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Associação do tabagismo com biomarcadores REDOX e fatores de risco cardiometabólicos em idosos

Associação do tabagismo com biomarcadores REDOX e fatores de risco cardiometabólicos em idosos

Autores:

Camila Bittencourt Jacondino,
Carla Helena Augustin Schwanke,
Vera Elizabeth Closs,
Irênio Gomes,
Cristiane Alves Borges,
Maria Gabriela Valle Gottlieb

ARTIGO ORIGINAL

Cadernos Saúde Coletiva

versão impressa ISSN 1414-462Xversão On-line ISSN 2358-291X

Cad. saúde colet. vol.27 no.1 Rio de Janeiro jan./mar. 2019 Epub 21-Fev-2019

http://dx.doi.org/10.1590/1414-462x201900010279

Abstract

Background

Smoking is the leading cause of preventable death worldwide, and is considered an important risk factor for cardiovascular disease (CVD).

Objective

To investigate the association of smoking with sex, redox metabolism and cardiometaboic risk factors of 381 elderly from the Family Health Strategy of Porto Alegre.

Method

To categorize smoking, followed by the recommendations of the Center for Disease Control (CDC). We studied the following oxidative stress markers investigated: advanced products of protein oxidation (AOPP), nitric oxide metabolites (NOx), the antioxidant capacity was measured by Ferric Reducing Ability of Plasma (FRAP). Cardiometabolic risk factors were also evaluated.

Results

Regarding sex/smoking, women are more often non-smokers (P = 0.001). Former male smokers had higher concentrations of FRAP (P = 0.001), and smokers had higher concentration of NOx (0.012), lower average waist circumference-WC (P = 0.017), body mass index-BMI (P = 0.003) and increased HDL-c levels (P = 0.003). There were found significant results among women.

Conclusion

The elderly male smokers presented lower values of WC, BMI and HDL-c, but smokers presented increased NOx concentration, which is a oxidative stress biomarker associated with cardiovascular diseases. Therefore, it is important to emphasize the importance in preventing and adhering to smoking cessation to avoid cardiovascular comorbidities..

Keywords:  aging; smoking; family health strategy; oxidative stress; sex

INTRODUÇÃO

O tabagismo é um dos principais fatores de risco cardiovascular modificáveis. Conforme a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 1,2 bilhão de pessoas no mundo possuem o hábito de fumar, e, no Brasil, em torno de 28 milhões são fumantes 1 . Além disso, aproximadamente 10 mil óbitos por dia são resultados do tabagismo. Assim, as projeções indicam que, em 2030, pelo menos 10 milhões de indivíduos serão acometidos por patologias associadas ao fumo 2 .

A prevalência de tabagismo começa a declinar com o envelhecimento, permanecendo em torno de 22% para os homens e 7% para as mulheres 3 . O hábito de fumar entre idosos está associado ao maior risco de mortalidade e morbidade por cardiopatias, acidente vascular encefálico, doenças respiratórias e determinadas neoplasias 2 . Ressalta-se que, com a elevada prevalência de doenças crônicas, torna-se necessária a cessação do hábito tabágico nessa faixa etária, tendo em vista que a interrupção do fumo promove o aumento de dois a três anos na expectativa de vida naqueles que fumavam até um maço de cigarros por dia 4,5,6 .

Estudos 7,8 têm mostrado que o hábito de fumar aumenta a concentração de alguns marcadores de estresse oxidativo, como os metabólitos do óxido nítrico (NOx) e os produtos avançados da oxidação proteica (AOPP) 8 . Esses biomarcadores implicam não somente a disfunção endotelial, mas, principalmente, o processo de envelhecimento patológico e a mortalidade 8,9,10 .

Adicionalmente, a literatura também tem mostrado uma ligação entre o tabagismo e a redução de apetite, com consequente diminuição no índice de massa corporal 11,12 . Contudo, a relação entre o consumo de cigarros e as medidas antropométricas permanece em discussão, considerando que o hábito de fumar é altamente nocivo e tóxico ao organismo.

