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Associação entre impactos funcionais e psicossociais das desordens bucais e qualidade de vida entre idosos

Associação entre impactos funcionais e psicossociais das desordens bucais e qualidade de vida entre idosos

Autores:

Andréa Maria Eleutério de Barros Lima Martins,
Kimberly Marie Jones,
João Gabriel Silva Souza,
Isabela Almeida Pordeus

ARTIGO ORIGINAL

Ciência & Saúde Coletiva

versão impressa ISSN 1413-8123

Ciênc. saúde coletiva vol.19 no.8 Rio de Janeiro ago. 2014

http://dx.doi.org/10.1590/1413-81232014198.16202013

ABSTRACT

This study sought to evaluate the association between the impact of oral disorders in terms of physical/psychosocial dimensions and quality of life among the elderly. It involved a cross-sectional study conducted among the elderly (65-74 years) in 2008/2009. The social impact was assessed using the Oral Health Impact Profile (OHIP 14) and the quality of life using the SF 12 Short-Form Health Survey. Descriptive, univariate and multivariate (logistic regression) analysis was conducted with correction for the design effect, using SPSS(r)18.0 software. Of the 800 individuals approached, 736 elderly individuals participated (TR = 92%), with a mean age of 67.77 years, the majority of whom showed no impact based on the measurement of the prevalence of OHIP. The functional limitation dimension of the OHIP was associated with the physical domain of the SF12, irrespective of the other variables investigated. However, the seriousness of OHIP and its psychological discomfort and disability dimensions was associated with the mental domain of the SF12. The conclusion reached is that some impacts of oral disorders were associated with unsatisfactory quality of life in the physical and mental domains.

Key words: Quality of Life; Elderly individuals; Oral health; Health

Introdução

A diminuição nas taxas de mortalidade, o declínio nas taxas de natalidade e a elevação da expectativa de vida devido às melhorias nos cuidados e nas políticas públicas de saúde contribuíram para o aumento da proporção de idosos no mundo1,2. Essa transição demográfica gerou entre os idosos uma carga crescente de doenças com impacto negativo na sua qualidade de vida1, definida pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como a percepção do indivíduo de sua posição na vida, no contexto da cultura e sistema de valores nos quais ele vive e em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações3. A qualidade de vida avalia o impacto da doença e do tratamento na capacidade da pessoa para realizar atividades diárias, reconhece o valor da saúde de forma ampla, considerando a avaliação de outros fatores além do desconforto ou dor, trata-se de um conceito multiatributo que engloba diversas dimensões físicas, mentais ou funcionais, bem-estar psicológico e social1,4,5. A avaliação da qualidade de vida exige que os profissionais de saúde repudiem um foco estrito da doença para uma abordagem mais ampla, ou seja, psicossocial. Investigações prévias buscaram identificar a relação entre o impacto da saúde geral6,7 e da saúde bucal8,9na qualidade de vida.

A saúde bucal é parte da saúde geral e essencial para a qualidade de vida10,11. O julgamento da saúde bucal tem sido conduzido a partir da avaliação centrada nas condições dentárias e/ou bucais denominadas condições objetivas ou normativas (conduzidas por cirurgiões dentistas, conforme normas pré-estabelecidas)12. As condições normativas por si só não indicam o quanto a pessoa se sente afetada pela sua condição bucal13. Nesse contexto, alguns instrumentos foram desenvolvidos para avaliar questões subjetivas da saúde bucal14-16, entre eles destaca-se o Oral Health Impact Profile (OHIP), em especial em sua forma abreviada, o OHIP-1415. O OHIP foi proposto para avaliar as percepções dos indivíduos sobre o impacto das desordens bucais em seu bem-estar, através de questões que abrangem sete dimensões: limitação funcional, dor física, desconforto psicológico, incapacidade física, incapacidade psicológica, incapacidade social e deficiência na realização das atividades cotidianas15.

Ele tem sido utilizado para avaliar o impacto da saúde bucal na qualidade de vida14,17-19. Segundo Locker e Quiñonez9, os impactos capturados pelo OHIP parecem não afetar diretamente a qualidade de vida do indivíduo a qualquer grau apreciável, uma vez que podem não ter magnitude ou duração suficiente para comprometer a qualidade de vida global. No entanto, os impactos consequentes das desordem bucais podem afetar as dimensões físicas e psicossociais da saúde bucal, havendo a possibilidade dessas dimensões comprometerem ou não a qualidade de vida9. Para verificar tal associação, Locker e Quiñonez9 avaliaram a qualidade de vida a partir de uma única questão criada por eles mesmos, não sendo identificados estudos que tivessem investigado essa associação a partir da utilização de questionário desenvolvido e validado para avaliar a qualidade de vida. Nessa perspectiva, é recomendada a investigação da existência de associação entre o impacto das desordens bucais em suas dimensões física/psicossocial com os domínios da qualidade de vida a partir de instrumentos desenvolvidos e validados para investigar essas questões entre idosos. Dessa forma, a presente investigação avaliou a possível associação entre o impacto das desordens bucais captadas pelo OHIP-1415e a qualidade de vida de idosos avaliada a partir do Short-Form Health Survey (SF-12)20.

Método

Estudo transversal analítico conduzido entre idosos (65-74 anos) de um município brasileiro de grande porte populacional, Montes Claros, Minas Gerais, entre 2008 e 200921-24, que utilizou os critérios de avaliação das condições de saúde bucal propostos pela OMS em 199725. A amostra estimada foi de 740 dentre 9929 idosos do município avaliado, definida considerando a prevalência estimada em 0,50, nível de confiança de 95%, erro amostral de 5,5%, deff (design effect) igual a 2,0, uma taxa de não resposta de 20%, para se compensar as possíveis perdas. Essa amostra foi complexa probabilística por conglomerados em dois estágios (setores censitários e quadras), foram selecionados 53 dos 276 setores censitários urbanos e duas das 11 áreas rurais, através de amostragem aleatória simples. Em seguida, também por amostragem aleatória simples, foram selecionadas as quadras em cada um dos 53 setores. Todos os domicílios das quadras selecionadas foram visitados. Na zona rural, os residentes em todos os domicílios, situados a uma distância de até 500 metros de uma instituição de referência, foram convidados a participar24.

A coleta dos dados foi realizada por 24 cirurgiões-dentistas treinados e calibrados (Kappa inter/intraexaminadores e coeficiente de correlação intraclasse) para a realização das entrevistas e exames intrabucais, realizados em ambiente amplo, sob iluminação natural, empregando-se espelho clínico bucal e sonda CPI previamente esterilizados22. Participaram da coleta de dados examinadores que apresentaram concordância ≥ 0,60, conforme escala proposta por Fleiss26 modificada por Cicchetti et al.27. Os dados foram registrados em um programa de computador de mão, empregando-se o Programa Coletor de dados em saúde desenvolvido para essa pesquisa23.

