Compartilhar

Estudo das publicações científicas (2002-2017) sobre ideação suicida, tentativas de suicídio e autonegligência de idosos internados em Instituições de Longa Permanência

Estudo das publicações científicas (2002-2017) sobre ideação suicida, tentativas de suicídio e autonegligência de idosos internados em Instituições de Longa Permanência

Autores:

Maria Cecília de Souza Minayo,
Ana Elisa Bastos Figueiredo,
Raimunda Matilde do Nascimento Mangas

ARTIGO ORIGINAL

Ciência & Saúde Coletiva

versão impressa ISSN 1413-8123versão On-line ISSN 1678-4561

Ciênc. saúde coletiva vol.24 no.4 Rio de Janeiro abr. 2019 Epub 02-Maio-2019

http://dx.doi.org/10.1590/1413-81232018244.01422019

Introdução

O objetivo deste estudo é apresentar publicações nacionais e internacionais sobre ideação suicida, tentativa de suicídio e autonegligência em idosos internados em Instituições de Longa Permanência (ILPI). Em seu clássico livro “O Suicídio”, Durkheim1 afirma que é a constituição moral da sociedade que determina o contingente das mortes voluntárias. E acrescenta que existe para cada povo, uma força coletiva de determinada energia que impele as pessoas a se matarem. O foco do autor é a macroestrutura social ao interior da qual o ato de tirar a própria vida se insere. Após Durkheim, a suicidologia avançou muito e às análises sociológicas sobre a morte autoinfligidas foram acrescentadas e, por vezes opostas, outras teorias que tratam desse evento como um fenômeno complexo e de múltipla causalidade. Neste texto, o tema é tratado em sua complexidade microssocial, interpessoal, psicológica, ambiental e de saúde, por meio da contribuição de vários autores, com destaque para Shneidman2; Joiner3; Forsell et al.4; Osgood e Thielmann5.

Com base nas necessidades psicológicas do ser humano, Shneidman2 considera o suicídio e o comportamento suicida como o resultado da confluência de um máximo de dor, um máximo de perturbação e um máximo de pressão, o que se expressa no modo de levar a vida. E Joiner3 refere que o desejo de morrer é função de três construtos: o sentimento de não pertença, a sensação de ser um fardo para a família ou para outrem e a ausência do medo instintivo da morte. Forsell et al.4 encontraram uma peculiar vinculação entre o comportamento, os atos e as ideações suicidas com a depressão; e entre ideação e dependências múltiplas, institucionalização, severos problemas visuais e uso de drogas psicotrópicas. Osgood e Thielmann5 lembram que a relação entre ideação, tentativa e efetivação do suicídio se expressa em comunicações verbais, em comportamentos e num conjunto de sinais, passíveis de serem detectados, como descuidar da medicação, colocar ordem em pertences nomeando sua destinação futura, mostrar desinteresse pelas coisas da vida, buscar subitamente alguma religião, visitar o médico verbalizando sintomas vagos, dentre outros.

Tentativas, ideações suicidas e autonegligências são aqui analisadas tomando como espaço as Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPI), públicas ou privadas, que no Brasil têm como objetivo proporcionar supervisão e assistência aos idosos nas atividades diárias e em serviços de enfermagem quando necessários. Elas são reguladas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA)6 e, visando a dar cumprimento ao Estatuto do Idoso, estão incluídas no Sistema de Assistência Social (SUAS) na categoria de serviços de proteção social de alta complexidade. São definidas como “Serviços de Acolhimento Institucional” direcionados a atender idosos com vínculos familiares rompidos ou fragilizados e visam a dar-lhes proteção integral em unidades inseridas na comunidade e com características residenciais, ambiente acolhedor e estrutura física adequada. Em relação à ocorrência de tentativas de suicídio, a Resolução da ANVISA6 aponta a obrigatoriedade de notificá-las imediatamente à autoridade sanitária local.

Desenho do estudo

Trata-se de uma revisão integrativa da literatura nacional e internacional sobre autonegligência, ideação e tentativa de suicídio na população idosa que reside em instituições de longa permanência. Segundo Souza et al.7, a revisão integrativa é a mais ampla abordagem metodológica referente às revisões, permitindo a inclusão de estudos experimentais e não experimentais para uma compreensão completa do fenômeno analisado. Para a realização deste estudo seguimos os seguintes passos8,9:

1. Elaboração da pergunta norteadora, ou seja, identificação do tema e seleção da hipótese ou questão de pesquisa A motivação para realizar este estudo, no caso brasileiro, é o fato de que, junto com os hospitais, as ILPI serem o lugar de 26,1% dos suicídios de idosos, vindo logo após de suas próprias residências ou arredores10,11. Geralmente, uma morte autoinfligida é precedida por vários tipos de comportamento suicida. Mas, mesmo com tamanha relevância, são escassas as pesquisas que focalizam essas instituições como locus tanto para o comportamento autodestrutivo como para a morte autoinfligida. A questão que norteou esta busca é a de que raramente exista, entre os funcionários e gestores das residências para idosos, um entendimento sobre a importância do ambiente de internato, dos processos de separação do idoso de suas famílias e da própria dinâmica institucional, na emergência de autonegligências, ideações e tentativas de suicídio, elementos preditivos da morte autoinfligida12. Portanto, entende-se ser importante elucidar essas questões, visando à prevenção de tais eventos. 2. Estabelecimento de critérios para inclusão e exclusão de estudos, amostragens e busca na literatura. A busca pelos textos foi realizada nas seguintes fontes de dados: BVS/SP, SciELO, Scopus, PubMed, e Web of Science, no período de 2002 a 2017. Foram usados os seguintes descritores: Asilo OR “Instituição de Longa Permanência para Idosos” OR “Instituição Asilar” OR “Asilos para Idosos” OR Ancianatos OR “Instituições Geriátricas de Longa Permanência” OR ILPI OR “Casa de repouso” OR “Casa lar” OR Abrigo; Idosos OR “Pessoa Idosa” OR “Pessoa de Idade” OR “Pessoas de Idade” OR “Pessoas Idosas”; “Ideação suicida” OR “Ideações suicidas” OR “Tentativa de suicídio” OR “Autonegligência” e seus correspondestes em língua inglesa, espanhola e francesa.

