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Estudo do tempo entre o diagnóstico e início do tratamento do câncer de mama em idosas de um hospital de referência em São Paulo, Brasil

Estudo do tempo entre o diagnóstico e início do tratamento do câncer de mama em idosas de um hospital de referência em São Paulo, Brasil

Autores:

Camila Brandão Souza,
Suzete Maria Fustinoni,
Maria Helena Costa Amorim,
Eliana Zandonade,
Jéssica Carvalho Matos,
Janine Schirmer

ARTIGO ORIGINAL

Ciência & Saúde Coletiva

versão impressa ISSN 1413-8123versão On-line ISSN 1678-4561

Ciênc. saúde coletiva vol.20 no.12 Rio de Janeiro dez. 2015

http://dx.doi.org/10.1590/1413-812320152012.00422015

Introdução

O câncer de mama é a causa mais comum de morte entre as mulheres e, exceto o câncer de pele não melanoma, é o tipo de câncer de maior incidência em 140 países1. No Brasil, sua estimativa para os anos de 2014 e 2015 foi de 57.120 novos casos, com um risco estimado de 56,09 casos a cada 100 mil mulheres2. Para esse mesmo período serão 30.740 novos casos somente na região Sudeste1.

O aumento da incidência do câncer não se deve apenas ao aumento da expectativa de vida, também está relacionado à melhora da tecnologia diagnóstica, bem como à ampliação de programas de rastreamento3. Nos países desenvolvidos sua incidência é maior, e também pode estar relacionado aos registros mais avançados, hábitos sedentários e reprodutivos4; já os coeficientes de mortalidade são mais altos nos países em desenvolvimento1, reflexo das desigualdades em saúde5.

O câncer de mama possui progressão lenta e, se diagnosticado precocemente, apresenta considerável aumento na possibilidade de cura ou prolongamento da sobrevida6. É raro antes dos 35 anos, porém acima desta faixa etária sua incidência é rápida, crescente e progressiva7. Cerca de quatro em cada cinco casos ocorre após os 50 anos2.

Nos Estados Unidos, em 2005, metade das pacientes diagnosticadas com câncer de mama tinham mais de 65 anos; e em 2015, a estimativa é que esse percentual aumente em 30%8. Populações com expectativa de vida mais alta, como a da Suíça, possuem a maior prevalência desse tipo de câncer da Europa, sendo as idosas responsáveis por 12% do total dos casos no País9.

Estudos sobre o intervalo de tempo entre o diagnóstico e início do tratamento são importantes para direcionar medidas resolutivas. Há ferramentas, como o Registro de Câncer de Base Populacional (RCBP) e o Registro Hospitalar de Câncer (RHC), que auxiliam no monitoramento e avaliação das ações de controle e pesquisa do câncer, além de auxiliar na tomada de decisão frente à avaliação dos efeitos dos tratamentos e controle das variáveis que constam na ficha de tumor10,11. As informações contidas nos RHCs subsidiam vários estudos12-14 e análises de tendências temporais dos fenômenos associados à doença11.

A demora entre o diagnóstico e o início do tratamento agrava o câncer de mama, tornando-o progressivo e irreversível15. Dessa forma, em 2012, a Lei N°12.732, de novembro de 2012, garantiu ao paciente oncológico o direito ao início do tratamento em um período igual ou inferior a 60 dias após confirmado o diagnóstico16.

O atraso no tratamento do câncer de mama pode ocorrer em três momentos: do momento em que a mulher apresenta a sintomatologia até sua chegada ao serviço de saúde; o segundo momento é posterior ao atendimento médico, e se refere ao intervalo desse atendimento até o acesso à especialidade para a confirmação diagnóstica e, por último, o intervalo entre esse acesso e diagnóstico até o início do tratamento para a neoplasia em questão17. A mesma mulher pode sofrer atraso em várias etapas do seu diagnóstico e tratamento15.