As variáveis dependentes do estudo foram os domínios físico e mental da qualidade de vida. Optou-se pelo uso da versão validada no Brasil do 12 - Item Short-Form Health Survey (SF-12)20, composto por 12 itens que, considerando a percepção do indivíduo em relação aos aspectos de sua vida nas quatro últimas semanas, avalia o impacto da saúde geral na qualidade de vida nas dimensões da capacidade funcional, dos aspectos físicos, sociais e emocionais, da dor, da vitalidade e da saúde mental20. Cada um dos 12 itens possui um conjunto de possíveis respostas distribuídas em uma escala tipo Likert, sendo possível, a partir da aplicação de um algoritmo próprio do questionário, com pontuações padronizadas e normatizadas, produzir escores de 0-100, onde valores iguais a 50 referem-se à população normal20. Uma vez que a saúde e, portanto, a qualidade de vida são influenciadas pelos domínios físico (DF) e mental (DM), estes domínios são analisados em separado, cujos pontos de corte nos escores gerados foram 56,57 e 60,75, respectivamente, nos quais a qualidade de vida insatisfatória nos domínios referidos foram estimadas por valores superiores a esses pontos de corte28.

Para avaliar o impacto das desordens bucais nas suas dimensões física e psicossocial, foi utilizada a versão traduzida e validada para a língua portuguesa e cultura brasileira do OHIP-1429, composto por 14 questões. O OHIP-14 foi desenvolvido e permitiu a conservação das dimensões originais do OHIP-49 com boa confiabilidade, validade e precisão, tornando-se útil em estudos em que apenas um número limitado de questões pode ser aplicado15. Para cada pergunta do OHIP-14, os idosos foram convidados a responder sobre a situação da sua boca e dos seus dentes nos últimos seis meses. Para a codificação das respostas do OHIP, foi utilizada uma escala do tipo Likert, que aborda a frequência experimentada num impacto, como se segue: 0-nunca, 1-raramente, 2-às vezes, 3-repetidamente, 4-sempre. Para análise e interpretação dos impactos avaliados pelo OHIP-14, foi considerada a proposta de Locker e Quiñonez (2011). A prevalência do impacto foi obtida pelas respostas repetidamente ou sempre a um ou mais itens do OHIP, a gravidade foi aferida pela soma de todos os escores, variando de 0 a 56, sendo que quanto maior o escore, maior é o impacto decorrente das desordens bucais sobre seu bem-estar. Sua extensão foi avaliada pela soma do número de itens com impacto, variando de 0 a 14, considerando as perguntas respondidas pelas opções repetidamente e sempre9.

As outras variáveis independentes foram referentes às características pessoais, à saúde geral, a comportamentos, a condições normativas e subjetivas de saúde bucal. As variáveis relativas às condições normativas e subjetivas de saúde geral foram presença de doenças crônicas (não, sim), uso de medicamentos (não, sim), versão validada e adaptada à cultura brasileira do Mini Exame do Estado Mental30 (sem déficit cognitivo, com déficit cognitivo), atividade física (sempre ou frequentemente, ocasionalmente, raramente ou nunca), satisfação com a vida (satisfeito/muito satisfeito, nem satisfeito e nem insatisfeito, insatisfeito/muito insatisfeito). As características pessoais consideradas foram faixa etária em anos (65-68, 69-74), raça autodeclarada (branco, pardo/amarelo/negro/indígena), sexo (feminino, masculino), estado civil (casado/união estável, viúvo/divorciado, solteiro), escolaridade em anos de estudo (9 ou mais, 5-8, 0-4), renda per capita (mais de um salário, até um salário).

No grupo de comportamentos foram avaliadas a frequência diária da higiene bucal (mais de 2 vezes, 1 ou 2 vezes, nenhuma vez), hábitos tabagista e etilista atual ou passado (ausente, presente), serviço odontológico utilizado (Sistema Único de Saúde - SUS, outros serviços). Ressalta-se que o SUS é o sistema de saúde brasileiro que é baseado no princípio da saúde como um direito do cidadão e um dever do Estado31.

As condições normativas de saúde bucal avaliadas foram alterações da mucosa bucal (não, sim), presença de edentulismo (não, sim), uso de prótese dentária (não, sim), necessidade normativa de tratamento odontológico (não, sim). As condições subjetivas de saúde bucal foram percepção da saúde bucal, da mastigação, da aparência de dentes e gengivas e da fala devido aos dentes e gengivas (ótima/boa, regular, ruim/péssima), percepção do relacionamento devido à condição bucal (não afetado, afetado), percepção da necessidade de tratamento (sim, não); dor de dentes e gengivas nos últimos seis meses (não, sim) e satisfação com o atendimento odontológico (satisfeito, insatisfeito).

Para a análise dos dados, empregou-se o softwarePASW(r) Statistics 18.0. Realizou-se a correção pelo efeito desenho, já que o estudo baseou-se em amostra complexa por conglomerados em dois estágios. Na análise descritiva incluiu-se a frequência absoluta (n), a frequência relativa (%) e a frequência relativa com correção pelo efeito de desenho (%a), o erro padrão (%) e o deff para variáveis categóricas. Em seguida, foram conduzidas análises univariadas a partir do Teste Qui-quadrado. Foram incluídas nas análises múltiplas aquelas variáveis que apresentaram nível de significância (valor-p) igual ou inferior a 0,20. Foram feitas regressões logísticas para estimativa dos modelos múltiplos, ficaram retidos nos modelos os fatores que permaneceram associados ao nível de p ≤ 0,05, com intervalos de 95% de confiança. Os princípios éticos desse estudo estiveram de acordo com a Resolução do Conselho Nacional de Saúde-(S) do Brasil, n°196/9632, sob aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa, CEP/Unimontes. Todos os participantes do estudo assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido.

Resultados

Estimou-se a participação de 740 idosos, foram encontrados nos domicílios dos conglomerados sorteados 800 idosos. Destes, 736 (92%) aceitaram participar da investigação e foram avaliados. Observou-se que a média de idade foi de 67,77 anos (EP = 0,15), a maioria se enquadrava na categoria pardo/amarelo/negro/indígena, dentre os 736, 12 (1,6%*) relatou nunca ter utilizado os serviços odontológicos (Tabela 1).

Tabela 1 Caracterização da população idosa de Montes Claros (MG), Brasil, 2008/2009, quanto às características pessoais, à saúde geral, aos comportamentos e quanto às condições normativas e subjetivas de saúde bucal. n = 736. 