3. e 4. Na amostragem na literatura e coleta de dados, incluindo a definição das informações a serem extraídas dos estudos selecionados e categorização foram selecionados 205 artigos, todos lidos quanto a seu escopo, palavras-chave e resumos. Desses, 179 foram excluídos pelos seguintes critérios: duplicação nas bases de dados e falta de pertinência ao tema do comportamento suicida especificamente em casas de repouso, asilos, instituições de longa permanência, residências para idosos.

5. Análise crítica e avaliação dos estudos incluídos, que compreendeu apenas os 26 textos que adequaram-se ao foco do estudo, lidos integralmente e analisados no que apresentam de entendimento do tema quanto ao foco, ao método, aos resultados e à discussão suscitada.

O resumo desta seleção se encontra na Figura 1.

Figura 1 Distribuição dos artigos pesquisados. 

A análise dos artigos selecionados seguiu uma perspectiva compreensiva, buscando aprofundar: (a) os principais fatores de risco relativos ao comportamento suicida de idosos internados em instituições de longa permanência; (b) comparação entre os fatores de risco que se referem especificamente aos idosos internados e os que dizem respeito aos idosos em geral; c) fatores protetivos e propostas de prevenção; d) discussão e conclusões.

Discussão dos resultados

Termos utilizados na caracterização das ILPI e do comportamento suicida

A propósito da literatura analisada, o primeiro a se observar é que o termo brasileiro “ILPI” tem diferentes correspondentes, segundo os países em que os estudos foram realizados: residências para idosos, lares para idosos, residências assistidas para idosos, asilos, casas de repouso, dentre outros. Para efeitos deste estudo, todas essas denominações são aqui referenciadas como ILPI. Igualmente, nota-se uma terminologia variada para nominar o fenômeno aqui estudado: comportamento suicida para se referir a tentativas, ideações e autoagressões; comportamento suicida direto para expressar, por exemplo, a intoxicação medicamentosa voluntária, a automutilação; suicídio passivo ou comportamento indireto para significar, por exemplo, a recusa de alimentos ou de medicamentos; comportamento autodestrutivo, autoviolência, dentre outros.

(1)Caracterização dos artigos que compõem a revisão

No Quadro 1 estão organizados os artigos segundo título, autor, ano, tipo de estudo, país do autor principal, periódico em que foi publicado e principais diagnósticos do comportamento suicida. Comportamento suicida é aqui entendido como uma forma de atuar do indivíduo que pode levar à morte autoinfligida e inclui atos de autoagressão; pensamentos persistentes, planejamento de dar cabo à vida e histórias de tentativas com vistas ao ato consumado.

Quadro 1 Caracterização dos artigos, segundo título, autor, revista de publicação (periódico), ano, tipo de estudo, país, e principais diagnósticos (2002-2017). 