Diante desse cenário, o artigo tem como objetivo verificar a associação do tabagismo com sexo, biomarcadores REDOX e fatores de risco cardiometabólicos em idosos da Estratégia da Saúde da Família, de Porto Alegre/RS.

MÉTODO

Delineamento

Estudo transversal, descritivo e analítico.

População e amostra

O presente estudo envolveu 381 idosos, participantes da pesquisa denominada Estudo Epidemiológico e Clínico dos Idosos Atendidos pela Estratégia de Saúde da Família (EMI-SUS)13do município de Porto Alegre, desenvolvida por pesquisadores do Instituto de Geriatria e Gerontologia e do Programa de Pós-Graduação em Gerontologia Biomédica da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS), em parceria com a Secretaria de Saúde do município. O estudo foi executado no período de janeiro de 2011 a dezembro de 2012 por uma equipe multidisciplinar que envolveu agentes comunitários, enfermeiros, geriatras, neurologistas, psiquiatras, psicólogos, educadores físicos, nutricionistas, fisioterapeutas e farmacêuticos. Foram incluídos indivíduos com idade igual ou superior a 60 anos, atendidos na ESF. Os idosos acamados foram excluídos do estudo.

Variáveis investigadas e instrumentos de coleta utilizados

Tabagismo

Com relação ao status tabágico, os participantes do estudo responderam a um questionário, elaborado pelos pesquisadores responsáveis, sobre dados de estilo de vida, com perguntas sobre o hábito de fumar e o número de cigarros consumidos por dia. Para definir a condição do tabagismo, foram seguidas as recomendações do Center of Diseases Control14 (CDC) dos Estados Unidos, sendo categorizados: como tabagistas os indivíduos que fumaram pelo menos 100 cigarros ao longo da vida e que eram fumantes no momento do estudo; não tabagistas aqueles que nunca haviam fumado ou que fumaram menos de 100 cigarros durante a vida; e ex-tabagistas os participantes que haviam fumado mais de 100 cigarros, mas que não eram fumantes na época do estudo.

Variáveis bioquímicas, marcadores inflamatórios, de estresse oxidativo e de capacidade antioxidante

Foram analisados os níveis séricos de Colesterol total, HDL-colesterol (HDL-c), LDL-colesterol (LDL-c), triglicerídeos, glicose e insulina; marcadores inflamatórios: interleucina-6 (IL-6); proteína C reativa (PCR-c); dois marcadores oxidativos: produtos avançados da oxidação proteica (AOPP) e metabólitos do óxido Nítrico (NOx); e variável de habilidade plasmática de redução férrica (FRAP).

Para obtenção dos valores glicêmicos, foi utilizado o kit de glicose PAP Liquiform, marca Labest, por reação de ponto final, por meio da metodologia GOD-Trinder. Para a determinação dos triglicerídeos, colesterol e HDL-c, foi utilizado o kit Liquiform, marca Labest, por reação de ponto final, por meio da metodologia Enzimática-Trinder. E os níveis de LDL-c foram obtidos por intermédio da equação de Friedwald 15 . Para determinação dos níveis de insulina, IL-6 e PCR-us, foi realizado o método de quimioluminescência, de acordo com as instruções do fabricante (IMMULITE® / IMMULITE®). Os AOPP foram quantificados no equipamento de Cobas Mira® (Roche Diagnostics, Basileia, Suíça), de acordo com o método descrito por Hanasand et al. 16 . O resultado foi calculado pela curva padrão mol/L, sendo determinado como o equivalente de cloramina. Os NOx foram mensurados de acordo com o método padronizado por Tatsch et al. 17 Já para avaliar a capacidade antioxidante, o método utilizado para dosar a FRAP foi descrito por Benzie et al 18 , utilizando o equipamento de Cobas Mira® (Roche Diagnostics , Basileia, Suíça).

A resistência à insulina foi determinada utilizando o modelo matemático chamado de “homeostase Assessment Model” (HOMA), em que a resistência é determinada pela seguinte fórmula (1):

HOMAIR=glicose(mmol)×insulina(µU/mL)/22,5 (1)

sendo que o valor acima de 2,71 é considerado insulina resistente 19,20 .