Erro padrão
n % %a % Deff
Características pessoais
Faixa etária (em anos)
65-68 382 51,90 52,00 2,1 1,399
69-74 354 48,10 48,00
Raça autodeclarada*
Branco 246 33,60 32,60 3,8 5,416
Pardo/Amarelo/Negro/Indígena 487 66,40 67,40
Sexo
Feminino 423 57,50 56,50 2,3 1,778
Masculino 313 42,50 43,50
Estado Civil
Casado/União estável 449 61,00 64,50 3,5 4,502
Viúvo/Divorciado 246 33,40 30,60 3,1 3,762
Solteiro 41 5,60 4,80 1,1 2,132
Escolaridade (anos de estudo)
9 ou mais 97 13,20 12,80 2,0 3,005
5- 8 141 19,20 17,20 2,3 3,038
0- 4 498 67,70 70,00 3,4 4,450
Renda per capita em salários mínimosb*
Mais de 1 217 30,50 29,00 3,7 5,246
Até 1 495 69,50 71,00
Condições normativas e subjetivas de saúde geral
Presença de doenças crônicas*
Não 115 15,70 16,80 2,4 3,229
Sim 619 84,30 83,20
Uso de medicamentos*
Não 197 26,90 27,20 2,0 1,653
Sim 536 73,10 72,80
Minimental (ajustado por escolaridade)*
Sem déficit cognitivo 501 79,30 79,40 2,1 1,909
Com déficit cognitivo 131 20,70 20,60
Atividade física*
Sempre ou frequentemente 134 18,20 19,10 3,0 4,714
Ocasionalmente 134 18,20 18,20 2,6 3,746
Raramente ou nunca 467 63,60 62,70 4,2 6,213
Satisfação com a vida*
Satisfeito ou muito satisfeito 605 82,50 82,50 2,2 2,819
Nem satisfeito e nem insatisfeito 103 14,00 14,30 1,9 2,428
Insatisfeito ou muito insatisfeito 26 3,50 3,10 0,9 2,032
Comportamentos
Higiene bucal/Frequência diária*
Mais de 2 vezes 324 44,70 43,00 3,7 4,497
1 ou 2 vezes 378 52,10 53,20 3,6 4,226
Nenhuma vez 23 3,20 3,80 1,4 4,648
Hábito tabagista atual ou passado*
Ausente 477 64,90 64,90 2,6 2,509
Presente 258 35,10 35,10
Hábito etilista atual ou passado*
Ausente 460 62,70 61,10 3,0 3,137
Presente 274 37,30 38,90
Serviço odontológico utilizado*
SUS 232 32,40 34,60 4,6 7,433
Outros serviços 485 67,60 65,40
Erro padrão
n % %a % Deff
Condições normativas de Saúde Bucal
Alterações da mucosa*
Não 585 82,50 82,20 2,5 3,503
Sim 124 17,50 17,80
Presença de edentulismo
Não 292 39,70 38,10 2,8 2,682
Sim 444 60,30 61,90
Uso de prótese dentária*
Não 148 20,20 20,20 2,8 3,839
Sim 584 79,80 79,80
Necessidade normativa de tratamento odontológico*
Não 208 28,50 28,10 2,2 1,936
Sim 523 71,50 71,90
Condições subjetivas de Saúde Bucal
Percepção da saúde bucal*
Ótima ou boa 490 66,70 66,00 2,5 2,198
Regular 208 28,30 28,70 2,1 1,826
Ruim ou péssima 37 5,00 5,30 1,3 2,844
Percepção da mastigação*
Ótima ou boa 426 58,00 57,90 2,9 2,745
Regular 197 26,80 27,50 1,3 0,718
Ruim ou péssima 112 15,20 14,60 2,4 3,778
Percepção da aparência de dentes e gengivas*
Ótima ou boa 434 59,30 60,30 2,2 1,715
Regular 195 26,60 26,40 1,9 1,498
Ruim ou péssima 103 14,10 13,30 1,5 1,616
Percepção da fala devido/dentes e gengivas*
Ótima ou boa 564 76,80 78,00 2,5 3,098
Regular 120 16,30 16,50 2,4 3,284
Ruim ou péssima 51 6,90 5,50 1,0 1,706
Percepção do relacionamento/condição bucal*
Não afeta 522 71,30 69,10 5,0 9,655
Afeta 210 28,70 30,90
Percepção da necessidade de tratamento*
Sim 424 58,20 60,50 2,9 2,918
Não 305 41,80 39,50
Dor em dentes e gengivas nos últimos seis meses*
Não 558 76,20 77,30 2,6 3,099
Sim 174 23,80 22,70
Satisfação com atendimento odontológico*
Satisfeito 646 90,70 92,00 1,4 1,971
Insatisfeito 66 9,30 8,00

a Valores estimados com a correção pelo efeito desenho. b Baseada no salário mínimo em 2008, no valor de R$ 415,00 (Us$ 173,64). * Variáveis que apresentaram "n" inferior a 736 devido à perda de informações

Identificou-se uma maior prevalência de qualidade de vida insatisfatória no domínio físico e satisfatória no domínio mental do SF 12. Os idosos foram caracterizados quanto às questões do SF 12 (Tabela 2).

Tabela 2 Distribuição da frequência da população idosa de Montes Claros (MG), quanto às questões do SF-12, 2008/2009, n = 736. 

