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Hemangioma hepático atípico: aspectos de imagem do hemangioma hialinizado

Hemangioma hepático atípico: aspectos de imagem do hemangioma hialinizado

Autores:

Letícia Maria Araujo Oliveira Nunes,
Caroline Duarte de Mello-Amoedo,
Fernando Ide Yamauchi,
Ronaldo Hueb Baroni

ARTIGO ORIGINAL

Einstein (São Paulo)

versão impressa ISSN 1679-4508versão On-line ISSN 2317-6385

Einstein (São Paulo) vol.16 no.2 São Paulo 2018 Epub 11-Jun-2018

http://dx.doi.org/10.1590/s1679-45082018ai4256

Homem de 46 anos realizou ressonância magnética por dor abdominal, tendo achado incidental de hemangioma hepático gigante (Figura 1). No seguimento, após 6 anos, foram observadas redução volumétrica, retração dos contornos e redução do sinal da lesão na sequência ponderada em T2 (Figura 2). A evolução temporal, associada às características de imagem, indicou esclerose/hialinização do hemangioma (Figura 3).

Figura 1 Hemangioma gigante típico. Cortes axiais da ressonância magnética ponderada em T1 pré- (A) e pós-contraste arterial (B), portal (C) e tardio (D), mostrando hemangioma gigante nos segmentos II e III, com realce globuliforme periférico e descontínuo, e tendência à homogeneização 

Figura 2 Evolução para hemangioma hialinizado. Cortes axiais da ressonância magnética ponderada em T1 pré- (A) e pós-contraste arterial (B), portal (C) e tardio (D), mostrando redução volumétrica e padrão de realce heterogêneo incaracterístico 

Figura 3 Hialinização de hemangioma gigante. Ressonância magnética coronal e axial ponderadas em T2, demonstrando alto sinal característico (A e C), e posterior redução de sinal e volume no estudo após 6 anos (B e D) − de 17cm para 8cm 

O hemangioma é o tumor benigno mais comum do fígado, com prevalência entre 0,4 e 20%. Trata-se de lesão de diagnóstico definitivo nos métodos seccionais (tomografia computadorizada e ressonância magnética), pois possui achado de imagem característico de realce de padrão globuliforme periférico progressivo e descontínuo, além de alto sinal na sequência ponderada em T2 da ressonância magnética. No entanto, hemangiomas hepáticos atípicos são lesões de difícil diagnóstico e causados por complicações, como trombose, infarto, hemorragia ou esclerose de um hemangioma típico prévio.(1)

O hemangioma hialinizado pode apresentar alteração no padrão de realce e no sinal característico, além de retração dos contornos.(2-5) Nestes casos, pode ser confundido com outras lesões, como colangiocarcinoma intra-hepático,(6) carcinoma hepatocelular ou metástase.(7) O diagnóstico presuntivo só é possível quando estudos anteriores demonstram a evolução temporal de um hemangioma típico.

REFERÊNCIAS

1. Klotz T, Montoriol PF, Da Ines D, Petitcolin V, Joubert-Zakeyh J, Garcier JM. Hepatic haemangioma: common and uncommon imaging features. Diagn Interv Imaging. 2013;94(9):849-59. Review.
2. Doyle DJ, Khalili K, Guindi M, Atri M. Imaging features of sclerosed hemangioma. Am J Roentgenol. 2007;189(1):67-72.
3. Aibe H, Hondo H, Kuroiwa T, Yoshimitsu K, Irie H, Tajima T, et al. Sclerosed hemangioma of the liver. Abdom Imaging. 2001;26(5):496-9.
4. Shin YM. Sclerosing hemangioma in the liver. Korean J Hepatol. 2011;17(3): 242-6.
5. Shimada Y, Takahashi Y, Iguchi H, Yamazaki H, Tsunoda H, Watanabe M, et al. A hepatic sclerosed hemangioma with significant morphological change over a period of 10 years: a case report. J Med Case Rep. 2013;7:139. doi: 10.1186/1752-1947-7-139.
6. Andeen NK, Bhargava P, Park JO, Moshiri M, Westerhoff M. Cavernous hemangioma with extensive sclerosis masquerading as intrahepatic cholangiocarcinoma - A pathologist’s perspective. Radiol Case Rep. 2015; 9(2):937.
7. Wakasugi M, Ueshima S, Tei M, Tori M, Yoshida K, Tsujimoto M, et al. Multiple hepatic sclerosing hemangioma mimicking metastatic liver tumor successfully treated by laparoscopic surgery: report of a case. Int J Surg Case Rep. 2015;8:137-40. doi: 10.1016/j.ijscr.2015.01.032.