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Associação entre Síndrome de burnout, uso prejudicial de álcool e tabagismo na Enfermagem nas UTIs de um hospital universitário

Associação entre Síndrome de burnout, uso prejudicial de álcool e tabagismo na Enfermagem nas UTIs de um hospital universitário

Autores:

Larissa Santi Fernandes,
Maria José Trevizani Nitsche,
Ilda de Godoy

ARTIGO ORIGINAL

Ciência & Saúde Coletiva

versão impressa ISSN 1413-8123versão On-line ISSN 1678-4561

Ciênc. saúde coletiva vol.23 no.1 Rio de Janeiro jan. 2018

http://dx.doi.org/10.1590/1413-81232018231.05612015

Introdução

A Síndrome de burnout (SB) - ou Síndrome de Esgotamento Profissional - é uma das consequências do estresse profissional, considerada uma doença do trabalho1 e um problema de Saúde Pública2,3.

Caracteriza-se pela resposta a fontes crônicas de estresse emocional e interpessoal no trabalho e atinge, em maior número, os profissionais da área de saúde2,46. Esse fato, ocorre como resultado das constantes interações humanas em serviços de saúde, as quais envolvem sentimentos de afetividade, insegurança, desmotivação, medo e angústia e estão além da capacidade de enfrentamento do indivíduo2,710.

Essa síndrome apresenta uma concepção multidimensional, sendo caracterizada por exaustão emocional (EE), redução da realização pessoal (RP) no trabalho e despersonalização do outro3,4.

A Síndrome torna-se mais evidente em profissionais de Enfermagem, como consequência de diversos fatores, tais como: demanda, sobrecarga de trabalho, dupla jornada, número insuficiente de pessoal, riscos ocupacionais, precariedade de recursos materiais, pressão no trabalho, relações interpessoais conflituosas, contato direto com a dor e a morte, falta de pessoal qualificado, de reconhecimento, de suporte social, de feedback, de participação na tomada de decisões e de autonomia2,1115. Bem como contato direto e intenso com os pacientes e seus familiares, gravidade dos problemas desses pacientes, complexidade das atividades desenvolvidas, nível de responsabilidade e constante busca de especialização na área para melhorar a assistência2,1115.

Portanto, a exposição progressiva a esses fatores considerados estressores leva ao esgotamento físico e emocional, interferindo na qualidade de vida, prejudicando a interação com suas funções, diminuindo a qualidade dos cuidados, provocando o aumento da rotatividade e do absenteísmo, prejudicando, assim, o ambiente de trabalho11,16.

O uso prejudicial de álcool é considerado o terceiro motivo de ausência do trabalho e a oitava causa de concessão de auxílio-doença pela Previdência Social17,18. Ele afeta a saúde e a qualidade de vida, inclusive dos familiares; por ano, falecem 2,5 milhões de pessoas em razão das consequências do uso do álcool17,18.

O seu uso prejudicial está diretamente relacionado à violência, à negligência, ao prejuízo do trabalhador para com o seu trabalho, ao absenteísmo e ao aumento de acidentes no trabalho, devido, principalmente, às alterações de reação, percepção e reflexos17,18.

O tabagismo, assim como o alcoolismo, é um grande problema de Saúde Pública. Além de interferir na saúde física e mental da população, interfere significativamente na economia do país e na qualidade do meio ambiente19.

Objetivou-se verificar a presença da Síndrome de burnout entre profissionais de Enfermagem, nas Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) de um Hospital universitário, e a existência de sua associação com o consumo de álcool e tabaco.

Metodologia

Estudo de abordagem quantitativa, realizado com profissionais de Enfermagem que atuavam nas UTIs Adulto, Coronariana, Neonatal e Pediátrica de um Hospital universitário, do Interior de São Paulo, no período de Março de 2013 a Fevereiro de 2014.

Do total de 184 profissionais de Enfermagem que foram convidados a participar do estudo, foram excluídos 24 indivíduos pelos seguintes motivos: 14 se recusaram a participar, 05 não devolveram o questionário e 05 estavam em licença médica. Portanto, participaram da pesquisa 160 indivíduos de três diferentes categorias profissionais.

