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Características orofaciais de idosos funcionalmente independentes

Características orofaciais de idosos funcionalmente independentes

Autores:

Danielle Nunes Moura Silva,
Erica de Araújo Brandão Couto,
Helena Maria Gonçalves Becker,
Maria Aparecida Camargos Bicalho

ARTIGO ORIGINAL

CoDAS

versão On-line ISSN 2317-1782

CoDAS vol.29 no.4 São Paulo 2017 Epub 20-Jul-2017

http://dx.doi.org/10.1590/2317-1782/20172016240

INTRODUÇÃO

O aumento da expectativa de vida da população mundial é uma conquista da humanidade. Todavia, este fato acarreta acréscimo das demandas sociais e econômicas em todos os países onde ocorre(1). O envelhecimento, seguindo esta lógica mundial, vem se tornando um importante foco de atenção à saúde(1). Estudos prévios têm demonstrado que os indivíduos podem alcançar o envelhecimento sadio por meio da adoção de hábitos saudáveis e da eliminação ou redução de fatores de risco, doenças e incapacidades funcionais. A multidimensionalidade do envelhecimento saudável se caracteriza pela manutenção da saúde mental, física, social, emocional e pelo envolvimento ativo na vida cotidiana(2).

A conservação da capacidade para realizar as atividades de vida diária (AVD) é elemento fundamental para a classificação do idoso como funcionalmente independente(2). O declínio cognitivo é uma condição comum em idosos e relaciona-se com etiologias diversas, dentre elas as demências(3). O Comprometimento Cognitivo Leve (CCL) acomete 15% dos idosos e é definido como uma condição ou estado intermediário entre as mudanças cognitivas inerentes ao envelhecimento e as demências, processo que não pode ser considerado inexorável, pois 25 a 30% dos portadores desta condição podem regredir à cognição normal(4,5). Apesar da presença de leve declínio cognitivo, portadores de CCL mantêm a independência funcional ou apresentam dificuldades discretas para executar as AVD e, portanto, caso não apresentem outras situações de agravo importante à saúde, podem compor o grupo de envelhecimento saudável(2).

Diante do processo de envelhecimento natural, dentre as alterações estruturais e fisiológicas gerais, as disfunções surgidas no sistema estomatognático geralmente estão associadas a alterações dos dentes, dos ossos faciais, dos órgãos fonoarticulatórios e do controle neurológico das fibras musculares, o que pode determinar a diminuição sensório-motora e funcional dessas estruturas(6-8).

As modificações miofuncionais orofaciais no processo de envelhecimento ainda são pouco conhecidas. Por isso, o uso de protocolos normatizados proporciona adequada comparação em momentos distintos e em diferentes indivíduos, visando obter melhor diagnóstico e aumentar o potencial terapêutico(9).

Diante do exposto, a hipótese de que ocorrem mudanças no aspecto e na mobilidade do sistema estomatognático decorrentes do processo senescente, com maior prevalência de distúrbios em idosos edêntulos e classificados em níveis socioeconômicos menos favorecidos, impulsionou esta pesquisa. O objetivo deste estudo foi conhecer as principais características orofaciais de idosos funcionalmente independentes e analisar se existe associação com a idade, gênero, nível socioeconômico e estado dentário.

