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Estudo longitudinal dos fatores associados à evolução de sintomas depressivos em idosos institucionalizados

Estudo longitudinal dos fatores associados à evolução de sintomas depressivos em idosos institucionalizados

Autores:

Filomena Vicente,
Helena Espirito-Santo,
Diana Cardoso,
Fabiana da Silva,
Marina Costa,
Sónia Martins,
Inês Torres-Pena,
Vera Pascoal,
Fátima Rodrigues,
Ana Pinto,
Sara Moitinho,
Sónia Guadalupe,
Henrique Testa Vicente,
Laura Lemos

ARTIGO ORIGINAL

Jornal Brasileiro de Psiquiatria

versão impressa ISSN 0047-2085

J. bras. psiquiatr. vol.63 no.4 Rio de Janeiro out./dez. 2014

http://dx.doi.org/10.1590/0047-2085000000039

ABSTRACT

Objectives

: Knowing that depression is common in institutionalized elderly and associated with loneliness, anxiety, and affectivity, we want to describe the evolution of depression over two years and identify which factors are associated with the development of depression. Methods: In this prospective cohort study, that encompassed two evaluation moments (2011 and 2013), 83 institutionalized elders were inquired, with age at baseline between 60 and 100 years, 79.5% women, 86.7% single and 72.3% with some type of education. The instruments included the Geriatric Depression Scale (GDS), Loneliness Scale (UCLA-L), Geriatric Anxiety Inventory (GAI) and List of Positive and Negative Affects (PANAS). Results: Fifty-nine percent of the subjects maintained depression, and 10.8% developed depression. Elderly patients with depression had significantly worse outcomes in the UCLA, GAI and PANAS, and those who were not depressed had a higher positive affect. Regarding the evolution of depression, elders that maintained depression had high scores on the GDS, GAI, UCLA, and negative PANAS subscale, and low scores on the PANAS positive subscale at baseline. These elders showed an increase in the feelings of loneliness, anxiety symptoms, and negative affect over the two years. Those who developed depression had higher scores on the UCLA-L at baseline. Conclusions: We conclude that depression symptoms with or without loneliness at baseline, the worsening of loneliness, anxiety, and of the positive and negative affects may all be risk factors for the maintenance of depression. Loneliness may also be a risk factor for the development of depression.

Key words: Elderly; depression; loneliness; anxiety; affectivity; longitudinal

INTRODUÇÃO

A depressão é um transtorno comum em idosos1-3, aumentando a sua prevalência em idosos institucionalizados4-6.

Os fatores de risco para a depressão no idoso incluem as perdas significativas, especialmente de pessoas próximas1,7, a institucionalização5,8,9, a idade10,11 e o sexo12, embora haja estudos que não mostrem a mesma associação com a idade13 e com o sexo13,14.

A depressão associa-se fortemente à solidão15,16 e se caracteriza por sentimentos negativos, percepção negativa da própria experiência do idoso e também pela falta/déficit de relações sociais6. Podemos ainda dizer que o estado civil tem impacto na solidão17.

A depressão associa-se também com frequência à ansiedade, com a qual se sobrepõe sintomaticamente e coenvolve5,18,19. A sintomatologia ansiosa no idoso ocorre especialmente em alturas de transição de vida (por exemplo, a entrada na aposentadoria), de problemas de saúde física ou de perda de um dos cônjuges20. Os fatores de risco associados à ansiedade nos idosos incluem ser do sexo feminino, ter doenças crônicas, não ter companheiro, ter baixa escolaridade20, ter mais idade21 e estar institucionalizado em lar5,9.

A depressão associa-se ainda à afetividade, que é a dimensão emocional do bem-estar subjetivo. A afetividade inclui duas dimensões, a positiva e a negativa22. O afeto positivo consiste em sentimentos de alegria, de interesse, de confiança23. Em oposição, o afeto negativo é caracterizado por sofrimento subjetivo, sentimentos de raiva, de culpa, de medo, de nervosismo e por experiências desagradáveis nas atividades do cotidiano22, tristeza e desprezo23. Na depressão, estão habitualmente presentes altos níveis de afeto negativo e baixos níveis de afeto positivo24.