Optou-se por utilizar a população total, devido ao número reduzido de algumas categorias profissionais na UTI Coronariana e Pediátrica.

Todos os profissionais de Enfermagem das UTIs Adulto, Coronariana, Neonatal e Pediátrica de um Hospital universitário do Interior de São Paulo foram previamente orientados sobre a pesquisa, seu objetivo e convidados que participariam da mesma. Aqueles que aceitaram assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido em duas vias, ficando uma via com a pesquisadora e a outra, com o profissional.

Para a coleta de dados, utilizou-se um questionário estruturado, autoaplicável, conforme modelo utilizado em um estudo realizado por Jodas e Haddad20, que foi modificado, devido ao acréscimo dos dados sobre história tabágica, para possibilitar avaliação da relação da Síndrome com o tabagismo. Esse questionário continha dados sociodemográficos, profissionais, informações a respeito de lazer, fatores preditores e sintomas somáticos relacionados à Síndrome de burnout.

Para complementações dessas informações, utilizou-se Maslach burnout Inventory (MBI), Alcohol Use Disorders Identification Test (AUDIT), Questionário de Dependência de Fagerström (QDF), além da mensuração do Monóxido de Carbono no ar expirado (COex).

O Maslach burnout Inventory auxilia na identificação dos sintomas da Síndrome e classifica como Síndrome de burnout a obtenção de alto nível para exaustão emocional e despersonalização e de baixo nível para realização profissional20. O AUDIT avalia problemas associados ao consumo de álcool, detecta o padrão de consumo de risco, identifica a quantidade, frequência e dependência de álcool, classificado em situação de risco quem obtém oito ou mais pontos21. Por fim, o questionário de dependência de Fagerström avalia o grau de dependência da nicotina: o resultado maior que seis pontos, provavelmente, representa um grau elevado de dependência e representa a síndrome de abstinência ao deixar de fumar22.

Foi mensurado o Monóxido de Carbono no ar expirado de todos os profissionais que atuavam nas UTIs, afim de averiguar o tabagismo com maior fidedignidade. A mensuração foi realizada após o preenchimento dos questionários pelos profissionais.

Foi realizada a análise descritiva da população estudada através do cálculo de média, desvio padrão e mediana para as variáveis quantitativas. Para as variáveis, foram calculadas frequências e percentuais e o valor de p.

Utilizou-se teste de Tukey para comparação entre as diferentes UTIs e as categorias profissionais nas questões referentes à exaustão emocional e realização profissional. Para despersonalização, utilizou-se a distribuição Gama.

As associações entre as variáveis categorizadas foram feitas através do teste qui-quadrado, ou exato de Fisher, considerando as variáveis: exaustão emocional, redução da realização profissional, despersonalização, desfecho de síndrome, alcoolismo e tabagismo.

Para todos os testes, foi fixado o nível de significância de 5% ou o p-valor correspondente.

O presente estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da Faculdade de Medicina de Botucatu (FMB) – UNESP em 2013.

Resultados

A média de idade dos profissionais era de 35,1 (± 9,6) anos. Trabalhavam na unidade por período médio de 9 (± 7,8) anos, com carga horária média de 38,7 (± 10) horas semanais. Dos participantes, 48% eram casados, 72,5% trabalhavam 12/36 horas, 68,1% tinham vínculo trabalhista celetista, 53,7% consumiam bebida alcoólica e 11,2% eram fumantes. Todos os Auxiliares de Enfermagem, 94,5% dos Técnicos e 92,8% dos Enfermeiros eram do sexo feminino.