Variáveis antropométricas

As medidas antropométricas foram coletadas por uma equipe de nutricionistas treinada e certificada pela International Society for the Advancement of Kinanthropometry21 . O peso e a altura foram avaliados em uma plataforma Filizola®, com os participantes vestindo um avental hospitalar, descalços, posicionados no centro da balança com os braços estendidos ao longo do corpo e em posição ereta. O índice de massa corporal (IMC) foi calculado a partir das medidas de peso e altura utilizando o índice de Quetelet 22 (IMC=(pesoaltura2)) , sendo os pontos de corte de Lipschitz 23 para magreza e sobrepeso, respectivamente, IMC abaixo de 22 kg/m2 e acima de 27 kg/m.

A circunferência abdominal foi aferida com fita métrica inelástica no ponto médio entre o rebordo costal e a crista ilíaca, com o indivíduo em posição ortostática, e obedecidos os pontos de corte ≥ 102 cm para os homens e ≥ 88 cm para as mulheres, conforme a I Diretriz Brasileira de Diagnóstico e Tratamento da Síndrome Metabólica 24 .

Pressão arterial

Os níveis pressóricos foram obtidos com um esfigmomanômetro aneroide devidamente calibrado e estetoscópio, com paciente sentado em uma cadeira, com as costas apoiadas, sendo conferidas as informações referentes à não realização de esforço físico, fumo ou ingestão de cafeína durante 1 hora antes da aferição da pressão arterial 25 .

Doenças cardiometabólicas

A hipertensão arterial, o diabetes mellitus e os eventos cardiovasculares (angina instável e infarto agudo do miocárdio) foram obtidos por meio do autorrelato dos idosos, sendo confirmados pela receita, pelo prontuário médico, pelos exames de glicemia e pelo perfil lipídico. Já a obesidade foi classificada por intermédio do resultado do cálculo do índice de massa corporal.

Logística do estudo

Para a realização do estudo, foi recrutada uma amostra de idosos por meio de sorteio de 30 equipes da Estratégia Saúde da Família (ESF) do município de Porto Alegre. Inicialmente, foi aplicado um questionário com perguntas sociodemográficas, de hábitos de vida e de uso de medicamentos, nas residências de 36 idosos sorteados aleatoriamente de cada uma das 30 equipes da ESF, pelos agentes comunitários de saúde, previamente treinados. Após essa primeira etapa, os idosos foram chamados para a coleta de sangue nas unidades básicas de saúde próximas à sua residência e depois eram encaminhados para a avaliação por uma equipe multidisciplinar nas dependências do Hospital São Lucas da PUC-RS, onde foram investigados parâmetros antropométricos, de capacidade funcional e neuropsiquiátricos.

Análise estatística

O tamanho amostral foi calculado pelo programa PEPI do pacote estatístico DOS, versão 4, utilizando um nível de significância de 0,05. A amostra mínima dos idosos foi definida com base uma população de 22 mil idosos usuários da ESF da cidade de Porto Alegre, no Sul do Brasil.

O banco de dados foi estruturado em planilha Excel, em digitação dupla, e a análise estatística, realizada no programa Statistical Package for the Social Sciences (SPSS), versão 17.0. Na fase descritiva, as variáveis quantitativas foram analisadas por média e desvio-padrão. Na fase analítica, foram utilizados o teste T de Student e a análise de variâncias ANOVA, para as variáveis contínuas, e os testes qui-quadrado de Pearson e Exato de Fisher, para as variáveis categóricas. Foram considerados significativos os valores de P < 0,05.

Aspectos éticos

O projeto EMI-SUS, do qual faz parte o estudo, foi apreciado e aprovado pelo CEP da PUC-RS (protocolo nº 10/04967) e da Secretaria Municipal de Saúde de Porto Alegre (registro nº 499 e processo nº 001.021434.10.7). Todos os participantes assinaram um termo de consentimento livre e esclarecido.

RESULTADOS

A amostra foi composta por 381 idosos, com média de idade de 68,0 ± 6,6 anos (intervalo de 60 a 95 anos), e a maioria era do sexo feminino (60,9%). As características gerais da amostra, segundo o gênero, estão descritas na Tabela 1 .

