Compartilhar

Correlação entre tempo de trânsito oral e faríngeo no acidente vascular cerebral

Correlação entre tempo de trânsito oral e faríngeo no acidente vascular cerebral

Autores:

Rarissa Rúbia Dallaqua dos Santos,
Paula Cristina Cola,
Adriana Gomes Jorge,
Fernanda Matias Peres,
José Roberto Pereira Lauris,
Roberta Gonçalves da Silva

ARTIGO ORIGINAL

Audiology - Communication Research

versão On-line ISSN 2317-6431

Audiol., Commun. Res. vol.20 no.3 São Paulo jul./set. 2015

http://dx.doi.org/10.1590/S2317-64312015000300001567

INTRODUÇÃO

A investigação quantitativa dos tempos de trânsito da fase oral e faríngea tem sido utilizada nas pesquisas atuais com indivíduos, após acidente vascular cerebral (AVC) disfágico. A alteração nestes tempos, especificamente no AVC, pode comprometer o grau de dificuldade da deglutição, contribuindo para maximizar os prejuízos nutricionais e a segurança pulmonar do indivíduo disfágico(1-9).

A mensuração dos tempos referentes aos eventos da deglutição é uma importante medida para o clínico, na avaliação da deglutição, auxiliando na identificação dos achados que podem, inclusive, predizer a aspiração laringotraqueal e, ainda, auxiliar na definição de condutas(10).

Estudo com análise qualitativa da fase oral e faríngea da deglutição, por meio de videofluoroscopia, com indivíduos após AVC, mostra que o atraso do início da fase faríngea, o lento trânsito oral e a penetração laríngea são fortes marcadores de risco para complicações subsequentes da disfagia, nessa população(11).

A análise quantitativa da fase oral e faríngea, inclusive com uso de alimentos com e sem sabor, evidenciou redução do tempo de fase oral nos indivíduos após AVC, quando associados sabor e temperatura(9).

Outros estudos com análise qualitativa, por meio da videofluoroscopia de deglutição, observaram aumento do tempo de trânsito oral (TTO)(12) e atraso no início da resposta faríngea(13) em indivíduos após AVC, quando comparados com indivíduos normais, principalmente nas consistências pastosa e sólida(14).

Outros estudos mostraram, ainda, que indivíduos após AVC com alteração no tempo de trânsito faríngeo, na duração do fechamento laríngeo e no tempo de resposta faríngea devem alertar o clínico sobre possíveis alterações em outros parâmetros, tais como redução na elevação de laringe, resíduos na faringe e valécula e diminuição da proteção das vias aéreas inferiores(15,16). Em conjunto, estes são considerados os melhores fatores preditivos de risco para aspiração(10).

A literatura não é concisa sobre as exatas marcações para o início e final de cada fase da deglutição e os valores de cada tempo do trânsito orofaríngeo são variáveis, de acordo com os autores e a metodologia aplicada(17-19).

Portanto, este estudo teve por objetivo verificar se há correlação entre o tempo de trânsito oral com o início da resposta faríngea e o tempo de trânsito faríngeo, no indivíduo após acidente vascular cerebral.

MÉTODOS

Estudo clínico transversal prospectivo. O diagnóstico neurológico de acidente vascular cerebral e acometimento cortical foi realizado pela avaliação clínica neurológica e confirmado por exames de neuroimagem, como tomografia computadorizada e/ou ressonância magnética. O tempo médio entre a data do AVC e a sua inclusão neste estudo foi de dez dias (desvio padrão=10,99), variando de 0 a 30 dias.