Variáveis Erro padrão
n % %a % Deff
Qualidade de vida
Domínio físico do SF12*
Satisfatório 260 35,50 35,50 3,4 4,063
Insatisfatório 472 64,50 64,50
Domínio mental do SF12*
Satisfatório 594 81,10 81,50 1,8 1,744
Insatisfatório 138 18,90 18,50
1- Em geral, o (a) Sr.(a) diria que a sua saúde é?*
Excelente 34 4,60 5,20 1,2 2,606
Muito Boa 99 13,50 15,80 3,5 7,717
Boa 221 30,10 28,90 2,1 1,768
Regular 300 40,90 40,00 3,3 3,647
Ruim 80 10,90 10,10 1,2 1,234
2 - O (a) Sr. (a) acha que sua saúde, agora, o dificulta de
fazer algumas coisas do dia a dia, como por exemplo:
atividades médias (como mover uma cadeira, fazer
compras, limpar a casa, trocar de roupa).*
Sim, muita dificuldade 117 15,90 15,00 2,1 2,922
Sim, pouca dificuldade 245 33,40 30,40 2,4 2,141
Não tive dificuldade 372 50,70 54,60 3,1 3,179
3 - O (a) Sr. (a) acha que sua saúde, agora, o dificulta de
fazer algumas coisas do dia a dia, como por exemplo:
subir três ou mais degraus de escada.*
Sim, muita dificuldade 111 15,10 13,60 1,8 2,224
Sim, pouca dificuldade 249 33,90 32,00 2,6 2,452
Não tive dificuldade 374 51,00 54,40 3,3 3,638
4 - Durante as últimas 4 semanas, o (a) Sr.(a) teve algum
dos seguintes problemas com o seu trabalho ou em suas
atividades do dia a dia, como por exemplo: fez menos do
que gostaria, por casa de sua saúde física.*
Sim 377 51,40 51,00 2,9 2,777
Não 357 48,60 49,00
5 - Durante as últimas 4 semanas, o (a) Sr.(a) teve algum
dos seguintes problemas com o seu trabalho ou em suas
atividades do dia a dia, como por exemplo: sentiu-se com
dificuldade no trabalho ou em outras atividades, por
causa de sua saúde física.*
Sim 366 49,90 49,60 2,9 2,776
Não 368 50,10 50,40
6 - Durante as últimas 4 semanas, o (a) Sr.(a) teve algum
dos seguintes problemas com o seu trabalho ou em suas
atividades do dia a dia, como por exemplo: fez menos do
que gostaria, por causa de problemas emocionais.*
Sim 244 33,30 32,50 2,5 2,336
Não 489 66,70 67,50
Variáveis Erro padrão
n % %a % Deff
7 - Durante as últimas 4 semanas, o (a) Sr.(a) teve algum
dos seguintes problemas com o seu trabalho ou em suas
atividades do dia a dia, como por exemplo: deixou de
fazer seu trabalho ou outras atividades cuidadosamente,
como de costume, por causa de problemas emocionais.*
Sim 219 29,80 28,50 2,2 1,956
Não 515 70,20 71,50
8 - Durante as últimas 4 semanas, alguma dor atrapalhou
seu trabalho normal (tanto o trabalho de casa como o de
fora de casa). *
Extremamente 19 2,60 2,60 0,8 2,182
Bastante 97 13,20 13,60 1,8 2,362
Moderadamente 109 14,90 15,00 2,1 2,882
Um pouco 189 25,70 2,90 3,4 4,788
Nenhum pouco 320 43,60 41,90 3,1 3,187
9 - Quanto tempo durante as últimas 4 semanas o (a)
Sr.(a) tem se sentido calmo(a) e tranquilo(a).*
Nenhum pouco do tempo 9 1,20 0,90 0,3 1,104
Uma pequena parte do tempo 71 9,70 10,40 1,7 2,449
Alguma parte do tempo 109 14,90 15,00 1,6 1,566
Uma boa parte do tempo 139 18,90 19,50 2,1 2,206
A maior parte do tempo 335 45,60 44,80 3,9 5,126
Todo o tempo 71 9,70 9,20 1,9 3,670
10 - Quanto tempo durante as últimas 4 semanas o (a)
Sr.(a) teve bastante energia.*
Nenhum pouco do tempo 10 1,30 1,00 0,4 1,189
Uma pequena parte do tempo 79 10,80 10,90 1,5 1,808
Alguma parte do tempo 124 16,90 16,40 2,3 3,208
Uma boa parte do tempo 190 25,90 29,70 4,5 7,865
A maior parte do tempo 270 36,80 34,00 4,2 6,359
Todo o tempo 61 8,30 8,00 1,7 3,327
11- Quanto tempo durante as últimas 4 semanas o (a)
Sr.(a) sentiu-se desanimado(a) e deprimido (a).*
Todo o tempo 7 1,00 0,60 0,3 1,102
A maior parte do tempo 37 5,00 4,30 1,0 1,866
Uma boa parte do tempo 45 6,10 6,60 0,9 1,183
Alguma parte do tempo 108 14,70 14,70 2,0 2,686
Uma pequena parte do tempo 300 40,80 40,60 3,0 3,103
Nenhuma parte do tempo 236 32,10 33,10 2,5 2,254
12 - Durante as últimas 4 semanas, em quanto do
seu tempo a sua saúde ou problemas emocionais
atrapalharam suas atividades sociais, tais como: visitar
amigos, parentes, sair, etc.*
Todo o tempo 12 1,60 1,10 0,4 1,015
A maior parte do tempo 23 3,10 2,70 0,8 1,735
Uma boa parte do tempo 36 4,90 4,90 0,9 1,353
Alguma parte do tempo 75 10,20 9,00 1,4 2,068
Uma pequena parte do tempo 189 25,80 25,30 3,8 6,260
Nenhuma parte do tempo 398 54,40 56,90 3,3 3,638

Fonte: Banco de Dados do SB-MOC, 2008/2009. . *Variáveis que apresentaram "n" inferior a736 devido à perda de informações

Na avaliação do impacto das desordens bucais nas suas dimensões físicas e psicossociais, avaliada pelo OHIP-14, sua extensão apresentou média de 0,55, com desvio padrão de ± 1,57 e mediana de 0,00, com valores que variam de 0 a 14. A gravidade do impacto obteve média de 6,18, desvio padrão de ± 8,41 e mediana de 2,00. Identificou-se que a maioria dos idosos investigados não obteve impacto na avaliação pelo OHIP-14, a partir da medida de sua prevalência (Tabela 3).

Tabela 3 Distribuição da frequência da população idosa de Montes Claros/MG, quanto ao OHIP 14, 2008/2009, n = 736. 