MÉTODO

Trata-se de um estudo observacional transversal, de caráter analítico, composto por amostra de conveniência não probabilística. O cálculo amostral aleatório simples apontou a necessidade de se avaliar ao menos 65 idosos, considerando a série histórica presencial mensal da população estudada, o tempo de coleta previsto, um erro amostral de 5% e um nível de significância de 5%. Este trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Minas Gerais sob o parecer 18724513.1.0000.5149. O estudo foi conduzido no Instituto Jenny de Andrade Faria (IJAF) de Atenção à Saúde do Idoso do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais (HC-UFMG). O IJAF é um centro de referência de atenção, diagnóstico e tratamento de transtornos cognitivos, funcionais e de doenças que podem acometer idosos do Sistema Único de Saúde (SUS) de Belo Horizonte, composto por uma equipe multidisciplinar de saúde. O serviço utiliza uma avaliação geriátrica padronizada intitulada Protocolo de Avaliação Multidimensional do Idoso, que consiste da aplicação de vários instrumentos de avaliação funcional, cognitiva, psiquiátrica e comportamental, descritos anteriormente em outros estudos realizados no IJAF(10,11). Além disso, com a finalidade de pesquisar evidências de sarcopenia, em cada paciente do instituto (IJAF), se calcula o Índice de Massa Corporal (IMC) - IMC = peso (kg) dividido pela estatura (m) ao quadrado, utilizando-se os pontos de corte: magreza ou baixo peso (IMC < 22 kg/m2); eutrofia (IMC 22 a < 27 kg/m2); sobrepeso (IMC 27 a < 30 kg/m2); e obesidade (IMC ≥ 30 kg/m2), segundo os critérios de Nutrition Screening Initiative – NSI 2000(12). E também é feita a medição da circunferência da panturrilha (CP) - CP = com o (a) idoso (a) sentado (a), joelho flexionado formando um ângulo de noventa graus com o chão, outro indicador interessante de sarcopenia, considerando-se como sinal medida menor ou igual a 31 cm(12). Dependendo da indicação clínica, ainda são associados exames laboratoriais e de neuroimagem como tomografia computadorizada de crânio e/ou ressonância nuclear magnética de encéfalo.

Os idosos do presente estudo foram recrutados de maneira aleatória a partir de seu atendimento no ambulatório de Comprometimento Cognitivo Leve do IJAF (CCL - IJAF), no período entre agosto de 2013 e março de 2014. O CCL – IJAF tem por objetivo avaliar e acompanhar sujeitos com hipótese diagnóstica de CCL. Os idosos, além da avaliação clínica-geriátrica supracitada, também foram submetidos a um protocolo de avaliação neuropsicológica explicitada em estudo prévio com esta mesma população(10). A confirmação do diagnóstico foi realizada por meio da avaliação neuropsicológica, de acordo com as recomendações do The National Institute on Aging and the Alzheimer’s Association(13).

Foram excluídos do estudo sujeitos com idade inferior a 60 anos; idosos submetidos a algum tipo de intervenção fonoaudiológica prévia; portadores de incapacidade cognitiva, deficiência intelectual e/ou alterações de compreensão e expressão que pudessem comprometer a realização das provas; vítimas de traumatismo cranioencefálico, acidente vascular encefálico; portadores de doenças neuromusculares, paralisia facial ou deformidades craniofaciais; e sujeitos com uma ou mais queixas de sinais e/ou sintomas de disfagia. Estas informações foram obtidas na anamnese e por meio de revisão do Protocolo de Avaliação Multidimensional do paciente.

Foram selecionados 68 indivíduos portadores de CCL ou com cognição normal, que se incluíram nos demais critérios deste estudo e concordaram em participar da pesquisa assinando o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Os sujeitos selecionados foram submetidos a avaliação fonoaudiológica pela pesquisadora principal, inicialmente, por meio de anamnese/entrevista que incluía o Critério de Classificação Econômica Brasil (CCEB)(14). A seguir, foi realizada a inspeção da condição bucal com a contagem dos dentes naturais e aplicação do item “Uso de Próteses” do Manual da Equipe de Campo da Pesquisa Nacional de Saúde Bucal do Ministério da Saúde(15). Por fim, foi aplicado o Protocolo Avaliação Miofuncional Orofacial com Escalas para Idosos(9) (AMIOFE-I) como embasamento para caracterizar as condições do sistema estomatognático. Para análise qualitativa, foi realizada a descrição de cada achado conforme preconizado pelos autores do protocolo e, para análise quantitativa, a fim de otimizar a interpretação dos resultados, se optou por apresentar os resultados em categorias dicotômicas. As opções diferentes de: “normal”; “normal para a idade”; ou “cumprem normalmente a função” foram consideradas unicamente como ‘alteração’.

Importante salientar que no presente estudo somente dois eixos do protocolo foram analisados, são eles: Aspecto/Aparência/Postura e Mobilidade. A análise da funcionalidade oromiofuncional (eixo Funções) foi excluída deste estudo por acreditarmos ser necessário um aprofundamento teórico exclusivo deste tópico para melhor caracterizá-lo.

