Compartilhar

Atualização das Diretrizes Brasileiras de Valvopatias: Abordagem das Lesões Anatomicamente Importantes

Atualização das Diretrizes Brasileiras de Valvopatias: Abordagem das Lesões Anatomicamente Importantes

Autores:

Flavio Tarasoutchi,
Marcelo Westerlund Montera,
Auristela Isabel de Oliveira Ramos,
Roney Orismar Sampaio,
Vitor Emer Egypto Rosa,
Tarso Augusto Duenhas Accorsi,
Antonio Sergio de Santis Andrade Lopes,
João Ricardo Cordeiro Fernandes,
Lucas José Tachotti Pires,
Guilherme Sobreira Spina,
Marcelo Luiz Campos Vieira,
Paulo de Lara Lavitola,
Tiago Costa Bignoto,
Dorival Julio Della Togna,
Evandro Tinoco Mesquita,
William Antonio de Magalhães Esteves,
Fernando Antibas Atik,
Alexandre Siciliano Colafranceschi,
Valdir Ambrósio Moisés,
Alberto Takeshi Kiyose,
Pablo Maria Alberto Pomerantzeff,
Pedro Alves Lemos Neto,
Fábio Sândoli de Brito Júnior,
Clara Weksler,
Carlos Manuel de Almeida Brandão,
Robinson Poffo,
Ricardo Simões,
Salvador Rassi,
Paulo Ernesto Leães,
Ricardo Mourilhe Rocha,
José Luiz Barros Pena,
Fabio Biscegli Jatene,
Márcia de Melo Barbosa,
João David de Souza Neto,
José Francisco Kerr Saraiva

ARTIGO ORIGINAL

Arquivos Brasileiros de Cardiologia

versão impressa ISSN 0066-782Xversão On-line ISSN 1678-4170

Arq. Bras. Cardiol. vol.109 no.6 supl.2 São Paulo 2017

https://doi.org/10.5935/abc.20180007

Declaração de potencial conflito de interesses dos autores/colaboradores
da Atualização das Diretrizes Brasileiras de Valvopatias: Abordagem das Lesões Anatomicamente Importantes
Se nos últimos 3 anos o autor/colaborador das Diretrizes:
Nomes Integrantes da Diretriz Participou de estudos clínicos e/ou experimentais subvencionados pela indústria farmacêutica ou de equipamentos relacionados à diretriz em questão Foi palestrante em eventos ou atividades patrocinadas pela indústria relacionados à diretriz em questão Foi (é) membro do conselho consultivo ou diretivo da indústria farmacêutica ou de equipamentos Participou de comitês normativos de estudos científicos patrocinados pela indústria Recebeu auxílio pessoal ou institucional da indústria Elaborou textos científicos em periódicos patrocinados pela indústria Tem ações da indústria
Alberto Takeshi Kiyose Não Não Não Não Não Não Não
Alexandre Siciliano Colafranceschi Não Não Não Não Não Não Não
Antonio Sergio de Santis Andrade Lopes Não Não Não Não Não Não Não
Auristela Isabel de Oliveira Ramos Não Não Não Não Não Não Não
Carlos Manuel de Almeida Brandão Não Não Não Não Não Não Não
Clara Weksler Não Não Não Não Não Não Não
Dorival Julio Della Togna Não Não Não Não Não Não Não
Evandro Tinoco Mesquita Não Não Não Não Não Não Não
Fabio Biscegli Jatene Não Não Não Não Não Não Não
Fábio Sândoli de Brito Júnior Não Não Não Não Não Não Não
Fernando Antibas Atik Não Não Não Não Não Não Não
Flavio Tarasoutchi Bayer Abbott Não Não Não Não Não
Guilherme Sobreira Spina Não Não Não Não Não Não Não
João David de Souza Neto Não Não Não Não Não Não Não
João Ricardo Cordeiro Fernandes Não Abbott Não Não Não Não Não
José Francisco Kerr Saraiva Não Não Não Não Não Não Não
José Luiz Barros Pena Não Não Não Não Não Não Não
Lucas José Tachotti Pires Não Não Não Não Não Não Não
Marcelo Luiz Campos Vieira Não Não Não Não Não Não Não
Marcelo Westerlund Montera Não Não Não Não Não Não Não
Márcia de Melo Barbosa Não Não Não Não Não Não Não
Pablo Maria Alberto Pomerantzeff Não Não Não Não Não Não Não
Paulo de Lara Lavitola Não Não Não Não Não Não Não
Paulo Ernesto Leães Não Não Não Não Não Não Não
Pedro Alves Lemos Neto Não Não Não Não Não Não Não
Ricardo Mourilhe-Rocha Não Não Não Não Novartis, Servier, AHA, SBC Não Não
Ricardo Simões Não Não Não Não Não Não Não
Robinson Poffo Não Não Não Não Não Não Não
Roney Orismar Sampaio Daiichi Sankyo, Novartis, Bayer Não Não Não Bayer Não Não
Salvador Rassi Não Não Não Não Não Não Não
Tarso Augusto Duenhas Accorsi Não Abbott Não Não Não Não Não
Tiago Costa Bignoto Não Não Não Não Não Não Não
Valdir Ambrósio Moisés Bayer Não Não Não Não Não Não
Vitor Emer Egypto Rosa Não Não Não Não Não Não Não
William Antonio de Magalhães Esteves Não Não Não Não Não Não Não

Introdução

A indicação da intervenção cirúrgica ou percutânea no paciente com doença valvar está atrelada ao preciso diagnóstico anatômico e funcional, além do conhecimento da história natural da doença.

Nesta atualização da Diretriz Brasileira de Valvopatias de 2011, são contemplados apenas pacientes com valvopatia anatomicamente importante (estágios C e D da Diretriz da American College of Cardiology (ACC)/ American Heart Association (AHA), de 2014). As tabelas e fluxogramas que aqui constam demonstram passos sequenciais que norteiam o diagnóstico anatômico, etiológico e funcional, definindo a conduta alinhada às melhores práticas, com uso racional de recursos.

A avaliação clínica continua absolutamente fundamental, destacando-se a grande especificidade do exame físico para o diagnóstico anatômico e a anamnese como principais recursos para avaliação funcional e indicação para intervenção.

Além da proposta dos passos, esta Diretriz indica, para efeito de comparação, as recomendações das duas principais diretrizes internacionais - ACC/AHA 2017 e European Society of Cardiology (ESC)/European Association for Cardio-Thoracic Surgery (EACTS) 2017.

Vale ressaltar que a profilaxia de febre reumática, profilaxia da endocardite infecciosa, assim como indicações de intervenção na valvopatia pulmonar, mantém exatamente os mesmos princípios, conforme publicado na Diretriz brasileira de 2011 e descrito a seguir:

  • Primeiro passo: certificar-se de que a valvopatia é anatomicamente importante;

  • Segundo passo: avaliar a etiologia, incluindo história clínica e antecedentes pessoais, em conjunção com exames complementares;

  • Terceiro passo: avaliar os sintomas - uma vez definida a valvopatia anatomicamente importante, a avaliação dos sintomas secundários é fundamental na decisão de intervenção. O tratamento farmacológico está indicado para alívio dos sintomas até o tratamento intervencionista da doença valvar;

  • Quarto passo: avaliação de complicadores - na ausência de sintomas, a identificação de complicadores anatômicos e/ou funcionais (especialmente hipertensão pulmonar, remodelamento ventricular, disfunção sistólica, dilatação aneurismática de aorta, fibrilação atrial) pode ser determinante para intervenção nos pacientes assintomáticos;

  • Quinto passo: tipo de intervenção - o procedimento de correção da doença valvar pode ser cirúrgico ou transcateter, com indicação individualizada dependendo do risco operatório, das comorbidades e da decisão do Heart Team.

    Figura 1 Algoritmo com passos para diagnóstico anatômico, etiológico e funcional e definição de conduta. 

Heart Team

O Heart Team é um conceito no qual um conjunto de diferentes profissionais com experiência em doenças valvares compartilha a decisão sobre o melhor tratamento para um determinado paciente. Com a introdução de diferentes tipos de abordagem para o tratamento de pacientes com valvopatias, o Heart Team tem sido cada vez mais utilizado em seu manejo. É composto por diversas subespecialidades cardiológicas, com especialistas que exercem papéis diferentes e fundamentais em cada passo do cuidado: do cardiologista clínico (a quem cabe a seleção e a indicação de pacientes, além do acompanhamento pré e pós-intervenção), ao cirurgião cardíaco e ao hemodinamicista, responsáveis pela concretização dos procedimentos indicados pelo Heart Team. Além deles, o radiologista é importante na análise de dados para avaliar a possibilidade técnica de realização de cada tipo de intervenção; e o ecocardiografista, além de avaliar os dados pré-operatórios, pode também acompanhar o procedimento, colaborando para um melhor resultado.

Estenose mitral

Enquanto no Brasil e demais países em desenvolvimento a principal causa da estenose mitral (EM) é a febre reumática, nos países desenvolvidos observa-se aumento da incidência de EM degenerativa, associada à calcificação do anel mitral e que se desenvolve em pacientes idosos.

Nesta Diretriz, a EM é classificada como anatomicamente importante quando a área valvar mitral for menor do que 1,5 cm2.

Para os pacientes reumáticos, a valvuloplastia mitral por cateter-balão (VMCB) continua sendo o tratamento de escolha, seguido pela cirurgia valvar.

No caso dos pacientes com EM degenerativa, o tratamento inicial de quem se apresenta sintomático é farmacológico, reservando-se intervenção para casos refratários. Nos pacientes com alto risco cirúrgico, o implante valvar mitral transcateter foi, até o momento, realizado em um número limitado de casos. Para a sua ampla indicação e realização, ainda são requeridos estudos que validem os seus resultados em maior escala.

Quadro 1 Passo 1: diagnóstico de estenose mitral importante 

Características de estenose mitral importante
Exame físico Facies mitralis
• Estalido de abertura precoce
• Primeira bulha hiperfonética
• Segunda bulha hiperfonética
• Sopro diastólico em ruflar, com reforço pré-sistólico se o paciente estiver em ritmo sinusal
• Sinais de congestão pulmonar e insuficiência cardíaca direita
• Presença de insuficiência tricúspide
Eletrocardiograma • Sobrecarga de átrio esquerdo
• Sobrecarga de câmaras direitas
• Fibrilação atrial
Radiografia de tórax • Índice cardiotorácico normal
• Sinais de aumento de átrio esquerdo:
Elevação do brônquio fonte esquerdo ("sinal da bailarina")
Duplo contorno atrial à direita
Quarto arco na silhueta cardíaca à esquerda
• Sinais de congestão pulmonar
Ecocardiograma • Área valvar mitral < 1,5 cm2
• Gradiente diastólico médio átrio esquerdo/ventrículo esquerdo ≥ 10 mmHg
• Pressão sistólica da artéria pulmonar ≥ 50 mmHg em repouso
• Pressão sistólica da artéria pulmonar ≥ 60 mmHg com esforço
Estudo hemodinâmico • Indicado em caso de discordância entre achados clínicos e ecocardiográficos
• Gradiente diastólico átrio esquerdo/ventrículo esquerdo ≥ 10 mmHg (espontâneo ou após prova com atropina e volume)
• Pressão sistólica da artéria pulmonar ≥ 50 mmHg

Quadro 2 Passo 2: avaliação da etiologia - estenose mitral importante 

Características etiológicas
Febre reumática • > 90% dos casos nos países em desenvolvimento
• Sintomas entre a terceira e quarta décadas da vida
• Fusão comissural, espessamento de cúspides
• Comprometimento do aparelho subvalvar
• Abertura em cúpula da cúspide anterior e redução da mobilidade da cúspide posterior
• Acometimento mitroaórtico
Degenerativa (calcificação do aparato valvar) • 12 a 26% dos casos nos países desenvolvidos
• Mais comum em idosos
• Pode chegar a 60% dos casos em pacientes com mais de 80 anos de idade
• Calcificação do anel valvar mitral
• Ausência de fusão comissural
• Relação com calcificação aórtica e coronariana
Causas raras • Congênita
• Doenças reumatológicas (lúpus e artrite reumatoide)
• Drogas (metissergida e anorexígenos)
• Síndrome carcinoide
• Doença de Fabry
• Lesão actínica - pós-radioterapia

Quadro 3 Passo 3: Avaliação de sintomas - estenose mitral importante 

Sintomas
Dispneia
(NYHA II-IV)
• Principal sintoma
• Inicialmente com eventos que aumentam a pressão venocapilar pulmonar (esforço físico, fibrilação atrial e gestação)
• Dispneia em repouso e dispneia paroxística noturna
• Pode ser acompanhada por palpitações, hemoptise, disfonia, disfagia e tosse
• Pode ser acompanhada por eventos embólicos (cerebrais, mesentéricos e de extremidades)

Quadro 4 Passo 4: avaliação de complicadores - estenose mitral importante 

Complicadores
Hipertensão pulmonar • Pressão sistólica da artéria pulmonar ≥ 50 mmHg em repouso
• Pressão sistólica da artéria pulmonar ≥ 60 mmHg ao esforço (teste ergométrico ou ecocardiografia com estresse farmacológico)
Fibrilação atrial de início recente • Relação com remodelamento do átrio esquerdo
• Manter razão normalizada internacional de 2,0 a 3,0

Quadro 5 Passo 5: tipo de intervenção - estenose mitral importante 

Tipo
Valvuloplastia mitral por cateter-balão • Tratamento de escolha na etiologia reumática
• Indicações:
Sintomas classe funcional (CF) II-IV e/ou fatores complicadores
Escore ecocardiográfico ≤ 8*
(aparelho subvalvar e calcificação ≤ 2)
• Em gestantes ou pacientes com alto risco cirúrgico, considerar se:
Escore ecocardiográfico = 9-10
(aparelho subvalvar e calcificação ≤ 2)
• Contraindicações:
Trombo em átrio esquerdo
Insuficiência mitral moderada ou importante
Fenômeno embólico recente
Tratamento cirúrgico (comissurotomia/troca valvar) • Estenose mitral reumática classe funcional III-IV com contraindicações à valvuloplastia mitral por cateter-balão
• Estenose mitral reumática com fatores complicadores, não elegíveis para valvuloplastia mitral por cateter-balão
• Estenose mitral degenerativa refratária ao tratamento clínico
Implante valvar mitral transcateter Estenose mitral degenerativa refratária ao tratamento clínico, com contraindicação ou alto risco ao tratamento cirúrgico (em estudo)

*Individualizar em casos de escore ecocardiográfico 9-10.

Quadro 6 Estenose mitral: recomendações 

Intervenção Condição clínica SBC AHA ESC
Valvuloplastia mitral por cateter-balão • Estenose mitral reumática classe funcional II-IV, na ausência de contraindicações I A I A I B
• Estenose mitral reumática assintomática, com fatores complicadores, na ausência de contraindicações I C IIb C
(se FA)
IIa C
(se alto risco tromboembolico ou de deterioração hemodinâmica)
Tratamento cirúrgico
(comissurotomia/troca valvar)
• Estenose mitral reumática classe funcional III-IV com contraindicações à valvuloplastia mitral por cateter-balão I B I B I C
• Estenose mitral reumática assintomática com fatores complicadores, não elegíveis para valvuloplastia mitral por cateter-balão IIa C IIb C
(Embolia recorrente)
-
• Estenose mitral degenerativa refratária ao tratamento clínico IIb C* - -
• Estenose mitral reumática assintomática em programação de outra cirurgia cardíaca I C I C -
Implante valvar mitral transcateter • Estenose mitral degenerativa refratária ao tratamento clínico, com contraindicação ou alto risco a tratamentocirúrgico IIb C* - -

*Considerar discussão junto ao Heart Team; SBC: Sociedade Brasileira de Cardiologia; AHA: American Heart Association; ESC: European Society of Cardiology.

Figura 2 Algoritmo para avaliação da estenose mitral importante. CF: classe funcional; FA: fibrilação atrial; VMBC: valvuloplastia mitral por cateter-balão. 

Insuficiência mitral primária crônica

A insuficiência mitral (IM) primária crônica é uma das valvopatias mais prevalentes mundialmente. A etiologia reumática ainda é predominante no Brasil, embora o prolapso da valva mitral tenha aumentado em frequência. Diferentemente das Diretrizes europeia e americana, dividimos as indicações de tratamento cirúrgico com base na etiologia reumática e não reumática. A plástica valvar mitral é o tratamento cirúrgico preferencial nos casos com anatomia favorável. Os pacientes de etiologia reumática têm menos probabilidade de plástica valvar com bons resultados, sendo necessária a troca valvar, na maioria dos casos.