A revisão dos estudos longitudinais revelou como principais fatores de vulnerabilidade para a depressão em idosos residentes na comunidade (não institucionalizados) os sintomas depressivos no início da avaliação19,25,26, os sintomas ansiosos na linha de base e um maior aumento de ansiedade ao longo do tempo19, a idade avançada3,26, o sexo feminino e a baixa escolaridade26, o acidente vascular cerebral27 e a perda de suporte social no intervalo de tempo25. Encontraram-se também evidências de que a dor e o agravamento da incapacidade se relacionam com o desenvolvimento da depressão25. Em homens, verificou-se a relação do estresse com doenças físicas e com a situação econômica; nas mulheres, o estresse relacionou-se com doenças físicas e com a solidão28.

Em síntese, a literatura mostra a alta prevalência de idosos com depressão, especialmente idosos institucionalizados. Os estudos analisados evidenciam, ainda, a relação entre a depressão e vários fatores sociodemográficos e aspectos emocionais. A revisão da literatura não revelou nenhum estudo longitudinal sobre os fatores associados à depressão em idosos institucionalizados, nem sobre fatores associados à depressão em idosos portugueses. Nesse sentido, o presente estudo teve como objetivos investigar a evolução dos sintomas depressivos avaliados pela Geriatric Depression Scale (GDS) num período de tempo de cerca de dois anos e verificar quais os fatores associados à mudança na sintomatologia depressiva.

MÉTODOS

Participantes

A partir de uma amostra de 615 idosos, incluímos 83 idosos institucionalizados em Lares ou em Centros de Dia do distrito de Coimbra, sendo 17 homens e 66 mulheres com idade igual ou superior a 60 anos, com período médio de institucionalização anterior à pesquisa de 33,90 meses (DP = 36,78), reavaliados com um intervalo superior a um ano (M = 25,07 meses). Nenhum apresentava demência/declínio cognitivo (Montreal Cognitive Assessment ≤ 7 pontos), acidente vascular cerebral, tumor, traumatismo craniencefálico, ou outra doença neurológica com impacto no funcionamento cognitivo, ainda que alguns idosos tivessem outras doenças médicas com potencial impacto cognitivo (Tabelas 1 e 2).

Tabela 1 Caracterização sociodemográfica da amostra 

  Amostra elegível n = 615   Amostra final n = 83
n (%) M DP n (%) M DP
Idade   80,14 7,57     79,51 6,58
Sexo              
 Homens 148 (24,1)       17 (20,5)    
 Mulheres 467 (75,9)       66 (79,5)    
 Total 615 (100)       83 (100)    
Estado civil              
 Sem companheiro(a) 489 (80,69)       72 (86,7)    
 Com companheiro(a) 117 (19,31)       11 (13,3)    
 Total 606 (100)       83 (100)    
Grau de escolaridade              
 Sem escola 287 (47,44)       23 (27,7)    
 Com escola 318 (52,56)       60 (72,3)    
 Total 605 (100)       83 (100)    
Profissão              
 Manual 5 (92,11)       73 (88,0)    
 Intelectual 46 (7,89)       10 (12,0)    
 Total 583 (100)       83 (100)    

n = número total de sujeitos; M = média; DP = desvio-padrão.

Tabela 2 Caracterização clínica da amostra 

  n %
Razoavelmente saudável 22 26,5
DMPIC 19 22,9
Doença mental 14 16,9
Sem informação 28 33,7

Razoavelmente saudável: sem doenças com impacto cognitivo; DMPIC: Doença com Potencial Impacto no Funcionamento Cognitivo, incluindo esclerose múltipla, diabetes e epilepsia. Doença mental incluiu idosos diagnosticados com depressão ou com perturbação ansiosa.