Cada participante foi filmado durante a aplicação do protocolo com o equipamento Cyber-shot DSC – T10®, da marca Sony. Na gravação, foi adotado o seguinte roteiro: registro de uma imagem estática (duração em média de 10 segundos) para avaliação da aparência e postura dos componentes do sistema estomatognático e provas de mobilidade de lábios, língua, mandíbula e bochechas.

Depois da finalização da coleta, uma outra avaliadora cega, no caso uma fonoaudióloga com experiência na área de motricidade oral e gerontologia, recebeu 10% da amostra para análise - correspondente a sete gravações aleatórias de aplicação do AMIOFE-I previamente executadas pela pesquisadora principal - e preencheu suas avaliações e seus julgamentos em protocolos AMIOFE-I em branco. O mesmo foi feito para a pesquisadora principal, que também recebeu as mesmas sete gravações aleatórias para novos julgamentos. A concordância entre as duas avaliadoras e intraexaminador (pesquisadora principal) foi executada por meio do coeficiente Kappa(16). Os níveis de concordância entre as examinadoras de cada tópico do protocolo transitaram entre moderado e excelente (o menor Kappa= 0,588 e o maior = 1,00). Esta variação pode ser justificada devido ao protocolo AMIOFE-I se basear em análises subjetivas influenciadas por formação teórica e experiências clínicas diferentes, apesar de as examinadoras terem sido submetidas a prévio treinamento. A concordância intraexaminador permeou entre resultados substanciais e excelentes (o menor Kappa = 0,696 e o maior = 1,00), confirmando o alto índice de confiabilidade e reprodutibilidade das análises.

Realizou-se análise descritiva da distribuição de frequência das variáveis categóricas. Para as variáveis contínuas, foi realizada análise das medidas de tendência central (média) e de dispersão (desvio padrão). Foram utilizados os testes quiquadrado e Exato de Fisher como medidas de associação quantitativas. Nos julgamentos das variáveis contínuas relacionadas às categóricas, executaram-se comparações das médias por meio de Regressão Linear, T-Student, ANOVA, Mann-Whitney e Kruskall-Wallis. Em todas as análises, foi considerado nível de significância α=0,05, por meio do software R versão 3.1.1.

RESULTADOS

Foram avaliados 68 idosos, com média de idade de 75,12 anos (idade mínima de 62 e máxima de 92 anos), desvio padrão de 6,76 e a maioria era do gênero feminino (63,2%). Foi encontrada média de dentes naturais totais de 6,68 e moda igual a O, evidenciando que a maioria era edêntula (51,5%). Metade da amostra apresentou edentulismo e a outra metade tinha perda parcial dos dentes, sendo que 79,4% faziam uso de algum tipo de prótese na arcada superior e 61,8% na inferior. O tipo “prótese dentária total” foi o mais prevalente (57% na arcada superior e 38% na arcada inferior).

A população estudada possuía funcionalidade preservada, entretanto, por se tratar de uma amostra de idosos, se preconizou caracterizar melhor a amostra evidenciando as comorbidades e os dados socioeconômicos, ilustrada no Gráfico 1.

Gráfico 1 Características clínicas, cognitivas e socioeconômicas da população estudada  

Ainda sobre a caracterização da amostra, 65 idosos foram submetidos à triagem de sarcopenia e foi encontrada média de IMC = 26,84668 kg/m2 (moda = 24,902; desvio padrão = 4,459304; mínimo = 17,110 kg/m2 e máximo 44,180 kg/m2), sendo que 25% destes apresentavam IMC = ou < 24,1860 kg/m2; e média de CP = 36,27 cm (moda = 36; desvio padrão = 3,913; mínimo = 28cm e máximo 47cm), também somente 25% destes apresentavam CP = ou < 33cm. Não houve relação estatisticamente significante entre estes marcos de sarcopenia com as características orofaciais da amostra.

Os achados de aspecto/postura e mobilidade das estruturas do sistema estomatognático, em sua maioria, foram classificados como normais, as alterações, quando presentes, foram mais prevalentes em bochechas, mandíbula e língua. Mais detalhes encontram-se descritos no Quadro 1 e nas Tabelas 1 e 2.

