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Fatores sociodemográficos, perinatais e comportamentais associados aos tipos de leite consumidos por crianças menores de seis meses: coorte de nascimento

Fatores sociodemográficos, perinatais e comportamentais associados aos tipos de leite consumidos por crianças menores de seis meses: coorte de nascimento

Autores:

Carolina Abreu de Carvalho,
Poliana Cristina de Almeida Fonsêca,
Luciana Neri Nobre,
Mariane Alves Silva,
Milene Cristine Pessoa,
Andréia Queiroz Ribeiro,
Silvia Eloiza Priore,
Sylvia do Carmo Castro Franceschini

ARTIGO ORIGINAL

Ciência & Saúde Coletiva

versão impressa ISSN 1413-8123versão On-line ISSN 1678-4561

Ciênc. saúde coletiva vol.22 no.11 Rio de Janeiro nov. 2017

http://dx.doi.org/10.1590/1413-812320172211.28482015

Introdução

O aleitamento materno exclusivo até os seis meses é recomendado como prática alimentar ideal para a saúde e o desenvolvimento infantil1,2. O leite materno possui todos os nutrientes necessários à criança nesse período, além de contribuir para o fortalecimento do sistema imunológico, diminuir o risco de mortalidade infantil e trazer benefícios motores e cognitivos3. Crianças não amamentadas possuem maior risco de inadequação de micronutrientes, pois tendem a ter piores práticas alimentares4.

De acordo com a II Pesquisa Nacional de Prevalência do Aleitamento Materno nas Capitais Brasileiras e Distrito Federal, a introdução de outros tipos de leite na alimentação de menores de seis meses é precoce, com prevalência de 18% no primeiro mês e 48,8% entre o quarto e sexto mês5. Essa introdução pode aumentar a morbimortalidade infantil, devido à menor ingestão dos fatores de proteção presentes no leite materno e maior risco de contaminações6. Por isso, apenas em situações de absoluta impossibilidade da realização do aleitamento materno recomenda-se a introdução de fórmulas infantis como substituto do leite materno na alimentação de crianças menores de um ano7.

O baixo nível socioeconômico das famílias, a baixa escolaridade e a idade materna, o retorno da mãe ao trabalho e o uso de chupeta são alguns dos fatores associados à introdução precoce de outros tipos de leite e demais alimentos, descritos na literatura8,9. Existem diversos estudos dedicados a avaliar os fatores associados à interrupção do aleitamento materno exclusivo (AME), entretanto, poucos têm verificado os fatores relacionados ao consumo de leite de vaca e fórmulas lácteas para lactentes, principais substitutos do leite materno nos primeiros seis meses de vida10,11.

O tipo de leite consumido pela criança tem reflexos no ganho de peso e em outros aspectos da saúde infantil12. O consumo de fórmulas lácteas é apontado em alguns estudos como um fator que predispõe ao excesso de peso, devido ao maior conteúdo de proteína em sua composição, em comparação ao leite materno1315. O leite de vaca, por sua vez, além de possuir elevado conteúdo de proteína e energia, apresenta insuficiente quantidade de ácidos graxos essenciais, vitaminas e minerais para essa faixa etária. Seu consumo também tem sido associado ao desenvolvimento de atopia, excesso de peso, anemia e microhemorragias intestinais em menores de um ano1618.

Portanto, torna-se relevante a investigação de fatores associados aos leites ingeridos pelas crianças desde fases precoces, como no primeiro semestre de vida, a fim de identificar os fatores de risco à alimentação adequada nesse período. Nesse sentido, o presente estudo tem como objetivo avaliar os fatores associados ao consumo de leite materno, leite de vaca e fórmulas lácteas em crianças acompanhadas no 1°, 4° e 6° mês de vida.

Métodos

Estudo de coorte originado ao nascer com acompanhamento de crianças no 1°, 4° e 6° mês de vida, no município de Viçosa-MG. O município está localizado na Zona da Mata Mineira, a 227 km da capital Belo Horizonte, com uma área de 299.418 km e população estimada em 76.745 residentes no ano de 201419.