Quadro 7 Passo 1: diagnóstico de insuficiência mitral primária importante 

Características de insuficiência mitral primária importante
Exame físico Ictus cordis desviado para a esquerda e para baixo
• Primeira bulha hipofonética
• Segunda bulha hiperfonética
• Sopro sistólico regurgitativo ≥ +++/6+
• Sinais clínicos de insuficiência cardíaca direita
Eletrocardiograma • Sobrecarga de câmaras esquerdas
• Arritmias atriais ou ventriculares (extrassístoles e taquicardia) e fibrilação arterial
Radiografia de tórax • Aumento da silhueta cardíaca com dilatação do ventrículo esquerdo e do átrio esquerdo
• Sinais de congestão pulmonar
Ecocardiograma • Área do jato ≥ 40% da área do átrio esquerdo
• Fração regurgitante ≥ 50%
• Volume regurgitante ≥ 60 mL/batimento
Vena contracta ≥ 0,7 cm
• Área efetiva do orifício regurgitante ≥ 0,40 cm2
Estudo hemodinâmico • Indicado nos casos de dissociação clinicoecocardiográfica
• Ventriculografia esquerda (importante se > 3+)
• Avaliação de pressões intracavitárias
Ressonância magnética • Casos de dissociação clinicoecocardiográfica
• Graduação da insuficiência mitral

Quadro 8 Passo 2: avaliação de etiologia - insuficiência mitral primária importante 

Características etiológicas
Reumática • Causa mais prevalente no Brasil
• Espessamento com retração das cúspides
• Acometimento comissural
• Acometimento mitroaórtico
• Frequente em adultos jovens
Prolapso da valva mitral e doenças associadas (flail, Barlow) • Segunda causa mais frequente no Brasil
• Protrusão de cúspides para o átrio esquerdo ≥ 2 mm
• Mais frequente na população de meia idade e idosa
Outras causas • Endocardite infecciosa
• Síndrome de Marfan
• Lúpus eritematoso sistêmico
• Lesões traumáticas
• Deformidades congênitas

Quadro 9 Passo 3: avaliação de sintomas - insuficiência mitral primária importante 

Sintomas
Dispneia (classe funcional II-IV) e fadiga/fraqueza • Congestão pulmonar
• Inicialmente com eventos que aumentam a pressão venocapilar pulmonar (esforço físico, fibrilação arterial e gestação)
• Dispneia em repouso e dispneia paroxística noturna
• Pode ser acompanhada por palpitações, tosse e edema
• Pode ser acompanhada por eventos embólicos

Quadro 10 Passo 4: avaliação de complicadores - insuficiência mitral primária importante 

Complicadores
Ecocardiograma • Fração de ejeção ≤ 60%
• Remodelamento progressivo (diâmetro sistólico de ventrículo esquerdo [DSVE] ≥ 40 mm)
• Pressão sistólica da artéria pulmonar ≥ 50 mmHg ou ≥ 60 mmHg ao exercício
• Volume do átrio esquerdo ≥ 60 mL/m2
Eletrocardiograma • Fibrilação arterial de início recente (< 1 ano)

Quadro 11 Passo 5: tipo de intervenção - insuficiência mitral primária importante 

Tipo de intervenção Considerações
Plástica da valva mitral • Tratamento de escolha
• Pacientes reumáticos: resultados menos favoráveis
• Prolapso valvar mitral de cúspide posterior (P2 isolado): melhores resultados
Troca da valva mitral • Indicada em caso de impossibilidade de plástica valvar
Clipagem percutânea da valva mitral - MitraClip® • Reservada a pacientes de alto risco ou com contraindicação cirúrgica com sintomas refratários
• Insuficiência mitral degenerativa por prolapso
• Condição anatômica favorável
• Indicada após decisão do Heart Team

Quadro 12 Insuficiência mitral primária: recomendações 

Intervenção Condição clínica SBC AHA ESC
Plástica da valva mitral
(centros com experiência)
Reumáticos
• Sintomático (classe funcional ≥ II) IIb C IIb C -
• Assintomático, com complicadores: -
Fração de ejeção entre 30 e 60% e/ou diâmetro sistólico de ventrículo esquerdo ≥ 40 mm IIb B IIb B
Pressão sistólica da artéria pulmonar ≥ 50 mmHg ou fibrilação atrial IIb B
• Insuficiência mitral reumática, assintomática e sem complicadores III - -
Não reumáticos
• Classe funcional ≥ II, com anatomia favorável I B I B I B
• Assintomático, com anatomia favorável e complicadores:
Fração de ejeção entre 30 e 60% e/ou diâmetro sistólico de ventrículo esquerdo ≥ 40 mm I B I B I B
DSVE≥45 mm
Pressão sistólica da artéria pulmonar ≥ 50 mmHg ou fibrilação atrial IIa B IIa B IIa B
• Assintomático, insuficiência mitral por prolapso, com anatomia favorável e sem complicadores IIa B IIa B IIa C
AE ≥ 60 ml/m2 e ritmo sinusal
Troca da valva mitral Reumáticos
• Sintomático (classe funcional ≥ II) I B - -
• Assintomático, com complicadores:
Fração de ejeção entre 30 e 60% e/ou diâmetro sistólico de ventrículo esquerdo ≥ 40 mm I B - -
Pressão sistólica da artéria pulmonar ≥ 50 mmHg ou fibrilação atrial IIa B - -
• Insuficiência mitral reumática, assintomática e sem complicadores III - -
Não reumáticos
• Classe funcional ≥ II, com anatomia desfavorável à plástica valvar I B I B I B
• Assintomático, com anatomia desfavorável à plástica valvar e complicadores:
Fração de ejeção entre 30 e 60% e diâmetro sistólico de ventrículo esquerdo ≥ 40 mm I B I B I C
Diâmetro sistólico de ventrículo esquerdo ≥ 45 mm
Pressão sistólica da artéria pulmonar ≥ 50 mmHg ou fibrilação atrial IIa C IIa C IIa B
• Assintomático, insuficiência mitral por prolapso, com anatomia desfavorável à plástica valvar e sem complicadores III III III
Clipagem percutânea da valva mitral - MitraClip® Insuficiência mitral não reumática, com alto risco ou contraindicação a cirurgia e com sintomas refratários IIa B* IIb B IIb C

*Em centros com Heart Team. SBC: Sociedade Brasileira de Cardiologia; AHA: American Heart Association; ESC: European Society of Cardiology.

Figura 3 Algoritmo para avaliação da insuficiência mitral primária importante. CF: classe funcional; FE: fração de ejeção; DSVE: diâmetro sistólico de ventrículo esquerdo; PSAS: pressão sistólica da artéria pulmonar; FA: fibrilação atrial. 

Insuficiência mitral secundária

A IM crônica secundária, ou funcional, deve-se a alterações na geometria ventricular, resultando em má coaptação das cúspides valvares e aparecimento de refluxo valvar. Habitualmente é causada por doença isquêmica cardíaca ou por outras cardiopatias dilatadas, de diversas etiologias. As indicações de tratamento são distintas da IM primária, uma vez que o problema básico não está nas cúspides valvares. A indicação de intervenção na IM secundária deve ser restrita a casos refratários ao tratamento clínico convencional.

Quadro 13 Passo 1: diagnóstico de insuficiência mitral secundária importante 

Características de insuficiência mitral secundária importante
Exame físico • Primeira bulha hipofonética ou normofonética
• Sopro protomesossistólico ou holossistólico com irradiação para linha axilar
Eletrocardiograma • Sinais de sobrecarga de câmaras esquerdas
Radiografia de tórax • Aumento da silhueta cardíaca por dilatação de câmaras esquerdas
Ecocardiograma • Quantificação da regurgitação:
Fração regurgitante ≥ 50%
Volume regurgitante ≥ 60 mL/batimento
ERO ≥ 0,40 cm2
Estudo hemodinâmico • Dissociação clinicoecocardiográfica
• Graduação da insuficiência mitral pela ventriculografia esquerda
Ressonância magnética • Dissociação clinicoecocardiográfica
• Graduação da insuficiência mitral

ERO: área efetiva do orifício regurgitante (da sigla em inglês: effective regurgitant orifice).

Quadro 14 Passo 2: avaliação da etiologia - insuficiência mitral secundária importante 

Características etiológicas
Isquêmica • Alterações segmentares da contratilidade
• Disposição inadequada dos músculos papilares ou das cúspides valvares ("em tenda" ou com tracionamento apical - tethering - e/ou por falha na coaptação das cúspides)
• Dilatação ou deformidade anular mitral
• Avaliação de coronárias pela cinecoronariografia
• Avaliação de viabilidade pela ressonância magnética de coração
Dilatada • Dilatação do anel valvar - dilatação ventricular
• Disfunção ventricular sistólica
• Disposição inadequada dos músculos papilares ou das cúspides valvares ("em tenda", ou com tracionamento apical - tethering - e/ou por falha na coaptação das cúspides)
• Dissincronia ventricular
• Alteração no acoplamento mecânico atrioventricular
Cardiomiopatia hipertrófica • Anormalidades funcionais dos músculos papilares
• Desproporção espacial entre o ventrículo esquerdo
• Deslocamento anterior da cúspide anterior da valva mitral - efeito Venturi

Quadro 15 Passo 3: avaliação de sintomas - insuficiência mitral secundária importante 

Sintomas
Dispneia e fadiga/fraqueza • Aumento da pressão diastólica final
• Congestão venocapilar pulmonar
• Pode ser acompanhada por palpitações, tosse, ascite, edema e dor torácica
• Pode ser acompanhada por eventos embólicos

Quadro 16 Passo 4: avaliação de complicadores - insuficiência mitral secundária importante 

Complicadores
Avaliação clinicoecocardiográfica • Agravamento das condições de base sem outras causas atribuíveis (elevação de pressão sistólica da artéria pulmonar, aumento dos diâmetros ventriculares e queda da FEVE)
• Sintoma refratário ao tratamento clínico otimizado

FEVE: fração de ejeção do ventrículo esquerdo.

Quadro 17 Passo 5: tipo de intervenção - insuficiência mitral secundária importante 

Tipo Considerações
Cirurgia (plástica ou troca valvar) Troca ou plástica valvar + revascularização miocárdica, quando indicada
Clipagem percutânea da valva mitral - MitraClip® Pode ser considerada após avaliação do Heart Team

Quadro 18 Insuficiência mitral secundária: recomendações 

Intervenção Condição clínica SBC AHA ESC
Troca ou plástica da valva mitral Isquêmica
• Sintomático (classe funcional ≥ III) IIb B IIb B IIb C
• Revascularização associada IIa B IIa B I C
(fração de ejeção > 30%)
IIa C
(fração de ejeção < 30%)
Dilatada
• Sintomático (classe funcional ≥ III) IIb B IIb B IIb C
Clipagem percutânea da valva mitral - MitraClip® Isquêmica
• Sintomas refratários (classe funcional ≥ III), com alto risco ou contraindicação a cirurgia IIb B IIb
Dilatada
• Sintomas refratários (classe funcional ≥ III) com alto risco ou contraindicação a cirurgia Ib B IIb C

SBC: Sociedade Brasileira de Cardiologia; AHA: American Heart Association; ESC: European Society of Cardiology.

Figura 4 Algoritmo para avaliação da insuficiência mitral secundária importante. 

Estenose aórtica

A estenose aórtica (EAo) apresenta prevalência crescente na atualidade em razão do aumento da expectativa de vida e do consequente envelhecimento da população. Atualmente, a causa mais comum de EAo é a calcificação aórtica, que acomete principalmente pacientes idosos. O tratamento transcateter tornou-se uma opção à troca valvar cirúrgica em casos selecionados após avaliação cuidadosa da expectativa de vida, do grau de fragilidade e da anatomia valvar aórtica.

Quadro 19 Passo 1: diagnóstico de estenose aórtica importante 

Característica de estenose aórtica importante
Exame físico • Pulso Parvus et Tardus
• Sopro sistólico ejetivo com pico telessistólico
• Hipofonese de B2
• Hipofonese de B1
• Fenômeno de Gallavardin
• Desdobramento paradoxal de B2
Eletrocardiograma • Sobrecarga de ventrículo esquerdo
• Alteração de repolarização ventricular (padrão Strain)
Radiografia de tórax • Índice cardiotorácico pode ser normal
• Sinais de congestão pulmonar
Ecocardiograma • AVAo ≤ 1,0 cm2
• AVAo indexada ≤ 0,6 cm2/m2
• Gradiente ventrículo esquerdo/Ao ≥ 40 mmHg
• Velocidade máxima do jato aórtico ≥ 4,0 m/s
• Razão das velocidades de fluxo entre a via de saída do ventrículo esquerdo e valva aórtica < 0,25
• Impedância valvuloarterial > 5,0 mmHg/mL/m2, sobretudo em pacientes com elevada pressão arterial
Ecocardiograma sob estresse com dobutamina • Indicação: AVAo ≤ 1,0 cm2 com fração de ejeção < 50% e gradiente médio ventrículo esquerdo/Ao ≤ 40 mmHg - EAo de baixo fluxo/baixo gradiente com fração de ejeção reduzida
• Presença de reserva contrátil (aumento ≥ 20% do volume sistólico ejetado e/ou aumento > 10 mmHg no gradiente médio ventrículo esquerdo/Ao) + redução ou manutenção da AVAo (EAo importante se variação ≤ 0,2cm2)
Teste esforço/ergoespirométrico • Indicado apenas nos assintomáticos com FE normal
Tomografia computadorizada de tórax multidetectora • Escore de cálcio valvar aórtico acima de 1.650 UA reforça possibilidade de valvopatia importante
• Mulheres podem apresentar menor intensidade de calcificação valvar (média: 1.200 UA)
Estudo hemodinâmico • Gradiente ventrículo esquerdo/Ao (pico) ≥ 50 mmHg
Situação especial • EAo de baixo fluxo/baixo gradiente com fração de ejeção preservada ("paradoxal")
Área valvar aórtica indexada ≤ 0,6 cm2/m2
Fração de ejeção > 50%
Gradiente médio ventrículo esquerdo/Ao < 40 mmHg
Volume sistólico indexado < 35 mL/m2
Impedância valvuloarterial > 5,0 mmHg/mL/m2
Escore de cálcio valvar aórtico > 1.650 UA

AVAo: área valvar aórtica; Ao: aórtica; EAo: estenose aórtica; FE: fração de ejeção.

Quadro 20 Passo 2: avaliação da etiologia - estenose aórtica importante 

Características etiológicas
Aterosclerótica/degenerativa • Associação com senilidade
• Prevalência: 3 a 5% da população > 75 anos
• Relacionada à calcificação valvar aórtica
• Presença de fatores de risco relacionados à aterosclerose
• Associação com doença arterial coronariana (50% dos casos)
Reumática • Fusão comissural
• Acometimento mitroaórtico
• Faixa etária mais jovem
• Associada a variados graus de insuficiência aórtica
Bicúspide • Prevalência: 2% da população
• Associação com aortopatia (70% dos casos)
• Orientação laterolateral da fenda comissural: preditor evolutivo de estenose aórtica

Quadro 21 Passo 3: avaliação de sintomas - estenose aórtica importante 

Sintomas
Dispneia Disfunção diastólica: hipertrofia ventricular esquerda ➔ redução de complacência ➔ deslocamento da curva pressão/volume ventricular para cima e para a esquerda ➔ elevação das pressões de enchimento ➔ hipertensão venocapilar pulmonar
Disfunção sistólica: ocorre na hipertrofia inadequada (afterload mismatch) e baixo fluxo/baixo gradiente
Angina Desbalanço da oferta/consumo de oxigênio no miocárdio hipertrófico
Redução do gradiente de perfusão miocárdico (pd2 elevada)
Síncope Resulta da incapacidade de incrementos de débito cardíaco em situações de redução expressiva da resistência periférica total
Pode decorrer do uso de vasodilatadores (agentes deflagradores comuns)
50% dos casos estão associados a reflexo cardioinibitório

Quadro 22 Passo 4: avaliação de complicadores - estenose aórtica importante 

Complicadores
Ecocardiograma Disfunção de ventrículo esquerdo (fração de ejeção < 50%)
Marcadores de mau prognóstico (área valvar aórtica < 0,7 cm2, velocidade máxima do jato aórtico > 5,0 m/s, gradiente médio ventrículo esquerdo/Ao > 60 mmHg)
Teste ergométrico / ergoespirométrico Ausência de reserva inotrópica no teste ergométrico e/ou baixa capacidade funcional
Hipotensão arterial durante esforço (queda de 20 mmHg na pressão arterial sistólica)
Presença de sintomas em baixas cargas

Ao: aórtica.

Quadro 23 Passo 5: tipo de intervenção - estenose aórtica importante 

Tipo Considerações
Cirurgia de troca valvar aórtica • Primeira escolha para pacientes de baixo risco e risco intermediário (STS) < 8%)
Implante de bioprótese aórtica transcateter (TAVI) • É necessária decisão do Heart Team institucional
• Via transfemoral é a preferencial
• Ampliada indicação para pacientes de risco intermediário (STS 4 a 8%)
• Alto risco cirúrgico (STS > 8% ou EuroSCORE logístico > 20%)
• Primeira escolha em risco cirúrgico proibitivo ou contraindicações à cirurgia convencional
Valvoplastia aórtica por cateter-balão • "Ponte terapêutica" para procedimentos definitivos (cirurgia/implante de bioprótese aórtica transcateter)
• Paliação nos casos com contraindicações definitivas à cirurgia convencional e implante de bioprótese aórtica transcateter.

STS: escore de risco da Society of Thoracic Surgeons, TAVI: implante de bioprótese aórtica transcateter (da sigla em inglês, transcatheter aortic valve implantation).

Quadro 24 Estenose aórtica: recomendações 

Intervenção Condição clínica SBC AHA ESC
Tratamento cirúrgico convencional • Sintomas (classe funcional ≥ 2, síncope e angina) com risco cirúrgico baixo ou intermediário I A I A I B
• Assintomático em programação de outra cirurgia cardíaca (revascularização miocárdica, cirurgia de aorta torácica ou outra cirurgia valvar concomitante)* I C I B I C
• Assintomático, com complicadores: I B I B I C
Fração de ejeção < 50% IIa IIa B I C
Ausência de reserva inotrópica no teste ergométrico e/ou baixa capacidade funcional B
• Assintomático com valvopatia crítica: IIa C IIa B IIa C
(BNP elevado para idade; PSAP>60 mmHg; velocidade máxima do jato > 5,5 m/s)
Área valvar aórtica < 0,7 cm2
Velocidade máxima do jato > 5,0 m/s
Gradiente médio ventrículo esquerdo/Ao > 60 mmHg
SITUAÇÕES ESPECIAIS
• Estenose aórtica importante de baixo fluxo/baixo gradiente com fração de ejeção reduzida
Com reserva contrátil IIa B IIa B I C
Sem reserva contrátil IIa C - IIa C
• Estenose aórtica importante paradoxal sintomático IIa C IIa C
Implante de TAVI** • Sintomático com expectativa de vida > 1 ano:
Com contraindicações/risco proibitivo à cirurgia convencional I A I A I B
Alto risco cirúrgico I A I A IIa B
Risco cirúrgico intermediário IIa A IIa B -
Valvoplastia aórtica por cateter-balão ** • Sintomático com instabilidade hemodinâmica importante, impossibilidade momentânea de intervenção definitiva (TAVI ou cirurgia convencional) - "ponte terapêutica" IIa C IIb C IIb C
• Tratamento paliativo em pacientes sintomáticos e com contraindicações à cirurgia convencional e/ou TAVI. IIb C - IIb C

*Considerar intervenção em portadores de lesão moderada (Recomendação IIa C);

**Pré-requisito obrigatório: avaliação por Heart Team institucional, contemplando risco cirúrgico, grau de fragilidade, condições anatômicas e comorbidades; TAVI: implante de bioprótese aórtica transcateter (da sigla em inglês: transcatheter aortic valve implantation); Ao: aórtica; SBC: Sociedade Brasileira de Cardiologia; AHA: American Heart Association; ESC: European Society of Cardiology.

