Compartilhar

Caracterização do consumo alimentar de lactentes paulistas com idade entre seis e doze meses

Caracterização do consumo alimentar de lactentes paulistas com idade entre seis e doze meses

Autores:

Adriana Passanha,
Maria Helena D'Aquino Benício,
Sonia Isoyama Venancio

ARTIGO ORIGINAL

Ciência & Saúde Coletiva

versão impressa ISSN 1413-8123versão On-line ISSN 1678-4561

Ciênc. saúde coletiva vol.25 no.1 Rio de Janeiro jan. 2020 Epub 20-Dez-2019

http://dx.doi.org/10.1590/1413-81232020251.00132018

Introdução

Os dois primeiros anos de vida são caracterizados por crescimento e desenvolvimento acelerados1, sendo a alimentação essencial nesses processos2,3. A demanda nutricional do lactente é atendida pela amamentação exclusiva até o sexto mês. Após esse período outros alimentos são necessários, mas recomenda-se manter o aleitamento materno até os dois anos de idade ou mais2,3.

Uma alimentação complementar saudável inclui, dentre diversos aspectos, alimentos introduzidos em momento oportuno, adequados em água, energia e nutrientes, sem excesso de sal, gordura, ou açúcar, e em quantidade e consistência apropriadas1,4,5. Condutas alimentares inadequadas nessa fase podem trazer diversas consequências negativas, como retardo de crescimento, atraso intelectual, anemia, aumento de peso e, a longo prazo, desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis1,4,6-9. Nesse período também formam-se hábitos alimentares que permearão até a fase adulta5.

Dados do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN) apontam que, em 2008, a prevalência de risco de sobrepeso entre lactentes paulistas foi de 19,0%, enquanto as prevalências de sobrepeso e obesidade foram, respectivamente, de 6,7% e 7,2%; em 2015, tais valores permaneceram os mesmos10. Embora a cobertura do SISVAN no estado de São Paulo de modo geral seja baixa, esses achados são preocupantes, pois englobam quase um terço dos lactentes paulistas acompanhados por este Sistema e, possivelmente, refletem inadequações de seu consumo alimentar.

A importância da alimentação complementar adequada e saudável para o pleno desenvolvimento infantil é inquestionável. Assim, o objetivo deste estudo foi caracterizar o consumo alimentar de lactentes paulistas no segundo semestre de vida.

Métodos

Delineamento e população de estudo

Estudo transversal, com base nas informações referentes aos municípios paulistas participantes da Pesquisa de Prevalência de Aleitamento Materno (PPAM) em Municípios Brasileiros, a qual teve como objetivo verificar a situação do aleitamento materno e da alimentação complementar no Brasil. Os dados foram coletados durante a Campanha Nacional de Vacinação de 200811. A PPAM incluiu, em sua amostra, crianças menores de um ano – detalhes sobre cálculo do tamanho amostral podem ser obtidos em outras publicações12,13; para o presente estudo, foram incluídos lactentes de seis meses completos a doze meses incompletos – optou-se por não incluir menores de seis meses devido à recomendação de amamentação exclusiva até essa idade. No estado de São Paulo, participaram da PPAM, em 2008, 31528 lactentes menores de um ano residentes de 77 municípios, dos quais 14573 estavam na faixa etária de seis a 11,9 meses. Foram excluídos 246 lactentes sem informações sobre idade e sobre município de nascimento; ainda, foi excluído um município, pois no mesmo participaram apenas lactentes menores de seis meses. Assim, foram incluídos no presente estudo 14327 lactentes com 6|-12 meses de idade, residentes de 76 municípios do estado. A distribuição destes municípios está ilustrada na Figura 1.

Figura 1 Distribuição dos 76 municípios paulistas incluídos no estudo. Estado de São Paulo, 2008. 

Caracterização dos lactentes e das mães

Foram obtidas informações sobre características dos lactentes (faixa etária: em meses; sexo: masculino; feminino, peso ao nascer: < 2500g; ≥ 2500g, tipo de parto: cesárea; vaginal, local de acompanhamento ambulatorial: particular; Unidade Básica de Saúde tradicional; Programa Agentes Comunitários de Saúde (PACS)/ Estratégia Saúde da Família (ESF)) e das mães (faixa etária: 20 anos; de 20 a 35 anos; ≥ 35 anos, paridade: primípara; multípara, situação de trabalho: trabalha fora; não trabalha fora, escolaridade em anos de estudo: ≤ 8; 9 a 11; e ≥ 12). Em relação ao trabalho materno, a categoria “Está sob Licença Maternidade” foi deixada como missing porque considerou-se que dificilmente lactentes com mais de seis meses teriam mães nesta condição. Apenas 115 (1,0%) dos lactentes eram filhos destas mulheres; deixá-los como missing não provocou diferenças significantes na amostra (dados não apresentados).