Medidas

Criamos um questionário sociodemográfico para recolher informação sobre a idade, o sexo, o estado civil, a profissão e a escolaridade dos avaliados.

Avaliamos os sintomas depressivos por meio da GDS29,30. A GDS é constituída por 30 itens, cada um deles pontuado com zero ou um, oscilando a pontuação total entre 0 (melhor pontuação) e 30 pontos (pior pontuação). Por cada resposta afirmativa nos itens 2-4, 6, 8, 10,14, 16-18, 20, 22-26 e 28, atribui-se um ponto e por cada resposta negativa nos restantes itens, atribui-se um ponto também. As perguntas incluídas nesta escala são alusivas à última semana29,30. De acordo com os pontos de corte da escala original, um resultado entre 0 e 10 revela ausência de depressão; um resultado entre 11 e 20 demonstra depressão ligeira e entre 21 e 30, corresponde a depressão grave30. No nosso estudo, o GDS mostrou-se com consistência interna alta (α = 0,86), boa fidedignidade (r = 0,54, p < 0,01) e confiabilidade (κ = 0,15; p < 0,01) para um intervalo de tempo médio de 14 meses (DP = 11,53).

A percepção de solidão foi avaliada por meio da Escala UCLA-Loneliness (UCLA-L)31,32. A UCLA-L é composta por 16 questões, com quatro opções de escolha que variam entre “Nunca”, “Raramente”, “Algumas Vezes” e “Frequentemente”, com a pontuação total numa variação entre 16 e 64 pontos. Todas as perguntas foram elaboradas com um sentido negativo, devendo o sujeito referir a frequência com que apresenta sentimentos de solidão. No nosso estudo, a confiabilidade foi boa (α = 0,89) e o teste-reteste foi moderado (r = 0,33; p < 0,01).

O Geriatric Anxiety Inventory (GAI)33,34 foi usado com objetivo de avaliar a ansiedade geriátrica. O GAI é composto por 20 itens com duas opções de resposta (“concordo” = 1 ponto; “discordo” = 0 pontos), referindo-se à última semana. A pontuação pode oscilar entre 0 ponto (melhor pontuação) e 20 pontos (pior pontuação)33. O ponto de corte de 10/11, para o Transtorno de Ansiedade Generalizada numa amostra psicogeriátrica, apresentou sensibilidade de 75% e especificidade de 84%33. A versão portuguesa utilizada neste estudo34 revelou confiabilidade muito boa (α = 0,93), validade convergente com entrevista de diagnóstico (M.I.N.I) significativa (r = 0,68; p < 0,001) e teste-reteste também adequado (r = 0,45; p < 0,001).

Usamos a Positive and Negative Affect Schedule (PANAS)22,35 com o objetivo de avaliar a afetividade. A PANAS é composta por 22 itens, sendo 11 deles para o afeto positivo e 11 itens para o afeto negativo. Apresentam cinco opções de resposta alusivas à última semana: “muito pouco ou nada”, “um pouco”, “assim, assim”, “muito”, “muitíssimo”35. Simões35 constatou um alfa de Cronbach de 0,82 para a subescala de afeto positivo e de 0,85 para a subescala de afeto negativo. Constatou-se uma confiabilidade moderada para o PANAS positivo (α = 0,76) e para o PANAS negativo (α = 0,83); a fidedignidade foi moderada tanto para o PANAS positivo (r = 0,39) quanto para o PANAS negativo (r = 0,38).