Autor, Título, Revista de Publicação (Periódico) Ano Tipo de estudo País (Local) Diagnóstico de risco
(1) Szanto, K; Gildengers, A; Brown, G; Alexopoulos, G.S; Reynolds, C.F. Identification of suicidal ideation and prevention of suicidal behaviour in the elderly. Drugs & Aging.13 2002 Ensaio teórico USA Depressão maior; abuso de substâncias; transtornos de personalidade; doença física; sofrimento complicado ou traumático; ansiedade; desesperança incessante após a recuperação de um episódio depressivo; história de tentativas de suicídio anteriores; comportamentos indiretos autodestrutivos.
(2) Draper, B; Brodaty, H; Low, L.F. Types of nursing home residents with self-destructive behaviours: analysis of the harmful behaviours scale. Journal of the American Geriatrics Society14 2002 Epidemiológico descritivo transversal Austrália Agressividade resistente; recusa alimentar; perturbações comportamentais; comportamento autodestrutivo; demência.
(3) Draper, B; Brodaty, H.; Low, L.F; Richards,V; Paton, H; Lee, D. Self-destructive behaviors in nursing. Journal of the American Geriatrics Society15 2002 Epidemiológico descritivo transversal Austrália Comportamentos nocivos indiretos; comportamentos prejudiciais diretos; demência.
(4) Ron, P. Suicidal ideation and depression among institutionalized elderly: the influence of residency duration. Illness Crises Loss Journal16 2002 Epidemiológico descritivo exploratório Israel Mudança para uma ILPI (deslocalização).
(5) Anía, B.G; Chinchillab, E; Suárez-Almenarac, J.L; Iruritad, J. Intentos de suicidio y suicidios consumados por los ancianos de una residencia. Revista Espanõla de Geriatría y Gerontología17 2003 Epidemiológico retrospectivo longitudinal Espanha Condições físicas incapacitantes; diagnóstico psiquiátrico anterior.
(6) Draper, B; Brodaty, H.; Low, L. F; Richards, V. Prediction of mortality in nursing home residents: impact of passive self-harm behaviors. International Psychogeriatrics18 2003 Epidemiológico descritivo transversal USA Idade mais avançada; sexo masculino; menor nível de funcionamento; distúrbio comportamental; autodano passivo.
(7) Meeks, S; Tennyson, K.B. Depression, hopelessness, and suicidal ideation in nursing home residents. Journal of Mental Health and Aging19 2003 Epidemiológico descritivo USA Fragilidade física; isolamento social; depressão; desesperança; falta de um confidente; humor deprimido; sentimentos de desamparo; menor satisfação de vida; menor bem-estar; problemas de saúde; deficiência funcional; dor; número de medicamentos prescritos; conflito familiar; disfunção social.
(8) Ron, P. Depression, hopelessness, and suicidal ideation among the elderly: a comparison between men and women living in nursing homes and in the community. Journal of Gerontological Social Work20 2004 Epidemiológico descritivo Israel Desesperança; desamparo; depressão.
(9) Chow, E.S; Kong, B.M; Wong, M.T; et al. The prevalence of depressive symptoms among elderly Chinese private nursing home residents in Hong Kong. International Journal of Geriatric Psychiatry21 2004 Epidemiológico descritivo transversal Hong Kong Sintomas depressivos; não ser beneficiário da Assistência e Segurança Social; níveis educacionais baixos; baixas habilidades para atividades sociais; deficiência ocular; pouca autonomia para atividades básicas da vida diária; problemas de deglutição; autopercepção de inadequação financeira; insatisfação com a vida; falta de autopercepção de saúde; atitudes precárias em relação ao arranjo de vida.
(10) Low, L.F; Draper, B; Brodaty, H. The relationship between self-destructive behaviour and nursing home environment. Aging & Mental Health22 2004 Epidemiológico descritivo-transversal Austrália Fragilidade; demência; autojudicações passivas.
(11) Kao, H.F; Travis, S.S; Acton, G.J. Relocation to a long-term care facility: working with patients and families before, during, and after. Journal of Psychosocial Nursing and Mental Health Services23 2004 Epidemiológico descritivo transversal USA Efeitos da institucionalização.
(12) Adams, K.B; Sanders, S; Auth, E.A. Loneliness and depression in independent living retirement communities: risk and resilience factors. Aging & Mental Health24 2004 Epidemiológico descritivo com uso da Geriatric depression scale e UCLA loneliness scale USA Perda recente; pouco contato com amigos; diminuição ou perda da rede social.
(13) Arvaniti, A; Livaditis, M; Kanioti, E; Davis, E; Samokouri, M; Xenitidis, K. Mental health problems in theelderly in residentialcare in Greece - A pilot study. Aging and Mental Health25 2005 Epidemiológico com uso de escalas: Mini International Neuropsychiatric Interview (MINI), Geriatric Depression Screening Scale (GDSS), and the Mini Mental State Examination (MMSE). Grécia Baixo nível educacional; depressão; efeitos da institucionalização.
(14) Scocco, P; Rapattoni M; Fantoni, G; Galuppo, M; De Biasi F; de Girolamo, G; Pavan, L. Suicidal behaviour in nursing homes: a survey in a region of north-east Italy. International journal of Geriatric Psychiatry26 2006 Epidemiológico descritivo e qualitativo Itália História de transtornos mentais.
(15) Jang, Y; Bergman, E; Schonfeld, L; Molinari, V. Depressive symptoms among older residents in assisted living facilities. International Journal of Aging and Human Development27 2006 Estudo qualitativo USA Idade muito avançada; perda de autonomia funcional; autoavaliação negativa da saúde; sensação de perda de domínio de si; ausência de religiosidade; atitude negativa sobre o envelhecimento.
(16) Kaup, B.A;Loreck, D; Gruber-Baldini, A.L; German, P; Menon, A.S; et al. Depression and its relationship to funciton and medical status, by dementia status, in nursing home admissions. American Journal of Geriatric Psychiatry28 2007 Estudo qualitativo USA Depressão; dependência física; comorbidades médicas não corrigidas.
(17) Mezuk, B; Prescott, M.R; Tardiff, K;Vlahov, D; Galea, S. Suicide in older adults in long-term care: 1990 to 2005. Journal of the American Geriatrics Society29 . 2008 Epidemiológico com método de regressão e comparativo com dados demográficos USA Ambiente massivo e despersonalizado das instalações das instituições.
(18) Reiss, N.S; Tishler, C.L. Suicidality in nursing home residents: Part 2. Special issues. Professional Psychology: Research and Practice30 2008 Ensaio teórico USA Comportamento autodestrutivo indireto; história de distúrbios do humor; deproblemas de cognição. Profissionais despreparados para reconhecer problemas de saúde mental, diagnosticar e avaliar residentes deprimidos e potencialmente suicidas. Falta de cobertura pública adequada de saúde mental.
(19) Scocco, P; Fantoni, G; Rapattoni, M; Girolamo, G; Pavan, L. Death Ideas, Suicidal Thoughts, and Plans among Nursing Home Residents. Journal of Geriatric Psychiatry and Neurology31 2009 Epidemiológico descritivo Itália Ter idade muito avançada.
(20) Ku, Y.C; Tsai, Y.F; Lin Y.C; Lin Y.P. Suicide experiences among institutionalized older veterans in Taiwan. The Gerontologist32 2009 Estudo compreensivo qualitativo Taiwan Doença; dor; morte de parentes próximos ou amigos; conflitos com familiares; dificuldade em se adaptar à vida institucional; limitação física; ter expectativas que não correspondem às atuais mudanças sociais. Falta de autonomia para gerenciar o próprio dinheiro. Mudanças no ambiente de vida.
(21) Kim, H.S.; Jung, Y M.; Lee, H.S Cognitive impairment, behavioral problems, and mental health in institutionalized korean elders - an eligibility issue for care settings. Journal of Korean Academy of Nursing33 2009 Estudo transversal qualitativo Coreia do Sul Comprometimento cognitivo; problemas comportamentais; problemas de saúde mental.
(22) Podgorski, C.A.; Langford, L.; Pearson, J.L; Conwell, Y. Suicide prevention for older adults in residential communities: implications for policy and practice. PLOS Med34 2010 Ensaio teórico USA Isolamento social; Discordância do idoso em viver numa residência geriátrica.
(23) Malfent, D; Wondrak, T; Kapusta, N.D; Sonneck, G. Suicidal ideation and its correlates among elderly in residential care homes. International Journal of Geriatric Psychiatry35 2010 Epidemiológico transversal quantitativo apoiado em dados sociodemográficos Áustria Morar em ILPI.
(24) Alexa, I.D; Costin, C; Cehan, V; Felea, V; Ungureanu, F; Rotariu, C. Self-neglect in the case of the elderly. Where are we now? Rev Med Chir Soc Med Nat Iasi36 2011 Epidemiológico prospectivo, descritivo e analítico Finlândia, Grécia e Romênia Comportamento autodestrutivo passivo.
(25) Mezuk, B; Rock, A; Lohman, M.C; Choi, M Suicide risk in long-term care facilities: a systematic review. International Journal of Geriatric Psychiatry37 2014 Revisão de literatura USA Depressão; Isolamento social; Solidão; Declínio funcional.
(26) Minayo, M.C.S; Teixeira, S.M.O; Martins. J.C.O. Tédio enquanto circunstância potencializadora de tentativa de suicídio na velhice. Estudos de Psicologia38 2016 Estudo de caso qualitativo Brasil Relações sociofamiliares fragilizadas; isolamento social; solidão, tempo de vida tedioso; depressão; uso abusivo do álcool; percepção negativa do envelhecer.