Dependendo de fatores geográficos e socioeconômicos, o acesso e o tempo para o diagnóstico e o tratamento desse tipo de câncer variam15. A demora pode prejudicar o prognóstico das pacientes, reduzindo as chances de cura por crescimento e evolução do tumor15,18-20. Existe uma associação entre atraso no diagnóstico e tratamento com pior sobrevida livre da doença, ocorrência de metástase linfonoidal, tamanho do tumor e estadiamento tardio21, já a detecção precoce relaciona-se com maiores taxas de cura21,22.

A lei, que garante ao paciente oncológico o tratamento em até 60 dias após o diagnóstico, é recente16, todavia redes para o controle do câncer existem há mais tempo23. A consolidação do conceito de Rede como estratégia de gestão da atenção oncológica no Brasil surgiu em 2003. O Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA), em parceria com o Ministério da Saúde, planejou uma agenda comum para as ações de controle do câncer, envolvendo diversas esferas da sociedade, visando reduzir a incidência e a mortalidade por câncer na população e garantir a qualidade de vida aos pacientes e familiares, e um dos seus objetivos foi fortalecer o planejamento e a avaliação das ações de atenção oncológica, estimulando sua integração e a otimização dos recursos23. A Rede possivelmente potencializa os resultados do tratamento do câncer de mama, auxiliando no diagnóstico precoce, a diminuição entre os intervalos do diagnóstico e tratamento, por ser um indicador da eficácia e da eficiência do Serviço em todas as fases do tratamento do câncer de mama.

Frente ao exposto, objetivou-se com o presente estudo analisar o tempo entre o diagnóstico e o início do tratamento em mulheres idosas, diagnosticadas com câncer de mama entre os anos de 2001 a 2006, em um serviço de referência, em São Paulo-SP - Brasil, e conhecer o perfil dessas idosas quanto ao estadiamento inicial, localização primária, tipo histológico do tumor, recidiva, metástase e tratamentos realizados.

Metodologia

Trata-se de um estudo descritivo, com dados secundários. A população constituiu-se de todos os casos incidentes de mulheres idosas com diagnóstico de câncer de mama, que receberam tratamento no Hospital Pérola Byington, Centro de Referência da Saúde da Mulher, no Município de São Paulo, no período de janeiro de 2001 a dezembro de 2006, cadastrados no Sistema de Informação em Saúde – Registro Hospitalar de Câncer (SIS-RHC), totalizando 1.299 casos.

O Hospital Pérola Byington, Centro de Referência da Saúde da Mulher, no Município de São Paulo, tem como missão prestar assistência ambulatorial e médico-hospitalar, referência, para a população da grande São Paulo, nas áreas de reprodução humana, ginecológica e oncologia genital e mamária24.

Atualmente, sua função na terapêutica do câncer mamário e ginecológico, dentre outros, ganha destaque. Essa instituição mantém ainda campos de parceria com instituições de ensino, desenvolvimento de pesquisas, tecnologia e educação em saúde da comunidade24.

Excluíram-se os casos que não apresentavam completude de registro das variáveis relacionadas ao tempo, recorreu-se aos prontuários para o entendimento do motivo dessa não completude. Em mulheres com mais de um diagnóstico de tumor primário de mama, somente o primeiro caso foi considerado.

Adotou-se como idoso a pessoa com 60 anos ou mais, de acordo com definição e utilização pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística25e pela Política Nacional de Saúde do Idoso26.

Analisaram-se 13 variáveis, todas provenientes da Ficha de Registro de Tumor e do RHC do Hospital, abrangendo faixa etária ao diagnóstico, ano do diagnóstico, diagnóstico e tratamento anterior, localização primária do tumor, tipo histológico do tumor, estadiamento clínico do tumor ao diagnóstico, tratamentos realizados e combinações, recidiva, metástase, localização da metástase, tempo decorrido entre a primeira consulta e o início do tratamento, tempo decorrido entre o diagnóstico e o início do tratamento, tempo decorrido entre a primeira consulta e o diagnóstico. Houve seguimento das variáveis recidiva e metástase por um período de 5 anos.

