versão impressa ISSN 1679-4508versão On-line ISSN 2317-6385
Einstein (São Paulo) vol.17 no.2 São Paulo 2019 Epub 07-Mar-2019
http://dx.doi.org/10.31744/einstein_journal/2019ai4506
A hipertrofia idiopática do masseter é uma patologia rara, caracterizada por aumento uni ou bilateral deste músculo, por vezes associada à exostose do ângulo mandibular.(1) A etiologia é desconhecida, com possível relação com esforços mastigatórios unilaterais, má oclusão dentária, disfunção da articulação temporomandibular, bruxismo ou perturbações emocionais.(2,3) O diagnóstico é fundamentalmente clínico, complementado com ecografia e eventual recurso à ressonância magnética.(3) É importante o diagnóstico diferencial com tumores ou processos inflamatórios musculares, ósseos e das glândulas salivares.(2)
Apresenta-se o caso de uma adolescente, 15 anos, sexo feminino, com antecedentes pessoais irrelevantes, observada no Serviço de Urgência por tumefação mandibular direita, indolor, com 3 meses de evolução e agravamento progressivo. Sem história prévia de traumatismo facial, trismus, sintomas constitucionais ou doença periodontal. À observação (Figura 1), apresentava assimetria facial, com tumefação no ângulo mandibular direito, mais evidente com oclusão mandibular, palpando-se massa de 4cm de maior eixo, indolor, consistência elástica, com área sobreposta de maior consistência, de 2cm de diâmetro e aderente ao osso. Avaliação analítica sem alterações, com parâmetros inflamatórios e serologias virais negativas. Sem alterações detectáveis em ecografia das glândulas salivares, tendo realizado ressonância magnética da face (Figura 2) que demonstrava assimetria facial envolvendo o músculo masseter e glândula parótida direitos, sem patologia intrínseca, consistente com hipertrofia do masseter. A adolescente foi encaminhada para consulta de cirurgia pediátrica, para eventual cirurgia estética.
Esta patologia apresenta comportamento benigno, com implicações essencialmente estéticas, pela assimetria do terço inferior da face. O tratamento é conservador, com recurso, em casos selecionados; a terapêutica é com relaxantes musculares e toxina botulínica, ou pela remoção cirúrgica das fibras musculares em excesso.(2,4,5)