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Factors associated with indicators of health needs of adult men

Factors associated with indicators of health needs of adult men

Autores:

Guilherme Oliveira de Arruda,
Aurea Christina de Paula Corrêa,
Sonia Silva Marcon

ARTIGO ORIGINAL

Acta Paulista de Enfermagem

On-line version ISSN 1982-0194

Acta paul. enferm. vol.27 no.6 São Paulo Nov./Dec. 2014

http://dx.doi.org/10.1590/1982-0194201400091

Introdução

As necessidades em saúde podem ser analisadas sob diferentes perspectivas, quais sejam, a primeira de cunho abstrato, referente às dimensões social e histórica de cada sujeito no atinente aos carecimentos em saúde; e outra concreta e operativa, voltada aos serviços de saúde, em que as necessidades da população impulsionam políticas e programas.(1) Em consonância com essa segunda concepção, vale destacar o Modelo Comportamental de Andersen que concebe necessidade em saúde a partir de dois indicadores básicos: o estado de saúde do indivíduo (presença/ausência de morbidade) e a percepção que este tem da própria saúde, como determinantes mais próximos da procura por cuidado e utilização dos serviços.(2)

Esse modelo, além de ser o pioneiro, tem sido o mais utilizado, visando, principalmente, ao entendimento da utilização dos serviços de saúde, justamente pela abordagem às necessidades.(3) No entanto, revisão sistemática de pesquisas realizadas entre 1998 e 2011 revela que ainda são escassos os estudos que focalizaram os indicadores de necessidades em saúde.(4) Assim, propõe-se, aqui, um recorte do modelo supracitado, direcionado para a análise dos indicadores entre homens adultos.

Mostra-se importante distinguir entre necessidades masculinas e femininas, pois coexistem possibilidades diferentes de adoecer e de perceber a saúde.(1) A despeito do perfil de morbimortalidade desfavorável à condição de saúde, os homens, ainda em grande medida, relatam menos frequentemente do que as mulheres possuir morbidade e ter saúde ruim, mesmo frente à necessidade de cuidado, o que compromete a atenção à saúde desta população.(5) Identifica-se, no entanto, uma lacuna no conhecimento, considerando-se que os estudos não têm investigado fatores associados aos indicadores de necessidades em saúde na população masculina.

Embora os homens reconheçam que têm necessidades em saúde, eles hesitam em procurar cuidado devido ao próprio comportamento ou ao perfil dos serviços e profissionais de saúde.(6) Além disso, em estudo realizado com profissionais de saúde, os autores relatam que as equipes têm dificuldades para identificar necessidades em saúde de homens e planejar suas ações com base nelas. Destacam, ainda, que a utilização de dados epidemiológicos não aparece entre as estratégias empregadas para a identificação das necessidades da população.(6)

Com base nesses pressupostos, têm-se como objetivo deste estudo epidemiológico identificar fatores associados aos indicadores das necessidades em saúde de homens adultos.

Métodos

Estudo transversal tipo inquérito domiciliar de base populacional, realizado junto a 421 homens, com idade entre 20 e 59 anos, residentes na zona urbana do município de Maringá, situado na região Sul do Brasil. Para o cálculo amostral tomou-se como base a contagem populacional de homens com idade entre 20 e 59 anos, em 2010, que era de 103.819 indivíduos,(7) e os seguintes parâmetros e estimativas: 50%, para a prevalência das variáveis resposta entre os homens adultos, associado a erro de estimativa de 5% e intervalo com 95% de confiança para a detecção das associações entre as variáveis independentes e o desfecho. Foram acrescentados 10% (38 indivíduos) à amostra mínima calculada (383 indivíduos), considerando-se a possibilidade de falhas no preenchimento dos instrumentos de coleta.