Quadro 1 Resultados da avaliação orofacial com escores do protocolo AMIOFE-I. Escores máximos do protocolo, médias e desvios padrão (DP) das avaliações da examinadora 1 (validação do protocolo) versus pesquisadora principal (presente estudo) 

Resultado do estudo de Validação do Protocolo AMIOFE-I
(examinadora 1)
Resultado do presente estudo
(pesquisadora principal)
Itens do AMIOFE-I Escore Máximo AMIOFE-I Média DP Média DP
Aparência/Postura
Lábios 12 8,41 1,94 10,24 1,42
Mento 8 6,35 1,06 7,26 1,33
Mandíbula 12 10,47 1,28 11,38 1,00
Bochechas 8 5,88 0,93 6,41 1,02
Face 8 4,94 0,83 6,41 1,16
Língua 8 6,24 1,03 7,78 0,64
Mobilidade
Lábios 24 16,12 2,83 23,44 1,26
Língua 36 17,94 3,21 33,54 5,14
Mandíbula 30 19,00 5,20 28,72 2,08
Bochechas 24 15,94 4,59 22,28 3,08

Tabela 1 Aspecto das estruturas orofaciais 

Aspecto %
Face
Simétrica 73,5
Assimétrica 26,5
Sulco Nasolabial
Normal para a idade 39,7
Acentuado 60,3
Volume de Bochechas*
Normal 72,1
Aumentado 27,9
Configuração de Bochechas*
Normal 20,6
Flácida/Arqueada 79,4
Aspecto/Volume do Mentual
Normal 72,1
Alterado/Aumentado 27,9
Vedamento Labial (Lábios – oclusão)
Cumprem normalmente a função 50
Alterado (ocluídos com tensão ou ausência de vedamento) 50
Volume e Configuração dos Lábios
Normal 60,3
Alterado 39,7
Comissuras Labiais
Normais (no nível da rima bucal e simétricas) 47,1
Deprimidas (abaixo da rima bucal, assimétricas e/ou igualmente caídas) 52,9
Postura de Língua
Normal (contida na cavidade oral) 100
Alterado (presença de apertamento ou entre os arcos) 0
Volume da Língua
Normal 86,8
Alterado (volume aumentado e/ou língua alargada) 13,2
Palato Duro
Normal 92,6
Largura Diminuída 7,4

*Porcentagem referente a 59 avaliações válidas, exclusão de 9 pacientes por ausência de registro de dados

Tabela 2 Mobilidade das estruturas orofaciais 

Mobilidade %
Lábios
Desempenhos Normais1 79,4
Habilidades insuficientes ou ausentes 20,6
Bochechas*
Desempenhos Normais2 76,3
Habilidades insuficientes ou ausentes 23,7
Mandíbula
Desempenhos Normais3 66,2
Habilidades insuficientes ou ausentes 33,8
Língua
Desempenhos Normais4 66,2
Habilidades insuficientes ou ausentes 33,8
Alterações mais prevalentes*: Lateralidade do ar em bochechas infladas
Normal 76,3
Habilidade ausente 8,8
Alterações mais prevalentes: Lateralidade de Mandíbula para direita
Normal 70,6
Habilidade insuficiente 29,4
Alterações mais prevalentes: Lateralidade de Mandíbula para esquerda
Normal 72,1
Habilidade insuficiente 27,9
Alterações mais prevalentes: Elevação de Língua
Normal 66,2
Habilidade insuficiente 33,8

*Porcentagem referente a 59 avaliações válidas, exclusão de 9 pacientes por ausência de registro de dados;

1Normalidade dos seguintes movimentos: Protrusão, Retração e Lateralidade;

2Normalidade dos seguintes movimentos: Inflar, Suflar, Retrair e Lateralizar o ar;

3Normalidade dos seguintes movimentos: Abaixar, Elevar, Lateralizar, Protruir;

4Normalidade dos seguintes movimentos: Protruir, Retrair, Lateralizar, Elevar, Abaixar

Houve associação significativa entre as classes definidas pelo CCEB e o número de dentes naturais presentes na cavidade oral, mais precisamente entre as Classes B1 com as demais classes (A1, A2, B2, C1, C2, D, E) ao se avaliar ambas as arcadas (p= 0,009) e arcada superior (p= 0,009). Na arcada inferior, houve diferença estatisticamente significante somente entre as Classes B1 com B2, C2 e D (p= 0,009). Em geral, idosos de classes socioeconômicas mais altas apresentaram maior número de elementos dentários naturais quando comparados a classes mais baixas.