Realizou-se um estudo piloto na Policlínica Municipal de Viçosa, com todos os integrantes da equipe, a fim de testar a aplicação do questionário semiestruturado. Avaliaram-se crianças de mesma faixa etária e com características similares às do presente estudo, as quais não foram incluídas na análise.

O convite para ingressar no estudo foi realizado entre outubro de 2011 e outubro de 2012, no único hospital da cidade que realizava partos. As gestantes foram contatadas no hospital por um membro da equipe, durante a internação para o parto. Nesta ocasião ocorreu o convite para participar da pesquisa e o agendamento das próximas consultas com as mães que aceitaram participar.

Foram incluídas no estudo crianças que residiam em Viçosa-MG, nascidas no único hospital-maternidade da cidade, que não possuíam má-formação congênita ou síndromes; e que não eram de gestações múltiplas. A criança estar internada em Unidade de Terapia Intensiva Neonatal foi considerado critério de exclusão. Especificamente para este manuscrito, a prematuridade também foi adotada como critério de exclusão. Houveram perdas por alta hospitalar precoce ou recusa e também por mães que no hospital aceitaram participar do estudo, mas que não compareceram à primeira consulta.

Optou-se por trabalhar com o 1°, 4° e 6° mês, a fim de se observar os fatores associados aos desfechos precocemente (no 1° mês); no 4° e 6° mês, pois são momentos cruciais para o desmame visto o retorno das mães ao trabalho; e, no caso do 6° mês, por também ser a idade limite da recomendação do aleitamento materno exclusivo.

Calculou-se o poder do estudo, uma vez que não obteve-se um tamanho amostral inicialmente. Para tanto, utilizou-se o programa OpenEpi (Dean AG, Sullivan KM, Soe MM. OpenEpi: Open Source Epidemiologic Statistics for Public Health, http://www.OpenEpi.com). Considerando-se um intervalo de confiança de 95% e as estimativas de risco para a variável uso de chupeta e leite materno, fórmula láctea e leite de vaca, obteve-se um poder de 99% para o estudo dos fatores associados ao consumo de leite materno, 94% para fórmula lácteas e de 79% para o leite de vaca.

A primeira entrevista com as mães foi realizada no primeiro mês de vida, na ocasião da vacinação, na Policlínica Municipal de Viçosa, local de referência para a imunização infantil da cidade. As entrevistas seguintes foram realizadas no 4° e 6° mês. As informações sobre os tipos de leite consumidos pelas crianças, as variáveis socioeconômicas, as relacionadas à criança e à mãe foram obtidas através de questionários semiestruturados.

Para o leite de vaca e as fórmulas lácteas contabilizou-se o consumo independentemente da ingestão de leite materno, considerando-se, portanto, a introdução desses tipos de leite na alimentação infantil. Para o leite materno, avaliou-se apenas o seu consumo de forma exclusiva ou predominante (quando além do leite materno, são consumidos líquidos como água e chás)20.

As variáveis socioeconômicas foram a renda familiar, idade materna, escolaridade materna, escolaridade do chefe de família e trabalho materno. A idade da mãe foi categorizada utilizando-se o ponto de corte de 19 anos completos, para definir mães adolescentes e adultas21. O chefe de família foi aquele que possuía maior renda no domicílio.

O peso ao nascer foi obtido no cartão da criança no momento da primeira avaliação. O peso ao nascer foi categorizado em baixo (< 2500g) e não baixo22. O uso de chupeta também foi investigado, sendo reportado pela mãe em todos os meses de acompanhamento. Analisou-se o número de consultas pré-natal como variável relacionada à mãe, sendo inadequado menos de seis consultas23.

Todas as crianças envolvidas no estudo tiveram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido assinado pela mãe ou responsável. Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da Universidade Federal de Viçosa e financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais.