Tabela 1 Características gerais dos idosos atendidos na Estratégia Saúde da Família de Porto Alegre/RS (n = 381)  

Variáveis N Amostra total Homens Mulheres P
Idade em anos (média ± DP) 381 68,0 ± 6,6 68,1 ± 7,2 68,0 ± 6,1 0,871 a
Tabagismo n (%)
Não tabagistas 190 (49,9) 57 (38,3) 133 (57,3) 0,001b
Ex-tabagistas 75 (19,7) 40 (26,8) 35 (15,1)
Tabagistas 116 (30,4) 52 (34,9) 64 (27,6)
Número cigarros/dia (média ± DP) 112 18,0 ± 13,0 19,1 ± 15,8 17,1 ± 10,2 0,438a
Cessação tabagismo em anos 71 18,3 ± 13,1 18,5 ± 12,3 18,0 ± 14,2 0,875a
Marcadores bioquímicos, inflamatórios e oxidativos (média ± DP)
NOX (µmol/L) 286 147,9 ± 180,7 138,8 ± 129,7 153,7 ± 207,1 0,456a
AOPP (µmol/L) 298 112,4 ± 119,6 115,8 ± 155,0 110,2 ± 90,1 0,696a
FRAP (µmol/L) 296 1041,5 ± 1014,5 1008,0 ± 895,6 1063,4 ± 1087,1 0,647a
Interleucina-6 (pg/mL) 251 4,0 ± 10,4 4,5 ± 14,6 3,6 ± 5,5 0,516a
PCR-us 251 0,42 ± 0,61 0,32 ± 0,16 0,49 ± 0,89 0,165a
Glicose (mg/dl) 372 121,1 ± 49,0 123,5 ± 53,3 119,6 ± 46,0 0,460a
Insulina (µIU/mL) 158 5,87 ± 11,44 4,7 ± 7,0 6,8 ± 13,9 0,278a
Homa-IR 156 1,21 ± 2,55 1,5 ± 2,2 1,7 ± 2,8 0,684a
Colesterol (mg/dl) 370 191,7 ± 46,2 189,1 ± 48,3 193,4 ± 44,8 0,384a
LDL-c (mg/dl) 371 111,3 ± 39,6 110,7 ± 37,6 111,8 ± 40,9 0,793a
Triglicerídeos (mg/dl) 371 149,9 ± 98,3 155,6 ± 134,8 146,3 ± 65,1 0,371a
HDL-c (mg/dl) 372 51,2 ± 13,3 48,7 ± 13,7 52,9 ± 12,7 0,003a
Medidas antropométricas (média ± DP)
Índice de massa corporal (kg/m2) 374 27,9 ± 5,5 26,9 ± 4,5 28,6 ± 5,9 0,002a
Circunferência da cintura (cm) 371 95,8 ± 11,6 95,8 ± 9,6 95,8 ± 12,8 0,993a
Pressão arterial (mmHg) (média ± DP)
Sistólica 377 135,2 ± 19,4 138,0 ± 20,4 133,4 ± 18,4 0,023a
Diastólica 377 83,5 ± 11,2 85,1 ± 11,6 82,4 ± 10,8 0,017a
Doenças cardiometabólicas n (%)
Diabetes mellitus 377 99 (26,3) 41 (27,5) 58 (25,3) 0,609b
Hipertensão arterial 378 262 (69,3) 97 (65,1) 165 (72,1) 0,152b
Evento cardiovascular 378 59 (15,6) 20 (13,6) 39 (16,9) 0,392a
Obesidade central 370 189 (51,1) 33 (22,4) 156 (70,0) <0,001b
Obesidade geral 374 183 (48,9) 63 (43,2) 120 (52,6) 0,074a

ateste T de Student

bteste qui-quadrado de Pearson

DP = desvio padrão; NOX = óxido nítrico; AOPP = produto avançado da oxidação proteica; FRAP = ferric eeducing ability of plasma; PCR-us = proteína C reativa