Para a seleção dos indivíduos utilizou-se a técnica de amostragem aleatória sistemática, a partir da divisão do município de Maringá em 20 Áreas de Ponderação que leva em consideração as semelhanças socio-ocupacionais dos indivíduos residentes no território e é adotada pelo Observatório das Metrópoles – Núcleo Região Metropolitana de Maringá. Com o número de homens de 20 a 59 anos das Áreas de Ponderação, realizou-se o cálculo proporcional, do qual se obteve a subamostra a ser coletada em cada Área de Ponderação. Assim, foram sorteadas as ruas visitadas, nas quais se respeitou o intervalo predefinido para a seleção dos indivíduos: a quarta residência à direita da rua. As entrevistas ocorreram nos domicílios dos homens, em sua maioria, durante os dias da semana pela manhã e à tarde, entre os meses de janeiro e julho de 2013.

Para a coleta de dados utilizou-se instrumento estruturado. As variáveis de interesse foram: a autopercepção da saúde e a morbidade referida. As variáveis independentes foram as socioeconômicas e demográficas: faixa etária, cor da pele, status conjugal, filhos, religião, escolaridade (em níveis), trabalho, renda familiar (em salários mínimos), status ocupacional, plano de saúde e classe econômica, categorizada conforme o Critério de Classificação Econômica Brasil da Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa.(8)

Os dados foram compilados no software Microsoft Excel 2010, com migração posterior para o programa IBM SPSS 20. Para análise de dados realizou-se análise univariada por meio do teste Qui-quadrado de Pearson e análise múltipla por meio de Modelos de Regressão Logística Múltipla não condicionada. Utilizou-se o método Forwards (para frente), por meio do qual as variáveis que apresentaram p-value<0,20 na análise univariada foram testadas na análise logística, conforme ordem crescente do p-value, a fim de identificar variáveis que permanecessem associadas ou que ajustassem o modelo. A medida de associação utilizada foi o Odds Ratio (OR), com respectivo intervalo de confiança de 95% e nível de significância estabelecido quando p-value<0,05 para os testes realizados.

O desenvolvimento do estudo atendeu as normas nacionais e internacionais de ética em pesquisa envolvendo seres humanos.

Resultados

Os 421 indivíduos em estudo tinham idade média de 40,9 anos, com predominância de homens de cor branca (58%), com companheira (67,9%), com filhos (71,3%), adeptos a religiões (89,8%), com ensino médio completo (36,8%), inseridos no mercado de trabalho (80,3%), com renda entre 2,1 e 4 salários mínimos (34%), empregadores/autônomos (40,9%), sem plano de saúde (52,7%) e da classe econômica B (53%). Constatou-se prevalência de 23% e 42,8% para autopercepção da saúde regular/ruim e morbidade referida, respectivamente.

Em análise univariada da autopercepção da saúde regular/ruim constatou-se associação (ou valores de p<0,20) com as seguintes variáveis, em ordem de significância: faixa etária (p<0,001), escolaridade (p<0,001), status ocupacional (p<0,001), classe econômica (p<0,001), trabalho (p=0,002), renda familiar (p=0,005), cor da pele (p=0,054), plano de saúde (p=0,065) e religião (p=0,118). Contudo, permaneceram no modelo múltiplo apenas as variáveis faixa etária, status ocupacional e escolaridade, pois, homens, com idade entre 30 e 39 anos (p=0,012, OR=2,94) e desempregados (p=0,025, OR=3,17) relataram mais frequentemente a autopercepção regular/ruim de saúde, ao passo que os indivíduos com ensino médio apresentaram razão de chance significativamente menor que aqueles com menores níveis de escolaridade para esse desfecho (Tabela 1).