As análises estatísticas foram realizadas no software Stata 12.0. Comparou-se a distribuição das perdas de acordo com os tipos de leite consumidos, as variáveis socioeconômicas e de nascimento, número de consultas pré-natal e uso de chupeta. No início do seguimento nenhuma mãe estava trabalhando, por isso não foi possível comparar a distribuição da variável trabalho materno entre acompanhados e não acompanhados. Então, utilizou-se a variável trabalho durante a gestação como uma proxy do trabalho materno, pois acredita-se que grande parte das mães que trabalharam durante a gestação, voltaram a trabalhar até os seis meses de vida da criança. Para verificar as diferenças entre as características das crianças acompanhadas e não acompanhadas empregou-se o teste qui-quadrado de Pearson.

A análise de regressão foi realizada para avaliar os fatores relacionados aos tipos de leite consumidos pelas criança. Os consumos de leite de vaca, fórmulas lácteas e leite materno foram considerados variáveis dependentes. As categorias de referência foram codificadas em 0 e as de risco em 1. O consumo de leite de vaca e fórmulas lácteas, e o não consumo de leite materno de forma exclusiva ou predominante foram definidos como situações de risco. A Regressão de Poisson com variância robusta foi utilizada para calcular o risco relativo e intervalos de 95% de confiança (IC95%).

Inicialmente, realizou-se a análise de regressão bivariada e as variáveis independentes que apresentaram valor de p < 0,20 foram incluídas na análise multivariada. Para todas as análises considerou-se p < 0,05 como nível de significância.

Resultados

No início do estudo foram acompanhadas 460 crianças do município, entretanto, para esse manuscrito foram selecionadas 247 sem prematuridade e que possuíam todos os registros das variáveis de interesse no 1°, 4° e 6° mês. Ao longo do estudo, apesar dos esforços realizados pela equipe para o comparecimento das mães, tais como ligações relembrando o acompanhamento mensal, 204 mães não participaram do seguimento em todos os meses. Do 1° para o 4°, 124 mães não compareceram e do 4° para o 6°, 80 mães faltaram (Figura 1). Portanto, houve uma perda de 46,3% ao longo do acompanhamento.

Figura 1 Fluxograma da amostra do estudo, Viçosa, Minas Gerais, 2011-2012.* Informação obtida junto à diretoria do hospital São Sebastião (único hospital que realiza parto na cidade), referente ao número de nascidos vivos no período de outubro de 2011 a outubro de 2012. ** Outros 20 prematuros que integravam a amostra inicial não compareceram às etapas anteriores ao 6° mês. UTIN = Unidade de terapia intensiva neonatal. 

A fim de verificar a existência de diferenças entre as crianças acompanhadas e não acompanhadas, elas foram comparadas quanto a suas características sociodemográficas, de nascimento, número de consultas pré-natal e uso de chupeta. Não foi observada presença de viés de seleção devido a perdas diferenciais.

O Gráfico 1 apresenta a evolução do consumo de leite materno, fórmulas lácteas e leite de vaca entre as crianças acompanhadas. Ao longo dos meses observou-se a redução do consumo de leite materno de forma exclusiva ou predominante. Destaca-se que já no primeiro mês, quase ¼ das crianças não se encontrava mais em aleitamento materno exclusivo ou predominante. Em contrapartida, o consumo de leite de vaca apresentou comportamento ascendente, assim como o de fórmulas lácteas. Essa evolução demonstrou a diminuição do consumo de leite materno de forma exclusiva ou predominante ao longo dos meses, e a adoção do leite de vaca como principal substituto na alimentação dessas crianças.

Gráfico 1 Evolução do consumo de leite materno, fórmula infantil e leite de vaca entre crianças no 1°, 4° e 6° mês de vida, Viçosa-MG, 2011-2012.* No 1° mês os percentuais não somam 100%, porque 2 crianças consumiam leite de vaca e fórmula infantil concomitantemente. O mesmo ocorre no 6° mês com 14 crianças. ** Todos os valores apresentados estão em percentual. 