Para o tratamento estatístico dos dados, utilizou-se o programa Microsoft Office Excel 2007 for Windows e o Pacote Estatístico IBM SPSS Statistics 20.0. Realizou-se a análise descritiva univariada dos dados obtidos para conhecer o padrão de distribuição das mulheres que buscaram tratamento para câncer de mama. Analisaram-se os resultados através de cálculos de frequência, média, mediana e desvio-padrão. Para a associação entre o tempo e as variáveis do estudo, utilizou-se o teste qui-quadrado de associação.

Formaram-se dois grupos de mulheres e utilizou-se a variável tempo, sendo o tempo entre o diagnóstico e o início do tratamento “até 60 dias” e “maior que 60 dias”, às demais variáveis do estudo. Considerou-se, para um nível de significância, p ≤ 0,05.

Não há conflitos de interesses financeiros e/ou políticos.

Resultados

Entre os anos de 2001 e 2006, foram atendidas no Hospital Pérola Byington 1.318 novos casos de mulheres idosas com câncer de mama. Excluíram-se 19 casos por não terem realizado nenhum tipo de tratamento após o diagnóstico, apresentando não completude da variável tempo, totalizando 1.299 mulheres.

Observa-se, na Tabela 1, que mais de 50% das mulheres encontravam-se na faixa etária de 60-69 anos. A idade média das mulheres foi de 70,1 anos (desvio padrão 7,3 anos) e mediana de 69 anos. O ano de 2006 apresentou a maior frequência de diagnósticos, contabilizando 22% da população. Mais de 90% chegaram ao serviço sem diagnóstico e sem tratamento anterior. Em 98% dos casos a localização primária do tumor mamário esteve imprecisa. Quanto ao tipo histológico, 78% eram carcinoma ductal infiltrante. O estadiamento II esteve presente em 44%, seguido do estadiamento III com 28%. A associação de cirurgia, quimioterapia, radioterapia e hormonioterapia foi a mais utilizada pela instituição nos tratamentos, com 26%, seguida pela cirurgia, radioterapia e hormonioterapia, com 22%.

Tabela 1 Perfil Clínico e Epidemiológico das Idosas com câncer de mama atendidas no Hospital Pérola Byington. São Paulo, 2014. 

A Tabela 2 mostra que, na grande maioria dos casos (92%), não houve recidiva. Houve metástase em 17% das mulheres, sendo a localização isolada dos brônquios e pulmões a mais atingida (26%), seguida pelos ossos, articulações e cartilagens articulares dos membros (23%).

Tabela 2 Perfil das variáveis recidiva e metástase das Idosas com Câncer de Mama atendidas no Hospital Pérola Byington. São Paulo, 2014. 

A média do tempo entre o diagnóstico e o início do tratamento foi de 74,7 dias (DP = 212,6 dias) e o tempo mediano de 45 dias. O tempo médio entre a primeira consulta e o diagnóstico foi de 21 dias (DP = 124,3 dias). Observou-se que 5% das mulheres já chegaram com o diagnóstico e que aproximadamente 50% das mulheres tiveram a data do diagnóstico coincidindo com a data da primeira consulta. A mulher idosa esperou, em média, 95,7 dias (DP = 193,0 dias) entre a primeira consulta no serviço e o início de seu tratamento. O tempo mediano foi de 60 dias.

A Tabela 3 demonstra que mais de 80% das mulheres atendidas tiveram até dois meses de intervalo entre o diagnóstico e o tratamento, a maior parte esperou entre um e dois meses, e aproximadamente 36% foram atendidas em até um mês.

Tabela 3 Estatística do tempo entre diagnóstico, primeira consulta e tratamento das Idosas com Câncer de Mama atendidas no Hospital Pérola Byington. São Paulo, 2014. 

* Pacientes com diagnóstico anterior à consulta.

De acordo com a Tabela 4, as mulheres idosas de faixa etária mais elevada, com 80 anos ou mais, têm o tempo entre o diagnóstico e o tratamento inferior quando comparadas às idosas de até 69 anos, todavia essa variável não apresentou significância estatística.

Tabela 4 Associação entre o tempo e as variáveis clínicas e epidemiológicas das Idosas com Câncer de Mama atendidas no Hospital Pérola Byington. São Paulo, 2014. 