Variáveis n % %a Erro padrão Deff
Prevalência do OHIP Impacto
Não 589 80,00 81,60 2,1 2,508
Sim 147 20,00 18,40
Dimensão 1 – Limitação funcional*
Não 683 93,20 94,20 1,1 1,894
Sim 50 6,80 5,80
Dimensão 2 – Dor física*
Não 655 89,40 91,10 1,5 2,144
Sim 78 10,60 8,90
Dimensão 3 – Desconforto psicológico*
Não 672 91,60 91,00 1,4 1,934
Sim 62 8,40 9,00
Dimensão 4 – Incapacidade física*
Não 683 93,10 93,40 1,0 1,300
Sim 51 6,90 6,60
Dimensão 5 – Incapacidade psicológica*
Não 689 94,00 95,00 1,2 2,600
Sim 44 6,00 5,00
Dimensão 6 – Incapacidade social*
Não 716 97,50 97,90 0,7 1,726
Sim 18 2,50 2,10
Dimensão 7 – Deficiência*
Não 712 97,00 96,50 1,0 2,357
Sim 22 3,00 3,50
1 - Você teve problemas para falar alguma palavra por causa
de problemas com seus dentes, boca ou dentadura.*
Nunca 530 72,3 72,40 4,1 6,949
Raramente 89 12,1 12,60 2,3 4,079
Às vezes 84 11,4 11,20 2,0 3,406
Repetidamente 20 2,7 2,90 0,9 2,247
Sempre 11 1,5 0,90 0,4 1,156
2 - Você sentiu que o sabor dos alimentos têm piorado
por causa de problemas com seus dentes, sua boca ou
dentadura?*
Nunca 541 73,9 72,90 5,7 13,467
Raramente 63 8,6 8,50 1,8 3,516
Às vezes 95 13,0 14,70 3,7 9,128
Repetidamente 16 2,2 2,40 0,8 2,231
Sempre 18 2,5 1,50 0,5 1,262
3 - Você já sentiu dores fortes na sua boca?*
Nunca 520 71,0 70,30 4,0 6,127
Raramente 81 11,1 13,10 3,5 8,883
Às vezes 105 14,3 13,30 1,4 1,349
Repetidamente 15 2,0 1,80 0,6 1,529
Sempre 12 1,6 1,40 0,5 1,218
4 - Você tem sentido incômodo ao comer algum alimento
por causa de problemas com seus dentes, sua boca ou
dentadura?*
Nunca 421 57,4 57,70 5,1 8,532
Raramente 102 13,9 16,10 4,3 11,279
Às vezes 144 19,6 19,00 1,6 1,340
Repetidamente 39 5,3 4,20 0,8 1,338
Sempre 28 3,8 3,00 0,8 1,728
Variáveis n % %a Erro padrão Deff
5 - Você tem ficado preocupado por causa de problemas
com seus dentes, sua boca ou dentadura?*
Nunca 459 62,5 61,30 4,8 8,044
Raramente 88 12,0 13,40 2,9 5,984
Às vezes 130 17,7 17,10 2,4 3,350
Repetidamente 27 3,7 4,00 0,9 1,901
Sempre 30 4,1 4,30 1,3 3,140
6 - Você se sentiu estressado por causa de problemas com
seus dentes, sua boca ou dentadura?*
Nunca 572 78,0 76,10 3,5 5,484
Raramente 67 9,1 11,00 2,7 6,223
Às vezes 69 9,4 8,70 1,3 1,746
Repetidamente 11 1,5 1,90 0,8 2,890
Sempre 15 2,0 2,30 0,7 1,863
7 - Sua alimentação tem sido prejudicada por causa de
problemas com seus dentes, sua boca ou detadura?*
Nunca 489 66,6 66,10 4,9 8,778
Raramente 85 11,6 13,20 3,0 6,321
Às vezes 113 15,4 14,30 2,3 3,367
Repetidamente 30 4,1 4,20 0,9 1,723
Sempre 17 2,3 2,10 0,7 1,910
8 - Você teve que parar suas refeições por causa de seus
dentes, sua boca ou dentadura?*
Nunca 598 81,5 82,60 2,1 2,450
Raramente 60 8,2 8,00 1,3 1,869
Às vezes 59 8,0 7,30 1,2 1,875
Repetidamente 15 2,0 2,00 0,8 2,607
Sempre 2 0,3 0,20 0,1 0,754
9 - Você tem tido dificuldades de relaxar por causa de
problemas com seus dentes, sua boca ou dentadura?*
Nunca 590 80,5 78,60 6,1 18,091
Raramente 67 9,1 11,70 4,9 18,607
Às vezes 62 8,5 7,90 1,8 3,601
Repetidamente 10 1,4 1,20 0,5 1,708
Sempre 4 0,5 0,60 0,4 1,877
10 - Você já se sentiu um pouco envergonhado por causa de
problemas com seus dentes, sua boca ou dentadura?*
Nunca 531 72,3 71,40 5,5 12,152
Raramente 60 8,2 9,00 1,9 3,709
Às vezes 105 14,3 15,40 4,1 10,282
Repetidamente 13 1,8 1,50 0,5 1,452
Sempre 25 3,4 2,70 0,8 2,056
Variáveis n % %a Erro padrão Deff
11 - Você tem estado um pouco irritado com outras pessoas
por problemas com seus dentes, sua boca ou dentadura?*
Nunca 649 88,4 89,40 1,6 2,203
Raramente 30 4,1 3,80 0,8 1,416
Às vezes 44 6,0 5,60 1,1 1,927
Repetidamente 8 1,1 0,80 0,3 0,988
Sempre 3 0,4 0,40 0,2 1,179
12 - Você tem dificuldade em realizar suas atividades diárias
por causa de problemas com seus dentes, sua boca ou
dentadura?*
Nunca 635 86,5 85,60 3,6 8,475
Raramente 49 6,7 8,00 2,9 9,162
Às vezes 38 5,2 4,80 1,1 2,138
Repetidamente 8 1,1 1,30 0,6 2,016
Sempre 4 0,5 0,40 0,2 0,745
13 - Você já sentiu que a vida em geral ficou pior por causa
de problemas com seus dentes, sua boca ou dentadura?*
Nunca 633 86,3 86,10 2,4 3,800
Raramente 28 3,8 4,60 1,9 6,523
Às vezes 51 6,9 5,80 1,2 2,153
Repetidamente 8 1,1 1,30 0,6 2,044
Sempre 14 1,9 2,10 0,7 1,820
14 - Você tem estado sem poder fazer suas atividades
por causa de problemas com seus dentes, sua boca ou
dentadura?*
Nunca 688 93,7 92,90 1,9 4,656
Raramente 18 2,5 3,00 1,1 3,561
Às vezes 23 3,1 3,00 0,9 2,317
Repetidamente 3 0,4 0,90 0,7 4,831
Sempre 2 0,3 0,20 0,2 0,896

*Variáveis que apresentaram "n" inferior a 736 devido à perda de informações

Na análise univariada constatou-se que va riáveis pertencentes ao OHIP, características pessoais, saúde geral, comportamentos e condições normativas e subjetivas de saúde bucal, estiveram estatisticamente associadas (≤ 0,20) aos domínios da qualidade de vida dos idosos (Tabela 4).

Tabela 4 Análise univariada dos fatores associados ao impacto na qualidade de vida dos idosos de Montes Claros (MG), quanto aos domínios físico e mental, 2008/2009. 