Caracterização dos municípios

As informações sobre variáveis contextuais que caracterizaram os municípios (grau de urbanização; porte populacional; cobertura da ESF, do PACS e do SISVAN; Índice Paulista de Responsabilidade Social (IPRS)) foram obtidas dos sítios eletrônicos da Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados14, da Secretaria de Estado da Saúde do Governo do Estado de São Paulo15, e do Departamento de Atenção Básica do Ministério da Saúde10. A cobertura do SISVAN foi calculada segundo Enes et al.16. O IPRS identifica o desenvolvimento dos municípios nas dimensões renda, longevidade e escolaridade; considerando apenas a dimensão riqueza, os municípios são classificados em cinco grupos: os grupos 1 e 2 referem-se a municípios com alta riqueza, e os grupos 3, 4 e 5 correspondem a municípios com baixa riqueza14. Considerando que as características dos lactentes e das mães foram coletadas em 2008, os dados contextuais também corresponderam ao ano de 2008.

Caracterização do consumo alimentar

A parte do questionário sobre consumo alimentar incluiu perguntas referentes ao dia anterior à pesquisa – o uso da “situação atual” (current status) é recomendado para descrever práticas de alimentação infantil e minimiza possíveis vieses de memória do informante17. Foi avaliado o consumo de: leite materno; outros tipos de leite (que não fosse o leite materno); mingau (doce ou salgado); água; chá; fruta (em pedaço ou amassada); suco ou água de coco natural; papa salgada (destaca-se que o termo “salgada” não teve como objetivo adjetivar a expressão ou induzir ao entendimento de que se refere a uma preparação com excesso de sal)1; carne; feijão; verduras ou legumes; suco industrializado ou água de coco em caixinha; refrigerante; café; e alimentos adoçados (com açúcar, mel, melado ou adoçante). Avaliou-se também o uso de bicos artificiais: mamadeira ou chuquinha; e chupeta. As perguntas dessa parte do questionário eram fechadas, com três possibilidades de resposta: “sim”, “não” ou “não sabe”. Com estas informações, foram calculados diferentes indicadores com base nas recomendações da OMS17, Ministério da Saúde1 e estudos sobre alimentação infantil18,19, conforme descrito a seguir:

  • - Aleitamento materno: consumo de leite materno no dia anterior;

  • - Lácteos: consumo concomitante de leite materno e de outros tipos de leite;

  • - Bicos artificiais: uso isolado ou concomitante de mamadeira, chuquinha ou chupeta;

  • - Alimentos não saudáveis: consumo isolado ou concomitante de suco industrializado, água de coco em caixinha, refrigerante, café, alimentos adoçados, bolacha, biscoito ou salgadinho;

  • - Alimentos ricos em ferro: consumo de carne ou de feijão17;

  • - Alimentação oportuna: consumo concomitante de fruta (em pedaço ou amassada) e de papa salgada, calculada apenas para lactentes de 6|-9 meses19;

  • - Consistência adequada da papa salgada: havia quatro diferentes classificações de consistência da papa salgada no questionário: em pedaços, amassada, passada pela peneira ou liquidificada, sendo que mais de uma classificação poderia ser marcada como possível. Considerou-se a consistência da papa salgada adequada quando foi consumida “em pedaços”, “amassada”, ou quando estas duas alternativas foram assinaladas1;

  • - Densidade energética adequada: consumo de uma papa salgada com consistência adequada para lactentes de 6|-7 meses, e o consumo de duas papas salgadas na consistência adequada para aqueles com 7|-12 meses19;

  • - Diversidade mínima da dieta: consumo concomitante de quatro grupos alimentares: “feijão”, “carne”, “outros tipos de leite” e “fruta (em pedaço ou amassada), verdura e legume”17. Ressalta-se que o consumo de suco natural não foi considerado como um alimento do grupo das frutas, porque no questionário a pergunta engloba tanto o consumo de suco natural quanto de água de coco, e porque sucos, mesmo naturais, não proporcionam os mesmos benefícios da fruta inteira: fibras e nutrientes podem ser perdidos durante o preparo, e o poder de saciedade do suco é inferior1;

  • - Adequação da dieta: combinação dos indicadores “consistência adequada da papa salgada” e “diversidade mínima da dieta”18;

  • - Dieta minimamente aceitável: combinação do consumo concomitante de todos os grupos alimentares avaliados (“feijão”, “carne”, “legume e verdura”, “fruta em pedaço ou amassada” e “lácteos”) com densidade energética adequada19.

Análise estatística

Vale ressaltar que a PPAM-2008 é uma pesquisa feita com amostragem probabilística complexa e por isso requer procedimentos específicos para sua análise. Todas as análises do presente estudo levaram em consideração a estrutura complexa da amostra, com a utilização do comando svy. Devido às diferenças populacionais entre os municípios estudados, cada plano correspondeu a uma fração amostral diferente, representada pelo tamanho estimado da amostra sobre o número de crianças a serem vacinadas. O inverso dessa fração foi aplicado como peso das crianças em cada município12. Para a análise descritiva, foram utilizadas frequências absolutas e relativas. A análise de consumo alimentar segundo faixa etária e padrão de aleitamento materno utilizou o teste de qui-quadrado, considerando-se significante p < 0,05. Os dados foram analisados no programa Stata/SE 13.1.