Foram analisados 61 exames videofluoroscópicos de deglutição do banco de dados do Laboratório de Disfagia da Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" (UNESP), de indivíduos após acidente vascular cerebral isquêmico hemisférico (AVCi), tanto com lesão à direita (D), como à esquerda (E) e disfagia orofaríngea de grau leve a grave e que não haviam sido submetidos a reperfusão cerebral. Destes, 28 eram do gênero masculino e 33 do gênero feminino, com faixa etária variando de 40 a 101 anos (média de 65 anos, desvio padrão=13,57) (Anexo 1). Para análise, os indivíduos foram divididos em dois grupos. O Grupo 1 (G1) constou de 17 indivíduos com tempo de trânsito oral até 2000 milissegundos, conforme a normalidade, com média de idade de 62 anos e desvio padrão=11,41. O Grupo 2 (G2) incluiu 44 indivíduos com tempo de trânsito oral maior que 2000 milissegundos, com média de 66 anos e desvio padrão=14,36(19).

O protocolo de estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética da UNESP sob nº 0553/2012. Todos os indivíduos, ou seus representantes legais, incluídos no protocolo de estudo, tiveram ciência e assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.

Foram excluídos da pesquisa indivíduos com AVC hemorrágico e aqueles que apresentavam histórico de AVC prévio.

A videofluoroscopia de deglutição foi realizada em dois centros de referência no atendimento de paciente disfágico, partes do banco de dados do serviço. Para a análise, foi considerada somente a deglutição de consistência pastosa, no volume de 5 ml, da primeira colher ofertada, por ser a consistência mais segura para esses indivíduos(20).

Para a realização da videofluoroscopia de deglutição foi preparada a consistência pastosa com uma medida de espessante alimentar (4 g), composto por uma mistura de carboidratos e minerais, contendo 360 Kcal/100g. O espessante foi acrescentado em 40 ml de água e adicionado à consistência de 15 ml de sulfato de bário (BaSO4). Tanto para medir o volume de água como de bário, foi utilizada seringa descartável.

Posteriormente, esses exames foram digitalizados para que pudessem ser analisados quantitativamente, por meio de software específico(21). Foi realizada análise quadro a quadro do exame, em que foram marcados o início e o término do bolo pela fase oral e faríngea, obtendo-se, assim, o tempo de cada fase, por meio da contagem dos quadros.

Para este estudo, foram analisados três parâmetros de tempo da deglutição orofaríngea: tempo de trânsito oral total (TTOT), início da resposta faríngea (IRF) e tempo de trânsito faríngeo (TTF).

Foi considerado como o início do tempo de trânsito oral total o alimento dentro da cavidade oral e, como término, quando a parte proximal do bolo alimentar encontrava-se na região final do palato duro e início do palato mole, fazendo ângulo com o ramo mandibular e a base de língua(22).

Foi definido como tempo de início da resposta faríngea o intervalo em milissegundos desde quando o bolo alimentar encontrava-se na região final do palato duro e início do palato mole, fazendo ângulo com o ramo mandibular e a base de língua, até o primeiro quadro indicando o movimento de elevação da laringe(10,22).

Na análise do tempo de trânsito faríngeo, considerou-se como início quando o bolo alimentar encontrava-se na região final do palato duro e início do palato mole, fazendo ângulo com o ramo mandibular e a base de língua e, como término da fase faríngea da deglutição, o momento em que o bolo alimentar passava pelo esfíncter superior do esôfago(6,23).

Neste estudo, a análise quantitativa dos exames de deglutição por meio desoftware foi realizada por dois julgadores fonoaudiólogos(24), com experiência no exame objetivo e treinados pelo mesmo centro de referência.

Realizou-se análise estatística para comparar os dados entre os julgadores. Considerando-se que as variáveis não apresentaram distribuição normal, foram realizadas análises não paramétricas. No teste de correlação intraclasse houve concordância muito forte (0,99) entre os julgadores e, assim, calculou-se a média dos resultados. Para a correlação entre os tempos de trânsito oral e faríngeo, utilizou-se o teste de Spearman.