A frequência de tabagismo entre os idosos foi de 30,4%, e 19,7% deles foram considerados ex-tabagistas. A média do número de cigarros/dia fumados e do tempo (anos) em que cessaram o tabagismo foi 18,0 ± 13,0 e 18,3 ± 13,1 anos, respectivamente. Em referência ao gênero, constatou-se com mais frequência mulheres não fumantes (57,3%) em comparação aos homens (38,3%) (P = 0,001). Os indivíduos do sexo feminino apresentaram níveis mais elevados de HDL-c (P = 0,003) e IMC (0,002), enquanto, entre os idosos do sexo masculino, a medida da pressão arterial (PA) mostrou-se mais elevada, tanto para PA sistólica (P = 0,023) como para a PA diastólica (P = 0,017). Hipertensão arterial e obesidade central foram as doenças cardiometabólicas mais frequentes, com 69,3% e 51,1%, respectivamente. No que concerne aos valores dos marcadores de estresse oxidativo entre os grupos, segundo o gênero, verificou-se que os homens não tabagistas mostraram significativamente menores médias de NOx em relação aos que cessaram o tabagismo e aos tabagistas atuais (P = 0,012). Quanto ao FRAP, os idosos ex-tabagistas do sexo masculino exibiram maiores níveis séricos em comparação aos outros grupos (P = 0,001). Em se tratando das variáveis antropométricas, observou-se que os tabagistas apresentaram significativamente menor média de circunferência da cintura (P = 0,017) e menor IMC (P = 0,003). Entre os grupos das mulheres não se constataram diferenças estatisticamente relevantes ( Tabela 2 ).

Tabela 2 Associação do tabagismo com biomarcadores do estresse oxidativo e fatores de risco cardiometabólicos em idosos da Estratégia Saúde da Família de Porto Alegre/RS (N=381)  

Não tabagista Ex-tabagista Tabagista P Não tabagista Ex-tabagista Tabagista P
Homens Mulheres
Média ± DP Média ± DP
Marcadores bioquímicos, inflamatórios e oxidativos
NOx (µmol/L) 98,1b ± 83, 2 173,4ab ± 169,8 167,5a ± 128,5 0,012 149,6 ± 198,2 116,2 ± 134,8 185,6 ± 257,3 0,393
AOPP (µmol/L) 97,8 ± 46,3 152,0 ± 273,2 103,6 ± 49,1 0,253 109,3 ± 96,6 102,0 ± 51,0 117,0 ± 92,3 0,784
FRAP (µmol/L) 822,9b ± 454,3 1466,9a ± 1439,1 816,3b ± 382,2 0,001 993,0 ± 942,3 1197,6 ± 804,2 1151,5 ± 1484,1 0,566
PCR-us 0,31 ± 0,17 0,33 ± 0,21 0,33 ± 0,21 0,98 0,56 ± 1,20 0,25 ± 0,05 0,48 ± 0,69 0,510
IL-6 (pg/mL) 6,2 ± 22,8 3,8 ± 4,4 3,1 ± 3,1 0,618 3,9 ± 6,8 3,7 ± 4,5 3,0 ± 2,2 0,697
Glicose (mg/dl) 135,7 ± 68,9 113,2 ± 26,6 117,7 ± 46,8 0,079 118,0 ± 43,3 127,6 ± 69,7 118,6 ± 32,8 0,535
Insulina (µUI/mL) 5,1 ± 4,2 2,9 ± 1,8 6,1 ± 11,3 0,308 8,6 ± 16,8 3,7 ± 3,8 3,2 ± 2,1 0,238
Homa-IR 2,0 ± 1,9 0,8 ± 0,6 1,7 ± 3,2 0,189 2,0 ± 3,3 1,3 ± 1,4 0,9 ± 0,8 0,304
Col (mg/dL) 184,7 ± 36,5 198,1 ± 65,2 187,0 ± 43,8 0,374 192,6 ± 43,2 197,7 ± 44,3 192,8 ± 49,3 0,832
LDL-c 107,4 ± 35,3 116,0 ± 36,6 110,5 ± 41,2 0,520 110,9 ± 39,8 113,8 ± 43,6 112,5 ± 42,5 0,921
TG (mg/gL) 141,7 ± 64,9 185,2 ± 227,3 147,5 ± 81,9 0,260 149,2 ± 67,4 133,5 ± 55,9 147,3 ± 65,0 0,445
HDL-c 49,2ab ± 11,8 44,2b ± 10,1 51,7a ± 17,2 0,035 52,7 ± 12,5 57,2 ± 16,3 50,8 ± 9,9 0,059
Medidas antropométricas
IMC (kg/m2) 28,4a ± 4,9 26,7ab ± 4,3 25,5b ± 3,6 0,003 28,8 ± 6,3 27,6 ± 5,2 28,6 ± 5,6 0,559
CC (cm) 98,5a ± 9,5 95,3ab ± 9,3 93,3b ± 9,3 0,017 95,9 ± 13,7 95,5 ± 11,0 95,9 ± 11,9 0,988
Pressão arterial (mmHg)
Sistólica 140,8 ± 21,9 136,8 ± 20,1 136,0 ± 18,9 0,423 132,8 ± 18,2 133,9 ± 17,5 134,3 ± 19,8 0,859
Diastólica 85,7 ± 12,7 84,6 ± 11,9 85,0 ± 10,1 0,878 83,2 ± 11,1 81,4 ± 11,0 81,1 ± 9,8 0,401