Procedimentos

Este estudo insere-se no Projeto Trajetórias do Envelhecimento do Instituto Superior Miguel Torga (TEISMT) iniciado em dezembro de 2010, sendo aprovado pelo Departamento de Investigação e Desenvolvimento do Instituto Superior Miguel Torga. O objetivo principal do Projeto compreendia o rastreio cognitivo e a avaliação dos idosos que se encontravam sob resposta social no distrito de Coimbra. O universo de idosos englobava 10.029 pessoas em estruturas residenciais, centros de dia/convívio e apoio domiciliário36. Das 55 instituições, 24 acederam participar, incluindo estruturas residenciais, centros de dia/convívio. A avaliação inicial ocorreu depois do consentimento informado junto de cada idoso ou dos seus cuidadores/familiares em caso de analfabetismo ou de incapacidade. As condições do estudo foram expostas a cada idoso, esclarecendo-os de que poderiam interromper a avaliação em qualquer altura. Os instrumentos empregados foram sempre lidos pelos avaliadores. Os dados sobre a saúde foram obtidos por meio da consulta dos processos médicos disponíveis. O processo de seleção da amostra encontra-se descrito no diagrama de decisões (Figura 1)37. Muitos idosos daquele universo não foram avaliados (92,2%) devido a limitações nos recursos humanos e grande distância geográfica, à existência de instituições somente com idosos acamados/incapacitados/doentes, ou ainda a instituições que se recusaram a participar. Dos 781 idosos selecionados, alguns só foram avaliados em 2013, pelo que não entraram ainda no estudo longitudinal (17,0%). Em dezembro de 2012, iniciaram-se as reavaliações. Em julho de 2013 ainda não tinham sido reavaliadas 394 pessoas e 56 pessoas não foram reavaliadas por razões variadas (recusa, doença ou morte), sendo a taxa de atrito de 20,0%.

Figura 1 Diagrama de decisões do processo de inclusão de idosos no estudo. Retirado de “Estudo longitudinal dos fatores associados à evolução de sintomas depressivos em idosos institucionalizados”, por F. Vicente, 2013, Coimbra, Instituto Superior Miguel Torga. 

As análises foram efetuadas com o software SPSS (V.21; IBM SPSS). Para caracterizar a nossa amostra, foi realizada a estatística descritiva com o cálculo das médias, desvios-padrão, e frequências. Na análise descritiva das pontuações dos instrumentos, estudamos a normalidade da distribuição das pontuações por meio do teste de Kolmogorov-Smirnov com a correção de Lilliefors para os dois momentos. Usamos o teste t para amostras emparelhadas nas variáveis emocionais. Calculamos o tamanho do efeito com a fórmula de Cummings38 e seguindo as indicações de Cohen39 para a sua classificação. Ainda para esse cálculo, obtivemos as correlações para amostras emparelhadas. Estudamos a evolução dos sintomas depressivos em termos de presença/ausência de depressão, categorizando as pontuações no GDS segundo os pontos de corte da versão original. Depois, consoante a evolução, determinamos as categorias seguintes: manteve-se sem depressão, melhorou, manteve depressão e desenvolveu depressão.

A seguir, em análise bivariada, fomos verificar quais os fatores demográficos e emocionais que se associavam à ausência/presença de depressão no momento inicial. Para os fatores de natureza dicotômica, usamos o teste do Qui-quadrado e, para os fatores de natureza escalar, utilizamos o teste t. Fizemos o mesmo para o momento final, mas para as categorias manteve-se sem depressão, melhorou, manteve depressão e desenvolveu depressão. Para as comparações, usamos a ANOVA e a análise post-hoc para as variáveis de natureza escalar (GDS, UCLA-L, GAI e PANAS), e a Kruskal-Wallis para as variáveis de natureza nominal. Medimos a intensidade da relação entre a evolução da depressão e a evolução das restantes variáveis emocionais (categorizadas nos mesmos moldes de evolução da depressão), recorrendo novamente ao teste do Qui-quadrado da independência.

RESULTADOS

Depressão ao longo do tempo

Pela tabela 3 verifica-se que as mudanças nas pontuações GDS, GAI e PANAS não atingiram um nível de significância para rejeitar a hipótese nula e os tamanhos de efeito foram triviais, embora se tenha verificado maior dispersão (desvios-padrão) no segundo momento em todas as provas (exceto no PANAS negativo). Nesse âmbito, destacou-se a melhoria das pontuações da UCLA-L: apesar de não se ter obtido nível de significância para rejeitar a hipótese nula (p > 0,05), o tamanho de efeito foi relevante (d = 0,2). As correlações lineares de Pearson confirmam mudanças pouco significativas com correlações a variar entre o moderado (r = 0,4) e o elevado (r = 0,7).

