versão impressa ISSN 1806-3713versão On-line ISSN 1806-3756
J. bras. pneumol. vol.42 no.1 São Paulo jan./fev. 2016
http://dx.doi.org/10.1590/S1806-37562016000000280
Um paciente de 56 anos de idade foi submetido a biópsia percutânea de um nódulo em ápice pulmonar direito (Figura 1A). A ponta de uma agulha coaxial de 19 gauge foi posicionada na parede torácica posterior (Figura 1B), e seis amostras da lesão foram obtidas com uma agulha coaxial de 20 gauge. A análise patológica revelou carcinoma de células escamosas. Utilizando uma abordagem anterior, realizamos lobectomia superior direita com margens livres de tumor. Aos 6 meses de acompanhamento, a tomografia por emissão de pósitrons de tórax mostrou uma massa em partes moles ávida por 18F fluordesoxiglicose (Figura 1C) no espaço intercostal T3-T4, no trajeto da biópsia, assim como erosão óssea em região posterior do terceiro arco costal (Figura 1D), sugerindo implante tumoral. Posteriormente, a TC de tórax, realizada dois meses depois, confirmou a progressão da doença local. Foi realizada então uma ressecção em bloco com margens pleurais livres de doença, e a análise patológica confirmou implante tumoral em trajeto de biópsia.
O implante tumoral em trajeto de biópsia é extremamente raro. Certos fatores, como a utilização de agulhas de corte de grosso calibre e tumor do tipo adenocarcinoma, aumentam o risco dessa disseminação de células tumorais.