A mediana do tempo de tabagismo dos fumantes foi de 10 anos, com consumo de 09 cigarros/dia e 02 maços/semana. A mediana do nível de dependência de nicotina dos tabagistas (QDF) foi de 1,5 pontos, sendo que 61,1% apresentaram muito baixa dependência, 27,8% baixa e 11,1% elevada. Dezenove profissionais foram avaliados como fumantes pelo teste da mensuração do Monóxido de Carbono no ar expirado (02 Auxiliares, 14 Técnicos e 03 Enfermeiros). A mediana de COex foi de 2 pontos. Dentre os profissionais estudados que referiram ser não fumantes, 01 foi classificado como fumante, de acordo com a mensuração de Monóxido de Carbono no ar expirado.

Os ex-fumantes fizeram uso do cigarro com mediana de 10 anos, consumiram 15 cigarros/dia e 3 maços/semana. Pararam de fumar, com mediana, de 2 anos.

Segundo o AUDIT, 74 profissionais não consumiam bebida alcoólica, 73 bebiam moderadamente, 12 apresentaram padrão de beber de risco e somente um apresentou possível dependência de álcool.

A média de EE foi 23,4 (± 13) pontos e de RP foi 31,4 (± 10,6) pontos. A mediana de despersonalização foi de 4 pontos.

Portanto, considerando as classificações, a SB foi identificada em 34 profissionais. Na UTI Adulto, foram classificados com a SB 26 profissionais (03 Auxiliares de Enfermagem, 17 Técnicos de Enfermagem e 06 Enfermeiros). Na UTI Coronariana, 01 Técnico de Enfermagem. Na UTI Neonatal, 01 Auxiliar de Enfermagem, 02 Técnicos de Enfermagem e 02 Enfermeiros. Na UTI Pediátrica, 02 Técnicos de Enfermagem.

Na UTI Adulto, a maioria dos profissionais casados, que tinham filhos, com vínculo de trabalho celetista, que trabalhavam 12/36 horas, cursaram o Ensino Médio, apresentaram alto padrão para despersonalização e eram Técnicos de Enfermagem. A maioria dos solteiros e que tinham especialização eram Enfermeiros, na UTI Adulto. Na UTI Coronariana, a maioria dos profissionais que cursou o Ensino Médio era de Técnico de Enfermagem.

Em relação aos Técnicos de Enfermagem fumantes, o menor número de cigarros/dia consumido foi na Pediátrica (4,2 cigarros/dia). Os Técnicos de Enfermagem ex-fumantes, da UTI Neonatal, consumiram cigarro por mais tempo (24,3 anos). A quantidade de anos que parou de fumar foi maior na UTI Pediátrica (13 anos). Os Técnicos, da UTI Pediátrica, consumiram mais cigarros/dia (20cigarros/dia) e maço/dia (12 maços/semana).

EE e despersonalização apresentaram maior média na UTI Adulto (29,2 e 11,3 pontos, respectivamente). RP apresentou maior média na UTI Pediátrica (36,06 pontos).

A Tabela 1 apresenta a distribuição das categorias do Maslach Burnout Inventory (MBI) de acordo com a unidade de trabalho. Com relação à exaustão emocional (p < 0,0001) e realização profissional (p = 0,0011), apresenta diferença entre UTI Adulto e as demais. Com relação à despersonalização (p = 0,0015) constata-se diferença entre UTI Adulto de Coronariana e Neonatal, e entre UTI Coronariana e UTI Pediátrica.

Tabela 1 Distribuição das categorias do Maslach Burnout Inventory de acordo com a unidade de trabalho. São Paulo-SP / Brasil, 2014. 

Locais de trabalho/questões do MIB UTI Adulto UTI Coronariana UTI Neonatal UTI Pediátrica p-valor
Exaustão emocional* 29,08±8,83 a 19,31±10,73 b 20,94±14,24 b 14,75±14,69 b <0,0001
Realização profissional* 27,68±10,63 a 35,85±8,56 b 33,04±10,65 b 36,06±7,55 b 0,0011
Despersonalização** 10,38±7,29 a 3,92±4,33 b 3,52±5,44 bc 5,63±7,74 ac 0,0015

*Anova seguido de Tukey.

**Gama. Médias seguidas das mesmas letras não diferem estatisticamente entre si.

A distribuição das variáveis categorizadas de acordo com exaustão emocional, despersonalização e a Síndrome de burnout, estão apresentadas na Tabela 2. Não houve associação significativa entre as variáveis categorizadas e a realização profissional.