Tabela 3 Comparação das pontuações médias nos instrumentos de avaliação emocional entre dois momentos de avaliação com dois anos de intervalo 

  Total Momento inicial (n = 83)
  Momento final (n = 83)
t d r
M DP Variação M DP Variação
GDS 83 14,20 5,92 2,00-25,00   13,78 6,38 0,00-29,00 0,80 0,1 0,70**
UCLA 57 36,18 10,96 19,00-59,00   33,42 11,98 16,00-60,00 1,65 0,2 0,40**
GAI 83 12,12 5,85 0,00-20,00   11,20 6,08 0,00-20,00 1,40 0,2 0,50**
PANAS (−) 81 26,99 9,34 12,00-51,00   27,47 8,68 12,00-46,00 -0,44 0,1 0,41**
PANAS (+) 81 27,74 6,29 12,00-40,00   26,96 7,45 11,00-45,00 0,92 0,1 0,40**

GDS: Geriatric Depression Scale; UCLA: Escala de Solidão; GAI: Geriatric Anxiety Inventory; PANAS: Positive and Negative Affect Schedule; M: média; DP: desvio-padrão; t: teste t para amostras emparelhadas; d: tamanho de efeito; r: correlação de Pearson.

† Tamanho do efeito pequeno.

** Correlações significativas ao nível de 0,01.

Quando categorizamos a presença/ausência de depressão segundo os pontos de corte da GDS e estudamos a evolução da depressão, constatamos que 10,8% desenvolveram depressão, o mesmo número de idosos melhorou, e 59,0% mantiveram depressão, contrastando com 19,3% que se manteve sem depressão.

Fatores associados à evolução da depressão

No momento inicial, a variável presença/ausência de depressão relacionou-se com todos os aspectos emocionais e com nenhum aspecto sociodemográfico, nem com o tempo de institucionalização (Tabela 4).

Tabela 4 Fatores demográficos e emocionais associados à ausência/à presença de depressão no momento inicial 

  Sem depressão (n = 25) Depressão (GDS ≥ 11) (n = 58) t/ χ2 p
Fatores demográficos        
 Idade (M ± DP) 80,52 ± 6,15 79,07 ± 6,76 0,92t 0,360
 Sexo feminino (%) 72,0 82,8 1,24χ2 0,265
 Sem companheiro (%) 92,0 84,5 0,86χ2 0,354
 Sem escolaridade (%) 20,0 31,0 1,06χ2 0,303
 Profissão manual (%) 88,0 87,9 0,00χ2 0,993
Fatores emocionais        
 GDS (M ± DP) 6,80 ± 2,40 17,40 ± 3,69 -13,17t 0,00
 UCLA (M ± DP) 32,60 ± 10,56 38,20 ± 10,41 -1,95t 0,06
 GAI (M ± DP) 5,56 ± 4,37 14,95 ± 3,78 -9,34t 0,00
 PANAS (−) (M ± DP) 18,79 ± 5,84 30,48 ± 8,28 -7,25t 0,00
 PANAS (+) (M ± DP) 29,92 ± 6,91 26,72 ± 5,83 1,99t 0,05

GDS: Geriatric Depression Scale; UCLA: Escala de Solidão; GAI: Geriatric Anxiety Inventory; PANAS: Positive and Negative Affect Schedule; t: teste t para amostras emparelhadas;χ2: Qui-quadrado; p: nível de significância estatística.