Aspectos éticos

Este estudo utilizou dados secundários e foi aprovado pelo Comitê de Ética da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo. No estudo primário, considerando a estratégia adotada de aplicação de um questionário rápido nas filas de vacinação, o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido foi aplicado mediante consentimento verbal do responsável, respeitando-se o direto de recusa e interrupção da entrevista e garantindo o sigilo das informações12.

Resultado

A Tabela 1 mostra a caracterização da amostra de lactentes e mães. A proporção de lactentes que nasceram com baixo peso foi de 9,2%, e mais de 60% realizavam acompanhamento ambulatorial em locais públicos. Aproximadamente 3/4 das mães tinham de 20 a 35 anos. Houve predomínio de mães com nove a 12 anos de estudo (52,4%).

Tabela 1 Distribuição e proporção de lactentes paulistas de seis a 11,9 meses de idade, segundo suas características e características das mães. Estado de São Paulo, 2008. 

Variável N %
Faixa etária do lactente
6|-7 meses 2649 18,5
7|-8 meses 2371 16,5
8|-9 meses 2288 16,0
9|-10 meses 2228 15,5
10|-11 meses 2244 15,7
11|-12 meses 2547 17,8
Sexo
Masculino 7200 50,3
Feminino 7127 49,7
Peso ao nascer
<2500g 1233 9,2
2500g e mais 12189 90,8
Tipo de parto
Cesárea 8345 59,0
Vaginal 5800 41,0
Local de acompanhamento ambulatorial
Particular 5310 38,6
Unidade Básica de Saúde tradicional 5061 36,8
PACS/ PSF* 3017 22,0
Outros locais públicos 354 2,6
Faixa etária materna
< 20 anos 1508 12,9
20|-35 anos 8754 74,8
35 anos e mais 1438 12,3
Paridade
Primípara 5924 51,0
Multípara 5690 49,0
Situação de trabalho
Trabalha fora 3722 32,7
Não trabalha fora 7663 67,3
Escolaridade materna
≤ 8 anos de estudo 3767 32,6
9|-12 anos de estudo 6057 52,4
12 anos de estudo e mais 1733 15,0

*Programa Agentes Comunitários de Saúde/ Programa Saúde da Família.

As características municipais são descritas na Tabela 2. Metade dos municípios tinha grau de urbanização de 90% e mais. A maior parte apresentou cobertura menor que 15% para ESF, mas maior que 70% para PACS, e a grande maioria estava com menos de 5% de cobertura do SISVAN. Apenas 1/3 dos municípios foram classificados com alta riqueza (IPRS 1 ou 2).

Tabela 2 Características dos 76 municípios estudados. Estado de São Paulo, 2008. 

Variável N %
Grau de urbanização
< 25% 0 0,0
25|-50% 2 2,6
50|-75% 9 11,8
75|-90% 27 35,5
90% e mais 38 50,0
Porte populacional (número de habitantes)
< 15 mil 29 38,2
15|-100 mil 31 40,8
100 mil|-1 milhão 13 17,1
≥ 1 milhão 3 3,9
Cobertura da Estratégia Saúde da Família (ESF)
< 15% 25 32,9
15|-30% 12 15,8
30|-50% 12 15,8
50|-70% 6 7,9
70% e mais 21 27,6
Cobertura do Programa Agentes Comunitários de Saúde (PACS)
< 15% 19 25,0
15|-30% 14 18,4
30|-50% 11 14,5
50|-70% 7 9,2
70% e mais 25 32,9
Cobertura do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN)
< 5% 66 86,8
5|-10% 7 9,2
10|-15% 2 2,6
15%|-20% 1 1,3
Índice Paulista de Responsabilidade Social (IPRS)
1 e 2 (alta riqueza) 25 32,9
3, 4 e 5 (baixa riqueza) 51 67,1

A Tabela 3 mostra características do consumo alimentar e do uso de bicos artificiais em relação à faixa etária e à situação de aleitamento materno dos lactentes. A prevalência de amamentação foi de 56,1%. A frequência de consumo de outros tipos de leite foi maior na faixa etária de 9|-12 meses, e 2,5% do total de lactentes não consumiram nenhuma fonte láctea. Em relação aos não amamentados, 4,7% não consumiram outros tipos de leite. O percentual de lactentes que usavam mamadeira ou chuquinha foi superior naqueles com 9|-12 meses, e a proporção dos que usavam chupeta foi maior naqueles com 6|-8,9 meses. Bicos artificiais foram mais utilizados por lactentes não amamentados. Observou-se maiores prevalências de consumo de mingau, água, fruta, papa salgada, carne e alimentos não saudáveis na faixa etária superior e nos lactentes não amamentados, e quase 80% dos lactentes paulistas consumiram algum tipo de alimento não saudável.

Tabela 3 Distribuição e proporção de características de consumo alimentar e do uso de bicos artificiais entre lactentes de seis a 11,9 meses de idade, segundo faixa etária do lactente e situação de aleitamento materno. Estado de São Paulo, 2008. 