Embora seja um assunto relevante, pois vários autores aqui citados17,26,30,34,35,36,38 relatam que os idosos em ILPI proporcionalmente apresentam mais comportamentos suicidas do que a população de idosos em geral, o tema não tem recebido grande atenção da comunidade científica. Nas bases de dados aqui analisadas, nos últimos 14 anos se encontram apenas 26 referências. Nelas, muitas das questões trazidas se referem ao idoso em geral. Apenas algumas poucas são peculiares aos que vivem em instituições.

Do ano de 2002, há quatro artigos, sendo um ensaio teórico13, dois estudos quantitativos transversais14,15e uma análise exploratória16. Em 2003, são referenciados um estudo retrospectivo longitudinal17, um transversal18 e um descritivo e comparativo16. De 2004, constam um estudo exploratório e comparativo20 três descritivos transversais21,22,24 e um qualitativo23. Em 2005, apresenta-se apenas um estudo quantitativo comparativo25. O mesmo ocorre em 2006, embora, neste, os autores combinam abordagem epidemiológica descritiva e aproximação qualitativa27. Em 2007, outra vez, menciona-se unicamente um trabalho, sendo este de cunho qualitativo28. Em 2008, a literatura aponta um estudo epidemiológico descritivo29 e um ensaio teórico30. Em 2009, encontra-se um trabalho epidemiológico descritivo31 e dois qualitativos32,33. Para 2010, referenciam-se um ensaio teórico34 e um estudo quantitativo transversal35. Em 2011, encontra-se somente um trabalho descritivo e prospectivo36. Nos anos de 2012 e 2013 não há nas bases pesquisadas nenhum artigo sobre o tema. De 2014, consta um texto de revisão37. Outra vez, em 2015, não há referências sobre o assunto e, em 2016, encontra-se apenas um texto, que é o único estudo de caso qualitativo38.

Observa-se que a partir de 2010 houve uma diminuição ou mesmo ausência de artigos científicos sobre o assunto. Do Brasil, em todo o período estudado, encontrou-se somente um texto38, de 2016, o que demonstra o incipiente investimento da comunidade científica no tema, apesar de sua relevância no contexto nacional. A maioria dos primeiros autores é dos Estados Unidos (11); em seguida, australianos (3); israelenses (2); italianos (2); espanhol (1); de Hong Kong (1); de Taiwan (1); coreano do sul (1); austríaco (1); grego (1); romeno (1); brasileiro (1).

Quatorze periódicos onde circulam os artigos analisados articulam o comportamento suicida com questões médicas, psiquiátricas, neurológicas e de saúde mental. São eles: Drugs&Aging; Journal of the American Geriatrics Society; Revista Espanõla de Geriatría y Gerontología; International Psychogeriatrics; International Journal of Geriatric Psychiatry; (Journal of Mental Health and Aging; Journal of Psychosocial Nursing and Mental Health Services; Aging & Mental Health Journal; The American Journal of Geriatric Psychiatry; Journal of Geriatric Psychiatry and Neurology; PLOS Medicine; Revista medico-chirurgicală̆ a Societă̆ţ̜ii de Medici ş̧i Naturaliş̧ti din Iaş̧i Societatea de Medici şi Naturalişti Iaşi; Journal of Korean Academy of Nursing; Illness Crisis &Loss Journal. Seis revistas têm um escopo mais aberto e tratam de questões psicológicas, sociais, humanas e das circunstâncias que acompanham o suicídio: The International Journal of Aging and Human Development; Journal of the American Geriatrics Society; Journal of Gerontological Social Work; The Gerontologist; Estudos de Psicologia; Professional Psychology: Research and Practice.

Pelas escolhas dos veículos de divulgação de seus trabalhos, conclui-se que a maioria dos autores considera o comportamento suicida de idosos nas ILPI como um problema médico e psiquiátrico. Mesmo quando se sabe que são questões sociais (condições e situações de vida), relacionais e microssociais as que mais pesam nos estados de tristeza, nos sentimentos de abandono, no isolamento, no desalento e na inadaptação dos idosos ao internato, o que pode levá-los a ter pensamentos persistentes de morte e a cometer suicídio.