RESULTADOS

Dos 17 indivíduos do Grupo 1 (G1), 7 apresentaram IRF até 250 ms e 10, IRF maior que 250 ms. Em relação ao TTF, 6 indivíduos apresentaram TTF até 1000 ms e 11, TTF maior que 1000 ms (Quadro 1). Os resultados mostraram que não houve correlação entre o G1 e o tempo de início de resposta faríngea e de trânsito faríngeo, respectivamente, de -0,07 e -0,27 (Tabela 1).

Quadro 1 Distribuição dos indivíduos de acordo com o grupo 

Grupos n IRF < 250 ms IRF > 250 ms TTF < 1000 ms TTF > 1000 ms
G1 17 7 10 6 11
G2 44 11 33 12 32

Legenda: IRF = início de resposta faríngea; TTF = tempo de trânsito faríngeo; G1 = Grupo 1; G2 = Grupo 2

Tabela 1 Correlação do tempo de trânsito oral total normal com tempo de início de resposta faríngea e tempo de trânsito faríngeo 

Grupo Correlação entre os grupos
Indivíduos TTOT – IRF
TTOT – TTF
Spearman Spearman
G1 17 0,07 -0,27
G2 44 0,38 0,35

Legenda: TTOT = tempo de trânsito oral total; IRF = início de resposta faríngea; TTF = tempo de trânsito faríngeo; G1 = Grupo 1; G2 = Grupo 2

No Grupo 2 (G2), com 44 indivíduos, 11 apresentaram IRF até 250 ms e 33, IRF maior que 250 ms. Em relação ao TTF, 12 indivíduos apresentaram TTF até 1000 ms e 32, TTF maior que 1000 ms. (Quadro 1). Neste caso, houve correlação fraca entre o G2 e os parâmetros estudados, respectivamente, de 0,38 e 0,35 (Tabela 1).

DISCUSSÃO

Este estudo mostrou que não houve correlação entre o TTOT normal com o tempo de início da resposta faríngea e tempo de trânsito faríngeo, porém, houve correlação fraca entre o TTOT alterado e o aumento no tempo da fase faríngea.

A ausência de correlação no grupo com o TTOT normal com o tempo de início da resposta faríngea e tempo de trânsito faríngeo, evidencia que a fase oral da deglutição, quando dentro dos valores normais, não provoca aumento ou diminuição no tempo da fase faríngea de deglutição. A literatura existente discute as mudanças nos tempos das fases da deglutição em indivíduos saudáveis e com distúrbios neurológicos, como também a influência das propriedades do bolo alimentar (sabor, temperatura, consistência) no tempo das fases de deglutição(8,25).

Quanto à presença de correlação no grupo com TTOT alterado, mesmo que fraca, com o tempo de trânsito faríngeo no indivíduo após AVC, entende-se que as possíveis mudanças no tempo do TTO podem, de alguma forma, influenciar a fase faríngea da deglutição e, especificamente nesta população, promover alterações na biomecânica de deglutição que podem afetar tanto a eficácia, quanto a segurança da alimentação(26).

Na literatura, os estudos encontrados não investigaram a mesma hipótese de pesquisa utilizando método semelhante, porém, há aqueles que estudaram de forma qualitativa a correlação entre as fases da deglutição alterada e concluíram que a organização da fase oral influencia não só a qualidade da ejeção oral, mas, também, a efetiva dinâmica da fase faríngea(12). Além disso, a literatura já evidenciou que o aumento do tempo da fase oral provoca atraso no tempo de início da resposta faríngea da deglutição, em indivíduos após AVC, quando comparados com indivíduos normais, principalmente nas consistências pastosa e sólida(13,26).

Outro fator relevante, que embora não tenha sido parte do objetivo deste estudo, trata da hipótese sobre a influência que o aumento dos tempos das fases da deglutição teria sobre o risco de broncoaspiração e desnutrição, nessa população. Estudos com população distinta e infantil demonstraram que, quando o tempo de fase oral está aumentado, a ingestão oral torna-se comprometida e pode provocar impacto negativo no quadro nutricional(27,28).