A maioria da amostra não apresentou associações estatisticamente significantes entre o número de dentes e as características orofaciais, à exceção da relação entre o número de dentes naturais e o volume e configuração dos lábios (p=0,045) e a mobilidade de mandíbula (p=0,048), demonstrado na Tabela 3.

Tabela 3 Associação entre elementos dentários e aspectos dos lábios e mobilidade de mandíbula 

Dentes Naturais na Arcada Superior
Variáveis média
N
desvio padrão
N
Valor-p
Volume e Configuração dos lábios
Normais 3,46 5,01 0,045*
Diminuídos e estirados 1,11 3,00
Dentes Naturais na Arcada Inferior
média
N
desvio padrão
N
Valor-p
Mobilidade da Mandíbula
Normais 5,02 5,11 0,048*
Habilidades insuficientes ou ausentes 2,43 4,33

*Regressão Logística

Em relação ao uso de prótese oral superior e inferior, foram observadas associações estatisticamente significantes com o aspecto da região perioral (Tabela 4).

Tabela 4 Associação do Aspecto das estruturas Orofaciais com o Uso de Próteses 

Arcada Superior Arcada Inferior
Não utiliza (edêntulos ou dentados parciais) Parcial removível ou total e/ou ponte fixa Odds Ratio (IC*) Valor-p Não utiliza
(edêntulos ou dentados parciais)
Parcial removível ou total e/ou ponte fixa Odds Ratio (IC*) Valor-p
Variáveis N(%) N(%) N(%) N(%)
Sulco Nasolabial 8,708
(2,139- 35,451)
0,002** 6,044
(2,062- 17,721)
0,001**
Normal para a idade 11(78,6%) 16(29,6%) 17(65,4%) 10(23,8%)
Acentuado 3(21,4%) 38(70,4%) 9(34,6%) 32(76,2%)
Total 14(100%) 54(100%) 26(100%) 42(100%)
Tensão e Configuração das Bochechas
6,714
(1,803- 24,998)
0,002*** 3,918
(1,140- 13,469)
0,033***
Normais 7(50,0%) 7(13%) 9(65,4%) 5(11,9%)
Flácidas/Arqueadas 7(50,0%) 47(87%) 17(34,6%) 37(88,1%)
Total 14(100%) 54(100%) 26(100%) 42(100%)
Comissuras Labiais 0,174
(0,043- 0,696)
0,014**
No nível da rima bucal e/ou simétricas 11(78,6%) 21(38,9%)
Abaixo da rima bucal e/ou assimétricas 3(21,4%) 33(61,1%) ------ ------ ------ ------
Total 14(100%) 54(100%)

*Intervalo de Confiança;

**Teste Quiquadrado;

***Teste Exato de Fisher

Não houve relação estatisticamente significante entre as características orofaciais dos idosos deste estudo e a progressão da idade ou classe social, mas foi encontrada associação quanto aos gêneros. As mulheres apresentaram cerca de três vezes mais chances de possuírem aspecto normal dos lábios (p = 0,004) e, por outro lado, quatro vezes mais chances de terem alguma alteração de mobilidade de lábios (p = 0,028).

Finalmente se executou uma interanálise do aspecto/postura/mobilidade das estruturas orofaciais da amostra a fim de se evidenciar prováveis relações causa-efeito do aspecto das estruturas estomatognáticas entre si, porém ocorreram associações estatisticamente significantes somente entre postura dos lábios e aspecto das bochechas; e entre sulco nasolabial e aspecto dos lábios, conforme demonstrado na Tabela 5.