No último biênio estudado, houve uma melhora significante (p = 0,001) do tempo entre o diagnóstico e o tratamento, quando comparado ao biênio 2002-2003. No ano de 2003, a maioria das idosas recebeu o tratamento após 60 dias do diagnóstico, o contrário foi verdadeiro nos anos de 2005 e 2006.

As idosas que chegaram ao hospital sem o diagnóstico e sem o tratamento levaram menos tempo para iniciarem o tratamento, quando comparadas às que já chegaram com o diagnóstico (p = 0,001). Receber o diagnóstico no serviço favoreceu o acesso ao tratamento.

As mulheres com estadiamento do tumor na fase inicial, in situ e I, tiveram uma vantagem na agilidade do tratamento, quando comparadas às com o estadiamento mais avançado (III), p = 0,001.

A Tabela 5 mostra que o tempo foi significante para os desfechos de recidiva e metástase, sendo p = 0,004 ep = 0,038, respectivamente. Das mulheres atendidas em até 60 dias, 6% tiveram recidiva e 16%, metástase; já entre as mulheres que foram atendidas após os 60 dias, 12% apresentaram recidiva e 21% evoluíram para metástase.

Tabela 5 Associação entre o tempo e as variáveis recidiva e metástase das Idosas com Câncer de Mama atendidas no Hospital Pérola Byington. São Paulo, 2014. 

Discussão

A média do tempo entre o diagnóstico e o início do tratamento foi de 74,7 dias, e o tempo mediano de 45 dias. Chegar ao serviço sem diagnóstico e tratamento anterior, bem como estar em estadiamento inicial favoreceram o acesso ao tratamento. O intervalo de tempo entre o diagnóstico e o início do tratamento foi significante para os desfechos de recidiva e metástase.

Neste estudo, as 19 mulheres que não iniciaram o tratamento não o fizeram por alguns motivos em comuns descritos nos prontuários, tais como: “a crença na religião e em que um milagre aconteceria”; “a desesperança da cura quando em estágio avançado”; “o medo de enfrentar a doença e ficar mutilada” e o “regresso para o seu local de origem por não poderem arcar com os altos custos de vida em São Paulo”.

Estudo realizado em Campinas verificou que é comum a desistência no decorrer da terapêutica, e que mulheres idosas com câncer de mama têm um risco três vezes maior de abandonarem o tratamento, quando comparadas a seus pares abaixo dos 55 anos27. Outro estudo afirma que, para hormonioterapia, mulheres abaixo dos 35 anos são mais propensas ao abandono28.

Há escassez de trabalhos que abordem somente as idosas, outros até optam por excluí-lasda amostra29,30, muitas vezes pelo fato delas possuírem fatores concomitantes à doença de base e que podem interferir em desfechos. Um trabalho sobre o perfil da mulher com câncer de mama, realizado no Estado do Espírito Santo e que incluiu mulheres idosas, também encontrou uma prevalência maior na idade de 60 a 69 anos, quando considerado somente o grupo idoso29. Esse grupo costuma responder bem aos tratamentos, mas após os 75 anos tem prognóstico desfavorável para o câncer em questão31.

O número de diagnósticos em 2006 quase dobrou comparado ao ano de 2001. Esse fenômeno pode ter se dado, não pelo aumento da existência desses casos, mas sim pela melhora no diagnóstico e a garantia de acessibilidade ao serviço. A criação do documento de consenso para o controle do câncer de mama3, em 2004, apresentou recomendações desde a prevenção dos fatores de risco aos cuidados paliativos, e foi importante para a padronização das ações.

As mulheres costumavam chegar ao Serviço encaminhado pela Unidade Básica de Saúde, sem confirmação de diagnóstico e sem tratamento anterior, diferentemente do ocorrido em um hospital filantrópico, em Vitória, no qual a maioria das mulheres atendidas tinha o diagnóstico e o tratamento anterior32.