Observou-se que no 1° mês de vida, crianças que usavam chupeta tiveram 1,90 vez mais risco (IC95% 1,19-3,04) de não consumir de leite materno de forma exclusiva ou predominante (Tabela 1). No 4° mês, filhos de mães que trabalhavam apresentaram 1,73 vez mais risco de não consumir leite materno de forma exclusiva ou predominante (IC95% 1,33-2,24) e em crianças que usavam chupeta esse risco foi 1,77 vez maior (IC95% 1,34-2,35) (Tabela 1). Finalmente, no 6° mês, crianças cujas mães trabalhavam apresentaram 1,70 vez mais risco de não ingerir leite materno de forma exclusiva ou predominante (IC95% 1,36-2,13), e as que usavam chupeta, 1,42 vez mais risco (IC95% 1,15-1,75) (Tabela 1).

Tabela 1 Risco relativo bruto e ajustado dos fatores associados ao consumo de leite materno de forma exclusiva ou predominante de crianças no 1°, 4° e 6° mês de vida, Viçosa-MG, 2011-2012. 

1° MÊS 4° MÊS 6° MÊS
Variáveis RR bruto RR ajustado RR bruto RR ajustado RR bruto RR ajustado
(IC 95%) (IC 95%) (IC 95%) (IC 95%) (IC 95%) (IC 95%)
Renda Familiara c c
> p75 1,00 1,00 1,00 1,00
≤ p75 0,94(0,56-1,57) 0,92(0,67-1,27) 0,78(0,63-0,98)b 0,93(0,75-1,16)
Idade materna c c
> 19 anos 1,00 1,00 1,00 1,00
≤ 19 anos 0,87(0,46-1,64) 0,77(0,50-1,20) 0,78(0,56-1,10) 0,90(0,65-1,24)
Escolaridade da c c
mãe
> 8 anos 1,00 1,00 1,00 1,00
≤ 8 anos 0,79(0,48-1,31) 0,92(0,68-1,25) 0,78(0,60-0,99)b 0,89(0,68-1,16)
Escolaridade do c c
chefe de família
> 8 anos 1,00 1,00 1,00 1,00
≤ 8 anos 1,40(0,88-2,21) 1,33(0,84-2,09) 1,15(0,86-1,53) 1,10(0,88-1,36)
Trabalho c
materno
Não 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00
Sim d 1,71(1,31-2,24)b 1,73(1,33-2,24)b 1,82(1,47-2,25)b 1,70(1,36-2,13)b
Peso ao nascer c c c
Não baixo 1,00 1,00 1,00
Baixo 1,22(0,37-4,05) 0,98(0,41-2,35) 1,26(0,77-2,03)
Consultas pré- c
natal
≥ 6 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00
< 6 0,91(0,47-1,75) 1,46(1,07-2,00)b 1,29(0,96-1,74) 1,22(0,94-1,57) 1,24(0,95-1,62)
Uso de chupeta
Não 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00
Sim 1,92(1,20-3,07)b 1,90(1,19-3,04)b 1,79(1,34-2,39)b 1,77(1,34-2,35)b 1,53(1,23-1,90)b 1,42(1,15-1,75)b

RR: Risco Relativo; IC: intervalo de confiança;

aRenda familiar p75= R$ 1700,00;

bp < 0,05;

cVariáveis não incluídas no modelo multivariado.

dO RR não foi calculado, pois a variável apresentava alguma categoria sem observações.

Os resultados da análise de regressão dos fatores associados ao consumo de fórmulas lácteas no 1° mês, apresentados na Tabela 2, mostram que apenas o uso de chupeta associou-se ao maior consumo de fórmulas lácteas, permanecendo significante após a realização da análise ajustada. Em crianças que usavam chupeta o risco de consumir fórmulas lácteas foi 1,81 vez maior que naquelas que não usavam (IC95% 1,11-2,95) (Tabela 2).

