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Insatisfação corporal em gestantes: uma revisão integrativa da literatura

Insatisfação corporal em gestantes: uma revisão integrativa da literatura

Autores:

Juliana Fernandes Filgueiras Meireles,
Clara Mockdece Neves,
Pedro Henrique Berbert de Carvalho,
Maria Elisa Caputo Ferreira

ARTIGO ORIGINAL

Ciência & Saúde Coletiva

versão impressa ISSN 1413-8123versão On-line ISSN 1678-4561

Ciênc. saúde coletiva vol.20 no.7 Rio de Janeiro jul. 2015

http://dx.doi.org/10.1590/1413-81232015207.05502014

Introdução

A gestação é um período de profunda complexidade na vida da mulher, sendo considerada um processo no qual as transformações irão repercutir de forma expressiva no dia a dia da gestante1. A gravidez é uma fase que envolve mudanças fisiológicas e psicológicas complexas em um curto espaço de tempo24, as quais afetam tanto a saúde mental e física da gestante, quanto exercem influência sobre a saúde do bebê2,46.

Segundo Skouteris et al.4 e Reis et al.7, como as atitudes da mãe refletirão no desenvolvimento e no posterior nascimento de um bebê saudável, a mulher se mostra susceptível ao recebimento de informações que possam ser revertidas em benefício dele. Assim, a gestação torna-se uma etapa favorável para ações de promoção da saúde, devido ao interesse da gestante na incorporação e/ou alteração de hábitos, já que nessa etapa específica da vida da mulher ocorrem várias dúvidas que podem estimulá-las a buscar informações e, consequentemente, na adoção de novas e melhores práticas de saúde8. Dessa forma, segundo Skouteris et al.4, é de extrema importância a avaliação da imagem corporal durante a gestação para que se obtenham melhorias na assistência à gestante enquanto elas lidam com as mudanças corporais típicas desse período.

Estudos sobre a imagem corporal de gestantes têm aumentado na literatura científica internacional911, principalmente pela preocupação com possíveis associações entre as rápidas mudanças corporais que ocorrem nesse período e o desencadeamento de uma insatisfação profunda com o próprio corpo. A insatisfação corporal faz parte do componente atitudinal da imagem corporal e refere-se a uma avaliação negativa do próprio corpo12. Em grávidas, a insatisfação com o corpo é frequentemente associada à alimentação inadequada e restritiva1315 e à depressão pré e pós-natal11,16, que podem ter sérias implicações negativas tanto para a saúde e bem-estar da mulher quanto para o feto17,18.

Nesse sentido, diante da relação que a gestação pode estabelecer com a insatisfação corporal e esta com a saúde materno infantil, surge a necessidade de investigar estudos que abordam o tema, com o intuito de ampliar o entendimento sobre o assunto e, consequentemente, as condições assistenciais maternas. Sendo assim, o objetivo do presente estudo foi analisar a produção bibliográfica sobre imagem e insatisfação corporal em gestantes através de uma revisão integrativa da literatura.

Métodos

A fim de traçar um panorama global dos estudos que envolvem gravidez, imagem e insatisfação corporal, realizou-se uma revisão integrativa da literatura19 nas bases de dados Scopus, PubMed, Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) e PsycINFO, nos meses de setembro e outubro de 2013. Dessa forma, foi feita uma busca utilizando as seguintes palavras-chave em inglês: “body image” AND “pregnancy” e “body dissatisfaction” AND “pregnancy,” sendo que “body image” é um descritor indexado no sistema de Descritores em Ciência da Saúde (DeCS) e “pregnancy” e “body dissatisfaction” são termos associados ao tema de estudo. Ressalta-se que foi realizada uma busca inicial com estes termos em português. Entretanto, encontrou-se um número restrito de referências. Assim, adotou-se nesta revisão integrativa a utilização dos cruzamentos das palavras-chave apenas em inglês em todas as bases de dados utilizadas. Ademais, para que o maior número de artigos fosse encontrado, não houve limitação por data de publicação.