Variável 6|-9 meses 9|-12 meses p Lactentes amamentados Lactentes não amamentados p Total
N % N % N % N % N %
Aleitamento materno 0,000 NA
Sim 4443 61,4 3512 50,6 NA NA NA NA 7955 56,1
Não 2794 38,6 3433 49,4 NA NA NA NA 6227 43,9
Consumo de leite 0,000 0,000
Sim 4792 66,2 5170 74,4 3970 50,3 5889 95,3 9962 70,2
Não 2443 33,8 1782 25,6 3920 49,7 291 4,7 4225 29,8
Consumo de lácteos 0,015
Sim 7138 97,8 6809 97,2 7955 100,0 5889 94,6 13947 97,5
Não 157 2,2 195 2,8 0 0,0 338 5,4 352 2,5
Uso de mamadeira ou chuquinha 0,000 0,000
Sim 5365 73,7 5329 76,2 4588 57,9 6004 96,6 10694 74,9
Não 1919 26,3 1664 23,8 3335 42,1 209 3,4 3583 25,1
Uso de chupeta 0,000 0,000
Sim 3672 50,5 3253 46,5 2360 29,8 4495 72,4 6925 48,5
Não 3604 49,5 3739 53,5 5557 70,2 1714 27,6 7343 51,5
Uso de bicos artificiais 0,303 0,000
Sim 5777 79,2 5597 79,8 5168 65,1 6098 98,0 11374 79,5
Não 1522 20,8 1413 20,2 2774 34,9 126 2,0 2935 20,5
Consumo de mingau (doce ou salgado) 0,029 0,000
Sim 2546 35,5 2569 37,3 2516 32,1 2543 41,6 5115 36,4
Não 4628 64,5 4325 62,7 5320 67,9 3573 58,4 8953 63,6
Consumo de água 0,000 0,000
Sim 6425 89,0 6488 93,4 7014 88,7 5809 94,4 12913 91,1
Não 798 11,0 457 6,6 892 11,3 345 5,6 1255 8,9
Consumo de chá 0,667 0,000
Sim 1484 20,6 1408 20,4 1460 18,6 1399 22,8 2892 20,5
Não 5705 79,4 5511 79,6 6401 81,4 4748 77,2 11216 79,5
Consumo de fruta (em pedaço ou amassada) 0,000 0,000
Sim 5282 73,2 5404 78,2 5767 73,3 4820 78,6 10686 75,7
Não 1931 26,8 1507 21,8 2106 26,7 1309 21,4 3438 24,3
Consumo de suco/ água de coco natural 0,661 0,000
Sim 4759 66,3 4616 66,7 5008 63,9 4285 69,8 9375 66,5
Não 2415 33,7 2306 33,3 2827 36,1 1854 30,2 4721 33,5
Consumo de papa salgada 0,000 0,000
Sim 6402 88,6 6594 95,1 7055 89,6 5823 94,5 12996 91,8
Não 827 11,4 340 4,9 822 10,4 339 5,5 1167 8,2
Consumo de carne 0,000 0,000
Sim 4430 69,4 5360 81,4 5198 73,8 4504 77,6 9790 75,5
Não 1950 30,6 1226 18,6 1845 26,2 1302 22,4 3176 24,5
Consumo de feijão 0,000 0,327
Sim 4640 72,6 5587 84,9 5533 78,5 4602 79,2 10227 78,9
Não 1752 27,4 991 15,1 1513 21,5 1206 20,8 2743 21,1
Consumo de verduras e/ou legumes 0,013 0,759
Sim 5873 91,8 5978 90,6 6436 91,1 5309 91,3 11851 91,2
Não 525 8,2 623 9,4 629 8,9 509 8,7 1148 8,8
Consumo de suco industrializado ou água de coco em caixinha 0,000 0,009
Sim 839 11,6 1402 20,2 1183 15,0 1026 16,6 2241 15,8
Não 6406 88,4 5551 79,8 6713 85,0 5154 83,4 11957 84,2
Consumo de refrigerante 0,000 0,433
Sim 469 6,5 1078 15,5 844 10,7 688 11,1 1547 10,9
Não 6790 93,5 5877 84,5 7054 89,3 5510 88,9 12667 89,1
Consumo de café 0,000 0,276
Sim 440 6,1 685 9,7 606 7,7 506 8,2 1125 7,9
Não 6808 93,9 6263 90,1 7284 92,3 5680 91,8 13071 92,1
Consumo de alimentos adoçados¥ 0,000 0,000
Sim 2826 39,1 3292 47,4 3104 39,3 2952 47,8 6118 43,1
Não 4410 60,9 3656 52,6 4787 60,7 3221 52,2 8066 56,9
Consumo de bolacha, biscoito ou salgadinho 0,000 0,000
Sim 4139 57,3 5405 78,0 5168 65,6 4297 69,8 9544 67,4
Não 3085 42,7 1526 22,0 2709 34,4 1860 30,2 4611 32,6
Consumo de alimentos não saudáveis 0,000 0,000
Sim 5264 72,3 6117 87,5 6119 77,2 5165 83,1 11381 79,8
Não 2018 27,7 872 12,5 1812 22,8 1051 16,9 2890 20,2

Não considerado o consumo de leite materno.

Consumo de leite materno ou outros tipos de leite16.