Figura 5 Algoritmo para avaliação da estenose aórtica importante. FE: fração de ejeção; TE: teste ergométrico; TAVI: implante de bioprótese aórtica transcateter (da sigla em inglês, transcatheter aortic valve implantation). 

Figura 6 Algoritmo para avaliação da estenose aórtica baixo-fluxo e baixo-gradiente com fração de ejeção reduzida. FE: fração de ejeção.  

Figura 7 Algoritmo para avaliação da estenose aórtica paradoxal. AVA: área valvar aórtica; FE: fração de ejeção; TAVI: implante de bioprótese aórtica transcateter (da sigla em inglês, transcatheter aortic valve implantation). 

Insuficiência aórtica crônica

A insuficiência aórtica (IAo) crônica pode decorrer de alterações das cúspides valvares e/ou alterações do ânulo da valva aórtica. Destacamos a manutenção do tratamento clínico em pacientes reumáticos assintomáticos e com função ventricular normal que apresentam dilatação ventricular.

Quadro 25 Passo 1: diagnóstico de insuficiência aórtica importante 

Característica de insuficiência aórtica importante
Exame físico • Sopro diastólico aspirativo decrescente com B1 hipofonética
• Sopro mesossistólico de hiperfluxo
• Sopro de Austin-Flint (jato da insuficiência aórtica não permite a abertura valvar mitral, gerando sopro diastólico em ruflar)
• Pulso em martelo d'água ou Corrigan: ascenso rápido e alta amplitude
• Divergência entre pressão sistólica e diastólica
• Sinais clínicos de aumento de pressão de pulso: sinal de Musset, sinal de Becker, dança das artérias, sinal de Muller,
• sinal de Quincke, sinal de Rosenbach, sinal de Gerhard, sinal de Traube, sinal de Duroziez, sinal de Mayne e sinal de Hill
Eletrocardiograma • Sinais de sobrecarga de câmaras esquerdas
Radiografia de tórax • Aumento da silhueta cardíaca às custas de dilatação do ventrículo esquerdo
• Sinais de dilatação ou ectasia da aorta
Ecocardiograma • Avaliação da etiologia da doença valvar, diâmetro da aorta ascendente, diâmetros ventriculares e função ventricular
• Quantificação da regurgitação:
Vena contracta> 0,6 cm
Largura do jato > 0,65
Área do jato ≥ 60%
Fração regurgitante ≥ 50%
Volume regurgitante ≥ 60 mL/batimento
ERO ≥ 0,30 cm2
Estudo hemodinâmico • Necessário nos casos de dissociação clínico-ecocardiográfica (elevação da pressão de enchimento, regurgitação aórtica durante a aortografia).
Ressonância magnética • Avaliação da aorta
• Avaliação de função ventricular em casos limítrofes
• Avaliação da função valvar nos casos de dissociação clinicoecocardiográfica
Tomografia de tórax • Avaliação da aorta

ERO: área efetiva do orifício regurgitante (da sigla em inglês: effective regurgitant orifice).

Quadro 26 Passo 2: avaliação da etiologia - insuficiência aórtica importante 

Características etiológicas
Reumática • Alta prevalência em nosso meio
• Geralmente associada à lesão mitral
• Frequente em adultos jovens
Aterosclerótica • Geralmente associada à estenose aórtica
• Frequente na população idosa
Bicúspide • Associada a alterações da aorta (aneurisma, dissecção e coarctação)
• Frequente em adultos jovens
Doenças relacionadas à alteração da geometria da raiz da aorta • Hipertensão arterial sistêmica, dissecção da aorta ascendente, síndrome de Marfan, espondilite anquilosante, aortite sifilítica, osteogênese imperfeita, síndrome de Ehlers-Danlos, síndrome de Reiter, estenose subaórtica e defeito do septo interventricular com prolapso da cúspide aórtica
Outras • Endocardite infecciosa, degeneração mixomatosa, lesões traumáticas e artrite reumatoide

Quadro 27 Passo 3: avaliação de sintomas - insuficiência aórtica importante 

Sintomas
Dispneia Ocorre por aumento da pressão diastólica final secundária à sobrecarga de volume sanguíneo no ventrículo esquerdo, e consequente congestão venocapilar pulmonar
Angina Ocorre pela redução da reserva miocárdica. Pode ocorrer angina noturna pelo aumento da regurgitação valvar decorrente da bradicardia durante o sono
Síncope Baixo débito cardíaco efetivo

Quadro 28 Passo 4: avaliação de complicadores - insuficiência aórtica importante 

Complicadores
Ecocardiograma • Fração de ejeção < 50%
• Diâmetro diastólico de ventrículo esquerdo > 70 mm (não reumático) e > 75 mm (reumático)
• Diâmetro sistólico de ventrículo esquerdo > 50 mm (não reumático) e > 55 mm (reumático)
• Diâmetro sistólico de ventrículo esquerdo indexado > 25 mm/m2
Tomografia e ressonância magnética • Fração de ejeção < 50%
• Valva bicúspide com indicação de intervenção + raiz da aorta > 45 mm

Quadro 29 Passo 5: intervenção - insuficiência aórtica importante 

Tipo de intervenção Considerações
Cirurgia (troca valvar) • Tratamento de escolha
• Troca valvar combinada com correção da aorta ascendente, quando indicada
Implante de bioprótese aórtica transcateter (TAVI) • Requer estudos que validem a sua indicação

TAVI: implante de bioprótese aórtica transcateter (da sigla em inglês, transcatheter aortic valve implantation).

Quadro 30 Insuficiência aórtica: recomendações 

Intervenção Condição clínica SBC AHA ESC
Cirurgia de troca valvar Sintomas I B I B I B
Fração de ejeção < 50% I B I B I B
Diâmetros ventriculares IIa B
Reumático
diâmetro diastólico de ventrículo esquerdo > 75 mm ou diâmetro sistólico de ventrículo esquerdo > 55 mm
IIa C
diâmetro diastólico de ventrículo esquerdo > 70 mm ou diâmetro sistólico de ventrículo esquerdo > 50 mm ou diâmetro sistólico de ventrículo esquerdo indexado > 25 mm/m2
IIa B
diâmetro diastólico de ventrículo esquerdo >70 mm ou diâmetro sistólico de ventrículo esquerdo >50 mm ou diâmetro sistólico de ventrículo esquerdo indexado >25 mm/m2
Ia B
Não reumático
diâmetro diastólico de ventrículo esquerdo > 70 mm ou diâmetro sistólico de ventrículo esquerdo > 50 mm ou diâmetro sistólico de ventrículo esquerdo indexado > 25 mm/m2
Implante valvar transcateter Sintomático com expectativa de vida > 1 ano com contraindicações/risco proibitivo à cirurgia convencional IIb C* - -

*Considerar discussão junto ao Heart Team; SBC: Sociedade Brasileira de Cardiologia; AHA: American Heart Association; ESC: European Society of Cardiology.

Figura 8 Algoritmo para avaliação da insuficiência aórtica importante. FE: fração de ejeção; DDVE: diâmetro diastólico de ventrículo esquerdo; DSVE: diâmetro sistólico de ventrículo esquerdo; TAVI: implante de bioprótese aórtica transcateter (da sigla em inglês, transcatheter aortic valve implantation). 

Insuficiência tricúspide importante

A maioria dos casos de insuficiência tricúspide (IT) é funcional/secundária e ocorre pela dilatação progressiva do anel valvar tricúspide. Dentre as causas primárias, destacamos a febre reumática. A correção de valvopatias do lado esquerdo do coração não necessariamente corrige a IT ou impede a sua progressão, principalmente quando o anel valvar é maior do que 40 mm e/ou a regurgitação é de moderada a importante. Nos casos de IT secundária e isolada, o tratamento medicamentoso é preferível e a cirurgia deve ser indicada em casos refratários.

Quadro 31 Passo 1: diagnóstico de insuficiência tricúspide importante 

Características da insuficiência tricúspide importante
Exame físico • Turgência jugular patológica
• Segunda bulha hiperfonética (hipertensão arterial pulmonar)
• Sopro sistólico regurgitativo em borda esternal esquerda com sinal de Rivero-Carvallo
• Hepatomegalia
Eletrocardiograma • Sobrecarga de câmaras direitas
• Fibrilação atrial
Radiografia de tórax • Sinais de aumento de câmaras direitas
• Congestão pulmonar se lesão concomitante do lado esquerdo
• Retificação/abaulamento de tronco pulmonar
Ecocardiograma • Área do jato ≥ 10 cm2 no interior do átrio direito
• Fluxo reverso nas veias hepáticas
• Volume regurgitante denso, triangular e pico precoce no Doppler contínuo
Vena contracta≥ 0,7 cm
• Diâmetro do anel ≥ 40 mm
• Falha de coaptação das cúspides
Estudo hemodinâmico • Em caso de dissociação clinicoecocardiográfica
• Mensurar real pressão sistólica da artéria pulmonar em casos de falha de coaptação das cúspides
Ressonância magnética • Em caso de dissociação clinicoecocardiográfica

Quadro 32 Passo 2: avaliação da etiologia - insuficiência tricúspide importante 

Características etiológicas
Primária • Acometimento reumático
• Prolapso e degeneração mixomatosa
• Lesão actínica por radiação (pós-radioterapia)
• Trauma torácico fechado
• Endocardite infecciosa
• Biopsia endomiocárdica de repetição
• Síndrome carcinoide
• Congênita (Ebstein)
• Eletrodos de marcapasso ou desfibrilador
Secundária • Dilatação do ânulo tricúspide (> 40 mm ou > 21 mm/m2)
• Doença valvar do lado esquerdo do coração
• Fibrilação atrial de longa duração
• Hipertensão arterial pulmonar primária
• Miocardiopatia de ventrículo direito (isquêmica, displasia arritmogênica, miocárdio não compactado e cardiomiopatia hipertrófica)
• Pericardite constrictiva
Causas raras • Doenças reumatológicas
• Drogas (metissergida/anorexígenos)
• Doença de Fabry

Quadro 33 Passo 3: avaliação de sintomas - insuficiência tricúspide importante 

Sintomas
Dispneia
(NYHA II-IV)
• Na insuficiência tricúspide secundária, decorre da doença do lado esquerdo do coração (congestão venocapilar pulmonar e hipertensão arterial pulmonar)
• Dispneia aos esforços e paroxística noturna
Fadiga • Principal sintoma
• Associada a dor e edema de membros inferiores
• Mais comum na insuficiência cardíaca direita

NYHA: New York Heart Association.

Quadro 34 Passo 4: avaliação de complicadores - insuficiência tricúspide importante 

Complicadores
Ecocardiograma • Insuficiência tricúspide primária: dilatação progressiva de ventrículo direito

Quadro 35 Passo 5: tipo de intervenção - insuficiência tricúspide importante 

Tipo
Plástica tricúspide com anel protético • Tratamento de escolha
• Indicações:
Abordagem cirúrgica de outra valvopatia na presença de anel tricuspídeo ≥ 40 mm e/ou insuficiência tricúspide moderada a importante
Insuficiência tricúspide isolada, refratária ao tratamento clínico, sem contraindicações e de baixo risco cirúrgico
• Contraindicações: disfunção sistólica do VD importante
Troca valvar cirúrgica • Quando plástica contraindicada
• Preferência por prótese biológica
Implante valvar transcateter • Sintomas refratários ao tratamento clínico, com contraindicação ou alto risco a tratamento cirúrgico (em estudo)

VD: ventrículo direito

Quadro 36 Insuficiência tricúspide: recomendações 

Intervenção Condição clínica SBC AHA ESC
Plástica tricúspide com anel protético • Abordagem de outra valvopatia e insuficiência tricúspide importante I C I C I C
• Abordagem de outra valvopatia e anel tricúspide ≥ 40 mm I C IIa B IIa C
• Abordagem de outra valvopatia, insuficiência tricúspide importante e sinais de disfunção de ventrículo direito IIa C IIa B IIa C
• Abordagem de outra valvopatia, insuficiência tricúspide moderada a importante e/ou anel ≥ 40 mm com pressão sistólica da artéria pulmonar ≥ 70 mmHg IIa C IIb C IIaC
• Insuficiência tricúspide importante isolada refratária ao tratamento clínico IIa C IIa C IIa C
• Insuficiência tricúspide importante primária assintomática isolada com dilatação ou perda de função progressiva de ventrículo direito IIb C IIb C IIa C
Troca valvar cirúrgica • Insuficiência tricúspide com indicação de abordagem sem possibilidade de plástica I C I C I C
• Preferência para prótese biológica I B - -
Implante valvar tricúspide transcateter • Refratária ao tratamento clínico, com contraindicação ou alto risco a tratamento cirúrgico (em estudo) IIb C* - -

*Considerar discussão junto ao Heart Team; SBC: Sociedade Brasileira de Cardiologia; AHA: American Heart Association; ESC: European Society of Cardiology.

Figura 9 Algoritmo para avaliação da insuficiência tricúspide importante. VD: ventrículo direito. 

Estenose tricúspide

A estenose tricúspide (ET) é uma complicação infrequente da cardiopatia reumática; quando presente, está associada à doença mitral da mesma etiologia. O tratamento medicamentoso deve ser instituído no paciente sintomático enquanto aguarda procedimento cirúrgico.

Quadro 37 Passo 1: diagnóstico de estenose tricúspide importante 

Características de estenose tricúspide importante
Exame físico • Estalido de abertura precoce
• Primeira bulha hiperfonética
• Sopro diastólico em ruflar, com reforço pré-sistólico se paciente em ritmo sinusal em borda esternal esquerda que aumenta com a inspiração
• Sinais de congestão sistêmica
Eletrocardiograma • Sobrecarga de átrio direito
• Fibrilação atrial
Radiografia de tórax • Aumento de átrio direito
Ecocardiograma • Área valvar tricúspide ≤ 1,0 cm2
• Gradiente diastólico médio átrio direito/ventrículo direito ≥ 5 mmHg
• Aumento isolado de átrio direito
Pressure half time tricúspide ≥ 190 ms
Estudo hemodinâmico • Casos de dissociação clinicoecocardiográfica
• Gradiente diastólico átrio direito/ventrículo direito ≥ 5 mmHg
Ressonância magnética • Casos de dissociação clinicoecocardiográfica

Quadro 38 Passo 2: avaliação da etiologia - estenose tricúspide importante 

Características etiológicas
Reumática • Causa mais prevalente
• Espessamento com retração das cúspides
• Acometimento comissural
• Frequente em adultos jovens
Outras • Endocardite infecciosa
• Lúpus eritematoso sistêmico
• Síndrome carcinoide
• Deformidades congênitas
• Mixoma atrial
• Lesão actínica (pós-radioterapia)

Quadro 39 Passo 3: avaliação de sintomas - estenose tricúspide importante 

Sintomas
Fadiga
• Principal sintoma
• Associada a dor e edema de membros inferiores
• Ausência de dispneia
• Pode estar associada a palpitações, ascite e sinais de disfunção hepática

Quadro 40 Passo 4: avaliação de complicadores - estenose tricúspide importante 

Complicadores
Eletrocardiograma • Fibrilação atrial
Congestão sistêmica • Avaliação de comprometimento hepático (elevação de enzimas e alteração do coagulograma)

Quadro 41 Passo 5: tipo de intervenção - estenose tricúspide importante 

Tipo
Valvuloplastia tricúspide por balão • Tratamento de escolha
• Possível fazer em pacientes com refluxo tricuspídeo moderado
• Contraindicado se presença de trombo refratário à ACO e/ou vegetação
Troca da valva tricúspide • Opção em caso de impossibilidade de valvoplastia por balão
• Preferência por prótese biológica
• Preferível se associada à cirurgia para tratamento da valvopatia mitral

ACO: anticoagulação oral.

Quadro 42 Estenose tricúspide: recomendações 

Intervenção Condição clínica SBC AHA ESC
Valvuloplastia tricúspide por cateter-balão • Estenose tricúspide importante isolada, sintomática e sem contraindicações IIa C IIb C -
• Valvuloplastia mitral por cateter-balão concomitante I C I C -
• Valvuloplastia tricúspide por cateter-balão com insuficiência tricúspide importante III - -
Troca da valva tricúspide ou plástica (comissurotomia) • Estenose tricúspide importante sintomática com contraindicação à valvuloplastia tricúspide por cateter-balão I C I C I C
• Estenose tricúspide importante, isolada e sintomática IIa C I C IC
• Prótese biológica I C - -

SBC: Sociedade Brasileira de Cardiologia; AHA: American Heart Association; ESC: European Society of Cardiology.

Figura 10 Algoritmo para avaliação da estenose tricúspide importante. FA: fibrilação atrial. 