Tabela 5 Interanálise do Sistema Estomatognático da Amostra 

Tensão e Configuração das Bochechas
Flácidas ou Arqueadas Tensão ou Configuração Normais Odds Ratio (IC*) Valor-p
Variáveis N(%) N(%)
Postura dos Lábios
Ocluídos com tensão ou Ausência de Vedamento 31(57,4%) 3(21,4%) 4,942 (1,236-19,972) 0,033***
Ocluídos 23(42,6%) 11(78,6%)
Total 54(100%) 14(100%)
Volume e Configurações dos Lábios
Diminuídos ou Estirados Normais Odds Ratio (IC*) Valor-p
N(%) N(%)
Sulco Nasolabial
Acentuado 22(81,5%) 19(46,3%) 0,196 (0,062-0,619) 0,004**
Normal para a idade 5(18,5%) 22(53,7%)
Total 27(100%) 41(100%)

*Intervalo de Confiança;

**Teste Quiquadrado;

***Teste Exato de Fisher

DISCUSSÃO

A maioria da população estudada mostrou-se edêntula. Estudos prévios transversais(17-20) e demográfico(21) com idosos brasileiros apontaram que o edentulismo varia de 61 a 87,1%. Entretanto, todas estas pesquisas evidenciam que a perda dos dentes não pode ser considerada um processo natural do envelhecimento, enfatizando a necessidade da implementação de políticas públicas de prevenção e promoção de saúde(19,20).

O uso de próteses dentárias vem como consequência destes altos índices de perda dentária. Na presente pesquisa, se evidenciou que a maioria é usuária de prótese dentária, diferente dos achados observados em Recife(18) e em Porto Alegre(17), nos quais a maioria dos participantes não fazia uso de prótese. Esta discordância pode ser explicada pela diferente composição das amostras, caracterizada pela presença de indivíduos institucionalizados e mais dependentes. Por outro lado, outros estudos corroboram com a presente amostra. Uma pesquisa realizada no Distrito Federal(19), ao traçar o perfil da condição bucal de idosas, obteve resultados semelhantes, com 74,3% usuárias de prótese total na arcada superior e 47,1% na inferior. Um levantamento epidemiológico brasileiro de 2010 também encontrou resultados parecidos na faixa etária de 65 a 74 anos, pois igualmente se deparou com alta percentagem de idosos usuários de algum tipo de prótese dentária, sendo 76,5% na arcada superior e 53,9% na inferior(21).

Sobre as principais características orofaciais, a maior parte da amostra apresentou padrão de normalidade da aparência/postura dos elementos do sistema estomatognático, além de escores mais próximos aos considerados normais pelo protocolo AMIOFE-I(9). As alterações, quando presentes, eram principalmente da região perioral. Houve prevalência de quatro marcos de anormalidade nessa área: sulco nasolabial acentuado; bochechas flácidas; vedamento labial com tensão ou ausência de vedamento; e finalmente comissuras labiais deprimidas.

Estas alterações faciais são notórias e possuem um profundo efeito na aparência do indivíduo. O envelhecimento facial é o resultado da combinação das alterações ósseas com os tecidos moles. Adelgaçamento da epiderme e derme, bem como as fibras de colágeno fragmentadas são conhecidas modificações estruturais na pele envelhecida. Além disso, ocorrem modificações esqueléticas com a progressão da idade, algumas áreas mantêm contínuo crescimento enquanto outras apresentam reabsorção óssea, promovendo novos ângulos entre os ossos da face(22,23). A transformação das inserções musculares associadas à diminuição da elasticidade da derme, à redução da mobilidade e tensão dos músculos faciais e ao aumento de camada adiposa subcutânea formam a conhecida flacidez facial, uma característica do envelhecimento(24-27). Exemplos dessas modificações combinadas no sistema estomatognático foram evidenciadas pela amostra do presente estudo. Idosos com alterações na oclusão labial apresentaram cerca de cinco vezes mais chances de possuírem bochechas flácidas e/ou arqueadas (p = 0,033) e a presença de sulco nasolabial normal foi considerado fator de proteção para adequado volume dos lábios (p = 0,004), nesta população.

Um marco do processo de envelhecimento mais evidente é, geralmente, o aspecto das bochechas. Estudos evidenciam que idosos, em sua maioria, apresentam bochechas consideradas caídas, flácidas ou arqueadas, justificadas pelas alterações acima mencionadas de envelhecimento ósseo e dos tecidos moles(26). Um segundo marco são os lábios, em uma análise de fotos e gravações da região perioral de 221 sujeitos estratificados em cinco grupos com idades crescentes, foi observado decréscimo estatisticamente significante da espessura do lábio superior em repouso e durante o sorriso a partir dos 40 anos de idade(27). Em análise cefalométrica de 182 fotos frontais de idosos, se confirmou que o comprimento do lábio superior aumenta com o avanço da idade em relação ao comprimento e a largura da boca. Estes achados foram confirmados por meio de ressonância magnética e exame histológico, que evidenciaram redução significativa da espessura no nível médio do lábio superior e relação inversamente proporcional entre a diminuição da espessura da cútis e o aumento do tecido adiposo subcutâneo. Importante salientar que as grandes variações anatômicas interindividuais produzem ainda muitos vieses nas investigações em envelhecimento perioral(25).