Tabela 2 Variáveis categorizadas de acordo com o nível de exaustão emocional, despersonalização e Síndrome de burnout. São Paulo-SP / Brasil. 2014. 

Variáveis categorizadas Exaustão emocional p-valor
Alto Médio Baixo
n % n % n %
Período de trabalho 0,0139*
6 horas 9 ac 29 6 a 19 16 bc 52
12/36 horas 56 b 48,7 30 a 26,1 29 a 25,2
> 12 horas 9 a 69,2 3 ab 23,1 1 b 7,7
Despersonalização
Alto Médio Baixo
n % n % n % p - valor
Sexo 0,0030*
Feminino 45 a 30 40 a 26,7 65 b 43,3
Masculino 7 a 77,8 2 a 22,2 - -
Período de trabalho 0,0163*
6 horas 5 a 16,1 6 a 19,4 20 b 64,5
12/36 horas 40 a 34,8 33 a 28,7 42 a 36,5
> 12 horas 7 a 53,8 3 a 23,1 3 a 23,1
Síndrome de burnout
Presente Ausente
n % n % p - valor
Sexo 0,0217*
Feminino 29 a 19,2 122 b 80,8
Masculino 5 a 55,6 4 a 44,4

*Fisher. Valores numéricos seguidos das mesmas letras não diferem estatisticamente entre si.

A associação entre EE e período de trabalho apresentou diferença significativa (p = 0,0139), sendo que a maioria dos profissionais que apresentou alta EE trabalhava 12/36 horas (56 profissionais). Essa associação também revelou a despersonalização (p = 0,0030), que 40 profissionais foram classificados com alta despersonalização.

O sexo feminino apresentou diferença entre a classificação baixa e as demais classificações em relação à despersonalização (p = 0,0030), assim como em relação à aquisição da SB, entre desenvolver ou não a Síndrome (p = 0,0217). Portanto, podemos afirmar que o sexo feminino apresentou chance maior de ter a Síndrome (29 profissionais), bem como a maioria dos profissionais com a síndrome eram casados (21 profissionais).

A Tabela 3 apresenta a distribuição das variáveis categorizadas segundo a realização profissional, despersonalização e Síndrome de burnout na UTI Adulto; e exaustão emocional, despersonalização e Síndrome de burnout na UTI Neonatal.

Tabela 3 Distribuição das variáveis categorizadas segundo o padrão de realização profissional, despersonalização e Síndrome de burnout na UTI Adulto; e exaustão emocional, despersonalização e Síndrome de burnout na UTI Neonatal. São Paulo-SP / Brasil. 2014. 

Variáveis categorizadas UTI Adulto Realização Profissional p - valor
Alto Médio Baixo
n % n % n %
Tabagismo 0,0154*
Fumante 1 a 12,5 5 a 62,5 2 a 25
Fumante passivo 2 a 33,3 - - 4 a 66,7
Ex-fumante 1 a 12,5 1 a 12,5 6 b 75
Não fumante 3 a 7,4 6 a 14,6 32 b 78
Despersonalização
Alto Médio Baixo
n % n % n % p - valor
Período de trabalho 0,0150*
6 horas 3 a 30 1 a 10 6 a 60
12/36 horas 31 b 62 13 a 26 6 a 12
> 12 horas 3 100 - - - -
Tabagismo 0,0147*
Fumante 1 a 12,5 4 a 50 3 a 37,5
Fumante passivo 2 a 33,3 3 a 50 1 a 16,7
Ex-fumante 5 a 62,5 2 a 25 1 a 12,5
Não fumante 29 b 70,7 5 a 12,2 7 a 17,1
Síndrome de burnout
Presente Ausente
n % n % p - valor
Tabagismo 0,0406*
Fumante - - 8 100
Fumante passivo 2 a 33,3 4 a 66,7
Ex-fumante 3 a 37,5 5 a 62,5
Não fumante 21 a 51,2 20 a 48,8
UTI Neonatal Exaustão Emocional
Alto Médio Baixo
n % n % n % p - valor
Atividade física 0,0191*
Sim 3 a 15 4 a 20 13 b 65
Não 23 bc 48,9 9 a 19,2 15 ac 31,9
Despersonalização
Alto Médio Baixo
n % n % n % p - valor
Atividade física 0,0150*
Sim - - 4 a 20 16 b 80
Não 11 a 23,4 14 ac 29,8 22 bc 46,8
Síndrome de burnout
Presente Ausente
n % n % p - valor
Período de trabalho 0,0122*
6 horas 2 a 11,8 15 b 88,2
12/36 horas 1 a 2,2 45 b 97,8
> 12 horas 2 a 50 2 a 50