Anticoagulação em valvopatia

Desde as Diretrizes Brasileiras de Valvopatias de 2011, foram publicados dados embasando o uso dos novos anticoagulantes orais (NOACs), inibidores diretos da trombina ou antifator X, em pacientes valvopatas.

Devido ao alto risco de fenômenos embólicos, esses pacientes continuam a apresentar indicação de anticoagulação em diversas situações clínicas. A varfarina segue sendo a principal medicação a ser utilizada. Com relação aos NOACs, é importante ressaltar que não houve trabalhos delineados especificamente para essa população que demonstraram benefício do seu uso para valvopatas. Assim, mantém-se a contraindicação à sua utilização nos grupos de maior risco: EM reumática e prótese mecânica.

Também não se recomenda a aplicação do escore CHA2DS2-VASc em pacientes com valvopatia anatomicamente importante; isso porque essa avaliação subestima o risco em pacientes com escore ≤ 1.

Quadro 43 Anticoagulação - recomendações 

Condição clínica Medicação SBC AHA ESC
Valva nativa com fibrilação atrial
• Estenose mitral Varfarina (INR 2,0-3,0)
NOACs
AAS 200 mg
I B
III C
IIb B
I B
-
-
I B
III
-
• Demais valvopatias Varfarina (INR 2,0-3,0)
NOACs
AAS 200 mg
I B
IIa C
IIb B
I C
IIa C
-
I B
IIa B
-
• Valva nativa com evento embólico prévio Varfarina (INR 2,0-3,0)
NOACs
I B
III C
-
-
-
-
Prótese biológica
• Fibrilação atrial Varfarina
NOACs
I B
IIbC
I B
-
I C
-
• Ritmo sinusal mitral
(6 primeiros meses)
Varfarina
NOACs
IIb B
III
IIa C
-
IIa C
-
• Ritmo sinusal aórtica
(6 primeiros meses)
Varfarina
AAS
NOACs
IIb B
IIb C
III
IIa C
-
-
IIb C
IIb C
-
• Ritmo sinusal mitral
(> 6 meses)
Varfarina
AAS
NOACs
III
III
III
-
-
-
-
-
-
• TAVI em fibrilação atrial Varfarina
AAS + clopidogrel
NOACs
I B
IIbC
IIbC
-
-
-
-
-
-
• TAVI ritmo sinusal Varfarina
AAS + clopidogrel (6 meses, seguido por AAS por período indefinido)
NOACs
-
III
-
-
-
-
-
-
-
Prótese mecânica Varfarina
NOACs orais
I B
III B
I B
III B
I B
-

*Até 3 meses do implante, se baixo risco de sangramento; TAVI: implante de bioprótese aórtica transcateter (da sigla em inglês: transcatheter aortic valve implantation); INR: índice internacional normalizado; NOACs: novos anticoagulantes orais; AAS: ácido acetilsalicílico; SBC: Sociedade Brasileira de Cardiologia; AHA: American Heart Association; ESC: European Society of Cardiology.

Quadro 44 Faixa terapêutica para anticoagulação adequada 

Condições clínicas Posição INR Classe
Fibrilação atrial + válvula nativa Mitral/aórtica 2,0-3,0 I
Fibrilação atrial + prótese biológica Mitral/aórtica 2,0-3,0 I
Ritmo sinusal + Prótese mecânica Aórtica 2,0-3,0 I
Ritmo sinusal + Prótese mecânica Mitral 2,5-3,5 I
Fibrilação atrial + Prótese. mecânica Mitral/aórtica 2,5-3,5 I

INR: índice internacional normalizado

Doença multivalvar

Consideramos doença multivalvar o acometimento primário de duas ou mais valvas. Portanto, são excluídas dessa classificação valvopatias consequentes à valvopatia primária, como é o caso da IT funcional, consequente à doença mitral.

No Brasil, a doença multivalvar é resultado do acometimento reumático na maioria das vezes. Em idosos, pode acontecer quando há extensa calcificação do aparelho mitral acompanhando doença valvar aórtica degenerativa.

Quadro 45 Passo 1: diagnóstico de doença multivalvar importante 

Características de doença multivalvar importante
Exame físico • Presença de sopros distintamente caracterizados como mitral e aórtico - insuficiência, estenose ou dupla lesão
• Excluir possibilidade de sopro causado por interferência hemodinâmica (ex.: sopro de Austin-Flint)
• Excluir possibilidade de valvopatias que são consequências de uma única valvopatia (ex.: IT secundária à doença mitral
• Exame físico especialmente importante para definir a predominância de uma das valvopatias
Eletrocardiograma • Sobrecarga de câmaras esquerdas, dependendo da valvopatia predominante com sobrecarga sistólica (pressão) ou diastólica (volume) do VE
• FA em valvopatias mitrais importantes
Radiografia de tórax • Índice cardiotorácico aumentado, especialmente em associação de valvopatias regurgitantes
• Sinais de congestão pulmonar
• Sinais de sobrecarga do ventrículo direito em lesão mitral estenótica associada
Ecocardiograma • Os achados ecocardiográficos variam de acordo com as valvopatias
Estudo hemodinâmico • Indicado na dissociação clinicoecocardiográfica

IT: insuficiência tricúspide; FA: fibrilação atrial; VE: ventrículo esquerdo.

Quadro 46 Passo 2: avaliação da etiologia 

Características etiológicas
Febre reumática • > 95% dos casos
• Típico de pacientes jovens
• Frequente evolução extemporânea
• Sintomas entre os 20 e 40 anos
• Fusão comissural, espessamento de cúspides, frequente dupla disfunção - fisiopatologia complexa
• Comprometimento do aparelho subvalvar
Endocardite Infecciosa • Insuficiência valvar por destruição do aparelho mitral e/ou aórtico
• Infecção metastática aórtica-mitral
Calcificação do aparelho valvar • Pacientes idosos ou muito idosos
• Associação com valvopatia aórtica aterosclerótica
• Calcificação do anel valvar mitral com calcificação caseosa
• Ausência de fusão comissural
• Relação com calcificação aórtica e coronariana
Síndrome de Marfan /
Ehlers-Danlos
• Insuficiências valvares mitral e aórtica
• Pesquisar acometimento de aorta ascendente

Quadro 47 Passo 3: avaliação de sintomas 

Sintomas
Dispneia
(NYHA II - IV)
• Principal sintoma
• Inicialmente com eventos que aumentam a pressão venocapilar pulmonar
• Pode ser acompanhada por palpitações, hemoptise, disfonia, disfagia e tosse
• Insuficiência cardíaca direita associada em portadores de hipertensão pulmonar
Dor precordial • Especialmente com associação de valvopatia aórtica regurgitante ou estenótica
• Pode ser causada por hipertensão pulmonar
Baixo débito / síncope • Presente especialmente na associação EAo + IM

NYHA: New York Heart Association; EAo: estenose aórtica; IM: insuficiência mitral.

Quadro 48 Passo 4: avaliação de complicadores 

Complicadores
Hipertensão pulmonar • PSAP ≥ 50mmHg em repouso
• Mais presente quando há EM associada
• Sintomas de insuficiência cardíaca direita
• Relação com aumento do risco cirúrgico
FA de início recente • Relação com remodelamento do AE
Aumento de diâmetros ventriculares • Considerar diâmetros a depender do tipo de lesão valvar

FA: fibrilação atrial; PSAP: pressão sistólica da artéria pulmonar; AE: átrio esquerdo.

Quadro 49 Passo 5: tipo de intervenção 

Tipo
Valvuloplastia mitral por cateter-balão • Casos de EM importante com anatomia favorável e valvopatia aórtica moderada
Tratamento cirúrgico (comissurotomia / troca valvar) • Cirurgia conservadora da valva mitral quando há predomínio de estenose
• Evitar plástica valvar aórtica - frequente recorrência da valvopatia e sintomas, mesmo com bom resultado imediato
• Abordagem da valvopatia anatomicamente moderada concomitante à intervenção da valvopatia importante

EM: estenose mitral.

Quadro 50 Doença multivalvar: recomendações 

Intervenção Condição clínica SBC AHA ESC
Valvuloplastia mitral por cateter-balão • Estenose mitral importante sintomática com anatomia favorável e lesão aórtica moderada I A - -
Tratamento cirúrgico/troca valvar • Doença multivalvar sintomática I B I B I B
• Doença multivalvar com complicadores IIa C - -
• Abordagem de lesão valvar moderada concomitante ao tratamento de valvopatia importante ou outra cirurgia cardíaca ou de aorta ascendente IC IC IC

SBC: Sociedade Brasileira de Cardiologia; AHA: American Heart Association; ESC: European Society of Cardiology.

Disfunção de prótese valvar

Após cirurgia de troca valvar, os seguimentos clínico e ecocardiográfico periódicos devem ser realizados para a detecção precoce de disfunção de prótese, assim como para a identificação de sintomas e complicadores anatômicos e funcionais secundários.

Novos procedimentos, como tratamento percutâneo de regurgitação paravalvar e valve-in-valve, já são realidade e estão incluídos nas novas Diretrizes.

Quadro 51 Passo 1: diagnóstico de disfunção de prótese valvar importante 

Características da disfunção de prótese valvar importante
Exame físico • Sinais clínicos conforme o tipo de disfunção de prótese predominante
Eletrocardiograma • Alterações condizentes com o tipo de disfunção de prótese predominante
Radiografia de tórax • Alterações condizentes com a disfunção de prótese predominante
Ecocardiograma transtorácico • Avaliação do tipo de disfunção valvar e confirmação da gravidade da disfunção:
espessamento de folhetos
calcificação e mobilidade de folhetos
redução da área efetiva do orifício
gradiente transvalvar
regurgitação valvar
• Avaliação da disfunção ventricular sistólica
• Avaliação evolutiva dos diâmetros das câmaras cardíacas
Ecocardiograma transesofágico • Janela inadequada para ecocardiograma transtorácico
• Regurgitação paravalvar importante com anatomia favorável para tratamento percutâneo
• Indicado quando necessária melhor avaliação anatômica
Estudo hemodinâmico com manometria • Necessário nos casos de dissociação clinicoecocardiográfica
Tomografia de tórax • Avaliação da aorta

Quadro 52 Passo 2: avaliação da etiologia - disfunção de prótese valvar importante 

Características etiológicas
Estenose de prótese • Prótese mecânica:
Trombose
Pannus
• Prótese biológica:
Fibrose de folhetos
Calcificação de folhetos
Mismatch prótese-paciente (área efetiva do orifício indexada ≤ 0,85 cm2/m2)
Regurgitação de prótese • Central:
Degeneração de folheto (ruptura e perfuração)
Calcificação de folheto
• Central:
Degeneração de folheto (ruptura e perfuração)
Calcificação de folheto

Quadro 53 Passo 3: avaliação de sintomas - disfunção de prótese valvar importante 

Sintoma
Dispneia
(NYHA II-IV)
Fisiopatologia conforme disfunção predominante, determinando congestão venocapilar pulmonar

NYHA: New York Heart Association.

Quadro 54 Passo 4: avaliação de complicadores - disfunção de prótese valvar importante 

Complicadores
Ecocardiograma • Progressão de disfunção ventricular sistólica
• Progressão de remodelamento de ventrículo esquerdo (caso diâmetros iniciais já elevados)
• Hipertensão arterial pulmonar
• Calcificação importante de bioprótese
Anemia hemolítica • Ocorre em casos de regurgitação importante de prótese valvar, sobretudo se paravalvar

Quadro 55 Passo 5: tipo de intervenção - disfunção de prótese valvar importante 

Tipo Considerações
Cirurgia (retroca valvar) • Tratamento de escolha
• Indicações: disfunção importante de prótese valvar, com sintomas e/ou anemia hemolítica
Intervenção por cateter -valve-in-valve • Disfunção de bioprótese mitral ou aórtica em pacientes sintomáticos e com alto risco para cirurgia ou inoperáveis (após avaliação do Heart Team)
Oclusão percutânea de regurgitação paravalvar • Em caso de regurgitação paravalvar importante, associada à anemia hemolítica ou a sintomas de insuficiência cardíaca (classe funcional III-IV), em pacientes com alto risco para cirurgia e anatomia favorável ao procedimento, em centro capacitado

Quadro 56 Disfunção de prótese valvar: recomendações 

Intervenção Condição clínica SBC AHA ESC
Retroca valvar cirúrgica • Disfunção importante de prótese valvar, com sintomas
• Anemia hemolítica
• Disfunção importante de prótese valvar, assintomática e com baixo risco para cirurgia
I B
IB
IIa C
I B
I B
IIa C#
I C
I C
IIa C
Oclusão percutânea de regurgitação paravalvar • Hemólise ou sintomas, com anatomia favorável e alto risco para cirurgia, após avaliação do Heart Team IIa B IIa B -
Valve-in-valve • Disfunção importante de bioprótese, em pacientes sintomáticos, com alto risco para cirurgia ou inoperáveis, após avaliação do Heart Team IIa B IIa B IIa C

#Bioprótese aórtica com regurgitação; SBC: Sociedade Brasileira de Cardiologia; AHA: American Heart Association; ESC: European Society of Cardiology.

Trombose de prótese valvar

A trombose de prótese valvar é evento incomum, sendo mais frequente em próteses mecânicas, principalmente em posição mitral, e cursa com alta morbimortalidade. A manifestação clássica é a insuficiência cardíaca aguda/exacerbada em paciente com anticoagulação ineficaz. As recomendações das Diretrizes internacionais são distintas em relação à conduta e há carência de estudos randomizados. Recentemente, há tendência de priorização da trombólise frente à cirurgia, com base em dados de metanálise fornecidos por 48 estudos. Em geral, procedimento cirúrgico é indicado em casos de trombose de prótese em câmaras esquerdas, com grave repercussão clínica e alto risco de sangramento.

Quadro 57 Passo 1: diagnóstico de trombose de prótese valvar 

Características da trombose de prótese
Avaliação clínica • Sintomas e sinais sugestivos de insuficiência cardíaca aguda/exacerbada
• Sopro compatível com valvopatia estenótica
• Abafamento do click metálico
• Possibilidade de anticoagulação não eficaz (razão normalizada internacional fora da faixa terapêutica)
Eletrocardiograma • Compatível com a doença de base que motivou a cirurgia valvar; raramente com alteração aguda
Radiografia de tórax • Compatível com a doença de base que motivou a cirurgia valvar; raramente com alteração aguda na silhueta cardíaca; pode ter congestão pulmonar
Ecocardiograma • Exame fundamental para diagnóstico; idealmente transesofágico; documentação de trombo aderido à prótese, identificação do local e tamanho da trombose
Estudo hemodinâmico (fluoroscopia) • Mobilidade inadequada de um ou mais folhetos da prótese mecânica

Quadro 58 Passo 2: avaliação da etiologia - trombose de prótese valvar 

Características etiológicas
Anticoagulação ineficaz • Interrupção da anticoagulação
• Interação medicamentosa/comportamental
• Razão normalizada internacional abaixo do alvo terapêutico

Quadro 59 Passo 3: avaliação de sintomas - trombose de prótese valvar 

Sintomas
Dispneia • Principal sintoma
• Distinguir entre discreta piora (classe funcional I) e sintomas mais nítidos (classe funcional II-IV)
Dor precordial • Possibilidade de embolia de coronária
Baixo débito/síncope • Indicativo de obstrução importante

Quadro 60 Passo 4: avaliação de complicadores - trombose de prótese valvar 

Complicadores
Alto risco de embolização associada a trombólise • Trombo > 8 mm
Hipertensão pulmonar • Pressão sistólica da artéria pulmonar ≥ 50 mmHg em repouso
• Mais presente quando há estenose mitral associada
• Clinicamente - sintomas de insuficiência cardíaca direita
• Relação com o aumento do risco cirúrgico
Fibrilação atrial de início recente • Relação com o remodelamento importante do átrio esquerdo

Quadro 61 Passo 5: tipo de intervenção - trombose de prótese valvar 

Tipo
Trombólise • Terapia prioritária
• rTPA 10 mg em bolus, seguido por 90 mg em 2 horas
• Estreptoquinase 500.000 UI em 20 minutos, seguido de 1.500.000 UI em 10 horas
Cirurgia valvar • Reservada para casos com alto risco de complicações hemorrágicas ou embólicas associadas a trombólise

rTPA: ativador tissular de plasminogênio recombinante (da sigla em inglês, recombinant tissue plasminogen activator)

Quadro 62 Trombose de prótese: recomendações 

Intervenção Condição clínica SBC AHA ESC
Trombólise • Trombose valvar em câmara direita IIa B IIa B -
• Trombo pequeno (< 0,8 cm2), NYHA I-III e câmaras esquerdas se houver persistência do trombo após heparinização EV IIa B IIa B -
Cirurgia valvar • NYHA IV e câmaras esquerdas IB I B I C
• Trombo móvel ou grande (> 0,8 cm2) e câmaras esquerdas IIa C IIa C IIa C
(trombo >10mm)

NYHA: New York Heart Association; EV: endovenosa ; SBC: Sociedade Brasileira de Cardiologia; AHA: American Heart Association; ESC: European Society of Cardiology.