A imprecisão no registro da localização primária do tumor mamário foi um dado preocupante. Uma vez necessária ao diagnóstico deve ser preenchida no prontuário e registrada pelos registrados do RHC, todavia em algum momento houve um entrave nesse processo. Tratando-se de pessoas diagnosticadas por câncer, em virtude de o processo de adoecimento ser de longa duração, que exige uma interação entre médico e paciente, o preenchimento adequado do prontuário deveria ser facilitado33.

Registrar os dados, em países em desenvolvimento, é uma tarefa complexa, considerando a falta de recursos materiais e humanos. O risco de distorções é fato10, e a completude, muitas vezes, é baixa11,33. Entretanto, há disponibilidade de capacitação e atualização dos profissionais11,34, visando à melhoria na qualidade desse registro.

Quanto ao tipo de tumor, carcinoma ductal infiltrante, ou carcinoma ductal invasivo, sem outras especificações, é o maior grupo de carcinomas invasivos da mama. Trata-se de um diagnóstico de exclusão, que representa cerca de 75-80% dos carcinomas invasivos35. Esses tumores oferecem um prognóstico menos favorável, quando comparados a outros carcinomas invasivos35,36, normalmente apresentam necroses, áreas de enfarte e uma área central acelular característica35.

Pesquisas apontam resultados semelhantes aos dados expostos e ao presente estudo, com predomínio do carcinoma ductal infiltrante dentre os tipos histológicos estudados37-40. É importante ressaltar que pacientes com idades semelhantes e tumores do mesmo tipo histológico não se comportam de forma uniforme, apresentam evoluções distintas38.

O tipo histológico do tumor não é pré-requisito para o estadiamento que, quando bem definido, direciona as condutas terapêuticas de maneira correta, estando intimamente ligado ao desfecho41. O câncer de mama tem um percentual de cura muito significante, se diagnosticado e tratado rapidamente21,22. Chegar ao serviço de saúde ainda na fase inicial da doença é o grande desafio para o Brasil. Estar entre os estádios II e III corroboram com os achados de Silva32, em que as variáveis ‘baixa instrução’ e ‘origem do encaminhamento’ pelo SUS apresentaram associação estatisticamente significante, respectivamente 4,3 e 1,9 vezes mais chances para o diagnostico em estádio tardio. Cintra et al.39 encontraram um mesmo resultado quando avaliaram mulheres de Juiz de Fora (MG), e concluíram com isso que o foco deve estar no rastreamento do câncer de mama, além da garantia de tratamento quando diagnosticado. Srur-Rivero e Cartin-Brenes42 também encontraram distribuição semelhante.

A evolução do câncer de mama na mulher idosa parece ter um comportamento semelhante ao da mulher jovem, todavia, com o envelhecimento, essa mulher passa a ter menos acesso aos programas de rastreamento, aos métodos de diagnóstico e a tratamentos mais modernos e complexos29.

O INCA, com base em dados epidemiológicos, preconiza o rastreamento por meio do exame clínico a todas as mulheres acima dos 40 anos, independentemente da faixa etária e, por mamografia, às mulheres que tenham entre 50-69 anos43. Observa-se que não há consenso sobre o rastreamento para o câncer de mama em mulheres abaixo de 50 e acima de 70 anos. AU.S. Preventive Services Task Force44 recomenda mamografia bienal para mulheres entre 50 e 74 anos. Antes dos 50 anos deve ser uma decisão individualizada, levando em conta o custo-benefício do procedimento. Não há dados que respaldem sua indicação para mulheres acima de 75 anos. Para mulheres de qualquer idade, não é recomendado o autoexame das mamas por ausência de evidências quanto a sua eficácia, ausência que também ocorre quanto ao exame clínico das mamas. Para a American Cancer Society45, o exame clínico das mamas deve ser realizado a cada 3 anos em todas as mulheres entre 20 e 30 anos, e todos os anos em mulheres acima de 40 anos, após essa idade, a mamografia deve ser anual. Ainda segundo a sociedade, todas as mulheres devem conhecer bem as suas mamas, sendo importante o exame clínico a partir dos 20 anos. A Canadian Task Force46não recomenda o rastreamento rotineiro com mamografia para mulheres entre 40-49 anos. Recomenda-se que seja realizado a cada 2 a 3 anos nas mulheres entre 50-69 anos, bem como entre 70-74 anos. Assim como a U.S. Preventive Services Task Force defende, não há confirmação de sua eficácia para mulheres acima de 75 anos44,46. Segundo a European Guidelines, o rastreamento por mamografia deve acontecer a cada dois anos, no grupo alvo de mulheres entre 50-69 anos47. Autores defendem que se a mulher idosa tem uma expectativa de vida superior a cinco anos, não apresenta comorbidades que a comprometam de maneira importante e está com a cognição preservada, o rastreamento de rotina, por mamografia, deve, sim, ser considerado29.

