca resposta à terapia padrão antimicobacteriana também é observada. (2,3) A falha do tratamento geralmente está relacionada ao diagnóstico tardio e ao tratamento prévio com antibióticos devido à falta de testes microbiológicos padrão para confirmar a especificidade do patógeno. Essa situação parece ser semelhante à relatada por Monteiro et al.(1); a maioria dos pacientes recebe tratamento antibiótico antes de ter o diagnóstico final de MABSC. Além disso, a disponibilidade de medicamentos de escolha contra MABSC (como imipenem) é limitada em grandes hospitais terciários que não conseguem atender o aumento da incidência do problema em um hospital comunitário. O possível novo paradigma contra o surgimento do MABSC pode ser o diagnóstico precoce por confirmação específica de isolados micobacterianos e o apoio financeiro para a disponibilização de tratamentos antibióticos altamente eficazes em hospitais comunitários.