Tabela 2 Risco relativo bruto e ajustado dos fatores associados ao consumo de fórmulas lácteas de crianças no 1°, 4° e 6° mês de vida, Viçosa-MG, 2011-2012. 

1° MÊS 4° MÊS 6° MÊS
Variáveis RR bruto RR ajustado RR bruto RR ajustado RR bruto RR ajustado
(IC 95%) (IC 95%) (IC 95%) (IC 95%) (IC 95%) (IC 95%)
Renda Familiara c
> p75 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00
≤ p75 0,85(0,50-1,43) 0,64(0,44-0,93)b 0,76(0,51-1,13) 0,42(0,29-0,59)b 0,55(0,38-0,80)b
Idade materna c
> 19 anos 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00
≤ 19 anos 0,83(0,42-1,62) 0,55(0,28-1,05) 0,64(0,32-1,29) 0,47(0,23-0,96)b 0,61(0,29-1,28)
Escolaridade da
mãe
> 8 anos 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00
≤ 8 anos 0,67(0,38-1,16) 0,69(0,40-1,20) 0,62(0,40-0,97)b 0,77(0,47-1,26) 0,38(0,23-0,67)b 0,58(0,32-1,04)
Escolaridade do c c
chefe de família
> 8 anos 1,00 1,00 1,00 1,00
≤ 8 anos 1,23(0,76-1,97) 0,88(0,60-1,27) 0,75(0,51-1,09) 1,05(0,71-1,54)
Trabalho materno c
Não 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00
Sim d 1,75(1,22-2,52)b 1,63(1,14-2,35)b 1,91(1,32-2,77)b 1,37(0,94-2,02)
Peso ao nascer c c
Não baixo 1,00 1,00 1,00 1,00
Baixo 0,65(0,10-4,05) 0,91(0,28-2,99) 1,87(0,96-3,66) 1,30(0,72-2,33)
Consultas pré- c c c
natal
≥ 6 1,00 1,00 1,00
< 6 0,58(0,25-1,36) 1,15(0,71-1,86) 1,04(0,63-1,73)
Uso de chupeta
Não 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00
Sim 1,84(1,13-3,00)b 1,81(1,11-2,95)b 1,83(1,25-2,66)b 1,72(1,18-2,51)b 1,48(1,02-2,15)b 1,44(1,01-2,06)b

RR: Risco Relativo; IC: intervalo de confiança;

aRenda familiar p75= R$ 1700,00;

bp < 0,05;

cVariáveis não incluídas no modelo multivariado.

dO RR não foi calculado, pois a variável apresentava alguma categoria sem observações.

No 4° mês, na análise ajustada permaneceram significantes o trabalho materno e o uso de chupeta, sendo o risco do consumo de fórmulas lácteas 1,63 vez maior em crianças cujas mães trabalhavam (IC95% 1,14-2,35) e 1,72 vez maior em crianças que usavam chupeta (IC95% 1,18-2,51) (Tabela 2).

No 6° mês, a menor renda familiar foi inversamente associada ao consumo de fórmulas lácteas e o uso de chupeta diretamente. Na análise ajustada observou-se que crianças com menor renda familiar tiveram 45% menos risco de consumir fórmulas lácteas (IC95% 0,38-0,80), enquanto aquelas que usavam chupeta tiveram 1,44 vez mais risco de consumir fórmula (IC95% 1,01-2,06) (Tabela 2).

Observa-se na Tabela 3 os resultados da análise dos fatores associados ao consumo de leite de vaca em crianças no 1°, 4° e 6° mês de vida. No 1° mês o consumo de leite de vaca associou-se ao baixo peso ao nascer e ao número de consultas pré-natal, na análise multivariada. Crianças nascidas de baixo peso e as filhas de mães que fizeram menos que 6 consultas durante o pré-natal tiveram maior risco de consumir leite de vaca.