(2) Riscos de comportamento suicida de idosos em geral e de idosos em ILPI

Os principais diagnósticos de risco ideações e tentativas de suicido para idosos internados em ILPI, segundo a relevância dada pelos autores estudados, são:

• Problemas físicos e incapacitantes (declínio funcional): doença física13,17,19,21,32; declínio funcional18,19,21,27,28,32; excesso de medicação19,21,27.

• Problemas psiquiátricos: depressão13,19,20,21,25,28,30,37,38; abuso de substâncias ilícitas13,38; transtornos de personalidade13,14; distúrbio comportamental14,18,33; história pregressas de tentativas de suicídio13; comportamentos indiretos autodestrutivos13,14,15,18,22,30,36; comportamentos prejudiciais diretos14,15,22; comprometimento cognitivo30,33; diagnóstico psiquiátrico anterior17,26,33,36;

• Problemas psicológicos e subjetivos: sofrimento persistente ou traumático13; sentimento de solidão, desesperança e tédio13,19,20,37,38; fragilidade22; sensação de perda de domínio sobre a própria vida19,21,27; percepção negativa do envelhecer38,27.

• Problemas microssociais: ter idade muito avançada18,27,31, pertencer ao sexo masculino18; sofrer isolamento social19,21,24,34,37,38; viver em conflitos familiares19,32,38; ter nível de escolaridade baixo21,25; ter vivenciado mortes e perdas de parentes próximos ou amigos24,32; ausência de religiosidade27; inflexibilidade e rigidez em relação a mudanças, particularmente as sociais32.

• Problemas econômicos: falta de autonomia para gerenciar o próprio dinheiro21,32; ausência de seguridade e assistência social21.

• Problemas socioambientais: saída involuntária do ambiente famíliar16; dificuldade de adaptação ao ambiente institucional regulado e impessoal23,25,29,32,35; perda de antigos relacionamentos e problema de interação com os colegas ou gestores da ILPI32,34.

• Falhas na formação profissionaldos cuidadores e organizacionais - ausência de atenção personalizada, desconhecimento de como cuidar dos idosos mais frágeis30; falta de cobertura de saúde mental30.

As dificuldades relacionadas à saúde física, às doenças incapacitantes, aos problemas psiquiátricos, às questões subjetivas, às falhas na formação profissional e familiar dos cuidadores e ao ambiente organizacional massivo e impessoal lideram a lista dos possíveis elementos associados às ideações e tentativas de suicídio e às autonegligências. Mas todos os autores são unânimes em reconhecer que nunca há apenas uma causa para o comportamento autodestrutivo e, sim, uma confluência de condições adversas. Alguns ressaltam o peso das histórias de vida, das relações familiares e da falta de expectativa para o futuro que acompanha as internações, e dão ênfase ao isolamento social presente, particularmente, nos estados depressivos38.

Dos 26 autores estudados, 10 comparam os riscos de comportamento suicida entre os idosos internados em ILPI e os que vivem na comunidade. Três deles16,21,29 consideram que nas residências geriátricas, proporcionalmente, há mais pessoas com depressão e sintomas depressivos; cinco enfatizam que entre eles há mais problemas autodestrutivos13,22,34 e ideações suicidas35,36; e quatro ressaltam que o próprio processo de institucionalização e vivência numa ILPI, em que estão implicadas perdas de relações familiares e comunitárias e entrada num regime regulado e frequentemente, impessoal são desestabilizadores e constituem risco para o suicídio25,30,35,36.

A seguir, nos Quadros 2 e 3 estão descritos fatores de proteção e de prevenção relacionados ao comportamento autodestrutivo, segundo os autores analisados. Observa-se que nem todos os autores estudados colocam ênfase nesses dois aspectos.

Quadro 2 Fatores de proteção em relação ao comportamento suicida. 

Autores Fatores de proteção
Szanto et al.13 Tratamento antidepressivo
Ron16 Atenção aos estados mentais e emocionais subjetivos dos residentes
Arvaniti et al.25 Atenção psicológica acompanhando tratamento psiquiátrico.
Jang et al.27 Recursos psicossociais contra restrições de saúde e da condição de internamento, entre eles, a religiosidade.
Ku et al.32 Acesso a meios para gerenciar o próprio dinheiro.
Malfent et al.35 Reconhecimento e tratamento adequado das autonegligências e ideias suicidas.
Draper et al.14 Morar em ILPI, para os desprovidos de condições sociais e apoio familiar.

Quadro 3 Medidas de prevenção contra o comportamento suicida. 