REFERÊNCIAS

1 Tarasoutchi F, Montera MW, Grinberg M, Barbosa MR, Piñeiro DJ, Sánchez CR, et al. [Brazilian Guidelines for Valve Disease - SBC 2011 / I Guideline Inter- American Valve Disease - 2011 SIAC]. Arq Bras Cardiol. 2011;97(5 supl. 3):1-67. doi: .
2 Baumgartner H, Falk V, Bax JJ, De Bonis M, Hamm C, Holm PJ, et al; 2017 ESC/EACTS Guidelines for the management of valvular heart disease. The Task Force for the Management of Valvular Heart Disease of the European Society of Cardiology (ESC) and the European Association for Cardio-Thoracic Surgery (EACTS). Eur Heart J. 2017;38(36):2739-91. doi: 10.1093/eurheartj/ehx391.
3 Nishimura RA, Otto CM, Bonow RO, Carabello BA, Erwin JP 3rd, Guyton RA, et al; ACC/AHA Task Force Members. 2014 AHA/ACC guideline for the management of patients with valvular heart disease: a report of the American College of Cardiology/ American Heart Association Task Force on Practice Guidelines. Circulation. 2014;129(23):e521-e643. doi: 10.1161/CIR.0000000000000031. Erratum in: Circulation. 2014;130(13):e120.
4 Nishimura RA, Otto CM, Bonow RO, Carabello BA, Erwin JP 3rd, Fleisher LA, et al. 2017 AHA/ACC Focused Update of the 2014 AHA/ACC Guideline for the Management of Patients With Valvular Heart Disease: A Report of the American College of Cardiology/American Heart Association Task Force on Practice Guidelines. J Am Coll Cardiol. 2017;11;70(2):252-289. doi: 10.1016/j.jacc.2017.03.011.
5 Rosa VE, Lopes AS, Accorsi TA, Lemos Neto PA, Pomerantzeff PM, Tarasoutchi F. Is heart team fundamental to aortic stenosis transcatheter treatment? Arq Bras Cardiol. 2014;102(5):e55-6. doi: .
6 Bilge M, Alsancak Y, Ali S, Yasar AS. Concurrent transcatheter aortic valve implantation and percutaneous transvenous mitral commissurotomy for totally percutaneous treatment of combined severe rheumatic aortic and mitral stenosis. J Heart Valve Dis. 2015;24(3):286-9. PMID: 26901896.
7 Carabello BA. Modern management of mitral stenosis. Circulation. 2005;112(3):432-7. doi: 10.1161/CIRCULATIONAHA.104.532498.
8 Coutinho GF, Bihun V, Correia PE, Antunes PE, Antunes MJ. Preservation of the subvalvular apparatus during mitral valve replacement of rheumatic valves does not affect long-term survival. Eur J Cardiothorac Surg. 2015;48(6):861-7. doi: 10.1093/ejcts/ezu537.
9 Guerrero M, Greenbaum A, O'Neill W. First in human percutaneous implantation of a balloon expandable transcatheter heart valve in a severely stenosed native mitral valve. Catheter Cardiovasc Interv. 2014;83(7):E287-91. doi: 10.1002/ccd.25441.
10 Hasan R, Mahadevan VS, Schneider H, Clarke B. First in human transapical implantation of an inverted transcatheter aortic valve prosthesis to treat native mitral valve stenosis. Circulation. 2013;128(6):e74-6. doi: 10.1161/CIRCULATIONAHA.113.001466.
11 Jain R, Algahim MF, Bajwa TK, Khandheria BK, O'Hair DP. Native mitral stenosis treated with transcatheter mitral valve replacement. Ann Thorac Surg. 2016;101(3):e75-7. doi: 10.1016/j.athoracsur.2015.09.020.
12 Knapper JT, Hartlage GR, Clements SD. Transfemoral balloon mitral valvuloplasty for severe nonrheumatic mitral stenosis. JACC Cardiovasc Interv. 2014;7(11):e167-8. doi: 10.1016/j.jcin.2014.04.029.
13 Mahadevan VS, Manoly I, Hasan R. 2-year follow-up of the first in human transapical implantation of transcatheter inverted aortic valve to treat native mitral valve stenosis. JACC Cardiovasc Interv. 2015;8(15):e247-9. doi: 10.1016/j.jcin.2015.07.037.
14 Nishimura RA, Vahanian A, Eleid MF, Mack MJ. Mitral valve disease - current management and future challenges. Lancet. 2016;387(10025):1324-34. doi: 10.1016/S0140-6736(16)00558-4.
15 Puri R, Abdul-Jawad Altisent O, del Trigo M, Campelo-Parada F, Regueiro A, Barbosa Ribeiro H, et al. Transcatheter mitral valve implantation for inoperable severely calcified native mitral valve disease: A systematic review. Catheter Cardiovasc Interv. 2016;87(3):540-8. doi: 10.1002/ccd.26262.
16 Sud K, Agarwal S, Parashar A, Raza MQ, Patel K, Min D, et al. Degenerative Mitral Stenosis: Unmet Need for Percutaneous Interventions. Circulation. 2016;133(16):1594-604. doi: 10.1161/CIRCULATIONAHA.115.020185.
17 Unger P, Lancellotti P, de Cannière D. The clinical challenge of concomitant aortic and mitral valve stenosis. Acta Cardiol. 2016;71(1):3-6. doi: 10.2143/AC.71.1.3132091.
18 Vincens JJ, Temizer D, Post JR, Edmunds LH, Herrmann HC. Long-term outcome of cardiac surgery in patients with mitral stenosis and severe pulmonary hypertension. Circulation. 1995;92(9 Suppl):II137-42. PMID: 7586397.
19 Reis G, Motta MS, Barbosa MM, Esteves WA, Souza SF, Bocchi EA. Dobutamine stress echocardiography for noninvasive assessment and risk stratification of patients with rheumatic mitral stenosis. J Am Coll Cardiol. 2004;43(3):393-401. doi: 10.1016/j.jacc.2003.09.037.
20 Rosa VE, Fernandes JR, Lopes AS, Accorsi TA, Tarasoutchi F. Recommendation of early surgery in primary mitral regurgitation: pros and cons. Arq Bras Cardiol. 2016;107(2):173-5. doi 10.5935/abc.20160107.
21 Avierinos JF, Gersh BJ, Melton LJ 3rd, Bailey KR, Shub C, Nishimura RA, et al. Natural history of asymptomatic mitral valve prolapse in the community. Circulation. 2002;106(11):1355-61. doi: .
22 Krivokapich J, Child JS, Dadourian BJ, Perloff JK. Reassessment of echocardiographic criteria for diagnosis of mitral valve prolapse. Am J Cardiol. 1988;61(1):131-5. doi: .
23 Marks AR, Choong CY, Sanfilippo AJ, Ferre M, Weyman AE. Identification of high-risk and low-risk subgroups of patients with mitral-valve prolapse. N Engl J Med. 1989;320(16):1031-6. doi: 10.1056/NEJM198904203201602.
24 Shah PM. Echocardiographic diagnosis of mitral valve prolapse. J Am Soc Echocardiogr. 1994;7(3 Pt 1):286-93. PMID: 8060645.
25 Fontana ME, Sparks EA, Boudoulas H, Wooley CF. Mitral valve prolapse and the mitral valve prolapse syndrome. Curr Probl Cardiol. 1991;16(5):309-75. PMID: 2055093.
26 Fuchs RM, Heuser RR, Yin FC, Brinker JA. Limitations of pulmonary wedge V waves in diagnosing mitral regurgitation. Am J Cardiol. 1982;49(4):849-54. doi: .
27 Moss RR, Humphries KH, Gao M, Thompson CR, Abel JG, Fradet G, et al. Outcome of mitral valve repair or replacement: a comparison by propensity score analysis. Circulation. 2003 Sep 9;108 Suppl 1:II90-7. doi: 10.1161/01.cir.0000089182.44963.bb.
28 Flameng W, Herijgers P, Bogaerts K. Recurrence of mitral valve regurgitation after mitral valve repair in degenerative valve disease. Circulation. 2003;107(12):1609-13. doi: 10.1161/01.CIR.0000058703.26715.9D.
29 Ling LH, Enriquez-Sarano M, Seward JB, Orszulak TA, Schaff HV, Bailey KR, et al. Early surgery in patients with mitral regurgitation due to flail leaflets: a long-term outcome study. Circulation. 1997;96(6):1819-25. doi: .
30 Thourani VH, Weintraub WS, Guyton RA, Jones EL, Williams WH, Elkabbani S, et al. Outcomes and long-term survival for patients undergoing mitral valve repair versus replacement: effect of age and concomitant coronary artery bypass grafting. Circulation. 2003;108(3):298-304. doi: 10.1161/01.CIR.0000079169.15862.13.
31 Enriquez-Sarano M, Schaff HV, Orszulak TA, Tajik AJ, Bailey KR, Frye RL. Valve repair improves the outcome of surgery for mitral regurgitation: a multivariate analysis. Circulation. 1995;91(4):1022-8. doi: .
32 Enriquez-Sarano M, Freeman WK, Tribouilloy CM, Orszulak TA, Khandheria BK, Seward JB, et al. Functional anatomy of mitral regurgitation: accuracy and outcome implications of transesophageal echocardiography. J Am Coll Cardiol. 1999;34(3):1129-36. doi: .
33 David TE, Ivanov J, Armstrong S, Christie D, Rakowski H. A comparison of outcomes of mitral valve repair for degenerative disease with posterior, anterior, and bileaflet prolapse. J Thorac Cardiovasc Surg. 2005;130(5):1242-9. doi: 10.1016/j.jtcvs.2005.06.046.
34 Suri RM, Schaff HV, Dearani JA, Sundt TM 3rd, Daly RC, Mullany CJ, et al. Survival advantage and improved durability of mitral repair for leaflet prolapse subsets in the current era. Ann Thorac Surg. 2006;82(3):819-26. doi: 10.1016/j.athoracsur.2006.03.091.
35 Enriquez-Sarano M, Tajik AJ, Schaff HV, Orszulak TA, Bailey KR, Frye RL. Echocardiographic prediction of survival after surgical correction of organic mitral regurgitation. Circulation. 1994;90(2):830-7. doi: .
36 Le Tourneau T, Richardson M, Juthier F, Modine T, Fayad G, Polge AS, et al. Echocardiography predictors and prognostic value of pulmonary artery systolic pressure in chronic organic mitral regurgitation. Heart. 2010;96(16):1311-7. doi: 10.1136/hrt.2009.186486.
37 Grigioni F, Avierinos JF, Ling LH, Scott CG, Bailey KR, Tajik AJ, et al. Atrial fibrillation complicating the course of degenerative mitral regurgitation: determinants and long-term outcome. J Am Coll Cardiol. 2002;40(1):84-92. doi: .
38 Rosenhek R, Rader F, Klaar U, Gabriel H, Krejc M, Kalbeck D, et al. Outcome of watchful waiting in asymptomatic severe mitral regurgitation. Circulation. 2006;113(18):2238-44. doi: 10.1161/CIRCULATIONAHA.105.599175.
39 Kang DH, Kim JH, Rim JH, Kim MJ, Yun SC, Song JM, et al. Comparison of early surgery versus conventional treatment in asymptomatic severe mitral regurgitation. Circulation. 2009;119(6):797-804. doi: 10.1161/CIRCULATIONAHA.108.802314.
40 Grigioni F, Enriquez-Sarano M, Zehr KJ, Bailey KR, Tajik AJ. Ischemic mitral regurgitation: long-term outcome and prognostic implications with quantitative Doppler assessment. Circulation. 2001;103(13):1759-64. doi: .
41 Grossi EA, Goldberg JD, LaPietra A, Ye X, Zakow P, Sussman M, et al. Ischemic mitral valve reconstruction and replacement: comparison of long-term survival and complications. J Thorac Cardiovasc Surg. 2001;122(6):1107-24. doi: 10.1067/mtc.2001.116945.
42 Gillinov AM, Wierup PN, Blackstone EH, Bishay ES, Cosgrove DM, White J, et al. Is repair preferable to replacement for ischemic mitral regurgitation? J Thorac Cardiovasc Surg. 2001;122(6):1125-41. doi: 10.1067/mtc.2001.116557.
43 Kim YH, Czer LS, Soukiasian HJ, De Robertis M, Magliato KE, Blanche C, et al. Ischemic mitral regurgitation: revascularization alone versus revascularization and mitral valve repair. Ann Thorac Surg. 2005;79(6):1895-901. doi: 10.1016/j.athoracsur.2004.11.005.
44 Webb JG, Harnek J, Munt BI, Kimblad PO, Chandavimol M, Thompson CR, et al. Percutaneous transvenous mitral annuloplasty: initial human experience with device implantation in the coronary sinus. Circulation. 2006;113(6):851-5. doi: 10.1161/CIRCULATIONAHA.105.591602.
45 Daimon M, Shiota T, Gillinov AM, Hayase M, Ruel M, Cohn WE, et al. Percutaneous mitral valve repair for chronic ischemic mitral regurgitation: a real-time three-dimensional echocardiographic study in an ovine model. Circulation. 2005;111(17):2183-9. doi: 10.1161/01.CIR.0000163547.03188.AC.
46 Alfieri O, Maisano F, De Bonis M, Stefano PL, Torracca L, Oppizzi M, et al. The double-orifice technique in mitral valve repair: a simple solution for complex problems. J Thorac Cardiovasc Surg. 2001;122(4):674-81. doi: 10.1067/mtc.2001.117277.
47 Feldman T, Kar S, Rinaldi M, Fail P, Hermiller J, Smalling R, et al; EVEREST Investigators. Percutaneous mitral repair with the MitraClip system: safety and midterm durability in the initial EVEREST (Endovascular Valve Edge-to-Edge REpair Study) cohort. J Am Coll Cardiol. 2009;54(8):686-94. doi: 10.1016/j.jacc.2009.03.077.
48 Feldman T, Foster E, Glower DD, Kar S, Rinaldi MJ, Fail PS, et al; EVEREST II Investigators. Percutaneous repair or surgery for mitral regurgitation. N Engl J Med. 2011;364(15):1395-406. doi: 10.1056/NEJMoa1009355.
49 Agricola E, Oppizzi M, Pisani M, Meris A, Maisano F, Margonato A. Ischemic mitral regurgitation: mechanisms and echocardiographic classification. Eur J Echocardiogr. 2008;9(2):207-21. doi: 10.1016/j.euje.2007.03.034.
50 Asgar AW, Mack MJ, Stone GW. Secondary mitral regurgitation in heart failure.: pathophysiology, prognosis, and therapeutic considerations. J Am Coll Cardiol. 2015;65(12):1231-48. doi: 10.1016/j.jacc.2015.02.009. Erratum in: J Am Coll Cardiol. 2015;65(20):2265.
51 Obadia JF, Armoiry X, Iung B, Lefèvre T, Mewton N, Messika-Zeitoun D, et al. The MITRA-FR study: design and rationale of a randomised study of percutaneous mitral valve repair compared with optimal medical management alone for severe secondary mitral regurgitation. Eurointervation. 2015;10(11):1354-60. doi: 10.4244/EIJV10I11A232.
52 Enriquez-Sarano M, Akins CW, Vahanian A. Mitral regurgitation. Lancet. 2009;18:373 (9672):1382-94. doi: 10.1016/S0140-6736(09)60692-9.
53 Kamperidis V, van Wijngaarden SE, van Rosendael PJ, Kong WK, Regeer MV, van der Kley F, et al. Mitral valve repair for secondary mitral regurgitation in non-ischaemic dilated cardiomyopathy is associated with left ventricular reverse remodelling and increase of forward flow. Eur Heart J Cardiovasc Imaging. 2017 Feb 23. doi: 10.1093/ehjci/jex011. [Epub ahead of print]
54 Grasso C, Buccheri S, Capodanno D, Popolo Rubbio A, Di Salvo ME, Scandura S, et al. Strategies and outcomes of repeat mitral valve interventions after failed MitraClip therapy. Cardiology. 2017;137(2):114-120. doi: 10.1159/000460240.
55 Naoum C, Blanke P, Cavalcante JL, Leipsic J. Cardiac computed tomography and magnetic resonance imaging in the evaluation of mitral and tricuspid valve disease: implications for transcatheter interventions. Circ Cardiovasc Imaging. 2017;10(3). pii: e005331. doi: 10.1161/CIRCIMAGING.116.005331.
56 Zamorano JL, Manuel Monteagudo J, Mesa D, Gonzalez-Alujas T, Sitges M, Carrasco-Chinchilla F, et al. Frequency, mechanism and severity of mitral regurgitation: are there any differences between primary and secondary mitral regurgitation? J Heart Valve Dis. 2016;25(6):724-9. PMID: 28290172.
57 Tatum JM, Bowdish ME, Mack WJ, Quinn AM, Cohen RG, Hackmann AE, et al. Outcomes after mitral valve repair: a single-center 16-year experience. J Thorac Cardiovasc Surg. 2017;154(3):822-830.e2. doi: 10.1016/j.jtcvs.2017.01.047.
58 Alkhouli M, Wolfe S, Alqahtani F, Aljohani S, Mills J, Gnegy S, et al. The feasibility of transcatheter edge-to-edge repair in the management of acute severe ischemic mitral regurgitation. JACC Cardiovasc Interv. 2017;10(5):529-31. doi: 10.1016/j.jcin.2016.11.056.
59 Kron IL, LaPar DJ, Acker MA, Adams DH, Ailawadi G, Bolling SF, et al; American Association For Thoracic Surgery Ischemic Mitral Regurgitation Consensus Guidelines Writing Committee. 2016 update to The American Association for Thoracic Surgery consensus guidelines: Ischemic mitral valve regurgitation. J Thorac Cardiovasc Surg. 2017;153(5):1076-1079. .
60 Iung B, Baron G, Butchart EG, Delahaye F, Gohlke-Barwolf C, Levang OW, et al. A prospective survey of patients with valvular heart disease in Europe: the Euro Heart Survey on Valvular Heart Disease. Eur Heart J. 2003;24(13):1231-43. PMID: 12831818.