Ainda sobre as particularidades do sistema estomatognático da amostra, a mobilidade dos órgãos fonoarticulatórios dentro dos padrões de normalidade correspondeu a 60% das avaliações. Estudo anterior (17) também encontrou percentagem acima de 58% de normalidade, em especial de lábios e de língua, mesmo em população idosa institucionalizada. Estes dados são discordantes apenas dos resultados de trabalho realizado em 2010 em uma Instituição de Longa Permanência para Idosos (ILPI) do Recife(18), no qual foi observada tendência à hipomobilidade da musculatura dos lábios em 69% dos indivíduos, das bochechas em 77% e da língua em 85%. Esta discrepância pode ser explicada pela possível composição da amostra por idosos vítimas de eventos vasculares, doenças neuromusculares, disfagia, paralisia facial ou sarcopenia, afinal não ficou claro se estas comorbidades foram consideradas como fatores de exclusão amostral.

Nos idosos funcionalmente independentes deste estudo, 40% apresentaram hipomobilidade das estruturas do sistema estomatognático. Foi encontrada uma porcentagem de 23 a 34% dos idosos com habilidades insuficientes ou ausentes ao lateralizar o ar em bochechas e a mandíbula para a direita e esquerda. Uma explicação provável seria uma dificuldade na compreensão das ordens solicitadas, afinal trata-se de ações pouco realizadas de forma consciente no dia a dia dos idosos avaliados. Além disso, existe redução da estereognosia oral do idoso(28), que, por sua vez, pode influenciar ou estar relacionada a uma atividade motora oral reduzida(28,29). A alteração de mobilidade da língua foi a mais importante, corroborando com Lima et al.(9). A dificuldade ou ausência da elevação da língua é destaque, pois representa aproximadamente 25% da amostra. Este déficit de mobilidade da língua parece estar associado a um marco importante para as funções orofaciais em idosos: a presença de sarcopenia, considerada como uma condição na qual a força muscular é insuficiente para executar atividades de vida diária(30). Conforme o tamanho e forma de um bolus intraoral de comida, a língua necessita de força, agilidade e sensibilidade adequadas(29), reforçando que as características nutricionais e físicas devem ser levadas em conta no processo de envelhecimento da língua, a fim de se evitar principalmente a disfagia(30).

A maioria dos idosos avaliados no presente estudo não apresentava sarcopenia, 75% da amostra apresentava IMC no mínimo eutrófico e CP acima da normalidade esperada em idosos. Em aparente consonância, mais de 66% apresentaram mobilidade de língua sem alterações e mais de 86% tinham volume de língua normal, apesar de não ter sido encontrada relação estatisticamente significante entre estes achados e a ausência de sarcopenia. Além disso, todos os escores de mobilidade encontrados foram próximos aos considerados normais pelo protocolo AMIOFE-I e também maiores que os escores da amostra do estudo de validação do mesmo protocolo(9), no qual não foi pesquisada a presença de sarcopenia, podendo ser este marcador a razão dos achados divergentes.

Clark e Solomon(24) avaliaram a força empregada em alguns movimentos dos lábios, língua e bochechas e encontraram maior agilidade e força dos lábios de homens em relação às mulheres; menor protrusão e lateralização da língua nos participantes mais velhos quando comparados aos mais novos; e também menor elevação da língua dos idosos em relação ao grupo de meia-idade, corroborando com os resultados do presente estudo.