Domínio físico Domínio mental
Variáveis Sim OR IC 95% p Sim OR IC 95% p
Gravidade OHIP - 1,05 1,02-1,07 0,001 - 1,08 1,06-1,11 0,000
Extensão OHIP - 1,31 1,05-1,64 0,016 - 1,55 1,29-1,85 0,000
Prevalência do OHIP Impacto
Não 61,90 1,00 13,10 1,00
Sim 75,60 1,90 1,11-3,25 0,019 42,10 4,82 2,99-7,79 0,000
Dimensão 1 – Limitação funcional*
Não 63,00 1,00 16,00 1,00
Sim 88,60 4,59 1,66-12,68 0,002 58,10 7,26 2,98-17,60 0,000
Dimensão 2 – Dor física*
Não 63,10 1,00 16,40 1,00
Sim 78,40 2,12 1,01-4,45 0,041 40,20 3,41 1,96-5,94 0,000
Dimensão 3 – Desconforto psicológico*
Não 63,20 1,00 15,20 1,00
Sim 77,40 2,00 1,01-3,92 0,041 51,90 6,02 3,22-11,25 0,000
Dimensão 4 – Incapacidade física*
Não 63,2 1,00 16,40 1,00
Sim 82,8 2,81 1,06-7,42 0,031 48,20 4,72 1,95-11,45 0,000
Dimensão 5 – Incapacidade psicológica*
Não 64,00 1,00 17,00 1,00
Sim 71,80 1,42 0,53-3,80 0,465 48,30 4,57 1,72-12,17 0,002
Dimensão 6 – Incapacidade social*
Não 63,90 1,00 17,60 1,00
Sim 91,30 5,95 1,24-28,42 0,012 61,80 7,57 2,29-25,06 0,000
Dimensão 7 – Deficiência*
Não 63,60 1,00 16,40 1,00
Sim 89,50 4,88 1,26-18,89 0,013 76,50 16,58 5,04-54,49 0,000
Características pessoais
Faixa etária (em anos)
65 a 68 61,70 1,00 17,10 1,00
69 a 74 67,50 1,29 0,91-1,81 0,139 20,00 1,20 0,83-1,74 0,311
Raça autodeclarada
Branco 67,70 1,00 17,90 1,00
Pardo/Amarelo/Negro/Indígena 62,90 0,81 0,50-1,29 0,373 18,70 1,05 0,64-1,71 0,831
Sexo
Feminino 68,40 1,00 22,00 1,00
Masculino 59,40 0,67 0,47-0,96 0,030 14,00 0,57 0,36-0,92 0,022
Estado Civil
Casado/União estável 61,60 1,00 17,90 1,00
Viúvo/Divorciado 70,90 1,52 0,97-2,36 0,063 18,10 1,01 0,70-1,46 0,945
Solteiro 61,10 0,97 0,47-2,01 0,948 30,30 1,99 0,76-5,21 0,154
Escolaridade (anos de estudo)
9 ou mais anos 53,20 1,00 14,80 1,00
5 a 8 anos 57,60 1,19 0,69-2,06 0,504 16,50 1,13 0,53-2,43 0,736
0 a 4 anos 68,20 1,88 0,98-3,61 0,054 19,70 1,41 0,72-2,76 0,302
Renda per capita em salários mínimosb
Mais de 1 salário 63,20 1,00 18,50 1,00
Até 1 salário 66,00 1,13 0,78-1,63 0,495 19,50 1,06 0,64-1,76 0,799
Domínio físico Domínio mental
Variáveis Sim OR IC 95% p Sim OR IC 95% p
Condições subjetivas e normativas de saúde geral
Presença de doenças crônicas
Não 37,10 1,00 12,10 1,00
Sim 70,20 4,00 2,34-6,85 0,000 19,90 1,80 0,84-3,83 0,118
Uso de medicamentos
Não 49,80 1,00 11,10 1,00
Sim 70,00 2,35 1,58-3,48 0,000 21,30 2,16 1,27-3,65 0,004
Mini-Mental (ajustado por escolaridade)
Sem déficit cognitivo 59,20 1,00 17,60 1,00
Com déficit cognitivo 74,30 1,99 1,15-3,45 0,014 20,50 1,20 0,68-2,11 0,502
Atividade física
Sempre ou frequentemente 59,70 1,00 15,60 1,00
Ocasionalmente 67,90 1,42 0,77-2,63 0,251 20,40 1,38 0,71-2,65 0,325
Raramente ou nunca 64,90 1,25 0,71-2,19 0,427 18,90 1,25 0,70-2,21 0,428
Satisfação com a vida
Satisfeito ou muito satisfeito 61,10 1,00 13,80 1,00
Nem satisfeito e nem insatisfeito 84,70 3,52 1,59-7,82 0,003 37,80 3,80 2,30-6,29 0,000
Insatisfeito ou muito insatisfeito 59,90 0,95 0,42-2,13 0,898 54,60 7,52 2,94-19,27 0,000
Comportamentos
Higiene bucal
Frequência diária da higiene bucal
Mais de 2 vezes 63,50 1,00 17,20 1,00
1 ou 2 vezes 64,50 1,04 0,66-1,64 0,844 19,20 1,14 0,72-1,82 0,549
Nenhuma vez 65,60 1,09 0,50-2,35 0,813 8,30 0,43 0,11-1,71 0,228
Hábito tabagista atual ou passado
Ausente 63,00 1,00 17,60 1,00
Presente 67,20 1,20 0,77-1,85 0,400 20,30 1,19 0,76-1,86 0,427
Hábito etilista atual ou passado
Ausente 61,00 1,00 17,30 1,00
Presente 69,70 1,46 0,96-2,23 0,069 20,40 1,22 0,73-2,05 0,430
Serviço odontológico utilizado
Outros serviços 72,00 1,00 18,40 1,00
SUS 61,10 1,63 1,00-2,65 0,047 18,00 1,03 0,64-1,65 0,892
Condições normativas de Saúde Bucal
Alterações da mucosa bucal
Não 60,80 1,00 16,00 1,00
Sim 76,30 2,07 1,24-3,47 0,006 27,00 1,95 1,23-3,08 0,005
Presença de edentulismo
Não 63,60 1,00 18,80 1,00
Sim 65,00 1,06 0,74-1,51 0,723 18,30 0,97 0,65-1,43 0,886
Uso de prótese dentária
Não 66,30 1,00 19,10 1,00
Sim 63,90 0,90 0,61-1,30 0,572 18,30 0,95 0,59-1,51 0,833
Necessidade normativa de tratamento
odontológico
Não 57,60 1,00 16,40 1,00
Sim 67,10 1,49 0,81-2,74 0,185 19,30 1,22 0,73-2,03 0,427
Domínio físico Domínio mental
Variáveis Sim OR IC 95% p Sim OR IC 95% p
Condições subjetivas de Saúde Bucal
Percepção da saúde bucal
Ótima ou boa 60,30 1,00 14,10 1,00
Regular 71,70 1,67 1,14-2,45 0,010 23,30 1,84 1,10-3,08 0,020
Ruim ou péssima 77,80 2,31 0,94-5,68 0,065 47,00 5,38 2,28-12,67 0,000
Percepção da mastigação
Ótima ou boa 62,90 1,00 16,30 1,00
Regular 67,20 1,20 0,74-1,95 0,435 18,70 1,18 0,69-2,00 0,526
Ruim ou péssima 65,30 1,11 0,59-2,08 0,740 27,20 1,92 0,91-4,05 0,084
Percepção da aparência de dentes e gengivas
Ótima ou boa 61,60 1,00 15,10 1,00
Regular 67,50 1,29 0,84-1,97 0,226 20,20 1,42 0,85-2,35 0,168
Ruim ou péssima 70,10 1,46 0,70-3,03 0,299 30,50 2,46 1,03-5,85 1,042
Percepção da fala devido aos dentes e gengivas
Ótima ou boa 62,60 1,00 16,00 1,00
Regular 67,40 1,23 0,68-2,21 0,470 19,70 1,28 0,57-2,88 0,534
Ruim ou péssima 81,80 2,67 1,14-6,28 0,025 50,30 5,29 2,27-12,33 0,000
Percepção do relacionamento devido à
condição bucal
Não afetado 63,70 1,00 16,00 1,00
Afetado 65,90 1,10 0,64-1,87 0,716 23,50 1,61 1,12-2,31 0,010
Percepção da necessidade de tratamento
odontológico
Sim 61,90 1,00 16,90 1,00
Não 67,60 1,28 0,78-2,11 0,306 20,30 1,24 0,75-2,07 0,380
Dor em dentes e gengivas nos últimos 6 meses
Não 61,40 1,00 17,10 1,00
Sim 74,50 1,83 1,22-2,75 0,004 23,40 1,47 0,87-2,48 0,137
Satisfação com atendimento odontológico
Satisfeito 64,30 1,00 17,40 1,00
Insatisfeito 75,60 1,71 0,87-3,37 0,110 24,40 1,53 0,70-3,32 0,267

a Baseada no salário mínimo em 2008, no valor de R$ 415,00. Algumas variáveis apresentaram n < 736 devido à perda de informações

