versão impressa ISSN 1806-3713versão On-line ISSN 1806-3756
J. bras. pneumol. vol.45 no.5 São Paulo 2019 Epub 16-Set-2019
http://dx.doi.org/10.1590/1806-3713/e20180343
Paciente do sexo feminino, 56 anos, com diagnóstico prévio de cardiomiopatia dilatada idiopática, se apresentou com piora da dispneia ao longo de quatro dias. Seu histórico médico incluía o diagnóstico de pielonefrite xantogranulomatosa, que havia exigido nefrostomia à esquerda oito meses antes de sua apresentação. No momento da admissão, a radiografia de tórax mostrou derrame pleural à esquerda e cardiomegalia. Foi iniciado protocolo de sepse em virtude da hipotensão e da preocupação com derrame pleural parapneumônico ou empiema. A TCAR de tórax revelou rim esquerdo atrófico com múltiplas áreas hipoatenuantes com bolhas de gás (coleções) associadas a cálculos na pelve renal. Uma das coleções era claramente contígua ao espaço perirrenal próximo ao pilar diafragmático. A toracocentese diagnóstica mostrou exsudato amarelo com glicose e pH baixos e altos níveis de lactato desidrogenase e creatinina. A paciente foi diagnosticada com urinotórax e abscesso renal, recebeu antibioticoterapia e foi submetida à nefrectomia total. O urinotórax é uma causa rara de derrame pleural, mais frequentemente resultante de uropatia obstrutiva ou de lesão geniturinária iatrogênica/traumática.1-3 O líquido pleural do urinotórax geralmente revela um transudato que se resolve após a remoção da obstrução do trato urinário. A infecção associada leva a líquido pleural com pH e glicose baixos.