Embora este estudo tenha procurado responder a hipótese de pesquisa sobre a influência do TTOT sobre a fase faríngea, o número reduzido de indivíduos nos grupos pode ter comprometido o índice de correlação. Estudos futuros poderiam, ainda, além do aumento da casuística, comparar os parâmetros de tempo de trânsito orofaríngeo e o fator nutricional.

CONCLUSÃO

O aumento do tempo de trânsito oral total no indivíduo após AVC possui correlação fraca com o aumento do tempo na fase faríngea.

REFERÊNCIAS

. Alves LM, Fabio SR, Dantas RO. The effect of bolus taste on oral and pharyngeal transit of patients with stroke. Rev Neurocienc. 2014;22(1):17-21. doi:10.4181/RNC.2014.22.899.5p
. Gomes FR, Secaf M, Kubo TT, Dantas RO. Oral and pharyngeal transit of a paste bolus in Chagas' disease. Dysphagia. 2008;23(1):82-7. doi:10.1007/s00455-007-9101-8
. Park T, Kim Y, McCullough G. Oropharyngeal transition of the bolus in post-stroke patients. Am J Phys Med Rehabil. 2013;92(4):320-6. doi:10.1097/PHM.0b013e318269d935
. Im I, Kim Y, Oommen E, Kim H, Ko MH. The Effects of Bolus Consistency in Pharyngeal Transit Duration during Normal Swallowing. Ann Rehabil Med. 2012;36(2):220-5. doi:10.5535/arm.2012.36.2.220
. Nikhil J, Naidu RK, Krishnan G, Manjula R. Oral and pharyngeal transit time as a factor of age, gender, and consistency of liquid bolus. J Laryngol Voice. 2014;4(2):45-52. doi:10.4103/2230-9748.157465.
. Kendall KA, McKenzie S, Leonard RJ, Gonçalves MI, Walker A. Timing of events in normal swallowing: a videofluoroscopic study. Dysphagia. 2000;15(2):74-83. doi:10.1007/s004550010004
. Kendall KA, Leonard RJ, McKenzie SW. Sequence variability during hypopharyngeal bolus transit. Dysphagia. 2003;18(2):85-91. doi:10.1007/s00455-002-0086-z
. Cola PC, Gatto AR, da Silva RG, Spadotto AA, Ribeiro PW, Schelp AO et al. Taste and temperature in swallowing transit time after stroke. Cerebrovasc Dis Extra. 2012;2(1):45-51. doi:10.1159/000339888
. Gatto AR, Cola PC, Silva RG, Spadotto AA, Ribeiro PW, Schelp AO et al. Sour taste and cold temperature in the oral phase of swallowing in patients after stroke. CoDAS. 2013;25(2):164-8. doi:10.1590/S2317-17822013000200012
. Power ML, Hamdy S, Goulermas JY, Tyrrell PJ, Turnbull I, Thompson DG. Predicting aspiration after hemispheric stroke from timing measures of oropharyngeal bolus flow and laryngeal closure. Dysphagia. 2009;24(3):257-64. doi:10.1007/s00455-008-9198-4
. Mann G, Hankey GJ, Cameron D. Swallowing function after stroke: prognosis and prognostic factors at 6 months. Stroke. 1999;30(4):744-8. doi:10.1161/01.STR.30.4.744
. Kim IS, Han TR. Influence of mastication and salivation on swallowing in stroke patients. Arch Phys Med Rehabil. 2005;86(10):1986-90. doi:10.1016/j.apmr.2005.05.004
. Power ML, Hamdy S, Singh S, Tyrrell PJ, Turnbull I, Thompson DG. Deglutitive laryngeal closure in stroke patients. J Neurol Neurosurg Psychiatry. 2007;78(2):141-6. doi:10.1136/jnnp.2006.101857
