versão impressa ISSN 1679-4508versão On-line ISSN 2317-6385
Einstein (São Paulo) vol.13 no.3 São Paulo jul./set. 2015 Epub 21-Ago-2015
http://dx.doi.org/10.1590/S1679-45082015MD3374
Rotineiramente, nossa instituição tem utilizado o ultrassom para inserção de cateter intravenoso, fato que tem aumentado à taxa de sucesso do procedimento. A localização venosa também tem sido facilitada com outros sistemas como, por exemplo, a iluminação especial. Além disso, dispositivos-robôs mais completos estão em desenvolvimento para uso em procedimentos invasivos, como a biópsia da mama,(1) o acesso renal percutâneo(2) ou colecistostomia;(3)e a cateterização venosa central. Atualmente, os problemas envolvidos no uso desses dispositivos têm sido abordados e publicados na literatura.(4) Todos os dias, diversos cateteres intravenosos e punções venosas são realizadas, e eles são procedimentos altamente dependentes de operador. O acesso venoso pode ser difícil e doloroso aos pacientes oncológicos submetidos a quimioterapia, obesos e pediátricos. Além disso, pode causar estresse crônico nesses indivíduos.
A tripanofobia, medo irracional a procedimentos que envolvam agulhas, pode ser idiopática (indivíduo que nunca realizou uma punção venosa, mas que pode desmaiar ao ver uma agulha) ou adquirida. Diversas razões são apontadas para a forma adquirida dessa fobia, como altas taxas de falha da punção venosa (25 a 30%), e necessidade de nova punção, aumento da taxa de falha devido à agitação da criança e indivíduos que não cooperam durante a punção.
Estudo recente sobre acesso venoso leva esses procedimentos automatizados para a prática clínica. Além disso, uma pesquisa colaborativa entre a Ben-Gurion University of the Negev e Cincinnati Children Hospital desenvolveu um protótipo que integra ultrassom, câmera plugada a uma TV e dispensador robô de agulha. Contudo, um operador humano ainda é necessário, mas o que ele precisa fazer é muito simples: localizar a veia, e alinhar o ícone sob a veia; o sistema robótico faz o resto. Para punção, o operador precisa apenas apertar um botão quando seguro de que o ícone está sob a veia.(5)
Um outro dispositivo, já com nome comercial, o Hemobot, foi desenvolvido pela Salisbury Robotic e já está quase pronto para testes em ensaios clínicos.(6) Além deste, outros equipamentos parecidos estão em fase pré-comercial e serão lançados em breve.
O impacto desses dispositivos, se chegarem na prática clínica, será de grande importância. O acesso venoso consome uma grande quantidade de horas do trabalho dos técnicos que atuam em laboratórios clínicos e de enfermeiros. Esses dispositivos podem reduzir o tempo dispendido por esses profissionais nessa atividade, sendo que o tempo extra conquistado pode ser aproveitado para melhoria da assistência de enfermagem. Trata-se de passo importante, caso resulte em redução de custo. Uma das principais críticas dos profissionais de saúde é que novos recursos e a informática não impactam como esperado na redução dos custos na assistência médico-hospitalar. Talvez quando esses dispositivos atingirem a beira do leito, uma real redução de custo em medicina poderá ser alcançada.