Tabela 3 Risco relativo bruto e ajustado dos fatores associados ao consumo de leite de vaca de crianças no 1°, 4° e 6° mês de vida, Viçosa-MG, 2011-2012. 

1° MÊS 4° MÊS 6° MÊS
Variáveis RR bruto RR ajustado RR bruto RR ajustado RR bruto RR ajustado
(IC 95%) (IC 95%) (IC 95%) (IC 95%) (IC 95%) (IC 95%)
Renda Familiara c
> p75 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00
≤ p75 d 4,66(1,14-19,05)b 3,22(0,81-12,79) 3,05(1,48-6,31)b 2,80(1,37-5,73)b
Idade materna c c c
> 19 anos 1,00 1,00 1,00
≤ 19 anos 0,95(0,11-7,95) 1,43(0,66-3,14) 1,22(0,77-1,94)
Escolaridade da c c
mãe
> 8 anos 1,00 1,00 1,00 1,00
≤ 8 anos 1,91(0,39-9,27) 2,48(1,26-4,86)b 1,78(0,88-3,59) 1,25(0,85-1,84)
Escolaridade do c
chefe de família
> 8 anos 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00
≤ 8 anos 2,12(0,39-11,38) 2,45(1,17-5,14)b 2,09(0,90-4,88) 1,69(1,13-2,52)b 1,47(0,99-2,18)
Trabalho materno c
Não 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00
Sim d 2,16(1,11-4,22)b 2,18(1,13-4,18)b 1,64(1,12-2,40)b 2,15(1,49-3,09)b
Peso ao nascer c c
Não baixo 1,00 1,00 1,00 1,00
Baixo 6,86(0,91-51,45) 4,10(1,18-14,30)b 1,18(0,19-7,49) 0,47(0,76-2,95)
Consultas pré-
natal
≥ 6 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00
< 6 11,35(2,15-60,00)b 9,70(1,80-52,08)b 2,82(1,44-5,55)b 2,10(1,07-4,13)b 1,85(1,23-2,76)b 1,60(1,08-2,38)b
Uso de chupeta
Não 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00
Sim 6,03(0,71-51,13) 6,31(0,74-54,15) 1,95(0,98-3,87) 2,26(1,18-4,29)b 1,68(1,15-2,48)b 1,82(1,25-2,64)b

RR: Risco Relativo; IC: intervalo de confiança;

aRenda familiar p75= R$ 1700,00;

bp<0,05;

cVariáveis não incluídas no modelo multivariado.

dO RR não foi calculado, pois a variável apresentava alguma categoria sem observações.

No 4° mês, na análise ajustada permaneceram significantes o trabalho materno, com maior risco da criança consumir leite de vaca quando a mãe trabalhava (RR = 2,18; IC95% 1,13-4,18). Filhos de mães que fizeram menos que 6 consultas pré-natais (RR = 2,10; IC95% 1,07-4,13) e crianças que usavam chupeta também tiveram maior risco de consumir leite de vaca (RR = 2,26; IC95% 1,18-4,29) (Tabela 3).

No 6° mês, os resultados da análise ajustada mostraram que o risco de consumir leite de vaca é maior em crianças de famílias com menor renda (RR = 2,80; IC95% 1,37-5,73), filhos de mães que estavam trabalhando (RR = 2,15; IC95% 1,49-3,09), que haviam realizado menos de seis consultas durante o pré-natal (RR = 1,60; IC95% 1,08-2,38) e em crianças que usavam chupeta (RR = 1,82; IC95% 1,25-2,64) (Tabela 3).

Discussão

O presente estudo investigou os fatores associados ao consumo de leite materno, de fórmulas lácteas e leite de vaca de crianças de uma coorte de nascimento acompanhadas no 1°, 4° e 6° mês de vida.

