versão impressa ISSN 1806-3713
J. bras. pneumol. vol.39 no.4 São Paulo jul./ago. 2013
http://dx.doi.org/10.1590/S1806-37132013000400018
Na maioria das vezes, os pacientes com hiper-hidrose têm, no âmbito social, uma experiência sensorial e emocional desagradável, difícil de ser externada de modo simples ao médico e de ser compreendida pela sociedade. Por outro lado, avaliar e quantificar clinicamente a hiper-hidrose não é tarefa fácil; por isso, li com bastante entusiasmo o manuscrito de Sakiyama et al. descrevendo uma avaliação quantitativa da intensidade da transpiração palmar e plantar em pacientes portadores de hiper-hidrose palmoplantar primária.( 1 )
Certamente, um equipamento de medição vem a somar na melhor quantificação da hiper-hidrose durante a propedêutica. Isso porque as apresentações clínicas de hiper-hidrose são muito variadas de pessoa para pessoa, embora haja um certo padrão de apresentação na hiper-hidrose localizada. Supõe-se que isso se deve, em parte, à grande variação anatômica da cadeia simpática e também, ao fato de que o sistema nervoso simpático não possui uma distribuição metamérica tão precisa, o que dificulta a sua representação em dermátomos.( 2 , 3 )
Outrora, para quantificar a hiper-hidrose, restava-nos mensurá-la clinicamente através de uma escala visual pela qual o paciente era questionado quanto à intensidade de sua hiper-hidrose, através de figuras, que, em uma escala, variam de um estado de normalidade até o estado de pior hiper-hidrose possível. Desse modo, podemos registrar no prontuário a intensidade da hiper-hidrose na avaliação inicial como também a cada reavaliação e, se for o caso, também no pós-operatório.( 4 )
Assim, quantifica-se o tipo de apresentação da hiper-hidrose, se a hiper-hidrose é generalizada ou localizada, e qual o tipo de distribuição corpórea (Figura 1). Realiza-se uma hachura demarcando as áreas que apresentam transpiração em excesso nas figuras do corpo humano. A seguir, utilizando-se as escalas visuais mostradas na Figura 1, determina-se a quantidade de suor e o tipo de hiper-hidrose localizada que o paciente apresenta (hiper-hidrose palmar, axilar e/ou plantar).
Fisiologicamente existe uma grande variabilidade na produção de suor, que depende de situações de calor no ambiente, estações climáticas, esforço físico, estresse e até do ciclo circadiano. Por isso, é de fundamental importância que o paciente nos oriente e quantifique as áreas a serem demarcadas, possibilitando, assim, um melhor embasamento ao raciocínio para a escolha do tratamento clínico ou cirúrgico da hiper-hidrose.( 5 )