A base de dados Scopus foi escolhida devido ao seu aspecto multidisciplinar. Nela, selecionou-se a opção “all fields”. Ademais, na seção “document type,” optou-se por incluir apenas artigos (“article”). A escolha pela PubMed justifica-se por esta ser considerada uma das mais relevantes fontes de pesquisa na área da saúde atualmente. Foram selecionados os seguintes filtros na busca avançada: “all fields” e, nos “articles type,” apenas “jounal article”. Devido à sua abrangência nacional, optou-se pelo site da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS). Nele, realizouse a busca selecionando-se “todos os índices,” o “método integrado” e “todas as fontes”: Medline, Lilacs, CENTRAL - Registros de Ensaios Clínicos Controlados, IBECS (Espanha) e Index Psi (Psicologia). O filtro restringiu-se apenas ao “tipo de documento,” pois foram selecionados apenas “artigos”. E por fim, selecionou-se a PsycINFO, considerada uma das mais importantes bases de dados da área da Psicologia. Foi feita uma busca avançada e optou-se por: “any field” e, na seção “document type,” apenas “journal article”.

Após a inserção dos artigos que preenchiam os critérios de inclusão acima descritos, foram criados dois documentos para cada base de dados a partir das buscas realizadas - “body image” AND “pregnancy” (documento 1) e “body dissatisfaction” AND “pregnancy” (documento 2) - contendo os títulos e os resumos de todas as referências encontradas. A primeira etapa dos critérios de exclusão foi a identificação e exclusão dos artigos que estavam repetidos nas bases de dados, ou seja, aqueles artigos em duplicata na Scopus, foram excluídos das demais bases; os que estavam repetidos da PubMed, excluídos das outras, e assim sucessivamente, até que nenhum artigo estivesse em mais de uma base de dados. Também foi realizada a comparação entre documento 1 e 2 da mesma base de dados, até que se chegasse a um documento único de cada site.

Seguiu-se assim para a segunda etapa, que constituiu da exclusão daqueles artigos que não possuíam os resumos disponíveis. Após este procedimento, as próximas fases contaram com a leitura dos títulos e/ou dos resumos. Dessa forma, foram excluídos os artigos que o idioma principal não fosse português, inglês ou espanhol (etapa 3). Excluiu-se ainda aqueles que não utilizassem metodologia empírica (etapa 4) ou cujos métodos não contavam com instrumentos que avaliassem a imagem corporal (etapa 5).

As duas etapas seguintes consistiram na exclusão baseada na amostra de pesquisa dos estudos. Assim, foram excluídos os artigos cujas amostras eram compostas por não gestantes (etapa 6) ou que a amostra incluísse apenas gestantes adolescentes (etapa 7). Por fim, buscou-se na íntegra os artigos incluídos. Além das próprias bases de dados, utilizouse o Portal de Periódicos Capes como recurso para acesso aos textos completos. Entretanto, aqueles que não foram encontrados na íntegra foram excluídos na última fase (etapa 8).

Após a aplicação dos critérios de inclusão e exclusão acima descritos, realizou-se a leitura minuciosa dos artigos na íntegra. A análise dos dados possibilitou extrair as seguintes informações dos estudos incluídos: 1) autoria e ano; 2) país de publicação; 3) metodologia utilizada; 4) característica da amostra; e 5) instrumentos avaliativos utilizados. Ademais, foi realizada, concomitantemente, a análise e a interpretação dos resultados encontrados em cada pesquisa, que foram, em seguida, organizados e discutidos em três temas principais: satisfação corporal em gestantes, insatisfação corporal em gestantes e variáveis influenciadoras sobre imagem corporal em gestantes.

Resultados

No total, foram encontrados 2501 artigos sobre imagem corporal, insatisfação corporal e gravidez nas bases de dados pesquisadas de acordo com as estratégias de busca traçadas. A Tabela 1 apresenta o número de artigos identificados em cada base de dados a partir das combinações das palavras-chave.

Tabela 1 Número de publicações encontradas em cada base de dados. 