Quando analisamos os fatores demográficos da evolução da depressão (quatro categorias), usamos os resultados do teste exato obtidos pela simulação de Monte Carlo, uma vez que as condições para a análise de Qui-quadrado não se verificaram40. Observamos que não houve associação significativa entre nenhuma variável sociodemográfica e a evolução da depressão. Ainda assim, o grupo que desenvolveu depressão tinha idade um pouco mais avançada (d ≥ 0,5), sendo maior a proporção dos idosos que não tinham escolaridade. Entre os idosos que se mantiveram com depressão houve significativamente mais sentimentos de solidão do que nos que melhoraram, mas menos do que nos que desenvolveram depressão. Verificamos, ainda, que nos idosos que se mantiveram com depressão houve mais afeto negativo e menos afeto positivo do que os que se mantiveram sem depressão. Quem desenvolveu depressão teve significativamente mais sintomas de ansiedade e menos afeto positivo do que quem se manteve sem depressão (Tabela 5).

Tabela 5 Fatores demográficos e emocionais associados à evolução da depressão 

  Manteve sem depressão (n = 16) Melhorou (n = 10) Manteve depressão (n = 50) Desenvolveu depressão (n = 7) F/ χ2
Fatores demográficos          
 Idade (M ± DP) 79,56 ± 5,34 80,90 ± 5,63 78,72 ± 6,83 83,00 ± 8,31 1,05F
 Sexo feminino (%) 81,3 60,0 82,0 85,7 2,72χ2
 Sem companheiro (%) 87,5 100 82,0 100,0 3,59χ2
 Sem escolaridade (%) 18,8 20,0 30,0 42,9 1,87χ2
 Profissão manual (%) 81,3 100 88,0 85,7 2,08χ2
Fatores emocionais          
 GDS (M ± DP) 5,94 ± 2,50 13,40 ± 2,63 17,74 ± 3,99 9,00 ± 2,08 52,37***F
 UCLA (M ± DP) 29,00 ± 9,32 30,25 ± 2,81 38,40 ± 10,47 39,94 ± 12,36 4,95F
 GAI (M ± DP) 4,88 ± 4,21 12,20 ± 4,87 15,10 ± 3,94 7,29 ± 4,54 27,96***F
 PANAS (−) (M ± DP) 17,00 ± 4,42 24,50 ± 6,55 30,90 ± 8,72 24,86 ± 6,74 13,13***F
 PANAS (+) (M ± DP) 29,87 ± 7,76 27,30 ± 3,56 26,68 ± 6,07 30,43 ± 6,70 1,51F

GDS: Geriatric Depression Scale; UCLA: Escala de Solidão; GAI: Geriatric Anxiety Inventory; PANAS: Positive and Negative Affect Schedule; F = Anova; χ2 = Qui-Quadrado; *** p < 0,008.

Comparações significativas estatísticas (p < 0,008) em análise post-hoc: GDS, Manteve sem Depressão < Melhorou; Manteve sem Depressão < Manteve Depressão; Manteve Depressão > Desenvolveu Depressão; UCLA, Melhorou < Manteve Depressão; Manteve Depressão < Desenvolveu Depressão; GAI, Manteve sem Depressão < Melhorou; Manteve sem Depressão < Manteve Depressão; PANAS (−), Manteve sem Depressão < Manteve Depressão; PANAS(+), Manteve sem Depressão > Melhorou; Manteve sem Depressão > Manteve Depressão; Manteve sem Depressão > Desenvolveu Depressão.

Finalmente, comparamos a intensidade da relação entre a evolução da depressão e a evolução dos sentimentos de solidão, dos sintomas de ansiedade e dos afetos, e verificamos que os idosos que mantiveram depressão foram os que mais pioraram na solidão, nos sintomas ansiosos e nos afetos negativos (Tabela 6).

Tabela 6 Evolução dos fatores emocionais associados à evolução da depressão 

  Manteve sem depressão (n = 16) Melhorou (n = 10) Manteve depressão (n = 50) Desenvolveu depressão (n = 7) χ2
Fatores emocionais          
 UCLA pioria 6,9% 3,4% 82,8% 6,9% 15,72**
 GAI pioria 10,0% 6,7% 75,0% 8,3% 22,70***
 PANAS (−) pioria 9,0% 11,9% 71,6% 7,5% 27,78***
 PANAS (+) pioria 0,0% 12,5% 62,5% 25,0% 4,40

UCLA: Escala de Solidão; GAI: Geriatric Anxiety Inventory; PANAS: Positive and Negative Affect Schedule; χ2: Qui-quadrado; p: nível de significância estatística.