Tabela 1 Variáveis socioeconômicas e demográficas com autopercepção da saúde 

Variáveis socioeconômicas e demográficas Autopercepção da saúde (regular/ruim)
n(%) OR (IC95%) p-value*
Faixa etária      
 20 a 29 10(11,0) 1 -
 30 a 39 27(28,4) 2,94(1,26; 6,86) 0,012
 40 a 49 20(16,9) 1,26(0,52; 3,09) 0,606
 50 a 59 40(34,2) 2,29(0,95; 5,53) 0,064
Status ocupacional      
 Autônomo/empregador 39(22,7) 1 -
 Empregado 26(16,6) 0,76(0,43; 1,36) 0,370
 Aposentado/em licença médica 21(44,7) 1,95(0,9; 4,15) 0,084
 Desempregado 9(45,0) 3,17(1,15; 8,72) 0,025
 Estudante/Estagiário 2(8,0) 0,51(0,10; 2,57) 0,419
Escolaridade      
 Até 4ª série 22(44,0) 1 -
 Fundamental 31(31,0) 0,66(0,31; 1,39) 0,279
 Médio 23(14,8) 0,38(0,16; 0,87) 0,023
 Superior 21(18,6) 0,63(0,24; 1,65) 0,346
Classe econômica      
 Classe A 4(12,9) 1 -
 Classe B 37(16,6) 1,52(0,46; 5,05) 0,494
 Classe C/D 55(33,1) 2,60(0,71; 9,49) 0,149

*Regressão Logística Múltipla, com modelo ajustado pela variável “classe econômica”

Quanto à morbidade relatada identificou-se, na análise univariada, que as seguintes variáveis apresentaram-se associadas (ou com p<0,20): faixa etária (p<0,001), status ocupacional (p<0,001), escolaridade (p=0,004), trabalho (p=0,004), classe econômica (p=0,016), filhos (0,034) e cor da pele (0,053). O modelo múltiplo, por sua vez, mostra que apenas as variáveis “faixa etária” e “status ocupacional” mantiveram-se associadas, e a variável “cor da pele” passou a ser associada significativamente. Desse modo, homens nas faixas etárias de 40 a 49 anos (p= 0,007, OR=2,45) e de 50 a 59 anos (p<0,001, OR=4,40), aposentados ou em licença médica (p=0,006, OR=3,01) e de cor branca (p= 0,016, OR=1,69) relataram mais frequentemente possuir morbidade que os outros homens investigados (Tabela 2).

Tabela 2 Variáveis socioeconômicas e demográficas com morbidade relatada 

Variáveis socioeconômicas e demográficas Morbidade Referida
n(%) OR (IC95%) p-value*
Faixa Etária      
 20 a 29 24(26,4) 1 -
 30 a 39 26(27,4) 1,13(0,57; 2,25) 0,726
 40 a 49 53(44,9) 2,45(1,28; 4,68) 0,007
 50 a 59 77(65,8) 4,40(2,22; 8,71) <0,001
Status ocupacional      
 Autônomo/empregador 72(41,9) 1 -
 Empregado 55(35,0) 0,88(0,55; 1,41) 0,592
 Aposentado/em licença médica 36(76,6) 3,01(1,36; 6,65) 0,006
 Desempregado 10(50,0) 1,62(0,60; 4,34) 0,333
 Estudante/Estagiário 7(28,0) 1,04(0,37; 2,87) 0,937
Cor da pele      
 Branca 114(46,7) 1,69 (1,10; 2,87) 0,016
 Não branca 66(37,3)

*Regressão Logística Múltipla

Discussão

Dentre as limitações deste estudo, ressalta-se o fato de a coleta de dados ter sido realizada em períodos do dia que representam grande dificuldade para encontrar os homens em seus domicílios, o que pode ter propiciado maior abordagem de homens autônomos, desempregados, aposentados e em licença médica. Refere-se ainda como limitação o delineamento transversal, o qual não possibilita o estabelecimento de relações causais ou predispõe a interpretações reversas de causalidade. Porém, ressalta-se que o presente estudo identificou associações importantes de fatores socioeconômicos e demográficos com os indicadores de necessidades em saúde entre homens adultos, o que sinaliza perspectivas de atuação para profissionais de enfermagem.