Conjuntos Scopus PubMed BVS PsycINFO Total
body image” AND “pregnancy 1377 377 349 137 2240
body dissatisfaction” AND “pregnancy 220 14 12 15 261
Total 1597 391 361 152 2501

A fim de delimitar o número de artigos identificados que se adequavam à necessidade desta revisão, foram estabelecidos critérios de exclusão. Dessa forma, apesar do número elevado de publicações encontradas, foram analisados 40 artigos no total. Na Tabela 2 e na Figura 1 são apresentadas, de forma detalhada, a seleção das publicações, levando em conta os critérios de exclusão estabelecidos, por base de dados e por total de artigos levantados, respectivamente. Ressalta-se que, apesar da busca realizada ter contado com a palavra “pregnancy,” a maior parte dos artigos excluídos não contavam com amostra de gestantes.

Tabela 2 Número de publicações excluídas por critério nas bases de dados. 

Scopus PubMed BVS PsycINFO
Total inicial em cada base 1597 391 361 152
Critérios de exclusão
Artigos em duplicata 163 314 335 110
Resumos não disponíveis 107 9 17 1
Outros idiomas 76 3 0 8
Estudos não empíricos 248 19 2 4
Sem instrumento específico de avaliação de imagem corporal 246 14 1 7
Amostra de não gestantes 679 21 1 15
Adolescentes gestantes 23 7 3 1
Não disponíveis na íntegra 18 1 2 6
Total para análise 37 3 0 0

Figura 1 Número de publicações excluídas considerando o total de artigos. 

Dos artigos selecionados, os quais avaliaram a imagem e a insatisfação corporal em gestantes, foram destacados a autoria, o ano de publicação, o país de realização, o método utilizado (transversal ou longitudinal; quantitativo ou qualitativo), o número de gestantes avaliadas (incluindo o período gestacional, quando possível) e os instrumentos utilizados para avaliar as variáveis do estudo (Tabela 3). Vale destacar que os dados referentes à idade das gestantes não está apresentado na Tabela 3 já que esta foi considerada um critério de exclusão para os artigos. Dessa forma, os estudos avaliaram gestantes adultas e a idade das participantes variou entre 18 e 49 anos.

Tabela 3 Estudos realizados sobre imagem e insatisfação corporal em gestantes. 