Autores Medidas de prevenção
Szanto et al.13 Investimento em estudos sobre a eficácia de tratamento para depressão, particularmente com médicos de atenção primária.
Anía et al.17 Treinamento de cuidadores e profissionais de saúde para diagnosticar e encaminhar casos de comportamento suicida, prevenindo mortes autoinfligidas.
Ron20 Investimento em atenção interdisciplinar na saúde mental dos residentes, particularmente nos estágios preliminares de institucionalização em que os riscos são maiores.
Chow et al.21 e Low et al.22, Mezuk29 Atenção na organização das ILPI e na formação dos cuidadores, promovendo cuidados personalizados, atenção individual e ambiente coletivo saudável.
Socco et al.31 Organização de programas de cuidados que estejam atentos à alta frequência de morte, aos sinais de comportamento suicida e às relações entre as pessoas dentro das instituições.
Ku et al.32 Formação do pessoal institucional para ser capaz de se comunicar com pessoas mais velhas e conversar sobre seus sentimentos, suas necessidades, seu sofrimento, o gerenciamento de sua própria vida e de seu dinheiro e também sobre a morte.
Kim et al.33 Atuação permanente do pessoal de saúde que trabalha em ILPI frente aos problemas cognitivo-comportamentais e às dificuldades mentais e emocionais que alguns idosos apresentam.
Podgorski et al.34 Desenvolver protocolos de procedimentos aplicáveis aos episódios de autoagressões e outros comportamentos suicidas.
Malfent et al.35 Criar estratégias de pesquisa e prevenção que não podem limitar-se à percepção de risco e devem incluir fatores de proteção.
Alexa et al.36 Criar programas de sensibilização da sociedade e apoio às famílias para que se tenha uma compreensão positiva do envelhecimento e se evite a marginalização dos idosos.
Mezuk et al.37 Atuar na redução dos riscos de suicídio na vida assistida, tanto na formação dos profissionais como nas características organizacionais que promovam bem-estar, atendimento personalizado e apoio socioemocional.

É possível ter um olhar de proteção para os idosos residentes em ILPI para que não desistam da vida, segundo alguns os autores consultados13,14,20,25,32,35,37. Em geral, eles dão ênfase ao cultivo da religiosidade, ao tratamento farmacológico para casos de transtornos mentais como a depressão severa; associação da atenção psiquiátrica com acompanhamento psicológico, promoção de um ambiente institucional otimista e de satisfação com a vida, e investimento nos sentimentos de autonomia, nos relacionamentos e na comunicação. O próprio fato de morar numa ILPI tem um sentido contraditório. Enquanto para alguns esse fato significa isolamento, solidão e perda do sentido da vida, para outros, particularmente os mais pobres e sem vínculos familiares, estar numa residência é uma situação protetiva14.

A alta frequência de sentimentos e pensamentos suicidas entre idosos das ILPI deve ser cuidadosamente considerada no planejamento e implementação de programas voltados a prevenir a morte autoinfligida17,20,21,29,34. Segundo esses e outros autores13,33, a prevenção do suicídio também precisa fazer parte da formação e do trabalho dos profissionais que atuam nas ILPI. Pois, é possível atuar em prevenção primária, secundária e terciária, em alguns casos, com incentivo a atividades e interações grupais e sociais, em outros com terapia medicamentosa, em outros, ainda, acrescentando-se psicoterapia de apoio e, nos casos muito complicados, utilizando-se terapia electroconvulsiva quando indicado.

As medidas de prevenção devem enfatizar os seguintes aspectos: (a) organizar a dinâmica cotidiana das ILPI de tal forma para que as pessoas idosas tenham o máximo de autonomia sobre sua vida, inclusive na gestão de seus recursos financeiros33,37; (b) Oferecer capacitação continuada aos cuidadores incluindo informação sobre aspectos da cultura vivenciada pelos idosos, sobre as características do envelhecimento, chegando até a conversas sobre o ponto de vista dos internos sobre suas ideias de dar cabo à vida e como planejam realizar esse ato31,34; (c) Estar atento ao fato de que o comportamento suicida é influenciado por aspectos físicos (vários tipos de doenças, dores e dependência), emocionais (perdas afetivas) e relacionais (mudanças na comunicação com os familiares, separação de amigos, adaptação à instituição) e cognitivo-comportamentais23,33; (d) Os serviços sociais e médicos precisam dar atenção aos sinais de autonegligência (que sugiram comportamento suicida), como recusa de alimentos, de medicamentos, isolamento social. Cabe aos profissionais interagir com a pessoa, incentivar seu contato com colegas e evitar sua marginalização. Isso requer uma atuação multidisciplinar que, geralmente, inclui geriatra, psicólogo, e assistente social36; (e) É fundamental que a ILPI ofereça uma abordagem individualizada22,29,35,36.

(3) Síntese do conhecimento

Em muitos pontos, os estudos aqui apresentados coincidem com a literatura científica sobre tentativas de suicídio de idosos não residentes em instituições de longa permanência39-43, particularmente no que se refere à depressão como fator desencadeante do desejo de morrer e a vários outros fatores já apontados.No entanto, existem algumas especificidades. Muitos deles16,21,29 consideram que nas residências geriátricas, proporcionalmente, há mais pessoas com depressão, sintomas depressivos e comportamentos autodestrutivos13,22,34-36. E ressaltam que o próprio processo de institucionalização e de vivência numa ILPI com regime regulado e impessoal, para alguns, é desestabilizador e constitui risco para o suicídio25,30,35,36.

Em algumas circunstâncias, entretanto, a internação numa ILPI pode ser benéfica, pois nela, embora de forma mais impessoal que nas famílias, existe vigilância permanente e garantia de cuidados básicos, assim como menos probabilidade de acesso aos meios para efetuar o suicídio. Em casos analisados em recente pesquisa44, particularmente homens idosos vivendo nas ruas, apartados das famílias e muito pobres conseguem retomar o rumo de sua vida. Alguns desses, antes de se internarem haviam feito várias tentativas de dar cabo à vida.

A gestão dos recursos financeiros pela própria pessoa idosa – quando ela tem capacidade física e mental para isso – é outro ponto relevante trazido pela literatura. O sentimento de não estar despossuída, de gozar de certa autonomia e de poder tomar decisões diminui a sensação de desamparo e de ser tutelada por funcionários ou familiares.

A organização de uma ILPI precisa levar em conta os fatores que provocam desestabilização numa pessoa que se interna, particularmente ter como meta preservar o máximo de autonomia das pessoas, oferecer uma atenção personalizada e ter um quadro de profissionais que possa dar apoio aos idosos.