Mulheres idosas apresentam menores possibilidades de diagnóstico precoce48. O diagnóstico nas fases iniciais propicia tratamentos menos agressivos, e a mamografia é o principal método de detecção precoce ao alcance da população29.

O tratamento do câncer de mama da mulher idosa é prejudicado por inúmeros equívocos, fazendo com que muitas vezes haja um subtratamento, por acreditar-se que são mais frágeis aos tratamentos existentes e que suas comorbidades irão influenciar diretamente no desfecho9,29. Observa-se no presente estudo que a maioria das idosas foi tratada com todas as modalidades terapêuticas disponíveis no serviço, como: cirurgia, quimioterapia, radioterapia e hormonioterapia. Pode-se constatar que essas idosas foram avaliadas quanto a uma série de variáveis, dentre elas, a idade, o estádio da doença, presença ou não de metástase, o poder de toxicidade dos medicamentos e seu custo-benefício. Quanto às estratégias terapêuticas, ainda está distante a formulação de um único protocolo de tratamento, sendo o mais coerente a discussão de caso a caso no âmbito de uma equipe multidisciplinar49.

A Sociedade Brasileira de Mastologia49 defende que a omissão da radioterapia, embora não interfira na sobrevida da paciente, aumenta o risco da ocorrência de recidiva local, mas que o benefício do tratamento para as idosas pode ser menor, visto que se trata de uma população com baixo risco desse tipo de recidiva. Autores31 afirmam que o tamanho do tumor está diretamente ligado ao risco de recidiva, sendo fator preditor. A recidiva foi incomum, apresentando resultados semelhantes aos encontrados na literatura existente40,42.

A principal característica do câncer é a capacidade de metastatizar. A genética do tumor é um fator importante no comprometimento metastático; acredita-se que a informação para o desenvolvimento da metástase já está contida no DNA do tumor desde o seu surgimento50. Mulheres idosas comportam menos chance de desenvolverem metástase quando comparadas às mulheres mais novas49,51. A porcentagem desse evento varia dentre os estudos37,38,40, mas é evidente que é a principal causa de mortes por câncer52. Como no presente estudo, a literatura aponta pulmão e ossos como importantes locais de acometimento por metástase38,39.

Mesmo antes da Lei 12.732 ser decretada, a média do tempo entre o diagnóstico e o início do tratamento das mulheres estudadas foi satisfatória, atendendo ao que, anos depois, foi instituído, demonstrando agilidade e compromisso com a saúde pública. Autores15,53defendem que o mais demorado seja conseguir o diagnóstico, que se traduz pelo tempo entre a primeira consulta e o diagnóstico, o que não ocorreu no presente estudo. O tempo total entre a procura do serviço de saúde, o diagnóstico e o início do tratamento refletiu resolubilidade e foi inferior a estudos realizados em outros serviços de saúde15,53.

Evidencia-se que as mulheres mais velhas foram atendidas mais rapidamente; esse resultado está em consonância com estudo realizado em idosas acima dos 65 anos nos Estados Unidos54. Já no Reino Unido55, mulheres acima dessa faixa etária apresentaram intervalos de tempo maiores entre o diagnóstico e o início do tratamento.