Referência (Ano) País Método Amostra Instrumentos
Sui et al.10 (2013) Austrália Longitudinal e Quantitativo 442 gestantes (primeiro e terceiro trimestre) Escala de Silhuetas de Stukard; questionário com perguntas próprias.
Sweeney & Fingerhut11 (2013) EUA Longitudinal e Quantitativo 46 gestantes (igual ou acima de 28 semanas e após 2 meses do parto) Body Atittudes Questionnaire; Postpartum Depression Predictors Inventory–Revised; Almost Perfect Scale—Revised; Edinburgh Postnatal Depression Scale.
Bagheri et al.9 (2013) Irã Transversal e Quantitativo 382 gestantes (retrospectivo prégravidez; acima de 34 semanas) Body Image Assessment for Obesity; Pregnancy Physical Activity Questionnaire; lista de porções de alimentos consumidos.
Fuller-Tyszkiewicz et al.17 (2012) Austrália Longitudinal (grávidas) e Transversal (não grávidas); Quantitativo 176 gestantes (16, 24, 32 semanas) e 148 não gestantes Body Atittudes Questionnaire.
Nash3 (2012) Austrália Longitudinal e Qualitativo 38 gestantes (acima de 10 semanas) Entrevista.
Hauff & Demerath32 (2012) EUA Longitudinal e Quantitativo 233 gestantes (terceiro trimestre, 2 semanas após o parto, 4 meses após o parto) Questionário com perguntas próprias; questões adaptadas do Body Attitudes Questionnaire, Body Shape Questionnaire; Eating Disorder Examination.
Brooten et al.29 (2012) EUA Transversal e Quantitativo 54 gestantes (menos de 20 semanas) Body Image Assessment for Obesity; Food Frequency Questionnaire - Adults; questionário com perguntas próprias.
Mehta et al.33 (2012) EUA Longitudinal e Quantitativo 1192 gestantes (15–20,17–22, 24–29, 27–30 semanas e pós-parto) Prontuário gestacional; Body Image Assessment for Obesity.
Loth et al.34 (2011) EUA Longitudinal e Quantitativo 68 gestantes e 927 não gestantes Questionário próprio; Versão modificada do Body Shape Satisfaction Scale.
Rauff & Downs35 (2011) EUA Longitudinal e Quantitativo 151 gestantes (14, 21 e 32 semanas) Body Areas Satisfaction Scale; Centers for Epidemiological StudiesDepression scale; Leisure-Time Exercise Questionnaire.
Kazmierczak & Goodwin22 (2011) Polônia Transversal e Quantitativo 100 gestantes (28-39 semanas) Body Image Questionnaire; Feminine Gender Role Stress Scale; Psychological Sex Inventory; Rosenberg Self-Esteem Scale.
Sacomori et al.36 (2010) Brasil Transversal e Quantitativo 35 gestantes (3 = primeiro trimestre; 15 = segundo trimestre; 17= terceiro trimestre) Questionnaire of Human Corporeality; Prontuário gestacional; Palpação vaginal.
Chang et al.37 (2010) Taiwan Transversal e Qualitativo 18 gestantes (29 a 39 semanas) Entrevista.
Clark et al.2 (2009) Austrália Transversal e Qualitativo 20 gestantes (10 = terceiro trimestre e 10 = pós-parto) Entrevista semiestruturada.
Clark et al.38 (2009) Austrália Longitudinal e Quantitativo 116 gestantes (retrospectivo prégravidez, 17-21, 32-35 semanas de gravidez, 6 semanas, 6 e 12 meses pós-parto) Body Attitudes Questionnaire; Beck Depression Inventory.
Pauls et al.34 (2008) EUA Longitudinal e Quantitativo 50 gestantes (8, 30 semanas de gravidez e 30 semanas de pósparto) Female Sexual Function Index; Body Exposure During Sexual Activities Questionnaire; Urogenital Distress Inventory-short forms; Incontinence Impact Questionnaire; Fecal Incontinence Quality of life Scale.
Kamysheva et al.5 (2008) Austrália Transversal e Quantitativo 215 gestantes (retrospectivo prégravidez e 15-25 semanas) Body Attitudes Questionnaire; Beck Depression Inventory; Rosenberg Self-esteem Scale; Pittsburgh Sleep Quality Index; Pregnancy Discomfort Checklist.
Herring et al.15 (2008) EUA Transversal e Quantitativo 1537 gestantes (menor que 22 semanas) Physical Activity Scale; Semi-Quantitative Food Frequency Questionnaire; Prontuário médico; Questionário próprio.
Duncombe et al.14 (2008) Austrália Longitudinal e Quantitativo 158 gestantes (retrospectivo prégravidez; 16-23; 24-30 e 32-38 semanas) Body Attitudes Questionnaire; Contour Drawing Rating Scale; Pregnancy Figure Rating Scales; Dutch Eating Behaviour Questionnaire - Restraint; Beck Depression Inventory.
Downs et al.16 (2008) EUA Longitudinal e Quantitativo 230 gestantes (primeiro, segundo e terceiro trimestre e pós-parto) Body Areas Satisfaction Scale; Centers for Epidemiological StudiesDepression Scale; Leisure-Time Exercise Questionnaire.