Uso de mamadeira, chuquinha ou chupeta (considerado como atributo de ausência de inocuidade microbiológica segundo Oliveira et al.16 [corrigir esta citação].

¥Alimentos adoçados com açúcar, mel, melado ou adoçante.

Consumo de qualquer um dos seguintes alimentos: suco industrializado, água de coco em caixinha, refrigerante, café, alimentos adoçados, bolacha, biscoito, salgadinho. NA: Não se aplica.

Os indicadores de consumo são apresentados na Tabela 4. A maioria dos lactentes apresentou classificação negativa para diversidade mínima (68,2%), adequação da dieta (72,7%) ou dieta minimamente aceitável (71,1%).

Tabela 4 Distribuição e proporção de indicadores de consumo alimentar entre lactentes de seis a 11,9 meses de idade. Estado de São Paulo, 2008. 

Variável N %
Consumo de alimentos ricos em ferro*
Sim 12282 94,2
Não 760 5,8
Alimentação oportuna
Sim 4973 69,2
Não 2215 30,8
Consistência adequada da papa salgada
Sim 10681 83,2
Não 2155 16,8
Densidade energética§
Sim 7811 63,1
Não 4574 36,9
Diversidade mínima da dieta||
Sim 4546 31,8
Não 9756 68,2
Adequação da dieta
Sim 3909 27,3
Não 10393 72,7
Dieta minimamente aceitável£
Sim 4132 28,9
Não 10178 71,1

*Consumo de carne ou de feijão.

Consumo de fruta (em pedaço ou amassada) e papa salgada. O indicador foi calculado apenas para lactentes na faixa etária 6|-9 meses16.

Consumo de papa "somente em pedaços", "somente amassada", ou "em pedaços e amassada".

§Consumo de uma papa salgada na consistência adequada para lactentes de 6|-7 meses, e de duas papas salgadas na consistência adequada para lactentes de 7|-12 meses16.

||Consumo de 4 grupos alimentares: carne; feijão; verdura, legume e/ou fruta; outros tipos de leite.

Combinação dos indicadores "consistência adequada da papa salgada" e "diversidade mínima da dieta"15.

£Consumo de todos os grupos alimentares (carne, feijão, verdura e/ou legume, fruta em pedaço ou amassada, e lácteos) com densidade energética adequada16.

Discussão

O consumo de mingau, água, fruta, papa salgada, carne e de alimentos não saudáveis foi mais prevalente nos lactentes mais velhos e naqueles não amamentados. Em relação aos indicadores de consumo, a menor parte dos lactentes apresentou classificação positiva em relação à diversidade mínima, adequação da dieta e dieta minimamente aceitável.

No presente estudo, 91% dos lactentes nasceram com peso ≥ 2500g, e quase 13% das mães tinham menos de 20 anos; achados semelhantes foram encontrados para todo o estado de São Paulo, em 2008: 91,0% das crianças nasceram com peso ≥ 2500g, e 16,7% das mulheres tinham menos de 20 anos20. Em relação às características municipais, metade dos municípios paulistas que participaram da PPAM apresentava grau de urbanização superior a 90%, e a maioria tinha cobertura inferior a 5% do SISVAN. Esses achados também vão ao encontro do observado para o estado, que em 2008 apresentava grau de urbanização de 95,2%14 e cobertura do SISVAN de 1,9%10. Tais dados indicam que, embora a PPAM não tenha sido desenhada para representar os municípios paulistas, é possível generalizar os achados do presente estudo para o estado como um todo.

Enes et al.16, ao avaliarem a cobertura do SISVAN em 65 municípios de São Paulo, encontraram resultado melhor que o do presente estudo: mais da metade deles apresentou cobertura entre 5% e 10% em 2010. Pode-se afirmar que, apesar dos esforços adotados pelo governo, a vigilância alimentar e nutricional no estado de São Paulo ainda deixa a desejar, comprometendo o aproveitamento do Sistema na (re)formulação de políticas de alimentação e nutrição16.

Parte considerável dos municípios avaliados apresentou cobertura da ESF inferior a 30%, valor considerado incipiente: estudo realizado em municípios brasileiros verificou associação negativa entre cobertura do Programa Saúde da Família – atualmente denominado ESF – e mortalidade infantil21. Porém, mais de 1/3 dos municípios apresentaram cobertura superior a 70% do PACS. Os agentes comunitários de saúde são fundamentais para o sucesso de atividades de incentivo à alimentação infantil, por estarem mais envolvidos com a comunidade em suas funções habituais22.

A prevalência de amamentação entre lactentes paulistas foi de 56,1%. O estudo de Saldiva et al.23, que avaliou lactentes da mesma faixa etária de 136 municípios do estado de São Paulo em 2004, encontrou prevalência de aleitamento materno de 50%, mostrando que houve melhora neste indicador. Comparando as duas faixas etárias estudadas, verificou-se que lactentes mais velhos apresentaram prevalência inferior de aleitamento materno: 50,6%. A mesma prevalência foi encontrada pela Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) de 2013 para esta faixa etária24;> já a II PPAM constatou que 58,7% de nove a 11,9 meses estavam em aleitamento materno13. A menor prevalência de aleitamento materno em lactentes mais velhos pode ser atribuída ao fato de receberem outros tipos de alimentos com maior frequência – os quais, muitas vezes, acabam por substituir o leite materno. Ressalta-se que a recomendação é de que as crianças devem ser amamentadas até os dois anos de idade ou mais, pois mesmo com a introdução de outros alimentos, o leite materno continua nutrindo a criança e protegendo-a contra doenças1,2.