Nas análises múltiplas constatou-se que quan to ao domínio físico da qualidade de vida houve maior chance de qualidade de vida insatisfatória entre os que relataram limitação funcional (dimensão 1 do OHIP 14), presença de doença crônica, hábito etilista atual ou passado, ter utilizado serviços odontológicos prestados pelo SUS, presença de dor nos dentes nos últimos seis meses e menor chance de qualidade de vida insatisfatória entre os homens. Quanto ao domínio mental houve maior chance de qualidade de vida insatisfatória entre os que relataram maior gravidade do OHIP, desconforto psicológico (dimensão 2 do OHIP 14), deficiência (dimensão 7 do OHIP 14), uso de medicamentos, estar nem satisfeitos e nem insatisfeitos com a vida, estar insatisfeitos ou muito insatisfeitos com a vida (Tabela 5).

Tabela 5 Análise multivariada dos fatores associados ao comprometimento da qualidade de vida dos idosos de Montes Claros (MG), 2008/2009. 

Domínio físico Domínio mental
Condição avaliada OR (IC95%) p OR (IC95%) p
Gravidade OHIP - 1,06(1,03-1,09) 0,000
Dimensão 1 – Limitação funcional
Não 1 - - -
Sim 3,14(1,12-8,77) 0,030 - -
Dimensão 3 – Desconforto psicológico
Não - - 1 -
Sim - - 2,23(0,99-5,02) 0,051
Dimensão 7 – Deficiência
Não - - 1 -
Sim - - 6,79(1,34-34,40) 0,022
Características pessoais
Sexo
Feminino 1 - - -
Masculino 0,66(0,46-0,95) 0,027 - -
Condições subjetivas e normativas de saúde geral
Presença de doenças crônicas
Não 1 - - -
Sim 4,41(2,68-7,28) 0,000 - -
Uso de medicamentos
Não - - 1 -
Sim - - 2,72(1,43-5,16) 0,003
Satisfação com a vida
Satisfeito ou muito satisfeito - - 1 -
Nem satisfeito e nem insatisfeito - - 3,56(1,89-6,69) 0,000
Insatisfeito ou muito insatisfeito - - 7,26(2,73-19,27) 0,000
Comportamentos
Hábito etilista atual ou passado
Ausente 1 - - -
Presente 1,92(1,20-3,07) 0,007 - -
Serviço odontológico utilizado
Outros serviços 1 - - -
SUS 1,65(1,01-2,68) 0,043 - -
Condições subjetivas de Saúde Bucal
Dor em dentes e gengivas nos últimos 6 meses
Não 1 - - -
Sim 1,85(1,17-2,92) 0,009 - -

- não se aplica

Discussão

Estudo prévio propõe que a utilização do OHIP-14, por si só, não permite o estabelecimento da associação direta entre qualidade de vida e saúde bucal9, visto que qualidade de vida é um termo frequentemente usado na literatura científica médica e social, que possui caráter multidimensional e é difícil de ser definido. Em algumas definições, qualidade de vida e saúde são termos indistinguíveis, porém, há um crescente reconhecimento de que a qualidade de vida refere-se a algo muito mais amplo do que a saúde33. Na presente investigação foi testada a associação entre os impactos decorrentes das desordens bucais e a qualidade de vida, considerando possíveis fatores de confusão. A qualidade de vida, devido a seu caráter multidimensional, pode ser influenciada por diversos fatores, entre eles características pessoais, socioeconômicas e demográficas34, condições normativas35 e subjetivas9de saúde.

Foi identificada associação entre o domínio físico da qualidade de vida e a dimensão - limitação funcional - da condição de saúde bucal. A expressão "saúde bucal" aborda um conjunto de condições normativas e subjetivas, que possibilita ao ser humano exercer funções como mastigação, deglutição e fonação, exercitar a autoestima e relacionar-se socialmente. Essas condições devem ser percebidas pelo indivíduo de maneira favorável, uma vez que a saúde bucal é parte integrante da saúde geral e essencial ao bem-estar e à qualidade de vida das pessoas36. A cavidade bucal tem sido historicamente dissociada do resto do corpo, quando se considera o estado geral de saúde. Questões funcionais relacionadas à saúde bucal, como necessidade de próteses dentárias, podem influenciar a associação entre o impacto das desordens bucais e a qualidade vida entre idosos brasileiros16. Os idosos brasileiros, assim como os participantes dessa investigação, possuem altas taxas de edentulismo e necessidade de tratamento odontológico37, fatores que podem influenciar a mastigação, entre outras limitações funcionais. Uma vez que entre os idosos investigados constatou-se associação entre limitação funcional e domínio físico da qualidade de vida, há necessidade de incrementar a oferta de serviços odontológicos especialmente no âmbito do SUS com o intuito de melhorar a qualidade de vida desses idosos.

Foi constatado menor comprometimento no domínio físico da qualidade de vida entre idosos do sexo masculino, assim como em estudos prévios38,39. Homens e mulheres desempenham papéis distintos na sociedade e tendem a ter diferentes necessidades. Os homens são menos propensos a buscar a assistência médica ou a priorizar comportamentos de manutenção da saúde7. Sugere-se que a menor procura por serviços de saúde7e a baixa percepção de problemas de saúde entre homens, podem influenciar a percepção dos mesmos sobre sua saúde. Assim, eles podem não perceber sua qualidade de vida comprometida, mesmo em situações nas quais tal comprometimento possa existir. Ressalte-se também a dupla jornada de trabalho entre as mulheres, que dividem suas tarefas entre aquelas referentes ao seu trabalho e ao seu papel familiar, gerando cansaço físico40, situação que pode gerar comprometimento no domínio físico da qualidade de vida.

O comprometimento na qualidade de vida no seu domínio físico foi maior entre idosos que relataram possuir doença crônica, essa associação foi previamente identificada6,7. A prevalência de doenças entre idosos tem aumentado2, entre elas, as crônicas podem causar incapacidades ou limitações funcionais e sociais na vida diária dos indivíduos41, ou seja, no domínio físico da qualidade de vida. Assim como as doenças crônicas podem interferir na qualidade de vida, a ingestão de bebida alcoólica que pode causar tais doenças42 também foi associada a um maior comprometimento do domínio físico da qualidade de vida. A ingestão de bebida alcoólica favorece a ocorrência de problemas sistêmicos, compromete aspectos funcionais, psicológicos e pode ainda evoluir para o óbito. Tal constatação explica a existência da associação entre esse hábito e o comprometimento da qualidade de vida. De forma controversa, em função da possibilidade de causalidade reversa nestas associações, estudo prévio identificou que idosos que não ingeriam bebida alcoólica pelo menos uma vez por semana apresentaram pior qualidade de vida do que os que ingeriam43.