*Fisher. Valores numéricos seguidos das mesmas letras não diferem estatisticamente entre si.

Na UTI Adulto, a maioria dos profissionais ex-fumantes e não fumantes apresentaram baixa realização profissional (75 e 78 profissionais, respectivamente). Aqueles que trabalhavam 12/36 horas apresentaram alta despersonalização (31 profissionais), bem como os não fumantes (29 profissionais). Dentre os não fumantes, 21 foram classificados com SB.

Na UTI Neonatal, quem praticava atividade física apresentou baixa exaustão emocional (65%), já quem não praticava apresentou alta EE (48,9%) (p = 0,0191). Em relação à despersonalização, tanto quem praticava atividade física quanto quem não praticava apresentou baixa despersonalização (80% e 46,8%, respectivamente) (p = 0,0150). A SB foi diagnosticada em dois profissionais, que trabalhavam seis horas por dia, na UTI Neonatal (p = 0,0122). Os profissionais que tinham filhos foram classificados como não fumantes pelo COex (79,5%) (p = 0,0171).

A Tabela 4 apresenta a distribuição das variáveis categorizadas de acordo com Alcohol Use Disorders Identification Test (AUDIT) e mensuração do Monóxido de Carbono no ar expirado (COex).

Tabela 4 Distribuição das variáveis categorizadas segundo o AUDIT, nível de dependência de nicotina (QDF) e mensuração do Monóxido de Carbono no ar expirado (COex). São Paulo-SP / Brasil. 2014. 

Variáveis categorizadas Alcohol Use Disorders Identification Test (AUDIT)
Não bebe Beber moderado Padrão de beber de risco Possível dependência de álcool
n % n % n % n % p - valor
Estado civil 0,0002**
Casado 46 a 59,7 30 b 39 1 c 1,3 - -
Separado 13 a 68,4 5 b 26,3 1 b 5,3 - -
Solteiro 13 a 20,6 39 b 62 10 a 15,9 1 c 1,6
Filhos 0,0318*
Sim 48 a 55,1 33 b 38 6 c 6,9 - -
Vínculo trabalhista 0,0054*
CLT 46 a 42,2 54 a 49,5 8 b 7,3 1 c 1
Estatutário 25 a 61 16 a 39 - - - -
Temporário 1 a 12,5 3 a 37,5 4 a 50 - -
Titulação 0,0011**
Ensino Médio 57 a 59,4 35 b 36,5 4 c 4,1 - -
Graduação 10 a 30,3 20 b 60,6 2 a 6,1 1 a 3
Especialização 6 a 21,4 17 b 60,7 5 a 17,9 - -
Tabagismo 0,0259*
Fumante 4 a 22,2 12 b 66,7 2 a 11,1 - -
Fumante passivo 6 a 35,3 10 b 58,8 1 a 5,9 - -
Ex-fumante 5 a 38,4 4 b 30,8 4 a 30,8 - -
Não fumante 58 a 51,8 48 a 42,8 5 b 4,4 1 b 1
Mensuração de Monóxido de Carbono no ar expirado (COex)
Fumante Não fumante
n % n % p-valor
Tabagismo < 0,0001**
Fumante 9 a 50 9 a 50
Fumante passivo 1 a 5,9 16 b 94,1
Ex-fumante 1 a 7,7 12 b 92,3
Não fumante 8 a 7,1 104 b 92,9

*Fisher

**Qui-quadrado. Valores numéricos seguidos das mesmas letras não diferem estatisticamente entre si.

A maioria dos profissionais casados não bebia (46 profissionais), bem como os que têm filhos (48 profissionais). Os solteiros (62%), celetistas (49,5%), graduados (60,6%), especialistas (60,7%), fumantes (58,8%) e fumantes passivos (30,8%) bebiam moderadamente.