. Sellars C, Campbell AM, Stott DJ, Stewart M, Wilson JA. Swallowing abnormalities after acute stroke: A case control study. Dysphagia. 1999;14(4):212-8. doi:10.1007/PL00009608
. Ertekin C, Kıylıoglu N, Tarlaci S, Keskin A, Aydogdu I. Effect of mucosal anaesthesia on oropharyngeal swallowing. Neurogastroenterol Motil. 2000;12(6):567-72. doi:10.1046/j.1365-2982.2000.00232.x
. Perlman AL, Booth BM, Grayhack JP. Videofluoroscopic predictors of aspiration in patients with oropharyngeal dysphagia. Dysphagia. 1994;9(2):90-5. doi:10.1007/BF00714593
. Cook IJ, Dodds WJ, Dantas RO, Kern MK, Massey BT, Shaker R et al. Timing of videofluoroscopic, manometric events, and bolus transit during the oral and pharyngeal phases of swallowing. Dysphagia. 1989;4(1):8-15. doi:10.1007/BF02407397
. Dantas RO, Kern MK, Massey BT, Dodds WJ, Kahrilas PJ, Brasseur JG et al. Effect of swallowed bolus variables on oral and pharyngeal phases of swallowing. Am J Physiol. 1990;258(5 Pt 1):G675-81.
. Logemann JA. Evaluation and Treatment of Swallowing Disorders. San Diego, CA: College-Hill; 1983.
. Rosenbek JC, Roecker EB, Wood JL, Robbins J. Thermal application reduces the duration of stage transition in dysphagia after stroke. Dysphagia. 1996;11(4):225-33. doi:10.1007/BF00265206
. Spadotto AA, Gatto AR, Cola PC, Montagnoli AN, Schelp AO, Silva RG, Yamashita S, Pereira JC, Henry MACA. Software para análise quantitativa da deglutição. Radiol Bras. 2008;41(1):25-8.
. Logemann JA, Pauloski BR, Colangelo L, Lazarus C, Fujiu M, Kahrilas PJ. Effects of a sour bolus on oropharyngeal swallowing measures in patients with neurogenic dysphagia. J Speech Hear Res. 1995;38(3):556-63. doi:10.1044/jshr.3803.556
. Kendall KA, Leonard RJ, McKenzie SW. Accommodation to changes in bolus viscosity in normal deglutition: a videofluoroscopic study. Ann Otol Rhinol Laryngol. 2001;110(11):1059-65. doi:10.1177/000348940111001113
. Lazarus CL, Logemann JA, Rademaker AW, Kahrilas PJ, Pajak T, Lazar R et al. Effects of bolus volume, viscosity, and repeated swallows in nonstroke subjects and stroke patients. Arch Phys Med Rehabil. 1993;74(10):1066-70. doi:10.1016/0003-9993(93)90063-G
. Bingjie L, Tong Z, Xinting S, Jianmin X, Guijun J. Quantitative videofluoroscopic analysis of penetration-aspiration in post-stroke patients. Neurol India. 2010;58(1):42-7. doi:10.4103/0028-3886.60395
. Clavé P, de Kraa M, Arreola V, Girvent M, Farré R, Palomera E et al. The effect of bolus viscosity on swallowing function in neurogenic dysphagia. Aliment Pharmacol Ther. 2006;24(9):1385-94. doi:10.1111/j.1365-2036.2006.03118.x
. Bosna JF. Development and impairments of feeding in infancy and childhood. In: Groher ME. Dysphagia: diagnosis and management. 3th ed. Philadelphia: Butterworth-Heinemann; 1997. p. 131-67.
. Vivone GP, Tavares MMM, Bartolomeu RS, Nemr K, Chiappetta ALML. Análise da consistência alimentar e tempo de deglutição em crianças com paralisia cerebral tetraplégica espástica. Rev CEFAC. 2007;9(4):504-11.