Haedt & Keel20 (2007) EUA Transversal e Quantitativo 196 gestantes (2-40 semanas) 10 itens do Body Shape Questionnaire; Edinburgh Postnatal Depression Scale Maternal Fetal Attachment Scale.
Chang et al.39 (2006) Taiwan Transversal e qualitativo 18 gestantes (29-39 semanas) Entrevista.
Skouteris et al.4 (2005) Austrália Longitudinal e Quantitativo 128 gestantes (retrospectivo prégestação, 16-23, 24-31 e 32-39 semanas de gestação) Body Attitudes Questionnaire; Contour Drawing and Pregnancy Figure Rating Scales; Beck Depression Inventory; Physical Appearance Comparison Scale; Perception of Teasing Scale; Perceived SocioCultural Pressure Scale; Public SelfConsciousness Scale.
Lai et al.25 (2005) China Transversal e Quantitativo 359 gestantes (6 a 40 semanas) Eating Disorder Inventory-2; Bem Sex Role Inventory; Maternal Antenatal Attachment Scale; Spousal Support Scale; Prontuário gestacional.
Rocco et al.26 (2005) Itália Longitudinal e Qualitativo 97 gestantes (12, 22, 32 semanas de gestação; 2 dias e 4 meses após o parto) Body Attitude Test; Eating Disorder Inventory-2; EDI-Symptom Checklist.
Johnson et al.40 (2004) Inglaterra Transversal e Qualitativo 6 gestantes (33 a 39 semanas) Entrevista semiestruturada.
Huang et al.41 (2004) Taiwan Transversal e Quantitativo 195 gestantes (a partir de 28 semanas) Attitude to Body Image Scale; Modified Maternal-Fetal Attachment Scale.
Earle42 (2003) Inglaterra Transversal e Qualitativo 19 gestantes (6-14; 36-39 semanas de gestação e 6-14 semanas de pósparto) Entrevista.
Dipietro et al.13 (2003) EUA Transversal e Quantitativo 130 gestantes (28 a 36 semanas) Pregnancy and Weight Gain Attitude Scale; Spielberger State Anxiety Inventory; Pregnancy Experience Scale; Daily Stress Inventory; Profile of Moods States; Marlowe-Crowne Social Desirability Scale.
Boscaglia et al.27 (2003) Austrália Longitudinal e Quantitativo 71 gestantes (retrospectivo pré-gestação, 15-22 e 23-30 semanas e prospectivo pósgestação) Body Cathexis Scale; Questionário próprio de atividade física.
Schmied & Lupton43 (2001) Austrália Longitudinal e Qualitativo 25 gestantes (antes do nascimento; 10 dias, 4-8 semanas, 12-14 semanas, 5-6 meses após o nascimento) Entrevista.
Kendall et al.44 (2001) EUA Transversal e Quantitativo 622 (22 = primeiro trimestre; 423 = segundo trimestre; 177 = terceiro trimestre) Questionário estruturado a partir de outros instrumentos validados.
Goodwin et al.28 (2000) Austrália Longitudinal e Quantitativo 65 gestantes (14-20 e 27-32 semanas) Body Cathexis Scale; Questionário do histórico de exercício autorreportado; General Health Questionnaire
Clark & Ogden24 (1999) Inglaterra Transversal e Quantitativo 50 gestantes (24-28 semanas) e 50 não gestantes Questionário com perguntas próprias; Dutch Eating Behaviour Questionnaire; Eating SelfEfficacy Scale; Three Factor Eating Questionnaire; Body Shape Questionnaire.
Fox & Yamaguchi31 (1997) Inglaterra Transversal e Qualiquantitativo 76 gestantes (acima de 30 semanas) Duas perguntas abertas; Body Shape Questionnaire modificado.
Foster et al.45 (1996) Inglaterra Transversal e Quantitativo 38 gestantes (32-38 semanas) Body Satisfaction Scale; Maternal Foetal Attachment Scale; Eating Disorders Examination.
Oyemade et al.23 (1994) EUA Longitudinal e Quantitativo 467 gestantes Maternal Attitude Toward Pregnancy Instrument; Self-esteem Scale; IPAT Anxiety Scale Questionnaire; Partners Interaction Scale; Social Support Network; Locus of control; Social Readjustment Scale; Daily Hassles Scale; Obstetrical Complications scale; Abuso de álcool autorreportado.
Edwards et al.21 (1994) EUA Longitudinal e Quantitativo 239 gestantes Recordatório alimentar; Maternal Attitude to Pregnancy Instrument; Life Events Inventory; Anxiety Scale Questionnaire; Rosenberg Self-esteem Scale; Locus of control; Sex Role Inventory.
Davies & Wardle30 (1994) Inglaterra Transversal e Quantitativo 76 gestantes (terceiro trimestre) e 97 não gestantes Eating Disorder Inventory; Figure Rating Scale; The Restraint Scale of the Dutch Eating Behaviour Questionnaire.
Ruggieri et al.47 (1979) Itália Tranversal e Quantitativo 20 gestantes (terceiro trimestre) e 20 não gestantes Fisher's Body Prominence Test; Body Cathexis Scale.