A evolução do consumo dos leites e fórmula, analisados neste estudo, identificou a diminuição do consumo de leite materno de forma exclusiva ou predominante e o aumento da ingestão de leite de vaca ao longo dos meses de acompanhamento. Esses resultados revelam a adoção do leite de vaca como o principal substituto do leite materno na alimentação dessas crianças ao longo do tempo. No estudo de Bortolini et al.17, a prevalência de consumo de leite de vaca em crianças menores de seis meses foi de 62,4%, portanto, maior que a observada neste trabalho. Entretanto, semelhantemente, os autores encontraram o leite de vaca como o principal substituto do leite materno. Esses achados indicam uma grave inadequação nas práticas alimentares dessas crianças, uma vez que o consumo de leite de vaca não é recomendado antes do primeiro ano de vida24.

O uso de chupeta foi o fator de risco que mais se associou ao não consumo de leite materno de forma exclusiva ou predominante, ao consumo de fórmulas lácteas e de leite de vaca. Em segundo lugar, destaca-se o trabalho materno no quarto e sexto mês, coincidindo com o momento em que geralmente encerra-se a licença maternidade e as mães devem retornar ao trabalho, reduzindo seu contato com o bebê.

O uso de chupeta mostrou-se fator de risco para a ausência de aleitamento materno exclusivo ou predominante e para o consumo de leite de vaca e fórmulas lácteas em todos os meses, exceto no primeiro mês para crianças que consumiam leite de vaca e no sexto mês para as que consumiam fórmula láctea. Esses resultados se somam aos de diversos estudos que vêm apontando para a associação negativa entre o uso de chupeta e o aleitamento materno exclusivo2528. Acredita-se que crianças que usam chupeta posicionam a língua incorretamente no seio materno no momento da amamentação. Por isso, não conseguem retirar o leite e acabam rejeitando-o, o que favorece a interrupção do aleitamento materno exclusivo, pois a mãe tende a usar outros tipos de leite para satisfazer a criança29. Além disso, as mães oferecem o leite materno com menor frequência para crianças que usam chupeta, o que contribui para a redução da produção de leite, resultando na necessidade de complementação com outros leites ou alimentos30.

Entretanto, a relação entre o uso de chupeta e aleitamento materno é controversa, uma vez que existem estudos que não encontraram associação ou relação causal entre eles31,32. Há também autores que reconhecem a associação do uso de chupeta com o desmame precoce, todavia não como um fator causal, mas como um marcador de ansiedade das mães e dificuldades com a amamentação32,33.

Nas análises ajustadas, o trabalho materno foi fator de risco para o não consumo de leite materno de forma exclusiva ou predominante no 4° e 6° mês, para o consumo de fórmulas lácteas no 4° mês e de leite de vaca no 4° e 6° mês. O trabalho materno é fator de risco para a interrupção do aleitamento materno exclusivo e, consequentemente, para a introdução de outros tipos de leite, favorecida pela diminuição do contato entre a mãe e o bebê6,11. A Lei n° 11.770/08 garante a licença maternidade por 180 dias para servidoras públicas federais, entretanto, funcionárias de algumas empresas privadas, empregadas domésticas, trabalhadoras da lavoura, autônomas e mulheres empregadas informalmente, ainda não estão resguardadas por esta lei34,35. A não garantia da licença maternidade pelo período adequado é forte determinante da interrupção do AME antes dos seis meses26. Portanto, melhorias no arcabouço jurídico para assegurar a licença maternidade por tempo oportuno a todas as mães, podem ter reflexos positivos no aleitamento materno e possivelmente diminuir a introdução de outros leites precocemente.

O menor número de consultas durante o pré-natal permaneceu na análise ajustada como fator de risco para o consumo de leite de vaca no 1°, 4° e 6° mês. Esse resultado, possivelmente, devese ao menor acesso das mães a informações sobre práticas alimentares adequadas. As consultas realizadas durante o pré-natal são importante ferramenta de educação em saúde para o grupo materno-infantil. Além disso, se configura como um espaço útil para o incentivo ao aleitamento materno exclusivo até os seis meses, especialmente no âmbito das unidades básicas de saúde, onde é comum existirem atividades com grupos de gestantes34,36.