P = análise de variância ANOVA; valores médios com letras diferentes subscritas são significativamente diferentes (teste de Bonferroni); DP = desvio padrão; NOX = metabólitos do óxido nítrico; AOPP = produto avançado da oxidação proteica; FRAP = ferric reducing ability of plasma; PCR-us= Proteína C reativa ultrassensível; IL-6 = interleucina 6; Col = colesterol; LDL-c = low density lipoprotein; TG = triglicerídeos; HDL-c = high density lipoprotein; IMC = índice de massa corporal; CC = circunferência da cintura

DISCUSSÃO

A literatura tem mostrado um vasto corpo de evidências sobre os danos que o hábito tabágico provoca na saúde humana, bem como o seu impacto na taxa de mortalidade por doenças associadas ao fumo 26 . O tabagismo é um dos principais fatores de risco para as doenças crônicas não transmissíveis, sendo responsável por cerca de 6 milhões de mortes ao ano 1,2 . Projeções apontam que, em 2020, esse número será de 7,5 milhões, ou seja, 10% de todas as mortes ocorridas no mundo 27 . Além disso, o ato de fumar induz o aumento de produção de subprodutos da peroxidação lipídica e do metabolismo do óxido nítrico, a elevação do estresse oxidativo celular e, concomitantemente, o processo inflamatório e a disfunção endotelial e plaquetária 28 .

Por outro lado, pesquisas mostram que a nicotina promove redução do apetite e maior saciedade devido à sua ação sobre o hormônio leptina e sobre o neuropeptídeo Y, que desempenham um papel importante na ingestão alimentar, ocasionando uma diminuição do peso corporal 13,14,29,30 . A busca na literatura sobre esse tema evidenciou uma total ausência de artigos com essa abordagem na população idosa, demonstrando a necessidade de investigação mais profunda para compreender melhor a associação entre tabagismo, sexo, índice de massa corporal, doenças cardiovasculares e metabólicas, marcadores de estresse oxidativo e capacidade antioxidante e inflamatória nessa população.

Do total da amostra, 30,4% declararam fumar, porém outras pesquisas 5,31,32 demonstraram uma porcentagem menor de fumantes nessa faixa etária acima dos 60 anos, bem como redução ou extinção do tabagismo com o envelhecimento, mas também é preciso considerar o tamanho amostral de cada estudo e a classificação quanto ao hábito tabágico.

Em uma metanálise sobre o uso de tabaco em idosos 3 , os autores constataram que o maior predomínio do consumo de cigarros foi encontrado entre os homens. Segundo dados do Ministério da Saúde, em 2014, algumas variáveis se associaram à prevalência de tabagismo: as proporções de fumantes são consistentemente superiores no sexo masculino e entre aqueles com menor grau de instrução, reduzindo-se progressivamente à medida que se aumentam os anos de estudo, 33 dado esse que corrobora os resultados obtidos no presente estudo.