EUA = Estados Unidos da América.

Com relação ao país e ao ano de publicação, os Estados Unidos (n = 14) seguido da Austrália (n = 11) destacam-se como os países com o maior número de estudos realizados e 2012 (n = 6) como o ano com maior número de investigações encontradas. Com relação à caracterização do estudo, a maioria das publicações utilizou procedimentos quantitativos, quanto à forma de abordagem; e quanto ao corte temporal, avaliações em um único momento (transversal). Ressalta-se que um artigo utilizou metodologia transversal no grupo de não gestante e longitudinal, em gestantes17. Dessa forma, ambos métodos foram utilizados em uma mesma investigação. Apesar do fato de os artigos não englobarem gestantes ter sido um dos critérios de exclusão, alguns estudos avaliaram não só grávidas em diferentes períodos gestacionais, como também a pré-gestação e o pós-parto. A maioria dos estudos analisou mais de um período gestacional, entretanto destaca-se o terceiro trimestre como o mais avaliado.

Discussão

O período gestacional deve ser alvo de atenção por parte dos profissionais, tendo em vista a promoção da saúde materna e, consequentemente, fetal. Apesar de a gravidez ser um momento único para as mulheres durante o qual o ganho de peso é aceitável2, muitas apresentam descontentamento com sua aparência e forma física durante a gravidez10, podendo ter impactos negativos para mãe e bebê11,1316. Maior entendimento dos profissionais a respeito do tema pode alertá-los quando uma condição de risco estiver presente. Dessa forma, destaca-se a relevância do presente estudo, o qual objetivou analisar a produção bibliográfica sobre imagem e insatisfação corporal em gestantes por meio de uma revisão integrativa.

A partir dos achados encontrados, notase que pesquisas têm sido feitas na tentativa de avaliar a imagem corporal e associá-la a diversas variáveis nessa fase específica da vida da mulher, tais como: depressão2,4,5,11,13,14,16,20, autoestima5,2123, atitude alimentar13,16,2426, atividade física27,28, etnia29, Índice de Massa Corporal (IMC)10,13,3032, ganho de peso fora dos intervalos recomendados9,13,15,33,35,46, entre outras. Ademais, essa etapa reprodutiva tem sido investigada através de métodos transversais2,5,9,13,15,20,22,24,25,2931,36,37,3942,44,45,47 e longitudinais3,4,10,11,14,16,21,23,2628,3235,38,43,46, abordagens mista17, qualitativa2,3,26,37,39,40,42,43, quantitativa4,5,911,1317,2025,2730,3236,38,41,4447 e quali-quantitativamente31, compreendendo os períodos pré-gestação; primeiro, segundo e terceiro trimestres; e pós-gestação.

Para uma melhor compreensão dos resultados, optou-se por discutir os achados de acordo com a proximidade de temas. Para isso, foram criados três tópicos: Satisfação corporal em gestantes, Insatisfação corporal em gestantes e Variáveis influenciadoras sobre imagem corporal em gestantes.

Satisfação corporal em gestantes

Alguns estudos foram realizados a fim de comparar gestantes e não gestantes quanto ao nível de satisfação corporal, entretanto com achados diferentes. Davies e Wardle30 constataram que as grávidas tiveram pontuação reduzida no desejo de emagrecer, na restrição dietética e nas tentativas de perda de peso. Clark e Ogden24 encontraram que as gestantes eram menos insatisfeitas com o corpo quando comparadas às não gestantes e sugeriram que a gravidez tanto legitima o aumento da ingestão alimentar quanto remove quaisquer intenções anteriores para comer menos. Recentemente, Loth et al.34 verificaram que, apesar do ganho de peso, a satisfação corporal foi maior em mulheres grávidas do que em não grávidas, corroborando com os achados anteriores. Essas evidências apontam para uma reduzida preocupação com o peso durante a gravidez, apesar do aumento no tamanho do corpo.

