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Caracterização de um Mixoma Atrial Esquerdo por Tomografia Computadorizada de Múltiplos Detectores

Caracterização de um Mixoma Atrial Esquerdo por Tomografia Computadorizada de Múltiplos Detectores

Autores:

Anna Marciniak,
Ronak Rajani

ARTIGO ORIGINAL

Arquivos Brasileiros de Cardiologia

versão impressa ISSN 0066-782Xversão On-line ISSN 1678-4170

Arq. Bras. Cardiol. vol.105 no.1 São Paulo jul. 2015

https://doi.org/10.5935/abc.20150064

Uma mulher de 57 anos de idade se apresentou ao hospital local com fraqueza no braço esquerdo e na perna esquerda, e recebeu diagnóstico de acidente vascular cerebral do lado direito. O ecocardiograma transtorácico subseqüente mostrou uma grande massa, mal definida, dentro do átrio esquerdo, o que ocasionou a sua transferência para o nosso instituto para ressecção cirúrgica de urgência.

Antes da cirurgia, foi realizada uma angiotomografia coronária "tripartida" para avaliar a anatomia coronariana e a massa atrial esquerda (Figura 1). Os resultados foram consistentes com um mixoma atrial esquerdo e, posteriormente, a paciente foi submetida à cirurgia, onde a massa foi ressecada e o diagnóstico validado (Figura 2).

Figura 1 Tomografia computadorizada cardíaca ECG-gated. Figura 1a mostra uma grande massa (seta) ocupando um terço do átrio esquerdo na sístole (40% fase). Figura 1b mostra a massa (seta) em prolapso através da válvula mitral para o ventrículo esquerdo na diástole (90% fase). Na imagem da perfusão de primeira passagem (PPP) (Figura 1c), a massa estava hipoatenuada (52 HU) quando comparada com o miocárdio (140 HU), indicando vascularidade reduzida. A Figura 1d mostra falta de realce tardio (RT) em uma varredura de intervalo realizada sete minutos mais tarde, consistente com a natureza benigna do mixoma. 

Figura 2 Aparência macroscópica do mixoma atrial esquerdo após ressecção cirúrgica. Figura 1a mostra a superfície ventricular do mixoma, juntamente com o septo interatrial e a Figura 1b a superfície ventricular. 

Os mixomas têm uma incidência estimada de 0,007%. Embora a ecocardiografia permaneça como a primeira linha de investigação para estabelecer seu diagnóstico, o caso atual destaca as características típicas e a utilidade da TC como uma segunda linha de investigação, quando informações complementares são necessárias.