Nesse sentido, os resultados deste estudo apresentam informações epidemiológicas fundamentais para a organização dos serviços na atenção à saúde do homem, pois apontam fatores a serem considerados na abordagem às necessidades masculinas em saúde. Ressalta-se, ainda, a importância de os profissionais de enfermagem considerarem a autopercepção masculina e a presença de morbidade, além dos fatores associados, atentando-se, porém, para as singularidades de gênero na percepção desses indicadores pelos homens.

A prevalência de autopercepção da saúde regular/ruim encontrada (23%) assemelha-se à de estudo realizado com adultos no Sul do Brasil (22,3%), que a comparou, com a de adolescentes e idosos,(9) porém divergiu da prevalência evidenciada no Norte brasileiro.(10) Em sua maioria, os estudos abordam, também, a população idosa e apresentam em geral prevalências maiores do que 30%.(9,10) Destaca-se, assim, a lacuna referente à investigação de fatores associados à mesma enquanto indicador de necessidades em saúde, sobretudo na população adulta, e, ainda mais, entre os homens.

Cabe salientar que a autopercepção da saúde constitui-se em variável fácil de ser coletada, além da exposição a doenças (diagnosticadas ou não por profissional de saúde), o impacto que estas geram no bem-estar físico, mental e social dos indivíduos, sendo importante na análise da saúde individual e da população por profissionais de saúde.(11) Perceber a saúde subjetivamente gera relações com outros fatores que envolvem a vida do indivíduo (como o acesso a informações), além da condição física, o que reforça sua importância como indicador de necessidades em saúde.

A relação desta variável com o avanço da idade já foi constatada na literatura, devido, principalmente, ao aumento das doenças crônicas e complicações decorrentes, mais prevalentes entre os idosos. No entanto, o presente estudo identificou proporção significativamente maior de percepção regular/ruim para homens com idade entre 30 e 39 anos. Infere-se que este achado ressalta a importância de se aprofundar as investigações sobre a saúde do homem adulto e sobre os aspectos que a influenciam, nessa fase da vida, e que levam mais especificamente os homens a referirem uma percepção negativa da saúde.

O status ocupacional se mostrou importante no que se refere à autopercepção regular/ruim e este achado se coaduna com os de outros estudos, no sentido de que indivíduos inativos em relação ao trabalho, principalmente os desempregados, possuem também maiores chances de conviverem em condições desfavoráveis de saúde e de buscarem os serviços de saúde.(12) O status ocupacional pode ser determinante de desigualdades em saúde, principalmente se consideradas as possibilidades de proteção social (com/sem carteira assinada/contribuição previdenciária).(13)

A despeito de a classe econômica não manter associação, constata-se em outros estudos que essa variável é importante no que tange à autopercepção da saúde.(9,10) A literatura revela que a escolaridade e a posição socioeconômica confluem na formação de determinados contextos sociais e culturais, implicando crenças em saúde, percepções e motivação para agir, determinando comportamentos e estilos de vida.(13) Por isso, vale ressaltar a necessidade de os profissionais de saúde conhecerem essas características dos homens a fim de contextualizarem suas atuações, pois o suporte profissional adequado também pode ser fator determinante da autopercepção de saúde.(14)

Quanto à morbidade relatada, a prevalência identificada encontra-se em intervalo identificado por estudo nacional, qual seja de 33,9% a 62,0%, entre indivíduos de 25 a 64 anos. Em estudos que consideraram morbidade apenas a hipertensão arterial e o diabetes mellitus constataram-se prevalências entre adultos semelhantes a 30%.(15,16) A população masculina apresenta importantes carências de autocuidado, o que incrementa as taxas de morbimortalidade e requer dos profissionais de saúde empenho na inclusão dos homens nas ações e serviços, sobretudo no âmbito da atenção primária.(17)

Em estudo realizado em município de pequeno porte do interior do Paraná foi evidenciado que os homens relatam menos seus problemas de saúde do que as mulheres, o que está atrelado à forma com que os homens percebem e concebem a saúde.(18) Desse modo, além de considerarem a possível subestimação dos dados sobre morbidade referida entre os homens, os profissionais de saúde devem conhecer as particularidades e individualidades quanto ao reconhecimento da morbidade, conforme o sexo, de modo a franquear o acesso, sobretudo dos homens, às ações em saúde.