Quanto ao serviço de saúde utilizado, o comprometimento da qualidade de vida no domínio físico foi maior nos idosos usuários do SUS. Desde 1988, o Brasil tem estabelecido um sistema de saúde dinâmico e complexo (SUS), baseado nos princípios da saúde como um direito do cidadão e um dever do Estado. O SUS melhorou o acesso da população à atenção primária à saúde, entretanto, alguns desafios ainda precisam ser enfrentados, tais como a reforma de sua estrutura e financiamento, com o intuito de assegurar a universalidade, igualdade, integralidade e a qualidade da assistência. As pessoas que têm acesso a planos ou a seguros de saúde privados também utilizam os serviços disponibilizados pelo SUS, tais como vacinas e serviços de alto custo (procedimentos complexos)31, entretanto, parece que o acesso a serviços de saúde, especialmente os preventivos, é maior entre elas do que entre aquelas que não dispõem de planos ou seguros de saúde. Sugere-se que melhorias no SUS, quanto ao acesso, à estrutura e à liberdade na escolha do profissional, entre outros fatores, podem gerar maior satisfação com tais serviços e resolução dos problemas de saúde, o que, consequentemente, pode gerar menor comprometimento da qualidade de vida. Além disso, algumas limitações funcionais e sistêmicas são inerentes ao envelhecimento. Acredita-se que o uso regular de serviços de saúde disponibilizados pelo SUS e maior atenção à saúde do idoso poderiam minimizar os efeitos dessas limitações. Contudo, este contingente idoso parece ter encontrado dificuldades no acesso regular ao serviço odontológico, uma vez que 5,8% dos idosos brasileiros44e 1,6 % dos idosos de Montes Claros relataram nunca ter utilizado tais serviços.

Entre as condições subjetivas de saúde bucal, observou-se maior comprometimento do domínio físico em quem autopercebeu a presença de dor em dentes e gengivas nos últimos seis meses. Em investigação prévia, a presença de dor crônica foi associada a um maior comprometimento do domínio físico da qualidade de vida45, constatando-se a influência da dor na qualidade de vida. A autopercepção da dor em dentes e gengivas pode refletir as precárias condições de saúde bucal dos idosos brasileiros37e montes-clarenses. Essa dor em dentes e gengivas pode gerar dificuldades no exercício das funções bucais corretamente, comprometendo, assim, o domínio físico da qualidade de vida.

Tradicionalmente no campo da saúde, como consequência da herança do modelo biomédico de saúde46, valorizou-se os dados referentes às condições clínicas da doença em si. Entretanto, medidas de saúde devem levar em consideração as influências sociais, ambientais e psicológicas18. Nesse contexto, constatou-se maior comprometimento do domínio mental da qualidade de vida entre idosos que apresentaram maior gravidade do OHIP, além de impacto nas dimensões referentes ao desconforto psicológico e deficiência. Portanto, os impactos das desordens bucais em suas dimensões física e psicossocial estiveram associados a pior qualidade de vida, em seu domínio mental, entre idosos brasileiros. A saúde bucal, um dos componentes da qualidade de vida, refere-se a uma experiência subjetiva do indivíduo sobre o seu bem-estar funcional, social e psicológico47.

As dimensões do OHIP que se mantiveram associadas ao domínio mental foram desconforto psicológico e deficiência, era esperado o impacto dessas dimensões nesse domínio da qualidade de vida. Ressalta-se que, apesar de serem questões subjetivas, tais impactos podem estimular a busca por assistência médica ou odontológica9, fato este que pode ser ainda mais incentivado quando há o comprometimento da qualidade de vida.

A maioria dos idosos investigados possuía alguma doença crônica e, consequentemente, fazia uso de medicamentos. Sabe-se que o tratamento de diversas patologias requer a utilização de terapia medicamentosa. Os idosos que faziam uso de medicamentos tiveram maior comprometimento no domínio mental da qualidade de vida. Um alto consumo de medicamentos entre idosos reside na maior ocorrência de problemas de saúde nas idades mais avançadas, geralmente de longa duração e com maior grau de severidade, cujo tratamento e alívio de sintomas demanda terapia farmacológica48. Portanto, o fato de o uso de medicamentos estar ligado à presença de doenças pode comprometer o bem estar dos idosos e consequentemente sua qualidade de vida. Além disso, salienta-se que o uso racional de medicamentos entre idosos pode assegurar boa qualidade de vida a esses indivíduos49. Porém, sabe-se que esta adesão entre idosos pode ser comprometida pela falta de conhecimento e dificuldade de acesso50. Ressalte-se ainda a possibilidade de causalidade reversa nesta associação.

Os idosos que relataram estar nem satisfeitos/nem insatisfeitos e insatisfeitos/muito insatisfeitos com sua vida tinham maior comprometimento na qualidade de vida no domínio mental do SF12. A satisfação com a vida na velhice pode estar relacionada à sensação de conforto, bem-estar, saúde, relações pessoais, entre outros fatores51,52, podendo ser uma avaliação subjetiva da qualidade de vida. Indivíduos que avaliam sua saúde bucal como ruim, talvez devido à presença de problemas bucais, podem apresentar maior insatisfação com sua vida53, o que pode influenciar na qualidade de vida. Acredita-se que a satisfação com a vida, por ser uma questão subjetiva, é um julgamento cognitivo de alguns domínios específicos da vida, a partir de critérios estabelecidos pelo próprio indivíduo, sendo uma questão psicológica, podendo afetar o domínio mental da qualidade de vida. Além disso, considera-se também a possibilidade de causalidade reversa nesta associação.

Dentre as limitações dessa investigação, ressalta-se sua característica transversal, não sendo possível estabelecer relações de causa e feito entre os fatores associados. Apesar disso, os resultados apresentados são válidos e representativos da população idosa investigada, situação que permitiu mais esclarecimentos sobre a qualidade de vida desses idosos. Salienta-se ainda que a avaliação da qualidade de vida é um processo dinâmico, e possíveis fatores associados podem modificar-se com o passar do tempo.

Conclusão

O OHIP avalia, a partir de questões subjetivas, os impactos decorrentes das desordens bucais, já o SF12 avalia a qualidade de vida. Constatou-se que o OHIP e o SF12 avaliam construtos distintos embora possam estar associados. A gravidade desses impactos, as dimensões referentes à limitação funcional, ao desconforto psicológico e à deficiência foram associadas a uma maior chance de comprometimento na qualidade de vida em seus domínios físico e mental. Os impactos decorrentes das desordens bucais devem ser considerados nas políticas de saúde que têm em vista a qualidade de vida dos idosos.

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