61 Rosenhek R, Binder T, Porenta G, Lang I, Christ G, Schemper M, et al. Predictors of outcome in severe, asymptomatic aortic stenosis. N Engl J Med. 2000;343(9):611-7. doi: 10.1056/NEJM200008313430903.
62 Otto CM, Burwash IG, Legget ME, Munt BI, Fujioka M, Healy NL, et al. Prospective study of asymptomatic valvular aortic stenosis. Clinical, echocardiographic, and exercise predictors of outcome. Circulation. 1997;95(9):2262-70. doi: .
63 Cueff C, Serfaty JM, Cimadevilla C, Laissy JP, Himbert D, Tubach F, et al. Measurement of aortic valve calcification using multislice computed tomography: correlation with haemodynamic severity of aortic stenosis and clinical implication for patients with low ejection fraction. Heart. 2011;97(9):721-6. doi: 10.1136/hrt.2010.198853.
64 Clavel MA, Pibarot P, Messika-Zeitoun D, Capoulade R, Malouf J, Aggarval S, et al. Impact of aortic valve calcification, as measured by MDCT, on survival in patients with aortic stenosis: results of an international registry study. J Am Coll Cardiol. 2014;64(12):1202-13. doi: 10.1016/j.jacc.2014.05.066.
65 Pellikka PA, Sarano ME, Nishimura RA, Malouf JF, Bailey KR, Scott CG, et al. Outcome of 622 adults with asymptomatic, hemodynamically significant aortic stenosis during prolonged follow-up. Circulation. 2005;111(24):3290-5. doi: .
66 Cowell SJ, Newby DE, Burton J, White A, Northridge DB, Boon NA, et al. Aortic valve calcification on computed tomography predicts the severity of aortic stenosis. Clin Radiol. 2003;58(9):712-6. doi: .
67 Messika-Zeitoun D, Aubry MC, Detaint D, Bielak LF, Peyser PA, Sheedy PF, et al. Evaluation and clinical implications of aortic valve calcification measured by electron-beam computed tomography. Circulation. 2004;110(3):356-62. doi: .
68 Kaden JJ, Freyer S, Weisser G, Willingstorfer W, Bilbal A, Pfleger S, et al. Correlation of degree of aortic valve stenosis by Doppler echocardiogram to quantity of calcium in the valve by electron beam tomography. Am J Cardiol. 2002;90(5):554-7. doi: .
69 Buellesfeld L, Stortecky S, Heg D, Gloekler S, Meier B, Wenaweser P, et al. Extent and distribution of calcification of both the aortic annulus and the left ventricular outflow tract predict aortic regurgitation after transcatheter aortic valve replacement. EuroIntervention. 2014;10(6):732-8. doi: 10.4244/EIJV10I6A126.
70 Gurvitch R, Webb JG, Yuan R, Johnson M, Hague C, Willson AB, et al. Aortic annulus diameter determination by multidetector computed tomography: reproducibility, applicability, and implications for transcatheter aortic valve implantation. JACC Cardiovasc Interv. 2011;4(11):1235-45. doi: 10.1016/j.jcin.2011.07.014.
71 Clavel MA, Magne J, Pibarot P. Low-gradient aortic stenosis. Eur Heart J. 2016;37(34):2645-57. doi: 10.1093/eurheartj/ehw096.
72 Dumesnil JG and Pibarot P. Low-flow, low-gradient severe aortic stenosis in patients with normal ejection fraction. Curr Opin Cardiol. 2013;28(5):524-30. doi: 10.1097/HCO.0b013e32836245e0.
73 Rosa VE, Lopes AS, Accorsi TA, Lemos Neto PA, Pomerantzeff PM, Tarasoutchi F. Is heart team fundamental to aortic stenosis transcatheter treatment? Arq Bras Cardiol. 2014;102(5):e55-6. doi: .
74 Rosa VE, Accorsi TA, Fernandes JR, Lopes AS, Sampaio RO, Tarasoutchi F. Low-flow aortic stenosis and reduced ejection fraction: new insights. Arq Bras Cardiol. 2015;105(1):82-5. doi: .
75 Monin JL, Lancellotti P, Monchi M, Lim P, Weiss E, Pierard L, et al. Risk score for predicting outcome in patients with asymptomatic aortic stenosis. Circulation. 2009;120(1):69-75. doi: 10.1161/CIRCULATIONAHA.108.808857.
76 Pellikka PA, Nishimura RA, Bailey KR, Tajik AJ. The natural history of adults with asymptomatic, hemodynamically significant aortic stenosis. J Am Coll Cardiol. 1990;15(5):1012-7. doi: .
77 Amato MC, Moffa PJ. Prognosis of asymptomatic aortic valve stenosis evaluated with exercise test. Arq Bras Cardiol. 1998;70(4):251-5. PMID: 9687624.
78 Maréchaux S, Hachicha Z, Bellouin A, Dumesnil JG, Meimoun P, Pasquet A, et al. Usefulness of exercise-stress echocardiography for risk stratification of true asymptomatic patients with aortic valve stenosis. Eur Heart J. 2010;31(11):1390-7. doi: 10.1093/eurheartj/ehq076.
79 Hachicha Z, Dumesnil JG, Bogaty P, Pibarot P. Paradoxical low-flow, low-gradient severe aortic stenosis despite preserved ejection fraction is associated with higher afterload and reduced survival. Circulation. 2007;115(22):2856-64. doi: .
80 Barasch E, Fan D, Chukwu EO, Han J, Passick M, Petillo F, et al. Severe isolated aortic stenosis with normal left ventricular systolic function and low transvalvular gradients: pathophysiologic and prognostic insights. J Heart Valve Dis. 2008;17(1):81-8. PMID: 18365573.
81 Jander N, Minners J, Holme I, Gerdts E, Boman K, Brudi P, et al. Outcome of patients with low-gradient "severe" aortic stenosis and preserved ejection fraction. Circulation. 2011;123(8):887-95. doi: . Erratum in: Circulation. 2011;124(12):e336.
82 Delgado V, Tops LF, van Bommel RJ, van der Kley F, Marsan NA, Klautz RJ, et al. Strain analysis in patients with severe aortic stenosis and preserved left ventricular ejection fraction undergoing surgical valve replacement. Eur Heart J. 2009;30(24):3037-47. doi:1093/eurheartz/ehp351.
83 Oe H, Hozumi T, Arai K, Matsumura Y, Negishi K, Sugioka K, et al. Comparison of accurate measurement of left ventricular mass in patients with hypertrophied hearts by real-time three-dimensional echocardiography versus magnetic resonance imaging. Am J Cardiol. 2005;95(10):1263-7. doi: 10.1016/j.amjcard.2005.01.065.
84 Gorlin R, Gorlin SG. Hydraulic formula for calculation of the area of the stenotic mitral valve, other cardiac valves, and central circulatory shunts. I. Am Heart J. 1951;41(1):1-29. PMID: 14799435.
85 deFilippi CR, Willett DL, Brickner ME, Appleton CP, Yancy CW, Eichhorn EJ, et al. Usefulness of dobutamine echocardiography in distinguishing severe from nonsevere valvular aortic stenosis in patients with depressed left ventricular function and low transvalvular gradients. Am J Cardiol. 1995;75(2):191-4. doi: .
86 Minners J, Allgeier M, Gohlke-Baerwolf C, Kienzle RP, Neumann FJ, Jander N. Inconsistent grading of aortic valve stenosis by current guidelines: haemodynamic studies in patients with apparently normal left ventricular function. Heart. 2010;96(18):1463-8. doi: 10.1136/hrt.2009.181982.
87 Freed BH, Sugeng L, Furlong K, Mor-Avi V, Raman J, Jeevanandam V, et al. Reasons for nonadherence to guidelines for aortic valve replacement in patients with severe aortic stenosis and potential solutions. Am J Cardiol. 2010;105(9):1339-42. doi: 10.1016/j.amjcard.2009.12.056.
88 Lund O. Preoperative risk evaluation and stratification of long-term survival after valve replacement for aortic stenosis. Reasons for earlier operative intervention. Circulation. 1990;82(1):124-39. doi: .
89 Kouchoukos NT, Davila-Roman VG, Spray TL, Murphy SF, Perrillo JB. Replacement of the aortic root with a pulmonary autograft in children and young adults with aortic-valve disease. N Engl J Med. 1994;330(1):1-6. doi: 10.1056/NEJM199401063300101
90 Connolly HM, Oh JK, Orszulak TA, Osborn SL, Roger VL, Hodge DO, et al. Aortic valve replacement for aortic stenosis with severe left ventricular dysfunction. Prognostic indicators. Circulation. 1997;95(10):2395-400. doi:
91 Kvidal P, Bergstrom R, Horte LG, Stahle E. Observed and relative survival after aortic valve replacement. J Am Coll Cardiol. 2000;35(3):747-56. doi: .
92 Brown JM, O'Brien SM, Wu C, Sikora JA, Griffith BP, Gammie JS. Isolated aortic valve replacement in North America comprising 108,687 patients in 10 years: changes in risks, valve types, and outcomes in the Society of Thoracic Surgeons National Database. J Thorac Cardiovasc Surg. 2009;137(1):82-90. doi: 10.1016/j.jtcvs.2008.08.015.
93 Thourani VH, Ailawadi G, Szeto WY, Dewey TM, Guyton RA, Mack MJ, et al. Outcomes of surgical aortic valve replacement in high-risk patients: a multiinstitutional study. Ann Thorac Surg. 2011;91(1):49-55. doi: 10.1016/j.athoracsur.2010.09.040.
94 Nashef SA, Roques F, Michel P, Gauducheau E, Lemeshow S, Salamon R. European system for cardiac operative risk evaluation (EuroSCORE). Eur J Cardiothorac Surg. 1999;16(1):9-13. PMID:10456395.
95 Nashef SA, Roques F, Hammill BG, Peterson ED, Michel P, Grover FL, et al. Validation of European System for Cardiac Operative Risk Evaluation (EuroSCORE) in North American cardiac surgery. Eur J Cardiothorac Surg. 2002;22(1):101-5. PMID:12103381.
96 Shroyer AL, Coombs LP, Peterson ED, Eiken MC, DeLong ER, Chen A, et al. The Society of Thoracic Surgeons: 30-day operative mortality and morbidity risk models. Ann Thorac Surg. 2003;75(6):1856-64. doi: .
97 Carabello BA. Evaluation and management of patients with aortic stenosis. Circulation. 2002;105(15):1746-50. doi: .
98 Carabello BA. Timing of valve replacement in aortic stenosis. Moving closer to perfection. Circulation. 1997;95(9):2241-3. doi:
99 Carabello BA. Clinical practice: aortic stenosis. N Engl J Med. 2002;346(9):677-82. doi: 10.1056/NEJMcp010846.
100 Das P, Rimington H, Chambers J. Exercise testing to stratify risk in aortic stenosis. Eur Heart J. 2005;26(13):1309-13. doi: 10.1093/eurheartj/ehi250.
101 Rahimtoola SH. Valvular heart disease: a perspective on the asymptomatic patient with severe valvular aortic stenosis. Eur Heart J. 2008;29(14):1783-90. doi: 10.1093/eurheartj/ehn272.
102 Dal-Bianco JP, Khandheria BK, Mookadam F, Gentile F, Sengupta PP. Management of asymptomatic severe aortic stenosis. J Am Coll Cardiol. 2008;52(16):1279-92. doi: .
103 Iung B, Cachier A, Baron G, Messika-Zeitoun D, Delahaye F, Tornos P, et al. Decision-making in elderly patients with severe aortic stenosis: why are so many denied surgery? Eur Heart J. 2005;26(24):2714-20. doi: 10.1093/eurheartj/ehj471.
104 Likosky DS, Sorensen MJ, Dacey LJ, Barribeau YR, Leavitt BJ, DiScipio AW, et al. Long-term survival of the very elderly undergoing aortic valve surgery. Circulation. 2009;120(11 Suppl):S127-33. doi: 10.1161/CIRCULATIONAHA.108842641.
105 Brinkman WT, Hoffman W, Dewey TM, Culica D, Prince SL, Herbert MA, et al. Aortic valve replacement surgery: comparison of outcomes in matched sternotomy and PORT ACCESS groups. Ann Thorac Surg. 2010;90(1):131-5. doi: 10.1016/j.athoracsur.2010.03.055.
106 David TE, Woo A, Armstrong S, Maganti M. When is the Ross operation a good option to treat aortic valve disease? J Thorac Cardiovasc Surg. 2010;139(1):68-73. doi: 10.1016/jtcvs.2009.09.053.
107 Kuntz RE, Tosteson AN, Berman AD, Goldman L, Gordon PC, Leonard BM, et al. Predictors of event-free survival after balloon aortic valvuloplasty. N Engl J Med. 1991;325(1):17-23. doi: 10.1056/NEJM199107043250104.
108 Piazza N, Grube E, Gerckens U, den Heijer P, Linke A, Luha O, et al. Procedural and 30-day outcomes following transcatheter aortic valve implantation using the third generation (18 Fr) corevalve revalving system: results from the multicentre, expanded evaluation registry 1-year following CE mark approval. EuroIntervention. 2008;4(2):242-9. PMID:19110790.
109 Webb JG, Pasupati S, Humphries K, Thompson C, Altwegg L, Moss R, et al. Percutaneous transarterial aortic valve replacement in selected high-risk patients with aortic stenosis. Circulation. 2007;116(7):755-63. doi: .
110 Tamburino C, Capodanno D, Ramondo A, Petronio AS, Ettori F, Santoro G, et al. Incidence and predictors of early and late mortality after transcatheter aortic valve implantation in 663 patients with severe aortic stenosis. Circulation. 2011;123(3):299-308. doi: 10.1161/CIRCULATIONAHA.110.946533.
111 Zahn R, Gerckens U, Grube E, Linke A, Sievert H, Eggebrecht H, et al. Transcatheter aortic valve implantation: first results from a multi-centre real-world registry. Eur Heart J. 2011;32(2):198-204. doi: 10.1093/eurheartj/ehg339.
112 Smith CR, Leon MB, Mack MJ, Miller DC, Moses JW, Svensson LG, et al. Transcatheter versus surgical aortic-valve replacement in high-risk patients. N Engl J Med. 2011;364(23):2187-98. doi: 10.1056/NEJMos1103510.
113 Leon MB, Smith CR, Mack M, Miller DC, Moses JW, Svensson LG, et al. Transcatheter aortic-valve implantation for aortic stenosis in patients who cannot undergo surgery. N Engl J Med. 2010;363(17):1597-607. doi: 10.1056/NEJMoa1008232.
114 Walther T, Simon P, Dewey T, Wimmer-Greinecker G, Falk V, Kasimir MT, et al. Transapical minimally invasive aortic valve implantation: multicenter experience. Circulation. 2007;116(11 Suppl):I240-5. doi: 10.1161/CIRCULATIONAHA.106.677237.
115 Tchetche D, Dumonteil N, Sauguet A, Descoutures F, Luz A, Garcia O, et al. Thirty-day outcome and vascular complications after transarterial aortic valve implantation using both Edwards Sapien and Medtronic CoreValve bioprostheses in a mixed population. EuroIntervention. 2010;5(6):659-65. PMID: 20142215.
116 Abdel-Wahab M, Zahn R, Horack M, Gerckens U, Schuler G, Sievert H, et al. Aortic regurgitation after transcatheter aortic valve implantation: incidence and early outcome. Results from the German transcatheter aortic valve interventions registry. Heart. 2011;97(11):899-906. doi: 10.1136/hrt.2010.217158.
117 Cheung AW, Gurvitch R, Ye J, Wood D, Lichtenstein SV, Thompson C, et al. Transcatheter transapical mitral valve-in-valve implantations for a failed bioprosthesis: a case series. J Thorac Cardiovasc Surg. 2011;141(3):711-5. doi: 10.1016/j.jtcvs.2010.11.026.
118 Gotzmann M, Mugge A, Bojara W. Transcatheter aortic valve implantation for treatment of patients with degenerated aortic bioprostheses-valve-in-valve technique. Catheter Cardiovasc Interv. 2010;76(7):1000-6. doi: 10.1002/ccd.22738.
119 Webb JG, Wood DA, Ye J, Gurvitch R, Masson JB, Rodés-Cabau J, et al. Transcatheter valve-in-valve implantation for failed bioprosthetic heart valves. Circulation. 2010;121(16):1848-57. doi: .
120 Cribier A, Savin T, Saoudi N, Rocha P, Berland J, Letac B. Percutaneous transluminal valvuloplasty of acquired aortic stenosis in elderly patients: an alternative to valve replacement? Lancet. 1986;1(8472):63-7. doi: .
121 Block PC, Palacios IF. Clinical and hemodynamic follow-up after percutaneous aortic valvuloplasty in the elderly. Am J Cardiol. 1988;62(10 Pt 1):760-3. doi: .
122 Webb J, Cribier A. Percutaneous transarterial aortic valve implantation: what do we know? Eur Heart J. 2011;32(2):140-7. doi: 10.1093/eurheartj/ehg453.
123 Kapadia SR, Goel SS, Yuksel U, Agarwal S, Pettersson G, Svensson LG, et al. Lessons learned from balloon aortic valvuloplasty experience from the pre-transcatheter aortic valve implantation era. J Interv Cardiol. 2010;23(5):499-508. doi: 10.1111/j.1540-8183.2010.00577x.