Em relação ao consumo de lácteos, observou-se que 70,2% dos lactentes paulistas consumiram outros tipos de leite, e que este consumo foi maior entre lactentes mais velhos; verificou-se, ainda, que 2,5% dos lactentes não consumiram leite materno nem outros tipos de leite no dia anterior. Saldiva et al.23 verificaram prevalência superior de consumo de outros tipos de leite (77%), e que o consumo dos mesmos foi maior com o aumento da idade. Estudo conduzido no município de São Paulo com lactentes menores de um ano verificou que 74,8% recebiam outros tipos de leite25. No estado da Paraíba, 85,9% dos lactentes entre seis e 11,9 meses consumiram refeições lácteas26. Destaca-se que a falta de lácteos na dieta das crianças é preocupante, pois esses alimentos fornecem proteínas e cálcio, fundamental para o desenvolvimento ósseo1.

Aproximadamente 10% dos lactentes estudados não consumiram água, e cerca de 1/5 consumiram chá. O consumo de ambos foi mais frequente em lactentes não amamentados, achado semelhante ao de Vieira et al.27. em Feira de Santana (Bahia). Estudo conduzido em Botucatu (São Paulo) verificou, entre lactentes de seis a 9,9 meses amamentados, que 94,8% consumiram água e 22,6% consumiram chá28. O baixo consumo de água merece atenção, pois o Ministério da Saúde recomenda que a criança receba água nos intervalos das refeições após início da alimentação complementar; ainda, o consumo de chás não é indicado pelo baixo valor nutricional e porque algumas de suas substâncias podem irritar a mucosa gástrica dos lactentes1.

No presente estudo, 3/4 dos lactentes usaram mamadeira ou chuquinha e aproximadamente metade utilizou chupeta. Ainda, quase todos os lactentes não amamentados usavam algum bico artificial. Observa-se pior quadro no uso de bicos artificiais no estado de São Paulo quando comparado ao Sudeste e ao país: de acordo com a II PPAM, 63,8% dos menores de um ano usaram mamadeira no Sudeste e 58,4% no país; o uso de chupeta nesta região foi de 50,3% – semelhante ao presente estudo – e no Brasil foi de 42,6%13. Mamadeiras fazem com que a criança degluta ar e tenha desconfortos abdominais; ademais, bicos artificiais aumentam o risco de problemas ortodônticos e fonoaudiológicos1. Oliveira et al19. consideraram a utilização de bicos artificiais como atributo de ausência de inocuidade microbiológica pela dificuldade de se manterem limpos, podendo ser veículos de contaminação.

Em comparação aos achados do estudo realizado no estado de São Paulo em 2004, verificou-se que o consumo de frutas diminuiu, mas o de feijão e carne aumentou: para aquele ano, 87% dos lactentes haviam consumido frutas, 58% feijão e 36% carne23. Estudo de Bortolini et al.6 sobre consumo alimentar de 4322 crianças, com idade entre seis a 59 meses, investigadas na Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde 2006-2007, encontrou que a região Sudeste foi uma das que apresentou maiores percentuais do consumo destes alimentos. O consumo de frutas, carnes e feijão foi maior entre lactentes paulistas mais velhos; porém, semelhante a outro estudo25, verificou-se o contrário para verduras e/ ou legumes. É provável que lactentes mais velhos consumam menos verduras e legumes porque já começaram a receber alimentação da família ao invés da refeição preparada somente para eles, e o consumo destes alimentos pelos brasileiros, geralmente, é insatisfatório.

O consumo de verduras e/ ou legumes não diferiu entre lactentes amamentados e não amamentados. Já o consumo de frutas, suco/ água de coco natural, papa salgada e carne foi maior entre não amamentados. O estudo de Botucatu observou que, entre lactentes amamentados de seis a 9,9 meses, 76,6% haviam consumido frutas, 41,6% carnes e 43,5% feijão28. É preocupante o fato de aproximadamente 10% dos lactentes paulistas não terem recebido papa salgada nem verduras e/ ou legumes, e de mais de 20% não terem consumido frutas, carne ou feijão no dia anterior. O passo 3 do Guia alimentar para crianças menores de dois anos preconiza o consumo de cereais, tubérculos, carnes, leguminosas, frutas e legumes na alimentação complementar, informando que o consumo de tais alimentos promove maior ingestão de vitaminas, fibras e ferro1.