Outras pesquisas têm encontrado que a insatisfação com o peso e a forma do corpo permanece estável ou é reduzida temporariamente durante a gravidez4,26,41, apesar do fato das mulheres ganharem peso e, consequentemente, moverem-se para longe do ideal social de magreza48,49. Duncombe et al.14 verificaram que a imagem corporal parece ser bastante estável em toda a gravidez de tal forma que as mulheres que começaram com maiores preocupações com o corpo as mantinham ao longo do tempo. Em estudo realizado na Polônia, Kazmierczak e Goodwin22 verificaram que as grávidas geralmente têm uma imagem corporal boa, que está associada positivamente à autoestima. De acordo as investigações de Clark et al.2, Clark et al.38 e Boscaglia et al.27, a maioria das mulheres australianas adaptaram-se positivamente às mudanças corporais vividas durante a gravidez, enquanto a relevância do próprio peso e a forma corporal foram reduzidos ao final da gestação. A partir desses achados, é possível dizer que a gravidez é um momento único para as mulheres durante o qual o ganho de peso é aceitável2.

Os pesquisadores, cujos estudos apontaram que a descoberta da gravidez influencia positivamente na imagem corporal, entendem que parece haver um relaxamento da pressão para atingir o corpo ideal durante esta fase4,5,30,38. A gestação parece produzir dentro de mulheres um estado em que o aumento da gordura corporal e da forma do corpo são tolerados pela maioria, e até mesmo apreciado por algumas4,30. De acordo com Clark e Ogden24, a imagem corporal tornase mais positiva e o desejo de emagrecer é reduzido. Ademais, é sugerido que a gravidez parece ser acompanhada por uma libertação das práticas de dieta e retenção comuns aparentes na sociedade ocidental de hoje5,24,50. Dessa forma, pode ser que as mulheres estejam mais propensas a priorizar a própria saúde e a do feto, neste momento, para além da estética26,39.

Através de uma abordagem qualitativa, Nash3 apontou que algumas gestantes se sentiam libertadas para serem “gordas” pela primeira vez em suas vidas. Por outro lado, outras tinham o ganho de peso como “assustador,” principalmente devido ao estigma social em torno da gordura. Essa dualidade também é notada no estudo de Chang et al.39 que destacam duas preocupações das mães no último trimestre de gestação: 1) “Meu corpo: onde é que ele vai?,” a qual reflete o uso de padrões de beleza de adultos do sexo feminino não grávidas para avaliar seus corpos grávidos e a esperança de recuperar o corpo pré-gestação após o parto; e 2) “Meu corpo: corpo do meu bebê,” a qual reflete a visão das mulheres sobre as mudanças em seus corpos como uma indicação de saúde e crescimento do seu bebê e como um sinal de sua adequação como mães. Em outras palavras, existe um conflito eminente entre o que é bom para a gestante como mulher e o que é bom para o filho ou para ela enquanto mãe.

Insatisfação corporal em gestantes

Não é consenso na literatura a prevalência de insatisfação corporal durante a gravidez. O estudo mais antigo encontrado nesta revisão, realizado na Itália, verificou a imagem corporal de gestantes e não gestantes44. Vale destacar que os autores utilizaram do termo “body schema” (em português esquema corporal) para referirem-se à imagem corporal, ao contrário dos demais estudos encontrados nesta revisão. Os achados apontaram que as grávidas obtiveram uma pontuação mais negativa na avaliação de seus próprios corpos quando comparadas às não grávidas. Segundo Scagliusi e Lourenço51, entre os anos 1970 e 1990, o desejo do corpo atlético se somou ao corpo magro e as supermodelos estavam no ápice da beleza. Notase que nesta época as gestantes poderiam estar influenciadas pelo ideal corporal, o que possivelmente despertou o interesse dos pesquisadores.

O estudo de Earle42 indicou três preocupações para as mulheres durante a gestação, com relação ao tamanho e à forma do corpo, a saber: quando elas vão começar a parecer grávidas, onde as mudanças no corpo irão ocorrer e o quão fácil será voltar para o corpo pré-gravidez. Dessa forma, as grávidas estão preocupadas com questões de imagem corporal e gordura ao longo do processo de gravidez. Diante dessas preocupações, Lai et al.25 indicam que a gravidez pode ser vista como um momento vulnerável para problemas alimentares, devido à pressão elevada de conformidade com as normas femininas. Nesse estudo realizado na China, os autores apontaram que a insatisfação corporal esteve relacionada à má ligação materno-fetal. Ademais, 9,8% das participantes relataram comer menos durante a gravidez, o que esteve associado ao comprometimento da saúde da mãe e do bebê.