No que se refere as variáveis antropométricas, os idosos tabagistas do sexo masculino apresentaram significativamente menor circunferência da cintura e índice de massa corporal, assemelhando-se com os resultados de um estudo sobre a associação entre fumo e obesidade abdominal em doadores de sangue, no qual, após análises de regressão linear múltipla, o tabagismo estava associado positivamente ao IMC e à relação cintura/quadril 34 .

Em uma revisão sistemática sobre os efeitos da nicotina na homeostase energética e na alimentação, seus autores citam estudos nos quais essa substância reduz o peso corporal, promove o aumento do gasto energético e a inibição da fome, em decorrência da ação modeladora do princípio ativo do tabaco, tanto nos processos metabólicos quanto nos circuitos de recompensa. Experimentos realizados em roedores mostraram que o alcaloide extraído das folhas de tabaco atua, principalmente, por meio de receptores nicotínicos de acetilcolina (nAChRs), os quais são amplamente expressos em todo o sistema nervoso central e periférico, podendo alterar a expressão, a secreção ou a função de neuropeptídios que regulam o apetite. A nicotina também altera os níveis de certos peptídeos periféricos, em vias vagais aferentes viscerais, que, do mesmo modo que o tabaco, desempenham um papel importante na ingestão alimentar 35 .

Todavia, se, por um lado, o tabagismo, via nicotina, pode evitar que o organismo ganhe peso e aumente a circunferência abdominal, por outro está intimamente relacionado com a incidência de algumas doenças crônicas não transmissíveis, como as cardiovasculares e o câncer, gerando uma carga econômica substantiva devido aos custos da assistência médica e uma diminuição da produtividade em razão da morte prematura 5,36 .

Entre os efeitos nocivos do tabaco no sistema cardiovascular, destacam-se as alterações nas concentrações plasmáticas de lipoproteínas, o que está bem documentado na literatura, por exemplo, em relação ao aumento de triglicerídeos e da LDL-c 37 . Entretanto, os idosos tabagistas do gênero masculino do presente estudo apresentaram maiores médias de HDL-c em comparação aos demais grupos, por causa da não investigação em relação à dieta, da prática de exercício físico ou da suplementação com ômega 3, os quais exercem efeitos sobre os níveis de HDL-c, 38 bem como outros marcadores, como a APO A e Apo B, principais proteínas encontradas na HDL-c e LDL-c, torna-se difícil encontrar uma resposta plausível para esse resultado. Tendo em vista que a APO A e a APO B são apontadas como indicadores ideais de lipoproteínas aterogênicas, fornecendo dados mais confiáveis sobre o efeito do fumo nas lesões endoteliais; ainda assim, a interação entre fatores genéticos e ambientais pode determinar o fenótipo do perfil lipídico 39,40 .

Em contrapartida, se os homens que possuem o hábito de fumar apresentaram menor IMC, circunferência da cintura e maior HDL-c, esses mesmos sujeitos obtiveram valores elevados do metabólitos do óxido nítrico, resultado semelhante encontrado por Vargas 41 et al., em cujo estudo os fumantes adultos com e sem depressão tiveram significativamente maiores concentrações de NOX, um importante biomarcador responsável pela hipertrofia e apoptose endotelial, acarretando o surgimento das doenças vasculares, incluindo hipertensão arterial e aterosclerose 42 .

Com relação à capacidade antioxidante, o método utilizado foi a variável de habilidade plasmática de redução férrica (FRAP). Portadores de doenças cardiovasculares, como infarto do miocárdio e aterosclerose, possuem esses valores reduzidos, já que os antioxidantes possuem um papel fundamental em tais patologias 43 . Os idosos ex-tabagistas do gênero masculino apresentaram maior média desse marcador em comparação com os tabagistas e os que não fumam, mas ressalva-se que o FRAP está relacionado com o consumo alimentar, pois determinados alimentos, principalmente as frutas e as verduras, ricas em vitaminas C e E, e os cereais integrais, desempenham ação antioxidante 44 .