**p < 0,01; ***p < 0,001.

DISCUSSÃO

Depressão ao longo do tempo

O presente estudo teve como objetivo compreender os fatores associados à depressão ao longo do tempo em idosos institucionalizados. Quanto aos sintomas depressivos, no início do estudo, a média foi de 14,20 (DP = 5,92) e, ao fim de dois anos, foi de 13,78 (DP = 6,38). Podemos dizer que desceu ligeiramente do primeiro momento para o segundo (d = 0,1), que há uma maior dispersão no segundo momento e que existe uma correlação significativa entre os dois momentos (p < 0,01). Quanto à evolução da depressão ao longo do tempo, podemos constatar que 59,0% dos idosos mantiveram depressão, 10,8% desenvolveram depressão e uma percentagem similar apresentou melhorias. Os nossos resultados são comparáveis aos do estudo de Harris et al.25, cujo valor de aparecimento de sintomas depressivos foi de 8,4% em dois anos com idosos consultados em clínicas privadas. Essas semelhanças, entre amostras diferentes de populações heterogêneas, levam a pensar que o desenvolvimento da depressão não decorre dos desafios de saúde/econômicos/familiares/sociais próprios dessa idade. Essa dúvida talvez pudesse ser esclarecida com um estudo longitudinal controlando esses aspectos. Comparando a persistência dos sintomas depressivos com os outros estudos na comunidade, verificamos que a pesquisa de Cohen et al.19 encontrou uma persistência de 50% em três anos e a de Solhaug et al.3 encontrou uma persistência de 54,4% com 11 anos de intervalo. Esses achados vão no mesmo sentido que o nosso. Uma das possíveis razões para não existirem mudanças na sintomatologia depressiva é a idade mais avançada e o declínio da saúde25. Os idosos focados em nossa análise, além de institucionalizados, têm idade muito avançada e apresentam vários problemas de saúde. O fato de os idosos terem depressão no primeiro momento é um fator para continuarem deprimidos, muito provavelmente porque os idosos não são acompanhados em consultas de psiquiatria e de psicologia ou não são medicados com antidepressivos25. E isso acontecerá devido à atitude comum de se considerar a depressão como normativa na velhice.

Relativamente aos sujeitos que apresentam melhorias, cabe assinalar que alguns estudos revelam que os motivos subjacentes à institucionalização são diversos e podem incluir dificuldades em assumir os próprios cuidados, ausência de suporte familiar, inexistência de condições de habitabilidade e falta de recursos econômicos41. Nesse sentido, é compreensível que uma elevada percentagem de idosos ingresse em instituições por sua própria iniciativa41, visando encontrar nesses ambientes algumas condições que lhes faltavam em casa e novas oportunidades de suporte social e de acompanhamento, assim como de estabelecimento de novos laços sociais.

Fatores associados à evolução da depressão

Não encontramos associação entre a ausência/presença de sintomatologia depressiva e os fatores demográficos. A ausência de associação entre a idade e a depressão no momento inicial (t = 0,92; p = 0,36), e no momento final do estudo (F = 1,05; p = 0,38), ocorreu também no estudo longitudinal de Cohen et al.19 e no estudo transversal de Singh e Misra6, mas não no estudo longitudinal de Solhaug et al.3, nem nos estudos transversais de Davey et al.10 e de Rothermund e Bradtstadter11. Em relação ao sexo e à depressão, não encontramos uma associação com a depressão no momento inicial do estudo (χ2= 0,44; p = 0,51) nem no momento final (F = 2,69; p = 0,44), tal como aconteceu em outros estudos8,12,18,42. Não encontramos investigações que tenham estudado os outros fatores demográficos.