Dados da II PPAM mostram situação melhor do Brasil comparada ao estado de São Paulo em relação ao consumo de alimentos não saudáveis: entre lactentes de 9-11,9 meses, 8,7% haviam consumido café, 11,6% refrigerante e 71,7% bolacha, biscoito ou salgadinho13. Bortolini et al.6 encontraram consumo diário de bolachas e biscoitos em 46,3%, de salgadinhos em 8,5% e de refrigerante em 22,1% das crianças, e observaram que o consumo de doces e refrigerantes foi mais frequente no Sudeste em comparação às demais regiões. A PNS verificou que, entre as crianças menores de dois anos, 60,8% consumiram bolacha, biscoito ou bolo, e que 32,3% ingeriram refrigerante ou suco artificial24. O passo 8 do Guia alimentar destaca que o consumo destes alimentos é prejudicial à saúde da criança por associarem-se à anemia, ao excesso de peso e às alergias alimentares, além de conterem sódio, açúcar, gorduras e aditivos artificiais em excesso, recomendando evitá-los no primeiro ano de vida1.

A maioria dos lactentes paulistas consumiu algum alimento rico em ferro; entretanto, 5,8% da população estudada não consumiram carne nem feijão no dia anterior à entrevista. Estudo conduzido em Belo Horizonte (Minas Gerais) verificou que a ingestão de diversos nutrientes avaliados em lactentes estava acima de 100% da Ingestão Diária de Referência, com exceção do ferro29. A deficiência deste mineral é considerada alarmante, pois pode levar à anemia1.

A prevalência de alimentação complementar oportuna entre lactentes paulistas de seis a 8,9 meses foi de 69,2%. Apesar deste valor ser superior ao encontrado por outros estudos – para a mesma faixa etária, Saldiva et al.23 observaram prevalência de 48%, Palmeira et al.26. verificaram frequência de 27,1% e estudo realizado em Volta Redonda (Rio de Janeiro) constatou percentual de 50,0%30, este achado sugere que quase 1/3 dos lactentes paulistas apresentam consumo alimentar insatisfatório logo no início da alimentação complementar.

No presente estudo, 83,2% dos lactentes consumiram papa salgada em consistência adequada, e 63,1% foram classificados de forma satisfatória para o indicador “densidade energética”. De forma semelhante, o estudo de Volta Redonda observou que 83,7% dos lactentes receberam preparações em pedaços ou amassadas30. Preparações liquidificadas ou peneiradas não estimulam a mastigação e costumam apresentar menor concentração de energia e nutrientes, o que se agrava quando ofertadas em frequência insuficiente1.

Apenas 31,8% dos lactentes estudados apresentaram diversidade mínima da dieta, e as prevalências de adequação da dieta e de dieta minimamente aceitável foram inferiores a 30%. Estudo de base populacional realizado no Nepal detectou que lactentes de seis a onze meses apresentaram os piores indicadores de diversidade da dieta, frequência mínima da dieta (o qual corresponde ao indicador “densidade energética” do presente estudo) e dieta minimamente aceitável31. Estes indicadores refletem variedade, consistência e frequência da dieta, aspectos fundamentais para adequada oferta energética e nutricional1,17.

Dentre as limitações do estudo, destaca-se o delineamento transversal, que não permite estabelecer a procedência temporal necessária para identificação de relações causais, e o fato das informações referentes à alimentação dos lactentes referirem-se apenas ao dia anterior ao inquérito, o que impossibilita analisar com que frequência os alimentos avaliados foram consumidos. Por outro lado, os aspectos inovadores do presente estudo foram a caracterização da população de lactentes, de suas mães e dos municípios paulistas incluídos na PPAM, e a exploração de uma série de dados referentes à alimentação da população estudada e a obtenção de importantes indicadores de consumo alimentar. Destaca-se também que este é o estudo epidemiológico mais abrangente e recente realizado no estado de São Paulo que tem como foco a alimentação de lactentes, sendo a base de dados mais atual para avaliar o consumo alimentar desta população.

No presente estudo foram encontradas maiores prevalências de consumo de mingau, água, fruta, papa salgada, carne e de alimentos não saudáveis entre lactentes paulistas mais velhos e não amamentados. Observou-se ainda prevalências insatisfatórias para diversos indicadores calculados, sugerindo que a minoria dos lactentes está recebendo alimentos complementares necessários em quantidade, frequência e consistência adequadas para seu pleno desenvolvimento. Estas informações podem servir como subsídios para direcionar ações sobre alimentação infantil.