Convém salientar que houve restrição de estudos para corroborar tal achado. Somente uma pesquisa com achados semelhantes foi encontrada nas bases de dados, realizada por Miri 45 et al., na qual os fumantes apresentaram maiores médias de FRAP; entretanto, os autores não diferenciaram os indivíduos em ex-tabagistas, e sim naqueles que fumam atualmente e os que nunca consumiram cigarros, e partir de então foram estratificados de acordo com perfil lipídico, diferenciando dos resultados deste estudo.

Idosos tabagistas, por terem sofrido em suas vidas exposições mais longas de cigarros sem filtro com elevados teores de nicotina, possuem um risco elevado de doenças do coração, no aparelho circulatório e no pulmão 46 . Trata-se de um ciclo de vida, com tendência elevada de agravos crônicos, e o vício de fumar contribui para o surgimento de morbidades e complicações, além de prejuízos terapêuticos decorrentes do efeito do tabaco no metabolismo de alguns fármacos 3 .

Diversos benefícios podem ser obtidos com a cessação do tabagismo em pessoas acima dos 60 anos, tais como melhor qualidade e aumento na expectativa de vida e redução do risco de complicações já existentes, mesmo naqueles indivíduos muito idosos 47 . O tratamento para o abandono do tabagismo está entre as intervenções médicas que apresentam a melhor relação custo-benefício, superior inclusive às intervenções direcionadas para hipertensão arterial leve a moderada, dislipidemia e infarto do miocárdio 48 .

Nesse sentido, vale ressaltar que, de acordo com o International Tobacco Control (ITC), o Brasil é líder nas Américas em relação ao controle do tabaco e está em primeiro lugar em âmbito mundial nas advertências sanitárias em embalagens de cigarro 49 . Com o intuito de universalizar a terapêutica para a suspensão do fumo, o Ministério da Saúde reviu a portaria que promovia as diretrizes para o Programa Nacional de Controle do Tabagismo (PNCT) e publicou a Portaria MS/GM nº 571, de 5 abril de 2013, definindo como lócus principal de cuidado da pessoa que fuma a atenção básica (AB), nível de atenção à saúde mais capilarizado e próximo dos usuários. Assim, a AB ocupa uma posição privilegiada e estratégica para controle do tabaco dentro do Sistema Único de Saúde 48 .

O estudo apresenta algumas limitações que se referem, principalmente, ao delineamento. Os mais adequados para esse tipo de investigação seriam o de caso-controle, em que permitiria verificar uma situação de causa, e o de efeito do hábito tabágico sobre as variáveis investigadas. Outra restrição diz respeito à não coleta de dados sobre hábitos alimentares, prática de atividade física e polimorfismos genéticos, que estão bem estabelecidos na literatura como moduladores do metabolismo REDOX, inflamatório e detoxificação do organismo, por exemplo, o fumo. Contudo, este é o primeiro estudo a investigar essas associações entre tabagismo, fatores de risco cardiometabólicos e biomarcadores do metabolismo REDOX em idosos, o que contribui para o aumento da compreensão sobre essa temática, bem como abre precedentes para investigações futuras.

Os resultados do estudo mostram que os idosos do sexo masculino tabagistas apresentaram menor circunferência da cintura e índice de massa corporal, assim como maiores médias de HDL-c, quando comparados ao grupo dos não fumantes. Entretanto, foi observada diferença nas médias dos marcadores de estresse oxidativo, como o NOx, o qual está associado com surgimento de doenças cardiovasculares e síndrome metabólica. Além disso, elevadas concentrações séricas de capacidade antioxidante avaliada pelo ensaio FRAP foram detectadas nos que pararam de fumar. Por isso, evidencia-se a importância para a adesão à cessação do tabagismo, uma vez que a nicotina é administrada no organismo com milhares de substâncias tóxicas, predispondo o indivíduo à ocorrência de doenças crônicas limitantes e fatais. Por conseguinte, tornam-se fundamentais as implementações de educação em saúde para a suspensão do tabaco em indivíduos idosos e demais faixas etárias, reforçando os malefícios do cigarro e os benefícios da suspensão do fumo a longo prazo, para prevenção de doenças, melhora na qualidade de vida e nas relações sociais no que diz respeito ao convívio em lugares públicos com os não fumantes.

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