Entre os homens adultos foi possível identificar que aqueles com mais de 40 anos, quando comparados aos mais jovens, relataram com mais frequência possuir doenças. Esse achado mostra-se consoante a de outros estudos que verificaram tendência crescente das doenças com o avanço da idade, principalmente, devido a questões biológicas, tempo de exposição a fatores de risco e envelhecimento.(19) Destaca-se que, embora a referência às morbidades tenha sido maior entre os homens mais velhos, o mesmo não se verificou em relação à autopercepção da saúde, o que sugere a existência de outras variáveis que impliquem sobre a forma como os homens nessa idade percebem sua saúde.

Assim, ressalta-se, também, a importância do status ocupacional no que se refere à associação com morbidade referida. No caso de homens em licença médica, essa relação pode se estabelecer de duas maneiras: a primeira, em que as condições de trabalho, o não reconhecimento de seu papel e a insatisfação com este propiciam o desenvolvimento de doenças; ou, a segunda, em que a morbidade já existente, ou o agravamento desta, compromete o trabalho e determina o afastamento.(18) Ambas as situações merecem atenção por parte de políticas e serviços de saúde, de modo que os profissionais de saúde possam identificar riscos ocupacionais e atuar sobre os mesmos, contribuindo para a manutenção de condições adequadas de saúde para os homens desenvolverem suas atividades, especialmente porque eles atribuem importante valor sociocultural ao trabalho.(20)

No que se refere à cor da pele constatou-se escassez de estudos que investigaram desigualdades em saúde, especificamente a partir da cor da pele como fator associado à morbidade relatada. Entretanto, constata-se que o achado do presente estudo – isto é, a maior proporção de indivíduos de cor branca relatando morbidade – diverge de outros estudos que demonstraram associações importantes entre a cor da pele negra e causas de morbimortalidade, sobretudo as causas externas.(21,22) Embora exista influência da autopercepção da saúde sobre os relatos de presença de morbidade, não se pode justificar a associação da cor da pele com a morbidade referida, a partir desta variável, pois a associação entre esta percepção e a cor da pele não foi identificada no presente estudo assim como em outro realizado no Sul do Brasil.(9)

Em linhas gerais, o presente estudo pode colaborar para a organização de serviços de saúde por meio da identificação dos fatores associados aos indicadores das necessidades de saúde. Em consonância, estudo que investigou adultos em utilização de serviços médicos e hospitalares no Canadá e Estados Unidos, mostrou que os indicadores de necessidades (autopercepção da saúde e morbidade referida) são fatores diretamente relacionados à procura por cuidados de saúde.(13)

Ressalta-se que a autopercepção da saúde, pode estar relacionada ainda à adesão às práticas preventivas, de promoção ou de tratamento, ao passo que, a morbidade, enquanto necessidade avaliada, pode determinar o tipo de prática a ser implementada no acompanhamento de saúde de homens adultos. No entanto, estes aspectos ainda constituem indicadores que, via de regra, não são tomados como alvos dos serviços de saúde na prática cotidiana voltada para os homens. Neste sentido, a identificação dos fatores associados a estes indicadores, conforme achados do presente estudo, pode contribuir para o direcionamento da atenção ao homem adulto e contextualizar as ações desenvolvidas pelas equipes de saúde, alinhando-as às características que condicionam a socialização das necessidades masculinas.

Conclusão

A faixa etária e o status ocupacional constituíram-se em fatores associados, tanto em relação à autopercepção regular/ruim de saúde quanto à morbidade relatada entre homens adultos, e a escolaridade e a cor da pele mostraram-se associadas à autopercepção de saúde e à presença de morbidade, respectivamente. Embora sem significância, a classe econômica foi fator importante no ajuste do modelo proposto para autopercepção da saúde.

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