A capacitação dos profissionais de saúde, do pessoal de apoio e administrativo foi ressaltada como de grande importância para a qualidade de vida dos idosos institucionalizados, por todos os autores que se referiram à prevenção do comportamento suicida. Essa afirmação reforça constatações de estudos45 que demonstram o quanto as pessoas que trabalham em ILPI se sentem despreparadas e enfrentam dificuldades para atuar frente aos casos de ideação e tentativas de dar cabo à vida, seja por desconhecimento seja por não disporem de formação suficiente. Nesse particular, entende-se que é preciso cuidar do profissional cuidador, pois a relação entre ele e o idoso constitui uma troca que pode enriquecer ou adoecer a ambos. No final do século XIX, Durkheim1 já advertia que um indivíduo ignorado, excluído e marginalizado, do qual se exigem muitos deveres e ao qual se concedem poucos direitos, sente-se fora da solidariedade orgânica e da coesão social e, portanto, exposto a dar cabo à própria vida.

Embora o escopo de uma ILPI seja a segurança social e a proteção à saúde e aos direitos humanos da pessoa idosa, muitas delas, por causa de sua estrutura organizacional e forma de atuação, podem trazer riscos à qualidade de vida dos que aí residem. Por exemplo, quando contribuem para diminuição de sua autonomia, para a perda dos marcos identitários familiares e comunitários e para sua segregação do convívio com as gerações mais jovens.

Por parte da pessoa idosa, a vivência numa ILPI exige que ela reorganize sua vida social e subjetiva e internalize mecanismos que possam facilitar sua inserção nessa forma de convivência social. Por causa das fragilidades próprias da idade ou por problemas de saúde física e mental dos idosos, as ILPI podem acirrar os efeitos de uma vida regulada e segregada do ambiente familiar e comunitário, representando um fator de exacerbação de comportamentos suicidas. Porém, é preciso ressaltar que, em certos casos, por exemplo, quando o idoso passa por múltiplas dependências, a internação pode ter efeitos positivos, trazendo-lhe mais proteção e melhores cuidados14,15.