Todas estas modificações estruturais e de mobilidade senescentes, em algum momento, podem ser autocompensadas pelos idosos durante as funções orais. No entanto, os deixam mais propensos à fragilização dessas funções no futuro(17). Uma vez instaladas as alterações, estas não podem ser solucionados, por exemplo, apenas com a implementação de novas próteses dentárias, conforme evidenciado pelos achados deste trabalho, na qual a amostra, mesmo utilizando algum tipo de prótese dentária em arcadas superior e/ou inferior, mantinha alterações estruturais do sistema estomatognático como: sulco nasolabial acentuado; bochechas flácidas e arqueadas e, comissuras labiais abaixo da rima bucal e/ou assimétricas. Desta forma, fica clara a necessidade de um atendimento ao idoso de forma interdisciplinar, incluindo o fonoaudiólogo principalmente dentro da atenção de saúde primária, tendo o foco na integralidade da saúde bucal(6).

Diversos estudos justificam essas mudanças de aspecto e mobilidade da face à progressão da idade, principalmente quando se comparam com indivíduos jovens(22-25). Porém esta relação progressiva não foi encontrada no presente artigo, provavelmente devido à amostra ser composta exclusivamente por pacientes com idade igual ou superior a 60 anos, em que se acredita que as mudanças estruturais já estão instaladas e tendem a avançar lentamente.

A maioria dos estudos, inclusive a presente amostra, não utiliza padrão-ouro de monitoramento de processos de envelhecimento. Idealmente, seria interessante realizar observações lineares dos mesmos indivíduos de maneira longitudinal. Contudo, se deve reconhecer que tais estudos são de difícil execução e, partindo da necessidade emergente de dados relevantes, as recentes pesquisas estão utilizando a associação de vários métodos, o que tem produzido resultados realistas e confiáveis(23,27).

Vale ressaltar ainda que este estudo focou a comparação majoritária com estudos compostos por idosos. A literatura utilizada para discutir os achados, em sua maioria, se voltou para uma população de idosos institucionalizados, o que pode ser justificado devido à maior facilidade de acesso a populações limitadas para se desenvolver pesquisas. A falta de comparação mais criteriosa com idosos não institucionalizados gera especulações, sendo a abordagem de população idosa funcionalmente independente uma sugestão para os próximos trabalhos com esta temática.

As poucas mudanças observadas na aparência, condição postural e mobilidade do sistema estomatognático destes idosos podem ser consideradas parte do processo de mudança do estado dentário. Questiona-se, porém, se estas pequenas alterações observadas podem repercutir nas funções orais, o que mostra a necessidade de mais pesquisas e contínua atuação multiprofissional em políticas públicas de prevenção, promoção e tratamento da saúde oromiofuncional dos idosos.

Os achados deste estudo acrescentam à literatura informações relevantes sobre o sistema oromiofacial de idosos funcionalmente independentes e permite interpretações mais conscientes e concretas sobre as alterações orofaciais além da senescência. Conhecer o desenrolar natural de processos fisiológicos fundamenta atividades preventivas e curativas em todas as áreas da ciência da saúde. Os resultados deste estudo vão de encontro a essa premissa, além de ter aplicabilidade clínica de alto potencial para todos os fonoaudiólogos que lidam com a população idosa.

CONCLUSÃO

O aspecto/postura orofacial dos idosos funcionalmente independentes desta amostra, em sua maioria, estava dentro dos padrões de normalidade, sendo que, quando presentes, as alterações eram principalmente da região perioral. Destacam-se quatro marcos de anormalidade nessa área: sulco nasolabial acentuado; bochechas flácidas; vedamento labial com tensão ou ausência de vedamento; e finalmente comissuras labiais deprimidas. A mobilidade normal dos órgãos fonoarticulatórios correspondeu a 60% das avaliações, sendo que o restante apresentou habilidades insuficientes ou ausentes ao lateralizar mandíbula e o ar em bochechas, além de alterações ao se solicitar a elevação da língua.

A progressão da idade desta amostra não promoveu alterações no sistema estomatognático, somente na análise dos lábios se encontraram diferenças entre os gêneros. As classes socioeconômicas não mostraram associação significante com as particularidades orofaciais encontradas, entretanto maiores médias de dentes naturais foram observadas nas classes mais favorecidas, além disso, o estado dentário e o uso de próteses parecem promover alterações principalmente na região perioral.

Os resultados encontrados ressaltam a necessidade de incremento de políticas públicas voltadas para a saúde oromiofuncional da população em geral e demonstram a importância da execução de novos estudos sobre o tema.

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