versão impressa ISSN 1679-4508versão On-line ISSN 2317-6385
Einstein (São Paulo) vol.13 no.3 São Paulo jul./set. 2015
http://dx.doi.org/10.1590/S1679-45082015CE3423
Li com interesse o artigo de Machado et al.1 Este trabalho poderia ser melhorado se incluísse um grupo controle adequado, tornando uma mera série de casos descritiva em um estudo de caso-controle, com avaliação de odds ratios, e, assim, dando uma valiosa contribuição, alinhada a outras pesquisas publicadas recentemente.2-5 A interpretação de taxas de incidência deve ser feita com cautela, pois apenas os casos sintomáticos, nas primeiras 72 a 94 horas de vida, foram incluídos; enquanto alguns recém-nascidos apresentam/apresentaram sintomas apenas após a alta, e outros lactentes, depois de alguns meses.4,5Os dados do registro da coorte neonatal poderiam ter estimativas mais precisas para taxas de incidência, como em outros estudos.3 Se considerarmos o nível atual de conhecimento nesta área, é ético gastar o tempo de investigadores, revisores, editores e leitores com hipóteses de pesquisas vagas e desenhos de estudos tão fracos?
Resposta a carta ao editor para: Acidente vascular cerebral isquêmico perinatal: estudo retrospectivo de 5 anos em maternidade nível III. einstein (São Paulo). 2015;13(1):65-71.
Reply to letter to the editor on: Perinatal ischemic stroke: a five-year retrospective study in a level-III maternity. einstein (São Paulo). 2015;13(1):65-71.
Agradecemos ao Dr. Israel Macedo por seu interesse em nosso artigo e pelos comentários, que procuraremos responder.
1. Inclusão de um grupo controle
Em nossa instituição, não é viável rastrear acidente vascular cerebral (AVC) de forma sistemática (por meio de ultrassonografia transcraniana), em todos recém-nascidos. Como o acidente vascular cerebral pode ser silencioso, e este foi um estudo retrospectivo, poderíamos ter incluído pacientes que apresentavam a doença no grupo controle, o que resultaria em um viés de seleção.
2. Cálculo das taxas de incidência
Como explicado na seção Métodos, fizemos a revisão dos casos de acidente vascular cerebral neonatal em recém-nascidos a termo, internados na unidade de cuidados intensivos neonatais. Outros casos fogem ao âmbito de nosso estudo. Mesmo se houvesse casos sintomáticos após uma alta hospitalar sem intercorrências, não teríamos acesso a esses pacientes, uma vez que nossa unidade não admite pacientes mais velhos provenientes do ambulatório, e nem todos os recém-nascidos são encaminhados para consultas de acompanhamento pediátrico após a alta.
Virgínia Machado, Sónia Pimentel, Filomena Pinto, José Nona
Maternidade Dr. Alfredo da Costa, Lisboa, Portugal.