A menor renda foi fator de risco para o consumo de leite de vaca no 6° mês. A introdução precoce do leite de vaca também tem sido associada à menor renda em outros estudos10,37. Crianças pertencentes a famílias de menor renda tendem a adotar o leite de vaca como substituto do leite materno, provavelmente, devido ao maior custo das fórmulas infantis. Essa hipótese é corroborada pelo fato de no presente estudo a menor renda familiar ter sido inversamente associada ao consumo de fórmulas lácteas no 6° mês. Em um estudo comparativo dos custos com a alimentação do bebê, os gastos com a compra de fórmulas lácteas representaram em média 35% do salário mínimo, enquanto, a compra do leite de vaca cerca de 11%38. Ademais, vale destacar que apesar de o leite materno ter custo zero para a mãe, no momento do retorno ao trabalho torna-se difícil a manutenção da amamentação, o que lhes faz recorrer a outros tipos de leite. Provavelmente, entre as mães de mais baixa renda o leite de vaca torna-se a primeira opção por ser mais barato.

A introdução precoce de leite de vaca aumenta a vulnerabilidade ao desenvolvimento de obesidade e outras doenças crônicas na infância, pois pode promover maior ganho de peso e adiposidade39. Ademais, existem evidências de que o consumo de leite de vaca antes do primeiro ano de vida está associado ao desenvolvimento de anemia ferropriva, devido à sua menor biodisponibilidade de ferro em comparação ao leite materno, além de poder causar microhemorragias intestinais, agravando quadros dessa deficiência40. O leite de vaca é também um alimento muito alergênico, devido à grande quantidade de proteínas em sua composição, podendo causar atopia quando consumido precocemente17.

O baixo peso ao nascer foi associado ao consumo de leite de vaca no primeiro mês de vida. Acredita-se que bebês nascidos de baixo peso têm menor capacidade de sucção, o que representaria estímulo reduzido para a produção adequada de leite, aumentando o risco da interrupção do AME e, consequentemente, a introdução de outros tipos de leite4143. Chaves et al.30 acreditam que outro fator associado ao maior risco de interrupção do AME em crianças de baixo peso é a crença de alguns profissionais de saúde de que esses bebês seriam beneficiados pelo o ganho ponderal mais acelerado, estimulando para isso o consumo de leite de vaca, farinhas e açúcar.

Uma limitação do presente estudo foram as perdas ocorridas ao longo do acompanhamento, reduzindo o número de crianças analisadas. Entretanto, a fim de verificar o impacto dessas perdas e a possibilidade de viés de seleção, foi realizada a comparação entre as características das crianças acompanhadas e das não acompanhadas. Essa análise demonstrou não existirem diferenças significativas nas características das crianças não seguidas e das que integraram a amostra deste estudo.

Destaca-se a relevância deste trabalho, especialmente no estudo dos fatores associados ao consumo de leite de vaca e fórmulas lácteas, ainda pouco documentado na faixa etária estudada. Ademais, trata-se de um estudo de coorte, em que é possível verificar a evolução dos tipos de leite consumidos pelas crianças e a substituição do leite materno.

Desde o primeiro mês o percentual de introdução de outros tipos de leite já se apresenta elevado na amostra, revelando que ainda há muito a se percorrer para a garantia do aleitamento materno exclusivo até os seis meses. Os principais fatores associados aos tipos de leite consumidos pelas crianças foram o uso de chupeta e o trabalho materno.

Os resultados deste estudo permitem a identificação de crianças com risco para a introdução de outros tipos de leite e consequente interrupção do aleitamento materno. Ademais geram subsídios para a realização de ações educativas que devem ser implementadas desde a fase pré-natal, a fim de orientar as mães sobre as melhores práticas de amamentação.

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