REFERÊNCIAS

1. Durkheim E. O Suicídio. Lisboa: Editora Martins Fontes; 2004.
2. Shneidman ES. Comprehending suicide. Washington: American Psychological Association; 2001.
3. Joiner T. Why people die by suicide. Cambridge: Harvard University Press; 2005.
4. Forsell Y, Jorm AF, Winblad B. Suicidal thoughts and associated factor in elderly population. Acta Psychiatr Scand 1997; 95(2):108-111.
5. Osgood NJ, Thielman S. Geriatric suicidal behaviour: Assessment and treatement of suicidal patients. In: Blumenthal SJ, Kupter DJ, editors. Suicide over the life cycle: risk factors, assessment and treatment of suicidal patients. Washington: American Psychiatric Press; 1990. p. 341-379.
6. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Resolução nº 283, de 26 de setembro de 2005. Regulamento técnico para o funcionamento das instituições de longa permanência para idosos. Diário Oficial da União 2005; 27 set.
7. Souza MT, Silva MD, Carvalho R. Revisão integrativa: o que é e como fazer. Einstein 2010; 8(1 Pt.1):102-106.
8. Whittemore R, Knafl K. The integrative review: update methodology. J Adv Nurs 2005; 52(5):546-553.
9. Mendes KDS, Silveira RCCP, Galvão CM. Revisão integrativa: método de pesquisa para a incorporação de evidências na saúde e na enfermagem. Texto contexto - enferm 2008; 17(4):758-764.
10. Pinto L, Pires TO, Silva CMFP, Assis, SG. Evolução temporal da mortalidade por suicídio em pessoas com 60 anos ou mais nos estados brasileiros, 1980 a 2009. Cien Saude Colet 2012; 17(8):1973-1981.
11. Minayo MCS, Cavalcanti FG. Suicide Attempts among Elderly People: literature review (2002/2013). Cien Saude Colet 2015; 20(6):1751-1762.
12. MCS, Souza ER, Ribeiro AP, Figueiredo AEB. Lições aprendidas na avaliação de um programa brasileiro de atenção a idosas vítimas de violência. Interface Botucatu 2015; 19(52):171-182.
13. Szanto K, Gildengers A, Mulsant BH, Brown G, Alexopoulos GS, Reynolds CF. Identification of suicidal ideation and prevention of suicidal behaviour in the elderly. Drugs Aging 2002; 19(1):11-24.
14. Draper B, Brodaty H, Low LF. Types of nursing home residents with self-destructive behaviours: Analysis of the harmful behaviours scale. Int J Geriatr Psychiatry 2002; 17(7):670-675.
15. Draper B, Brodaty H, Low L F, Richards V. Self-destructive behaviors in nursing home residents. J Am Geriatr Soc 2002; 50(2):354-358.
16. Ron P. Suicidal ideation and depression among institutionalized elderly: the influence of residency duration. Illn Crises Loss 2002; 10(4):334-343.
17. Anía BJ, Chinchillab E, Suárez-Almenarac JL, Iruritad J. Intentos de suicidio y suicidios consumados por los ancianos de una residencia. Revista Espanõla Geriatría Gerontología 2003; 38(3):170-174.
18. Draper B, Brodaty H, Low LF, Richards V, Paton H, Lie D. Prediction of Mortality in Nursing Home Residents: Impact of Passive Self-Harm Behaviors. Int Psychogeriatr 2003; 15(2):187-196.
19. Meeks S, Tennyson KB. Depression, hopelessness, and suicidal ideation in nursing home residents. Journal of Mental Health and Aging 2003; 9(2):85-86.
20. Ron P. Depression, hopelessness, and suicidal ideation among the elderly: A comparison between men and women living in nursing homes and in the community. J Gerontol Soc Work 2004; 43(2-3):97-116.
21. Chow ES, Kong BM, Wong MT, Draper B, Lin KL, Ho SK, Wong CP. The revalence of depressive symptoms among elderly Chinese private nursing home residents in Hong Kong. Int J Geriatr Psychiatry 2004; 19(8):734-740.
22. Low LF, Draper B, Brodaty H. The relationship between self-destructive behaviour and nursing home environment. Aging Ment Health 2004; 8(1):29-23.
23. Kao HF, Travis SS, Acton GJ. Relocation to a long-term care facility: Working with patients and families before, during, and after. J Psychosoc Nurs Ment Health Serv 2004; 42(3):10-16.
24. Adams KB, Sanders S, Auth EA. Loneliness and depression in independent living retirement communities: Risk and resilience factors. Aging Ment Health 2004; 8(6):475-485.
25. Arvaniti A, Livaditits M, Kanioti E, Davis E, Samokouri M, Xenitidis K. Mental health problems in the elderly in residential care in Greece - A pilot study. Aging and Mental Health 2005; 9(2):142-145.
26. Scocco P, Rapattoni M, Fantoni G, Galuppo M, De Biasi F, de Girolamo G, Pavan L. Suicidal behaviour in nursing homes: a survey in a region of north-east Italy. Int J Geriatr Psychiatry 2006; 21(4):307-311.
27. Jang Y, Bergman E, Schonfeld L, Molinari V. Depressive symptoms among older residents in assisted living facilities. Int J Aging Hum Dev 2006; 63(4):299-315.
28. Kaup BA, Loreck D, Gruber-Baldini AL, German P, Menon AS, Zimmerman S, Burton L, Magaziner J. Depression and its relationship to funciton and medical status, by dementia status, in nursing home admissions. Am J Geriatr Psychiatry 2007; 15(5):438-442.
29. Mezuk B, Prescott MR, Tardiff K, Vlahov D, Galea S. Suicide in older adults in long-term care: 1990 to 2005. J Am Geriatr Soc 2008; 56(11):2107-2111.
30. Reiss NS, Tishler CL. Suicidality in nursing home residents: Part 2. Special issues. Professional Psychology: Research and Practice 2008; 39(3):271-275.
31. Scocco P, Fantoni G, Rapattoni M, Girolamo G, Pavan L. Death Ideas, Suicidal Thoughts, and Plans among Nursing Home Residents. J Geriatr Psychiatry Neurol 2009; 22(2):141-148.
32. Ku YC, Tsai YF, Lin YC, Lin YP.Suicide experiences among institutionalized older veterans in Taiwan. Gerontologist 2009; 49(6):746-754.
33. Kim HS, Jung YM, Lee HS. Cognitive impairment, behavioral problems, and mental health in institutionalized korean elders -an eligibility issue for care settings. J Korean Acad Nurs 2009; 39(5):741-750.
34. Podgorski CA, Langford L, Pearson JL, Conwell Y. Suicide Prevention for Older Adults in Residential Communities: Implications for Policy and Practice. PLOS Med 2010; 7(5):e1000254.
35. Malfent D, Wondrak T, Kapusta ND, Sonneck G. Suicidal ideation and its correlates among elderly in residential care homes. Int J Geriatr Psychiatry 2010; 25(8):843-849.
36. Alexa ID1, Ilie AC, Alexandroaie B, Costin G, Emmanouil-Stamos P, Räihä I. Self-neglect in the case of the elderly. Where are we now? Rev Med Chir Soc Med Nat Iasi 2011; 115(2):337-340.
37. Mezuk B, Rock A, Lohman MC, Choi M. Suicide risk in long-term care facilities: A systematic review. Int J Geriatr Psychiatry 2014; 29(12):1198-1211.
38. Minayo MCS, Teixeira SMO, Martins JCO. Tédio enquanto circunstância potencializadora de tentativas de suicídio na velhice. Estudos de Psicologia (Natal) 2016; 21(1):36-45.
39. Conwell Y, Thompson C. Suicidal behavior in elders. Psychiatr Clin North Am 2008; 31(2):333-356.
40. De Leo D, Padoani W, Lonnqvist J, Kerkhof AJ, Bille-Brahe U, Michel K, Salander-Renberg E, Schmidtke A, Wasserman D, Caon F, Scocco P. Repetitionofsuicidalbehaviour in elderlyEuropeans: a prospective longitudinal study. J Affect Disord 2002; 72(3):291-295.
41. Saraiva CB. De Durkheim a Shneidman. Do determinismo social à dor psicológica individual. Psiquiatria Clínica 2005; 31(3):185-205.
42. Conwel Y, Challenges to preventing suicide in later life. Cien Saude Colet 2015; 20(6):1652-1653.
43. Beeston D. Older People and Suicide. Centre for Ageing and Mental Health. Stanfordshire: Stanfordshire University; 2006.
44. Minayo M, Figueiredo AEB, Mangas RMN.Relatos de vida de pessoas idosas institucionalizadas com comportamento suicida. In: Minayo MSC, Figueiredo AEB, Silva RM, organizadores. Comportamento suicida de Idosos. Fortaleza: Edições UFC; 2017. p. 385-414.
45. AEB, Minayo MCS, Mangas RMN. Cuidar de si e cuidar do outro: a percepção dos profissionais das instituições de longa permanência. In: Minayo MSC, Figueiredo AEB, Silva RM, organizadores. Comportamento suicida de Idosos. Fortaleza: Edições UFC; 2017. p. 415-437.