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Indicação Cirúrgica Precoce na Insuficiência Mitral Primária: Prós e Contras

Indicação Cirúrgica Precoce na Insuficiência Mitral Primária: Prós e Contras

Autores:

Levent Cerit,
Dr. Vitor Emer Egypto Rosa,
Prof. Dr. Flávio Tarasoutchi

ARTIGO ORIGINAL

Arquivos Brasileiros de Cardiologia

versão impressa ISSN 0066-782Xversão On-line ISSN 1678-4170

Arq. Bras. Cardiol. vol.108 no.1 São Paulo jan. 2017

https://doi.org/10.5935/abc.20160188

Ao Editor,

Li o artigo intitulado "Recommendation of Early Surgery in Primary Mitral Regurgitation: Pros and Cons" de Rosa et al.1 com grande interesse, recentemente publicado em Arquivos Brasileiros de Cardiologia 2016;107:173-5. Os pesquisadores reportaram que, atualmente, a indicação de cirurgia mitral para pacientes assintomáticos é bastante controversa, uma vez que a indicação de intervenção valvar com base nos sintomas, disfunção e dilatação ventricular esquerda, início de fibrilação atrial recente ou hipertensão arterial pulmonar é bastante consolidada na literatura.1

Quantificar a insuficiência mitral (IM) em quantificação ecocardiográfica é uma técnica utilizada principalmente para auxiliar a classificação da insuficiência como leve, moderada e severa. Ressonância magnética cardíaca (RMC) é capaz de quantificar IM com uma alta precisão e reprodutibilidade, utilizando uma combinação de medidas volumétricas do ventrículo esquerdo (VE) e quantificação do fluxo aórtico. Myerson et al.2 reportaram que, quantificar IM a partir de RMC demonstrou uma forte associação com a necessidade futura de cirurgia pelos 5 anos subsequentes, demonstrando o potencial valor desta abordagem. Estudos anteriores também sugeriram apenas uma concordância moderada entre RMC e ecocardiografia3,4 e reprodutibilidade limitada para classificação ecocardiográfica quantitativa.5 Avaliação de IM a partir de RMC demonstrou uma relação significativa com a futura necessidade de cirurgia valvar mitral e foi melhor do que o volume do (VE) proveniente da RMC e da classificação ecocardiográfica da regurgitação. Esses parâmetros provenientes da RMC podem ser úteis na identificação de pacientes adequados para uma cirurgia precoce de restabelecimento/substituição da válvula mitral.2

De acordo com esses princípios, os parâmetros da RMC podem ser benéficos para a determinação de pacientes adequados para uma cirurgia precoce de restabelecimento/substituição da válvula mitral.

REFERÊNCIAS

1 Rosa VE, Fernandes JR, Lopes AS, Accorsi TA, Tarasoutchi F. Recommendation of early surgery in primary mitral regurgitation: pros and cons. Arq Bras Cardiol. 2016;107(2):173-5.
2 Myerson SG, d'Arcy J, Christiansen JP, Dobson LE, Mohiaddin R, Francis JM, et al. Determination of clinical outcome in mitral regurgitation with cardiovascular magnetic resonance quantification. Circulation. 2016;133(23):2287-96.
3 Brugger N, Wustmann K, Hürzeler M, Wahl A, de Marchi SF, Steck H, et al. Comparison of three-dimensional proximal isovelocity surface area to cardiac magnetic resonance imaging for quantifying mitral regurgitation. Am J Cardiol. 2015;115(8):1130-6.
4 Uretsky S, Gillam L, Lang R, Chaudhry FA, Argulian E, Supariwala A, et al. Discordance between echocardiography and MRI in the assessment of mitral regurgitation severity: a prospective multicenter trial. J Am Coll Cardiol. 2015;65(11):1078-88.
5 Biner S, Rafique A, Rafii F, Tolstrup K, Noorani O, Shiota T, et al. Reproducibility of proximal isovelocity surface area, vena contracta, and regurgitant jet area for assessment of mitral regurgitation severity. JACC Cardiovasc Imaging. 2010;3(3):235-43.