Chegar ao serviço com diagnóstico e tratamento anterior conferiu maior sobrevida às mulheres de dois serviços de saúde em Florianópolis, ao mesmo passo que chegar sem diagnóstico e sem tratamento aumentou em mais de duas vezes o risco de óbito56. No presente estudo, receber o diagnóstico e todo o tratamento no serviço estudado garantiu melhores tempos. Considerando que o tempo decorrido entre o diagnóstico e o início do tratamento é variável importante e que influencia sobre o prognóstico da paciente12, possivelmente, chegar ao serviço sem o diagnóstico e tratamentos anteriores melhora o prognóstico da paciente, podendo interferir em aumento da sobrevida.

Visto que o câncer de mama tem um prognóstico bem melhor em estadiamentos iniciais37,39,41,56, houve uma tendência em priorizar mulheres com uma chance maior de cura e/ou tempo de sobrevida. A agilidade do tratamento nas mulheres com estadiamento precoce e o tratamento tardio nas com estádios mais avançados é vista em vários outros estudos15,57-59. Já, em um estudo realizado no Espírito Santo12, a tendência foi de priorizar os casos mais graves, atendendo mais rapidamente mulheres com o estadiamento III e IV.

É importante enfatizar que as populações estudadas guardam características diferentes, uma vez que o referido estudo foi realizado com mulheres de todas as faixas etárias, e o presente estudo abrangeu apenas mulheres acima de 60 anos, o que pode ter interferido na ordem de prioridade do atendimento, pois mulheres mais jovens (a partir da terceira década de vida) possuem melhores prognósticos, quando comparadas às idosas31,49e iniciar o tratamento mais rápido é determinante para o aumento das chances de cura/sobrevida41. As mulheres mais idosas geralmente têm comorbidades associadas, fragilidades decorrentes da idade, menores tempos de expectativa de vida, interferindo na escolha9,29,60,61e na agilidade do tratamento, muitas vezes equivocadamente, por crenças infundadas49,60,61, pois o envelhecimento é um processo multidimensional e totalmente individualizado, e que não, necessariamente, obedece a um padrão de declínio fisiológico29.

Há divergências na literatura quanto aos intervalos entre o diagnóstico e o tratamento e as consequências para o paciente12,15,60,62. Estudos afirmam que o atraso no diagnóstico não compromete o prognóstico12,60,62e a sobrevida do paciente12,62. Outros já registram que esse intervalo causa, sim, impacto negativo ao paciente18-21. Com o presente estudo observou-se que o tempo interfere no desfecho, e que o atendimento com rapidez oferece maiores condições para o tratamento da doença, com resultados mais satisfatórios. O diagnóstico e o tratamento precoce do câncer de mama são importantes fatores de redução da mortalidade21,43. Estratégias como o rastreamento para a detecção precoce são fundamentais e reforçam a importância da corrida contra o tempo22,43.

Autores consideram que, quanto mais rápido se instituir o tratamento de tumores iniciais, maiores são as chances de cura15. O atraso do diagnóstico se relaciona com estadiamento tardio63 e maiores riscos de metástase20. A ocorrência de metástase e recidiva está diretamente relacionada à diminuição da sobrevida e pior prognóstico12,21.

A não completude de algumas variáveis, bem como a imprecisão do registro, informações que podem ter se perdido pelo subpreenchimento dos prontuários64, foram limitações do estudo. É imprescindível o envolvimento de gestores, profissionais da saúde e registradores dos RHCs, a fim de se atingir a completude e a precisão de dados para melhorar a qualidade das informações65.

Conclusão

Receber o diagnóstico e todo o tratamento no serviço estudado garantiu melhores tempos; enfatiza-se que o período estudado precede à “Lei dos 60 dias”, e, ainda assim, os intervalos de tempo encontrados demonstram qualidade e resolubilidade do serviço prestado.

Este estudo, realizado com dados secundários, foi de extrema importância para conhecer a realidade entre o intervalo do tempo entre o diagnóstico e início do tratamento das mulheres idosas com câncer de mama; serve como base para que sejam planejadas estratégias de intervenções clínicas e políticas ao atendimento à mulher idosa pela equipe interdisciplinar.

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