versão On-line ISSN 2237-9622
Epidemiol. Serv. Saúde vol.23 no.4 Brasília out./dez. 2014
http://dx.doi.org/10.5123/S1679-49742014000400022
Sra. Editora,
Gostaríamos de tecer alguns comentários sobre importante artigo recentemente publicado nesse periódico. Trata-se de estudo de Daufenbach e colaboradores,1 sobre o impacto da vacinação contra a influenza na morbidade hospitalar por causas relacionadas à influenza em idosos no Brasil.
Primeiramente, parabenizamos os autores pela iniciativa da pesquisa, e à revista Epidemiologia e Serviços de Saúde por publicá-la. Consideramos essencial o monitoramento da efetividade e da confiabilidade das campanhas anuais de vacinação contra a influenza.
Realizamos estudo semelhante no estado de Santa Catarina, sobre o período compreendido entre os anos de 1995 e 2009, publicado recentemente.2 Observamos que 21% das internações de indivíduos com 60 ou mais anos de idade em Santa Catarina estavam relacionadas à influenza. Nossos achados corroboram os de Daufenbach e cols.,1 já que a variável 'primeiro trimestre', correspondente aos meses do verão, fez diminuir 5,73%, em média, as taxas de hospitalizações, e o efeito do 'terceiro trimestre', correspondente ao inverno no sul do país, foi de um aumento de 8,75%, em média, das mesmas taxas. Nosso estudo também apontou diminuição anual de 1,2% nos coeficientes de hospitalização após a introdução das campanhas de vacina contra influenza. Ademais, o início da campanha exerceu um efeito positivo de 18,4% na diminuição do coeficiente de internação.
Sabe-se que diversos fatores podem alterar os dados positivos mostrados nos dois estudos, como por exemplo, a semelhança entre as cepas da vacina com os vírus circulantes, o acesso e a adesão dos idosos à vacinação. Porém, tendo em vista que a campanha de vacinação do Ministério da Saúde pode ser considerada uma estratégia recente, há muito que comemorar.