124 Reardon MJ, Van Mieghem NM, Popma JJ, Kleiman NS, Søndergaard L, Mumtaz M, et al; SURTAVI Investigators. Surgical or transcatheter aortic-valve replacement in intermediate-risk patients. N Engl J Med. 2017;376(14):1321-31. doi: 10.1056/NEJMoa1700456.
125 Leon MB, Smith CR, Mack MJ, Makkar RR, Svensson LG, Kodali SK, et al; PARTNER 2 Investigators. Transcatheter or surgical aortic-valve replacement in intermediate-risk patients. N Engl J Med. 2016;374(17):1609-20. doi: 10.1056/NEJMoa1514616.
126 Reardon MJ, Kleiman NS, Adams DH, Yakubov SJ, Coselli JS, Deeb GM, et al. Outcomes in the randomized CoreValve US pivotal high risk trial in patients with a Society of Thoracic Surgeons Risk Score of 7% or less. JAMA Cardiol. 2016;1(8):945-9. doi: 10.1001/jamacardio.2016.2257.
127 Reardon MJ, Adams DH, Coselli JS, Deeb GM, Kleiman NS, Chetcuti S, et al; CoreValve US Clinical Investigators. Self-expanding transcatheter aortic valve replacement using alternative access sites in symptomatic patients with severe aortic stenosis deemed extreme risk of surgery. J Thorac Cardiovasc Surg. 2014;148(6):2869-76.e1-7. doi: 10.1016/j.jtcvs.2014.07.020.
128 Popma JJ, Adams DH, Reardon MJ, Yakubov SJ, Kleiman NS, Heimansohn D, et al; CoreValve United States Clinical Investigators.. Transcatheter aortic valve replacement using a self-expanding bioprosthesis in patients with severe aortic stenosis at extreme risk for surgery. J Am Coll Cardiol. 2014;63(19):1972-81. doi: 10.1016/j.jacc.2014.02.556.
129 Reardon MJ, Adams DH, Kleiman NS, Yakubov SJ, Coselli JS, Deeb GM, et al. 2-year outcomes in patients undergoing surgical or self-expanding transcatheter aortic valve replacement. J Am Coll Cardiol. 2015;66(2):113-21. doi: 10.1016/j.jacc.2015.05.017.
130 Souza AL, Salgado CG, Mourilhe-Rocha R, Mesquita ET, Lima LC, Mattos ND, et al. Transcatheter aortic valve implantation and morbidity and mortality-related factors: a 5-year experience in Brazil. Arq Bras Cardiol. 2016;106(6):519-27. doi: .
131 Tarasoutchi F, Grinberg M, Spina GS, Sampaio RO, Cardoso LF, Rossi EG, et al. Ten-year clinical laboratory follow-up after application of a symptom-based therapeutic strategy to patients with severe chronic aortic regurgitation of predominant rheumatic etiology. J Am Coll Cardiol. 2003;41(8):1316-24. doi: .
132 Bonow RO, Rosing DR, McIntosh CL, Jones M, Maron BJ, Lan KK, et al. The natural history of asymptomatic patients with aortic regurgitation and normal left ventricular function. Circulation. 1983;68(3):509-17. doi: .
133 Scognamiglio R, Fasoli G, Dalla Volta S. Progression of myocardial dysfunction in asymptomatic patients with severe aortic insufficiency. Clin Cardiol. 1986;9(4):151-6. doi: 10.1002/clc.4960090404.
134 Siemienczuk D, Greenberg B, Morris C, Massie B, Wilson RA, Topic N, et al. Chronic aortic insufficiency: factors associated with progression to aortic valve replacement. Ann Intern Med. 1989;110(8):587-92. doi: 10.7326/0003-4819-110-8-587.
135 Bonow RO, Lakatos E, Maron BJ, Epstein SE. Serial long-term assessment of the natural history of asymptomatic patients with chronic aortic regurgitation and normal left ventricular systolic function. Circulation. 1991;84(4):1625-35. PMID: 1914102.
136 Tornos MP, Olona M, Permanyer-Miralda G, Herrejon MP, Camprecios M, Evangelista A, et al. Clinical outcome of severe asymptomatic chronic aortic regurgitation: a long-term prospective follow-up study. Am Heart J. 1995;130(2):333-9. PMID: 7631617.
137 Ishii K, Hirota Y, Suwa M, Kita Y, Onaka H, Kawamura K. Natural history and left ventricular response in chronic aortic regurgitation. Am J Cardiol. 1996;78(3):357-61. PMID: 8759822.
138 Borer JS, Hochreiter C, Herrold EM, Supino P, Aschermann M, Wencker D, et al. Prediction of indications for valve replacement among asymptomatic or minimally symptomatic patients with chronic aortic regurgitation and normal left ventricular performance. Circulation. 1998;97(6):525-34. PMID: 9494022.
139 Evangelista A, Tornos P, Sambola A, Permanyer-Miralda G, Soler-Soler J. Long-term vasodilator therapy in patients with severe aortic regurgitation. N Engl J Med. 2005;353(13):1342-9. doi: 10.1056/NEJMoa050666.
140 Tribouilloy CM, Enriquez-Sarano M, Bailey KR, Seward JB, Tajik AJ. Assessment of severity of aortic regurgitation using the width of the vena contracta: A clinical color Doppler imaging study. Circulation. 2000;102(5):558-64. PMID: 10920069.
141 Pomerantzeff PM, Barbosa GV, de Sousa Filho BS, Brandão CM, Ribeiro EJ, Costa FD, et al. [Guidelines for surgery in heart valve diseases]. Arq Bras Cardiol. 2004;82(Suppl 5):22-33. PMID: 15122461.
142 Roy DA, Schaefer U, Guetta V, Hildick-Smith D, Möllmann H, Dumonteil N, et al. Transcatheter aortic valve implantation for pure severe native aortic valve regurgitation. J Am Coll Cardiol. 2013;61(15):1577-84. doi: 10.1016/j.jacc.2013.01.018.
143 Seiffert M, Bader R, Kappert U, Rastan A, Krapf S, Bleiziffer S, et al. Initial German experience with transapical implantation of a second-generation transcatheter heart valve for the treatment of aortic regurgitation. JACC Cardiovasc Interv. 2014;7(10):1168-74. doi: 10.1016/j.jcin.2014.05.014.
144 Van de Veire NR, Braun J, Delgado V, Versteegh MI, Dion RA, Klautz RJ, et al. Tricuspid annuloplasty prevents right ventricular dilatation and progression of tricuspid regurgitation in patients with tricuspid annular dilatation undergoing mitral valve repair. J Thorac Cardiovasc Surg. 2011;141(6):1431-9. doi: 10.1016/j.jtcvs.2010.05.050.
145 Yilmaz O, Suri RM, Dearani JA, Sundt TM 3rd, Daly RC, Burkhart HM, et al. Functional tricuspid regurgitation at the time of mitral valve repair for degenerative leaflet prolapse: the case for a selective approach. J Thorac Cardiovasc Surg. 2011;142(3):608-13. doi: 10.1016/j.jtcvs.2010.10.042.
146 Calafiore AM, Iaco AL, Romeo A, Scandura S, Meduri R, Varone E, et al. Echocardiographic-based treatment of functional tricuspid regurgitation. J Thorac Cardiovasc Surg. 2011;142(2):308-13. doi: 10.1016/j.jtcvs.2010.04.047.
147 Benedetto U, Melina G, Angeloni E, Refice S, Roscitano A, Comito C, et al. Prophylactic tricuspid annuloplasty in patients with dilated tricuspid annulus undergoing mitral valve surgery. J Thorac Cardiovasc Surg. 2012;143(3):632-8. doi: 10.1016/j.jtcvs.2011.12.006.
148 Fukuda S, Gillinov AM, McCarthy PM, Stewart WJ, Song JM, Kihara T, et al. Determinants of recurrent or residual functional tricuspid regurgitation after tricuspid annuloplasty. Circulation. 2006;114(1 Suppl):I582-7. doi: 10.1161/CIRCULATIONAHA.105.001305.
149 Nath J, Foster E, Heidenreich PA. Impact of tricuspid regurgitation on long-term survival. J Am Coll Cardiol. 2004;43(3):405-9. doi: 10.1016/j.jacc.2003.09.036.
150 Navia JL, Nowicki ER, Blackstone EH, Brozzi NA, Nento DE, Atik FA, et al. Surgical management of secondary tricuspid valve regurgitation: annulus, commissure, or leaflet procedure? J Thorac Cardiovasc Surg. 2010;139(6):1473-1482.e5. doi: 10.1016/j.jtcvs.2010.02.046.
151 Rodés-Cabau J, Taramasso M, O'Gara PT. Diagnosis and treatment of tricuspid valve disease: current and future perspectives. Lancet. 2016;388(10058):2431-42. doi: 10.1016/S0140-6736(16)00740-6.
152 Godart F, Baruteau AE, Petit J, Riou JY, Sassolas F, Lusson JR, et al. Transcatheter tricuspid valve implantation: a multicentre French study. Arch Cardiovasc Dis. 2014;107(11):583-91. doi: 10.1016/j.acvd.2014.07.051.
153 Schofer J, Bijuklic K, Tiburtius C, Hansen L, Groothuis A, Hahn RT. First-in-human transcatheter tricuspid valve repair in a patient with severely regurgitant tricuspid valve. J Am Coll Cardiol. 2015;65(12):1190-5. doi: 10.1016/j.jacc.2015.01.025.
154 Bouleti C, Juliard JM, Himbert D, Iung B, Brochet E, Urena M, et al. Tricuspid valve and percutaneous approach: No longer the forgotten valve! Arch Cardiovasc Dis. 2016;109(1):55-66. doi: 10.1016/j.acvd.2015.08.002.
155 Liu P, Qiao WH, Sun FQ, Ruan XL, Al Shirbini M, Hu D, et al. Should a mechanical or biological prosthesis be used for a tricuspid valve replacement? A meta-analysis. J Card Surg. 2016;31(5):294-302. doi: 10.1111/jocs.12730.
156 Gatti G, Dell'Angela L, Morosin M, Maschietto L, Pinamonti B, Benussi B, et al. Flexible band versus rigid ring annuloplasty for functional tricuspid regurgitation: two different patterns of right heart reverse remodelling. Interact Cardiovasc Thorac Surg. 2016;23(1):79-89. doi: 10.1093/icvts/ivw047.
157 Bevan PJ, Haydock DA, Kang N. Long-term survival after isolated tricuspid valve replacement. Heart Lung Circ. 2014;23(8):697-702. doi: 10.1016/j.hlc.2014.02.011.
158 Raikhelkar J, Lin HM, Neckman D, Afonso A, Scurlock C. Isolated tricuspid valve surgery: predictors of adverse outcome and survival. Heart Lung Circ. 2013;22(3):211-20. doi: 10.1016/j.hlc.2012.09.006.
159 Chang BC, Lim SH, Yi G, Hong YS, Lee S, Yoo KJ, et al. Long-term clinical results of tricuspid valve replacement. Ann Thorac Surg. 2006;81(4):1317-23. doi: 10.1016/j.athoracsur.2005.11.005.
160 Filsoufi F, Anyanwu AC, Salzberg SP, Frankel T, Cohn LH, Adams DH. Long-term outcomes of tricuspid valve replacement in the current era. Ann Thorac Surg. 2005;80(3):845-50. doi: 10.1016/j.athoracsur.2004.12.019.
161 Yeter E, Ozlem K, Kiliç H, Ramazan A, Acikel S. Tricuspid balloon valvuloplasty to treat tricuspid stenosis. J Heart Valve Dis. 2010;19(1):159-60. PMID: 20329507.
162 Tiede DJ, Nishimura RA, Gastineau DA, Mullany CJ, Orszulak TA, Schaff HV. Modern management of prosthetic valve anticoagulation. Mayo Clin Proc. 1998;73(7):665-80. doi: 10.1016/S0025-6196(11)64893-3.
163 Aziz F, Corder M, Wolffe J, Comerota AJ. Anticoagulation monitoring by an anticoagulation service is more costeffective than routine physician care. J Vasc Surg. 2011;54(5):1404-7. doi: 10.1016/j.jvs.2011.05.021.
164 Chiquette E, Amato MG, Bussey HI. Comparison of an anticoagulation clinic with usual medical care: anticoagulation control, patient outcomes, and health care costs. Arch Intern Med. 1998;158(15):1641-7. PMID: 9701098.
165 Wittkowsky AK, Nutescu EA, Blackburn J, Mullins J, Hardman J, Mitchell J, et al. Outcomes of oral anticoagulant therapy managed by telephone vs in-office visits in an anticoagulation clinic setting. Chest. 2006;130(5):1385-9. doi: 10.1378/chest.130.5.1385.
166 Lalonde L, Martineau J, Blais N, Montigny M, Ginsberg J, Fournier M, et al. Is long-term pharmacist-managed anticoagulation service efficient? A pragmatic randomized controlled trial. Am Heart J. 2008;156(1):148-54. doi: 10.1016/j.ahj.2008.02.009.
167 Witt DM, Sadler MA, Shanahan RL, Mazzoli G, Tillman DJ. Effect of a centralized clinical pharmacy anticoagulation service on the outcomes of anticoagulation therapy. Chest. 2005;127(5):1515-22. doi: 10.1378/chest.127.5.1515
168 Locke C, Ravnan SL, Patel R, Uchizono JA. Reduction in warfarin adverse events requiring patient hospitalization after implementation of a pharmacist-managed anticoagulation service. Pharmacotherapy. 2005;25(5):685-9. PMID: 15899730.
169 Whitlock RP, Sun JC, Fremes SE, Rubens FD, Teoh KH. Antithrombotic and thrombolytic therapy for valvular disease: Antithrombotic Therapy and Prevention of Thrombosis, 9th ed: American College of Chest Physicians Evidence-Based Clinical Practice Guidelines. Chest. 2012;141(2 Suppl):e576S-e600S. doi: 10.1378/chest.11-2305.
170 Cannegieter SC, Rosendaal FR, Briët E. Thromboembolic and bleeding complications in patients with mechanical heart valve prostheses. Circulation. 1994;89(2):635-41. PMID: 8313552.
171 Cannegieter SC, Rosendaal FR, Wintzen AR, van der Meer FJ, Vandenbroucke JP, Briet E. Optimal oral anticoagulant therapy in patients with mechanical heart valves. N Engl J Med. 1995;333(1):11-7. doi: 10.1056/NEJM199507063330103.
172 Schlitt A, von Bardeleben RS, Ehrlich A, Eimermacher A, Peetz D, Dahm M, et al. Clopidogrel and aspirin in the prevention of thromboembolic complications after mechanical aortic valve replacement (CAPTA). Thromb Res. 2003;109(2-3):131-5. PMID: 12706642.
173 Stein PD, Alpert JS, Bussey HI, Dalen JE, Turpie AG. Antithrombotic therapy in patients with mechanical and biological prosthetic heart valves. Chest. 2001;119(1 Suppl):220S-7S. PMID: 11157651. Erratum in: Chest. 2001;120(3):1044.
174 Sun JC, Davidson MJ, Lamy A, Eikelboom JW. Antithrombotic management of patients with prosthetic heart valves: current evidence and future trends. Lancet. 2009;374(9689):565-76. doi: 10.1016/S0140-6736(09)60780-7.
175 Acar J, Iung B, Boissel JP, Samama MM, Michel PL, Teppe JP, et al. AREVA: multicenter randomized comparison of low-dose versus standard-dose anticoagulation in patients with mechanical prosthetic heart valves. Circulation. 1996;94(9):2107-12. PMID: 8901659.
176 Hering D, Piper C, Bergemann R, Hillenbach C, Dahm M, Huth C, et al. Thromboembolic and bleeding complications following St. Jude Medical valve replacement: results of the German Experience With Low-Intensity Anticoagulation Study. Chest. 2005;127(1):53-9. doi: 10.1378/chest.127.1.53.
177 Torella M, Torella D, Chiodini P, Franciulli M, Romano G, De Santo L, et al. LOWERing the INtensity of oral anticoaGulant Therapy in patients with bileaflet mechanical aortic valve replacement: results from the "LOWERING-IT" Trial. Am Heart J. 2010;160(1):171-8. doi: 10.1016/j.ahj.2010.05.005.
178 Horstkotte D, Scharf RE, Schultheiss HP. Intracardiac thrombosis: patient-related and device-related factors. J Heart Valve Dis. 1995;4(2):114-20. PMID: 8556170.
179 Pruefer D, Dahm M, Dohmen G, Horstkotte D, Bergemann R, Oelert H. Intensity of oral anticoagulation after implantation of St. Jude Medical mitral or multiple valve replacement: lessons learned from GELIA (GELIA 5). Eur Heart J Suppl. 2001;3(Suppl Q):Q39-43.
180 Meschengieser SS, Fondevila CG, Frontroth J, Santarelli MT, Lazzari MA. Low-intensity oral anticoagulation plus low-dose aspirin versus high-intensity oral anticoagulation alone: a randomized trial in patients with mechanical prosthetic heart valves. J Thorac Cardiovasc Surg. 1997;113(5):910-6. doi: 10.1016/S0022-5223(97)70264-2.
181 Turpie AG, Gent M, Laupacis A, Latour Y, Gunstensen J, Basile F, et al. A comparison of aspirin with placebo in patients treated with warfarin after heart-valve replacement. N Engl J Med. 1993;329(8):524-9. doi: 10.1056/NEJM199308193290802.
182 Aramendi JI, Mestres CA, Campos V, Martinez-Leon J, Munoz G, Navas C. Triflusal versus oral anticoagulation for primary prevention of thromboembolism after bioprosthetic valve replacement (trac): prospective, randomized, co-operative trial. Eur J Cardiothorac Surg. 2005;27(5):854-60. doi: 10.1016/j.ejcts.2004.12.064
183 Colli A, Mestres CA, Castella M, Gherli T. Comparing warfarin to aspirin (WoA) after aortic valve replacement with the St. Jude Medical Epic heart valve bioprosthesis: results of the WoA Epic pilot trial. J Heart Valve Dis. 2007;16(6):667-71. PMID: 18095518.