Em relação à mensuração do Monóxido de Carbono no ar expirado, um fumante passivo, um ex-fumante e oito não fumantes foram classificados como fumantes pelo COex.

A Tabela 5 apresenta a distribuição das variáveis categorizadas de acordo com Alcohol Use Disorders Identification Test (AUDIT) e mensuração do Monóxido de Carbono no ar expirado (COex) na UTI Adulto; e Alcohol Use Disorders Identification Test (AUDIT) na UTI Neonatal.

Tabela 5 Distribuição das variáveis categorizadas segundo o Alcohol Use Disorders Identification Test (AUDIT) e mensuração do Monóxido de Carbono no ar expirado (COex) na UTI Adulto; e Alcohol Use Disorders Identification Test (AUDIT) na UTI Neonatal. São Paulo-SP / Brasil. 2014. 

Variáveis categorizadas UTI Adulto Alcohol Use Disorders Identification Test (AUDIT)
Não bebe Beber moderado Padrão de beber de risco
n % n % n % p-valor
Vínculo trabalhista 0,0186*
CLT 14 a 31,8 25 b 56,8 5 c 11,4
Estatutário 3 a 23,1 10 b 76,9 - -
Titulação 0,0055*
Ensino Médio 15 a 42,9 18 a 51,4 2 b 5,7
Graduação 1 a 7,1 12 b 85,8 1 a 7,1
Tabagismo 0,0215*
Fumante 2 a 25 5 a 62,5 1 a 12,5
Fumante passivo - - 5 83,3 1 16,7
Ex-fumante 2 a 25 2 a 25 4 a 50
Não fumante 14 a 34,1 25 b 61 2 c 4,9
Mensuração de Monóxido de Carbono no ar expirado (COex)
Fumante Não fumante
n % n % p-valor
Tabagismo 0,0011*
Fumante 5 a 62,5 3 a 37,5
Fumante passivo - - 6 100
Ex-fumante 8 100
Não fumante 2 a 4,9 39 b 95,1
Variáveis categorizadas UTI Neonatal Alcohol Use Disorders Identification Test (AUDIT)
Não bebe Beber moderado Padrão de beber de risco Possível dependência de álcool
n % n % n % n % p-valor
Estado civil 0,0019**
Casado 29 a 82,9 6 b 17,1 - - - -
Separado 11 a 84,6 2 b 15,4 - - - -
Solteiro 4 a 21 12 b 63,2 2 a 10,5 1 a 5,3
Filhos 0,0021**
Sim 33 b 84,6 5 a 12,8 1 a 2,6 - -
Não 12 a 41,4 15 a 51,8 1 b 3,4 1 b 3,4
Vínculo trabalhista 0,0092*
CLT 25 a 59,5 15 a 35,7 1 b 2,4 1 b 2,4
Estatutário 20 a 87 3 b 13 - - - -
Temporário - - 1 a 50 1 a 50 - -
Titulação 0,0045**
Ensino Médio 37 b 82,2 7 a 15,6 1 a 2,2 - -
Faculdade/curso 0,0350*
Não 38 a 73,1 12 b 23,1 2 c 3,8 - -

*-Fisher. Valores numéricos seguidos das mesmas letras não diferem estatisticamente entre si.

Na UTI Adulto, a maioria dos profissionais celetistas (56,8%), estatutários (76,9%), graduados (85,8%) e não fumantes (61%) bebiam moderadamente. Dois profissionais auto-classificados como fumantes foram classificados como não fumantes pela mensuração do Monóxido de Carbono no ar expirado (COex).