REFERÊNCIAS

1 Brasil. Ministério da Saúde (MS). Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. Dez passos para uma alimentação saudável: guia alimentar para menores de dois anos - um guia para o profissional da saúde na atenção básica. 2ª ed. Brasília: MS; 2010.
2 World Health Organization (WHO). The optimal duration of exclusive breastfeeding: a systematic review. Geneva: WHO; 2002.
3 Pan American Health Organization (PAHO), World Health Organization (WHO). Guiding principles for complementary feeding of the breastfed child. Washington: PAHO; 2003.
4 World Health Organization (WHO). Global strategy for infant and young child feeding. Geneva: WHO; 2003.
5 Brasil. Ministério da Saúde (MS). Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. Saúde da criança: aleitamento materno e alimentação complementar. 2ª ed. Brasília: MS; 2015.
6 Bortolini GA, Gubert MB, Santos LMP. Consumo alimentar entre crianças brasileiras com idade de 6 a 59 meses. Cad Saude Publica 2012; 28(9):1759-1771.
7 Jordão RE, Bernardi JLD, Filho AAB. Introdução alimentar e anemia em lactentes do município de Campinas (SP). Rev Paul Pediatr 2009; 27(4):381-388.
8 Partearroyo T, Campayo ES, Moreiras GV. Sugar at different stages in life; from childhood to old age. Nutr Hosp 2013; 28(Supl. 4):40-47.
9 Rose CM, Birch LL, Savage JS. Dietary patterns in infancy are associated with child diet and weight outcomes at 6 years. Int J Obes 2017; 41(5):783-788.
10 Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN). Módulo gerador de relatórios [Internet]. 2018 [citado 2018 Jan 28]. Disponível em:
11 Brasil. Ministério da Saúde (MS). Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações Programáticas e Estratégicas. Pesquisa de Prevalência de Aleitamento Materno em Municípios Brasileiros. Brasília: MS; 2010.
12 Venâncio SI, Saldiva SRDM, Castro ALS, Gouveia AGC, Santana AC, Pinto JCC, Escuder MML. Projeto Amamentação e Municípios: a trajetória de implantação de uma estratégia para a avaliação e monitoramento das práticas de alimentação infantil no Estado de São Paulo, no período de 1998-2008. BEPA - Boletim Epidemiológico Paulista 2010; 7(83):4-15.
13 Brasil. Ministério da Saúde (MS). Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações Programáticas e Estratégicas. II Pesquisa de Prevalência de Aleitamento Materno nas Capitais Brasileiras e Distrito Federal. Brasília: MS; 2009.
14 Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (SEADE). Portal de Estatísticas do Estado de São Paulo [Internet]. 2018 [citado 2018 Jan 28]. Disponível em:
15 Governo do Estado de São Paulo. Portal do Governo [Internet]. 2018 [citado 2018 Jan 28]. Disponível em:
16 Enes CC, Loiola H, Oliveira MRM. Cobertura populacional do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional no Estado de São Paulo, Brasil. Cien Saude Colet 2014; 19(5):1543-1551.
17 World Health Organization (WHO). Indicators for assessing infant and young child feeding practices - part 1: definitions. Geneva: WHO; 2008.
18 Oliveira DA, Castro IRR, Jaime PC. Complementary feeding patterns in the first year of life in the city of Rio de Janeiro, Brazil: time trends from 1998 to 2008. Cad Saude Publica 2014; 30(8):1755-1764.
19 Oliveira JM, Castro IRR, Silva GB, Venâncio SI, Saldiva SRDM. Avaliação da alimentação complementar nos dois primeiros anos de vida: proposta de indicadores e de instrumento. Cad Saude Publica 2015; 31(2):377-394.
20 Banco de Dados do Sistema Único de Saúde (DATASUS). Informações de Saúde (TABNET) [Internet]. 2018 [citado 2018 Jan 28]. Disponível em:
21 Aquino R, Oliveira NF, Barreto ML. Impact of the Family Health Program on Infant Mortality in Brazilian Municipalities. Am J Public Health 2009; 99(1):87-93.
22 Caldeira AP, Fagundes GC, Aguiar GN. Intervenção educacional em equipes do Programa de Saúde da Família para promoção da amamentação. Rev Saude Publica 2008; 42(6):1027-1033.
23 Saldiva SRDM, Escuder MM, Mondini L, Levy RB, Venâncio SI. Práticas alimentares de crianças de 6 a 12 eses e fatores maternos associados. J Pediatr (Rio J) 2007; 83(1):53-58.
24 Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Pesquisa Nacional de Saúde 2013: Ciclos de vida - Brasil e grandes regiões. Rio de Janeiro: IBGE; 2015.
25 Souza SB, Szarfarc SC, Souza JMP. Prática alimentar no primeiro ano de vida, em crianças atendidas em centros de saúde escola do município de São Paulo. Rev Nutr 1999; 12(2):167-174.
26 Palmeira PA, Santos SMC, Vianna RPT. Prática alimentar entre crianças menores de dois anos de idade residentes em municípios do semiárido do Estado da Paraíba, Brasil. Rev Nutr 2011; 24(4):553-563.
27 Vieira GO, Silva LR, Vieira TO, Almeida JAG, Cabral VA. Hábitos alimentares de crianças menores de 1 ano amamentadas e não-amamentadas. J Pediatr (Rio J) 2004; 80(5):411-416.
28 Parada CMGL, Carvalhaes MABL, Jamas MT. Complementary feeding practices to children during their first year of life. Rev Latinoam Enferm 2007; 15(2):282-289.
29 Lima DB, Fujimori E, Borges ALV, Silva MMS. Prática alimentar nos dois primeiros anos de vida. Rev Esc Enferm USP 2011; 45(2):1705-1709.
30 Cruz MCC, Almeida JAG, Engstrom EM. Práticas alimentares no primeiro ano de vida de filhos de adolescentes. Rev Nutr 2010; 23(2):201-210.
31 Khanal V, Sauer K, Zhao Y. Determinants of complementary feeding practices among Nepalese children aged 6-23 months: findings from demographic and health survey 2011. BMC Pediatrics 2013; 13:131.