184 Heras M, Chesebro JH, Fuster V, Penny WJ, Grill DE, Bailey KR, et al. High risk of thromboemboli early after bioprosthetic cardiac valve replacement. J Am Coll Cardiol. 1995;25(5):1111-9. PMID: 7897124.
185 Nuñez L, Gil Aguado M, Larrea JL, Celemin D, Oliver J. Prevention of thromboembolism using aspirin after mitral valve replacement with porcine bioprosthesis. Ann Thorac Surg. 1984;37(1):84-7. PMID: 6691742.
186 Brennan JM, Edwards FH, Zhao Y, O'Brien S, Booth ME, Dokholyan RS, et al; DEcIDE AVR Research Team. Early anticoagulation of bioprosthetic aortic valves in older patients: results from the Society of Thoracic Surgeons Adult Cardiac Surgery National Database. J Am Coll Cardiol. 2012;60(11):971-7. doi: 10.1016/j.jacc.2012.05.029.
187 Egbe AC, Pislaru SV, Pellikka PA, Poterucha JT, Schaff HV, Maleszewski JJ, et al. Bioprosthetic valve thrombosis versus structural failure: clinical and echocardiographic predictors. J Am Coll Cardiol. 2015;66(21):2285-94. doi: 10.1016/j.jacc.2015.09.022.
188 Mérie C, Køber L, Skov Olsen P, Andersson C, Gislason G, Skov Jensen J, et al. Association of warfarin therapy duration after bioprosthetic aortic valve replacement with risk of mortality, thromboembolic complications, and bleeding. JAMA. 2012;308(20):2118-25. doi: 10.1001/jama.2012.54506.
189 Connolly SJ, Ezekowitz MD, Yusuf S, Eikelboom J, Oldgren J, Parekh A, et al; RE-LY Steering Committee and Investigators. Dabigatran versus warfarin in patients with atrial fibrillation. N Engl J Med. 2009;361(12):1139-51. doi: 10.1056/NEJMoa0905561. Erratum in: N Engl J Med. 2010;363(19):1877.
190 Douketis JD, Spyropoulos AC, Kaatz S, Becker RC, Caprini JA, Dunn AS, et al; BRIDGE Investigators. Perioperative bridging anticoagulation in patients with atrial fibrillation. N Engl J Med. 2015;373(9):823-33. doi: 10.1056/NEJMoa1501035.
191 Eikelboom JW, Connolly SJ, Brueckmann M, Granger CB, Kappetein AP, Mack MJ, et al; RE-ALIGN Investigators. Dabigatran versus warfarin in patients with mechanical heart valves. N Engl J Med. 2013;369(13):1206-14. doi: 10.1056/NEJMoa1300615.
192 Giugliano RP, Ruff CT, Braunwald E, Murphy SA, Wiviott SD, Halperin JL, et al; ENGAGE AF-TIMI 48 Investigators. Edoxaban versus warfarin in patients with atrial fibrillation. N Engl J Med. 2013;369(22):2093-104. doi: 10.1056/NEJMoa1310907.
193 Granger CB, Alexander JH, McMurray JJ, Lopes RD, Hylek EM, Hanna M, et al; ARISTOTLE Committees and Investigators. Apixaban versus warfarin in patients with atrial fibrillation. N Engl J Med. 2011;365(11):981-92. doi: 10.1056/NEJMoa1107039.
194 Makkar RR, Fontana G, Jilaihawi H, Chakravarty T, Kofoed KF, de Backer O, et al. Possible subclinical leaflet thrombosis in bioprosthetic aortic valves. N Engl J Med. 2015;373(21):2015-24. doi: 10.1056/NEJMoa1509233.
195 Patel MR, Mahaffey KW, Garg J, Pan G, Singer DE, Hacke W, et al; ROCKET AF Investigators. Rivaroxaban versus warfarin in nonvalvular atrial fibrillation. N Engl J Med. 2011;365(10):883-91. doi: 10.1056/NEJMoa1009638.
196 Sundt TM, Zehr KJ, Dearani JA, Daly RC, Mullany CJ, McGregor CG, et al. Is early anticoagulation with warfarin necessary after bioprosthetic aortic valve replacement? J Thorac Cardiovasc Surg. 2005;129(5):1024-31. doi: 10.1016/j.jtcvs.2004.11.028.
197 Russo A, Grigioni F, Avierinos JF, Freeman WK, Suri R, Michelena H, et al. Thromboembolic complications after surgical correction of mitral regurgitation incidence, predictors, and clinical implications. J Am Coll Cardiol. 2008;51(12):1203-11. doi: 10.1016/j.jacc.2007.10.058.
198 ElBardissi AW, DiBardino DJ, Chen FY, Yamashita MH, Cohn LH. Is early antithrombotic therapy necessary in patients with bioprosthetic aortic valves in normal sinus rhythm? J Thorac Cardiovasc Surg. 2010;139(5):1137-45. doi: 10.1016/j.jtcvs.2009.10.064.
199 Hansson NC, Grove EL, Andersen HR, Leipsic J, Mathiassen ON, Jensen JM, et al. Transcatheter aortic valve thrombosis: incidence, predisposing factors, and clinical implications. J Am Coll Cardiol. 2016;68(19):2059-2069. doi: 10.1016/j.jacc.2016.08.010.
200 Pache G, Schoechlin S, Blanke P, Dorfs S, Jander N, Arepalli CD, et al. Early hypo-attenuated leaflet thickening in balloon-expandable transcatheter aortic heart valves. Eur Heart J. 2016;37(28):2263-71. doi: 10.1093/eurheartj/ehv526.
201 Lip GY, Nieuwlaat R, Pisters R, Lane DA, Crijns HJ. Refining clinical risk stratification for predicting stroke and thromboembolism in atrial fibrillation using a novel risk factor-based approach: the euro heart survey on atrial fibrillation. Chest. 2010;137(2):263-72. doi: 10.1378/chest.09-1584.
202 Lavitola P de L, Sampaio RO, Oliveira WA, Bôer BN, Tarasoutchi F, Spina GS, et al. Warfarin or aspirin in embolism prevention in patients with mitral valvulopathy and atrial fibrillation. Arq Bras Cardiol. 2010;95(6):749-55. doi: .
203 Higashi MK, Veenstra DL, Kondo LM, Wittkowsky AK, Srinouanprachanh SL, Farin FM, et al. Association between CYP2C9 genetic variants and anticoagulation-related outcomes during warfarin therapy. JAMA. 2002;287(13):1690-8. PMID: 11926893.
204 Landefeld CS, Beyth RJ. Anticoagulant-related bleeding: clinical epidemiology, prediction, and prevention. Am J Med. 1993;95(3):315-28. PMID: 8368229.
205 Arom KV, Emery RW, Nicoloff DM, Petersen RJ. Anticoagulant related complications in elderly patients with St. Jude mechanical valve prostheses. J Heart Valve Dis. 1996;5(5):505-10. PMID: 8894990.
206 Cappelleri JC, Fiore LD, Brophy MT, Deykin D, Lau J. Efficacy and safety of combined anticoagulant and antiplatelet therapy versus anticoagulant monotherapy after mechanical heart-valve replacement: a metaanalysis. Am Heart J. 1995;130(3 Pt 1):547-52. PMID: 7661074.
207 Turpie AG, Gunstensen J, Hirsh J, Nelson H, Gent M. Randomised comparison of two intensities of oral anticoagulant therapy after tissue heart valve replacement. Lancet. 1988;1(8597):1242-5. PMID: 2897516.
208 Hughes M, Lip GY; Guideline Development Group for the NICE national clinical guideline for management of atrial fibrillation in primary and secondary care. Risk factors for anticoagulation-related bleeding complications in patients with atrial fibrillation: a systematic review. QJM. 2007;100(10):599-607. doi: 10.1093/qjmed/hcm076.
209 Ezekowitz MD, Nagarakanti R, Noack H, Brueckmann M, Litherland C, Jacobs M, et al. Comparison of dabigatran and warfarin in patients with atrial fibrillation and valvular heart disease: The RE-LY Trial (Randomized Evaluation of Long-Term Anticoagulant Therapy). Circulation. 2016;134(8):589-98. doi: 10.1161/CIRCULATIONAHA.115.020950.
210 Breithardt G, Baumgartner H, Berkowitz SD, Hellkamp AS, Piccini JP, Stevens SR, et al; ROCKET AF Steering Committee & Investigators. Clinical characteristics and outcomes with rivaroxaban vs. warfarin in patients with non-valvular atrial fibrillation but underlying native mitral and aortic valve disease participating in the ROCKET AF trial. Eur Heart J. 2014;35(47):3377-85. doi: 10.1093/eurheartj/ehu305.
211 Avezum A, Lopes RD, Schulte PJ, Lanas F, Gersh BJ, Hanna M, et al. Apixaban in comparison with warfarin in patients with atrial fibrillation and valvular heart disease: findings from the apixaban for reduction in stroke and other thromboembolic events in atrial fibrillation (ARISTOTLE) Trial. Circulation. 2015;132(8):624-32. doi: 10.1161/CIRCULATIONAHA.114.014807.
212 Catovic S, Popovic ZB, Tasic N, Nezic D, Milojevic P, Djukanovic B, et al. Impact of concomitant aortic regurgitation on long-term outcome after surgical aortic valve replacement in patients with severe aortic stenosis. J Cardiothorac Surg. 2011 Apr 13;6:51. doi: 10.1186/1749-8090-6-51.
213 Hwang MH, Hammermeister KE, Oprian C, Henderson W, Bousvaros G, Wong M, et al. Preoperative identification of patients likely to have left ventricular dysfunction after aortic valve replacement. Participants in the Veterans Administration Cooperative Study on Valvular Heart Disease. Circulation. 1989;80(3 Pt 1):I65-76. PMID: 2670330.
214 Zilberszac R, Gabriel H, Schemper M, Zahler D, Czerny M, Maurer G, et al. Outcome of combined stenotic and regurgitant aortic valve disease. J Am Coll Cardiol. 2013;61(14):1489-95. doi: 10.1016/j.jacc.2012.11.070.
215 Topal AE, Eren MN, Celik Y. Left ventricle and left atrium remodeling after mitral valve replacement in case of mixed mitral valve disease of rheumatic origin. J Card Surg. 2010;25(4):367-72. doi: 10.1111/j.1540-8191.2010.01062.x.
216 Unger P, Clavel MA, Lindman BR, Mathieu P, Pibarot P. Pathophysiology and management of multivalvular disease. Nat Rev Cardiol. 2016;13(7):429-40. doi: 10.1038/nrcardio.2016.57.
217 Sorajja P, Cabalka AK, Hagler DJ, Rihal CS. Percutaneous repair of paravalvular prosthetic regurgitation: acute and 30-day outcomes in 115 patients. Circ Cardiovasc Interv 2011;4(4):314-21. doi: 10.1161/CIRCINTERVENTIONS.110.960955.
218 Webb JG, Wood DA, Ye J, Gurvitch R, Masson JB, Rodés-Cabau J, et al. Transcatheter valve-in-valve implantation for failed bioprosthetic heart valves. Circulation. 2010;121(16):1848-57. doi: 10.1161/CIRCULATIONAHA.109.924613.
219 Piazza N, Bleiziffer S, Brockmann G, Hendrick R, Deutsch MA, Opitz A, et al. Transcatheter aortic valve implantation for failing surgical aortic bioprosthetic valve: from concept to clinical application and evaluation (Part 1). JACC Cardiovasc Interv. 2011;4(7):721-32. doi: 10.1016/j.jcin.2011.03.016.
220 Pibarot P, Dumesnil JG. Doppler echocardiographic evaluation of prosthetic valve function. Heart. 2012;98(1):69-78. doi: 10.1136/heartjnl-2011-300351.
221 Pibarot P, Dumesnil JG. Prosthesis-patient mismatch: definition, clinical impact, and prevention. Heart. 2006;92(8):1022-9. doi: 10.1136/hrt.2005.067363.
222 Head SJ, Mokhles MM, Osnabrugge RL, Pibarot P, Mack MJ, Takkenberg JJ, et al. The impact of prosthesis-patient mismatch on long-term survival after aortic valve replacement: a systematic review and meta-analysis of 34 observational studies comprising 27186 patients with 133141 patient-years. Eur Heart J. 2012;33(12):1518-29. doi: 10.1093/eurheartj/ehs003.
223 Genoni M, Franzen D, Vogt P, Seifert B, Jenni R, Künzli A, et al. Paravalvular leakage after mitral valve replacement: improved long-term survival with aggressive surgery? Eur J Cardiothorac Surg. 2000;17(1):14-9. PMID: 10735406.
224 Ruiz CE, Jelnin V, Kronzon I, Dudiy Y, Del Valle-Fernandez R, Einhorn BN, et al. Clinical outcomes in patients undergoing percutaneous closure of periprosthetic paravalvular leaks. J Am Coll Cardiol. 2011;58(21):2210-7. doi: 10.1016/j.jacc.2011.03.074.
225 Sorajja P, Cabalka AK, Hagler DJ, Rihal CS. Long-term follow-up of percutaneous repair of paravalvular prosthetic regurgitation. J Am Coll Cardiol. 2011;58(21):2218-24. doi: 10.1016/j.jacc.2011.07.041.
226 Côté N, Pibarot P, Clavel MA. Incidence, risk factors, clinical impact, and management of bioprosthesis structural valve degeneration. Curr Opin Cardiol. 2017;32(2):123-129. doi: 10.1097/HCO.0000000000000372.
227 Panaich SS, Eleid MF. Tricuspid valve-in-valve implantation for failing bioprosthetic valves: an evolving standard of care. Ann Transl Med. 2016;4(20):410. doi: 10.21037/atm.2016.10.44.
228 Condado JF, Kaebnick B, Babaliaros V. Transcatheter mitral valve-in-valve therapy. Interv Cardiol Clin. 2016;5(1):117-123. doi: 10.1016/j.iccl.2015.08.011.
229 Ando T, Takagi H; ALICE (All-Literature Investigation of Cardiovascular Evidence) Group. Percutaneous closure of paravalvular regurgitation after transcatheter aortic valve implantation: a systematic review. Clin Cardiol. 2016;39(10):608-14. doi: 10.1002/clc.22569.
230 Ejiofor JI, Yammine M, Harloff MT, McGurk S, Muehlschlegel JD, Shekar PS, et al. Reoperative surgical aortic valve replacement versus transcatheter valve-in-valve replacement for degenerated bioprosthetic aortic valves. Ann Thorac Surg. 2016;102(5):1452-8. doi: 10.1016/j.athoracsur.2016.05.086.
231 García E, Arzamendi D, Jimenez-Quevedo P, Sarnago F, Martí G, Sanchez-Recalde A, et al. Outcomes and predictors of success and complications for paravalvular leak closure. An analysis of the SpanisH real-wOrld paravalvular Leaks closure registry (HOLE registry). EuroIntervention. 2017;12(16):1962-1968. doi: 10.4244/EIJ-D-16-00581.
232 Sorajja P. Mitral paravalvular leak closure. Interv Cardiol Clin. 2016;5(1):45-54. doi: 10.1016/j.iccl.2015.08.004.
233 Cruz-Gonzalez I, Rama-Merchan JC, Calvert PA, Rodríguez-Collado J, Barreiro-Pérez M, Martín-Moreiras J, et al. Percutaneous closure of paravalvular leaks: a systematic review. J Interv Cardiol. 2016;29(4):382-92. doi: 10.1111/joic.12295.
234 Luluaga IT, Carrera D, D'Oliveira J, Cantaluppi CG, Santin H, Molteni L, et al. Successful thrombolytic therapy after acute tricuspid-valve obstruction. Lancet. 1971;1(7708):1067-8. PMID: 4102990.
235 Sakr SA, Abdel-Shakour H, Ramadan MM. Successful fibrinolytic treatment of prosthetic heart valve thrombosis using streptokinase. Acta Clin Belg. 2015;70(3):159-66. doi: 10.1179/2295333714Y.0000000107.
236 Keuleers S, Herijgers P, Herregods MC, Budts W, Dubois C, Meuris B, et al. Comparison of thrombolysis versus surgery as a first line therapy for prosthetic heart valve thrombosis. Am J Cardiol. 2011;107(2):275-9. doi: 10.1016/j.amjcard.2010.09.013.
237 Castilho FM, Sousa MR, Mendonca AL, Ribeiro AL, Caceres-Loriga FM. Thrombolytic therapy or surgery for valve prosthesis thrombosis: systematic review and metanalysis. J Thromb Haemost. 2014;12(8):1218-28. doi: 10.1111/jth.12577.
238 Jeffrey RR. Clots and cardiac valve prostheses. J Thromb Haemost. 2014;12(8):1216-7. doi: 10.1111/jth.12640.
239 Lengyel M, Horstkotte D, Voller H, Mistiaen WP; Working Group Infection, Thrombosis, Embolism and Bleeding of the Society for Heart Valve Disease. Recommendations for the management of prosthetic valve thrombosis. J Heart Valve Dis. 2005;14(5):567-75. PMID: 16245493.
240 Salem DN, O'Gara PT, Madias C, Pauker SG. Valvular and structural heart disease: American College of Chest Physicians Evidence-Based Clinical Practice Guidelines (8th Edition). Chest 2008;133(6 Suppl):593S-629S. doi: 10.1378/chest.08-0724.
241 Biteker M, Altun I, Basaran O, Dogan V, Yildirim B, Ergun G. Treatment of Prosthetic Valve Thrombosis: Current Evidence and Future Directions. J Clin Med Res 2015;7(12):932-6. doi: 10.14740/jocmr2392w.
242 Seabra Garcez JD, Rosa VE, Lopes AS, Accorsi TA, Fernandes JR, Pomerantzeff PM, et al. Patient management with metallic valve prosthesis during pregnancy and postpartum period. Arq Bras Cardiol. 2015;105(4):426-9. doi: 10.5935/abc.20150130.
243 Maria Alberto Pomerantzeff P, Padovani Steffen S, Manuel de Almeida Brandão C, Aparecida Lapenna G, Tarasoutchi F, Biscegli Jatene F. Surgical thrombectomy of mechanical valve thrombosis. J Heart Valve Dis. 2015;24(6):780-4. PMID: 27997787.