Na UTI Neonatal, a maioria dos casados (29 profissionais), que têm filhos (33 profissionais), celetistas (25 profissionais), estatutários (20 profisisonais), que cursaram ensino médio (37 profissionais) e que não fazem faculdade ou curso (38 profissionais) não bebiam. Os solteiros (12 profissionais) e aqueles que não tem filhos (15 profissionais) bebiam moderadamente.

Discussão

Os profissionais de Enfermagem, por ficarem em constante contato com pacientes e/ou familiares, vivenciarem situações de estresse e não estarem psicologicamente preparados, podem transformar o trabalho em algo penoso e afetar a sua vida pessoal4, bem como se afastar das pessoas de quem estão cuidando, construindo uma barreira8.

Os resultados de nosso estudo demonstraram, que a maioria dos profissionais, que desenvolveram a SB eram do sexo feminino, casados e adultos jovens, corroborando com estudos realizados em unidades intensivistas4,2327.

A Enfermagem é uma área na qual predominam profissionais mulheres e adultos jovens, conformação decorrente do grande número de profissionais de Enfermagem existentes e da composição por jovens8. Os profissionais jovens são mais propensos a desenvolver a SB, em virtude da inexperiência de trabalho e da não adaptação às condições de trabalho e das organizações28, resultando má qualidade do cuidado26.

Estudo relata que os enfermeiros que têm filhos, além de sua carga horária de trabalho, dedicam uma grande parte do seu tempo aos filhos, causando alto índice de desgaste físico e emocional29. Os resultados de nosso estudo mostraram que 54,4% dos profissionais tinham filhos, desses somente 16,7% são Enfermeiros.

O fato de ter filhos e ser casado pode ser considerado um fator protetor, pois o profissional se sente amparado e surge o sentimento de afetividade, que é um protetor para o desenvolvimento da SB30.

Dentre todos os participantes, 46,5% apresentaram alto padrão para exaustão emocional, 54,7%, baixo padrão para realização profissional e 32,7%, alto para despersonalização, resultados estes superiores ao da literatura24. Entretanto, em outro estudo, os resultados encontrados mostraram que 45% dos profissionais tinham alto índice para EE; 38%, alto, para despersonalização; e 46%, baixo, para RP, e que esses resultados estavam associados à ansiedade do profissional29. Esses resultados foram semelhantes aos de nosso estudo.

A carga horária de trabalho superior a 12 horas diárias mostrou uma significância positiva com alto padrão de EE (p = 0,0139), assim como a despersonalização (p = 0,0163). Tal fato pode ser justificado pela organização de trabalho, em que os procedimentos ficam a cargo dos profissionais do período diurno e, aos do noturno, cabe somente a realização da medicação para não incomodar os pacientes, sobrecarregando, assim, o período diurno8. Isso pode ser um influenciador da EE e, consequentemente, da SB8.

Deve-se também considerar que, quando não é possível uma negociação entre o sujeito e a organização ou chefia, esta deve ser mais flexível e interferir nos problemas oriundos do trabalho para minimizar os efeitos do estresse na equipe e nos indivíduos, diminuindo, assim, o comprometimento da psique e, consequentemente, a sua exclusão1,27. Quando isso não ocorre, o profissional desenvolve mecanismos de defesa que culminam em diminuição da pressão e da fonte de estresse e, se usado rotineiramente, podem tornar-se noviços e gerar resistência à mudança e à alienação, mascarando a ansiedade grave, resultando no desenvolvimento da SB27.

Na UTI Adulto, a maioria dos profissionais de Enfermagem foi classificada com alto padrão de EE. Esse achado está de acordo com a literatura, na qual a maioria das unidades avaliadas apresentaram altos scores para EE25. É no trabalho que o estresse se acentua e ressalta os sinais de exaustão emocional4. Assim, a exaustão psicológica é consequência do trabalho, e o desgaste é decorrente do fato de o indivíduo ser exigido além de seus limites de resistência4.