Em relação aos fatores emocionais, verificamos que os idosos com depressão têm significativamente piores resultados em todas as medidas. A solidão, tal como em outros estudos6,15,16, é mais alta nos idosos com depressão, ainda que contrariamente a outras pesquisas7,13,43-45 não haja associação entre o ter/não ter companheiro. Os sintomas de ansiedade foram também mais intensos entre os idosos com depressão, o que vai ao encontro da literatura nessa área5,18,19. O alto afeto negativo e o afeto positivo mais baixo entre os idosos com depressão são também consonantes com outras pesquisas que suportam o modelo tripartido da depressão22,46,47.

Quanto à evolução da depressão, nenhum fator demográfico se lhe associa, em oposição aos fatores emocionais. Assim, entre os idosos que se mantêm sem depressão, verificamos que, inicialmente, têm menos sintomas depressivos do que os que melhoram ou mantêm depressão; menos sintomas ansiosos dos que melhoram e dos que mantêm depressão, menos afeto negativo do que os que mantiveram depressão e mais afeto positivo do que os que mantiveram depressão e dos que desenvolveram depressão. Os idosos que melhoraram tiveram no momento inicial menos sentimentos de solidão do que os que mantiveram depressão. Os idosos que mantiveram depressão tiveram, no momento inicial, piores pontuações nos sintomas depressivos (resultado semelhante foi encontrado em diversas pesquisas19,25,26 e mais sentimentos de solidão do que os idosos que desenvolveram depressão. Chul-Gyu e Seungmi28 tinham também verificado que a solidão era fator de vulnerabilidade para a depressão em mulheres idosas. Sobre esses fatores, há também estudos que mostram que os sintomas ansiosos iniciais5,19, os sentimentos de solidão e a afetividade48 são fatores de risco para a depressão15,16.

Finalmente, em relação aos fatores que se relacionam com a evolução da depressão, verificamos que houve associação entre a evolução de todos os aspectos emocionais (exceto afetos positivos) e a evolução de depressão. Mais especificamente, constatamos que os idosos que mantiveram depressão foram os que mais agravaram nos sentimentos de solidão, nos sintomas ansiosos e no afeto negativo e positivo. A equipe de Cohen19 tinha também verificado essa associação com a evolução da ansiedade.

Limitações

O nosso estudo avalia os idosos em dois momentos fixos no tempo, não tendo acompanhado as mudanças da depressão que ocorreram no intervalo de tempo entre os dois momentos. Por isso, sugerimos que os aspectos emocionais sejam monitorizados com maior regularidade para compreender mais claramente quais os fatores de manutenção e/ou desenvolvimento dos sintomas depressivos. Outra limitação prende-se à amostra que não foi a mesma no momento final do estudo, por isso não podemos saber se os idosos que não foram avaliados estarão clinicamente saudáveis ou se pioraram. A razão para essa diferença prende-se, em grande medida, com a disponibilidade de recursos à altura da segunda avaliação, pois a taxa de atrito real foi somente de 20%, não sendo muito diferente de outros estudos49. Finalmente, alguns instrumentos têm um nível de linguagem de difícil compreensão, principalmente para os idosos sem escolaridade, pelo que seria necessário criar versões mais apropriadas para essa população.

CONCLUSÕES

Considerando-se o que foi analisado, concluímos que ter depressão e/ou solidão em determinado momento serão fatores de risco para a persistência dos sintomas depressivos. A pioria ao longo do tempo da solidão, da ansiedade e dos afetos positivos e negativos parece também contribuir para a persistência dos sintomas depressivos. A solidão será fator de risco para o desenvolvimento da depressão.

Em face a esses resultados, consideramos que as intervenções terapêuticas individuais ou grupais poderão ajudar a tratar/prevenir os sintomas depressivos ou diminuir os sentimentos de solidão, devendo atuar-se sobre os sintomas depressivos e ansiosos e sobre a afetividade. Outra sugestão é a abertura dos espaços institucionais ao ambiente externo para minimizar os sentimentos de solidão.

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