O apoio social tem resultados positivos na redução da EE, enquanto a carga de trabalho apresenta resultados negativos nos cuidados24. Em um estudo na Alemanha, o apoio social favoreceu a redução da EE, bem como melhorou o cuidado e as relações profissionais29.

As UTIs onde se obtiveram baixos scores de RP são as menos favoráveis ao trabalho, considerando a quantidade de leito e cuidado que as UTIs Adulto, Pediátrica e Coronariana exigem dos seus profissionais. Os profissionais mais jovens são mais propensos a desenvolver sentimentos de despersonalização, devido à pouca experiência profissional28. O não reconhecimento do trabalho leva à descompensação psíquica, que pode levar à diminuição da realização profissional e à despersonalização27.

Resultado de estudo anterior mostrou que 50% dos Enfermeiros foram avaliados positivamente para a SB31 e que o fato de ser Enfermeiro predispõe o profissional a desenvolver burnout, devido à carga de trabalho e estresse20,32. Entretanto, nosso estudo mostrou que 19% dos Enfermeiros apresentaram a SB.

Sugere-se que a SB se desenvolva nas unidades onde há sobrecarga de trabalho e não haja uma relação positiva entre investimentos e resultados23. Outra pesquisa evidencia que os profissionais que trabalham menos horas por dia necessitam de mais de um emprego para aumentar a renda familiar, desencadeando a Síndrome25. Resultados estes divergentes dos nossos, pois os profissionais que trabalhavam por um período de 6 horas por dia apresentaram menor índice da Síndrome.

O uso abusivo de substâncias como tabaco e álcool pode ser uma forma de manifestação comportamental de fuga ou esquecimento do trabalho, bem como a busca do prazer que não conseguem nas atividades laborais do, dia a dia, em decorrência das más condições de trabalho6. Situações de estresse constantes levam os profissionais ao alcoolismo, usado como relaxante, tranquilizante, ansiolítico e até mesmo como fuga33; os profissionais de Enfermagem são mais propensos ao abuso de substâncias alcoólicas e suicídio11. Em nosso estudo, de maneira geral, não houve associação do uso abusivo de álcool e do tabagismo com a Síndrome.

Considerações finais

A SB foi encontrada entre os profissionais de Enfermagem avaliados, em maior porcentagem, entre os Auxiliares (50%), Técnicos de Enfermagem (20%) e, por fim, Enfermeiros (19%). No total, 34 profissionais foram avaliados positivamente para a SB; desses, 26 são da UTI Adulto, 01 da UTI Coronariana, 05 da UTI Neonatal e 02 da UTI Pediátrica. Tais resultados são preocupantes, indicando condições de trabalho ameaçadoras e desencadeadoras da Síndrome.

Nas categorias do MBI analisadas separadamente, prevaleceu alto índice para EE (46,5%) e baixo para RP (54,7%). Esse resultado mostra a necessidade de medidas que amenizem esta situação, considerando que a UTI é um ambiente estressante, que exige muito do profissional e acarreta altas prevalências da Síndrome.

O consumo de álcool associou-se positivamente à situação de trabalho, titulação e filhos, sendo que, em alguns casos, o seu consumo foi considerado excessivo, podendo interferir no trabalho.

O consumo de tabaco também apresentou significância estatística nas três variáveis do MBI, evidenciando que a exaustão emocional, redução de realização profissional e despersonalização podem levar ao aumento do consumo de tabaco como forma de escape.

As associações positivas entre as variáveis estudadas e a SB foram significativas, porém o número de profissionais categorizados por Unidade de Terapia Intensiva foi reduzido, necessitando-se de novos estudos. Além do fato de necessitar mensurar a carga de trabalho dos profissionais das UTIs.

A prevalência da SB, a ocorrência das dimensões da síndrome isoladamente, o consumo de álcool e tabaco mostrado pelos resultados deste trabalho sugerem que os serviços de Terapia Intensiva do Hospital das Clínicas de Botucatu necessitam de intervenções dos gestores dos serviços com a finalidade de cuidar da saúde dos seus cuidadores.

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