Em pesquisa realizada na Inglaterra, todas as gestantes falaram que se tornaram menos satisfeitas com seus corpos com a evolução da gestação40. Brooten et al.29, comparando os grupos étnicos americanos, encontraram que, independentemente da etnia, as gestantes desejavam ter um tamanho corporal menor. Nos estudos de Sui et al.10 e Hauff e Demerath32, a insatisfação corporal esteve associada ao estado nutricional das gestantes. No primeiro, os autores encontraram alta prevalência de insatisfação corporal (45%), sendo esta mais presente em mulheres com alto IMC e alta paridade. No segundo, as mulheres com sobrepeso/obesidade expressaram significativamente mais preocupações com a forma e peso corporal e estavam menos confiantes e confortáveis com seus corpos quando comparadas àquelas com silhuetas mais magras.

Ademais, além da associação com o IMC, maior preocupação com a imagem corporal foi associada à duração mais curta da lactação32. Este último achado ainda é corroborado pela investigação de Foster et al.45, na qual a insatisfação com o corpo e o baixo apego materno fetal pôde explicar o por que algumas mulheres optam por mamadeira. Vale ressaltar que a insatisfação com o corpo ainda estabelece relações com depressão11,16 e ganho de peso excessivo9,15,33,35.

Variáveis que influenciam a imagem corporal em gestantes

A depressão é frequentemente associada à insatisfação corporal4,5,38 e pode ter sérias implicações na saúde e no bem-estar da gestante. Recentemente, Sweeney e Fingerhut11 apontaram que a insatisfação corporal no terceiro trimestre da gravidez serve como um fator de risco para depressão pós-parto. Corroborando com esses achados, Downs et al.16 verificaram: 1) sintomas depressivos, insatisfação com a imagem corporal e atitudes alimentares inadequadas estiveram associados no primeiro, segundo e terceiro trimestre de gestação e no pós-parto; 2) insatisfação corporal foi o principal determinante da depressão no pós-parto. Tais apontamentos sugerem que os sintomas depressivos e a insatisfação corporal são fatores psicológicos importantes de intervenção para melhorar a gravidez das mulheres e a saúde psicológica no pós-parto.

Destaca-se ainda a relação que alguns pesquisadores trazem entre insatisfação corporal e ganho de peso fora das diretrizes gestacionais. Bagheri et al.9 e Mehta et al.33 verificaram que gestantes que preferem um tamanho corporal mais magro eram mais propensas a ganhar peso excessivamente durante a gestação em comparação com as mulheres satisfeitas. Herring et al.15 ainda destacam que a falta de percepção do peso corporal pré-gravidez foi associada com o ganho de peso gestacional excessivo entre mulheres com peso normal e sobrepeso/obesidade, com a maior probabilidade de ganho excessivo entre subestimadoras com sobrepeso/obesidade. Avaliando questões sociodemográficas, Rauff e Downs35 comprovaram que grávidas insatisfeitas com o corpo, com menores níveis de escolaridade e renda familiar mais baixa, estavam em maior risco de ganho de peso fora dos intervalos recomendados. Sendo assim, identificar fatores que são condição de risco para ganhar peso fora de diretrizes indicadas pode diminuir os problemas de saúde relacionados com a gravidez33,35.

Outra variável que tem sido considerada nos estudos com gestantes é a prática de atividade física. Este comportamento pode influenciar positivamente a imagem corporal da gestante, além de prevenir o ganho excessivo de peso. Goodwin et al.28 verificaram que as mulheres que optaram por se exercitar durante a gravidez tenderam a se sentir mais positivas com a imagem corporal e a ter um maior sentimento de bem-estar psicológico quando comparadas às gestantes não ativas. Ademais, Boscaglia et al.27 destacam que maiores níveis de atividade física estão relacionados a uma satisfação corporal da grávida. Portanto, talvez as mulheres que se exercitem durante a gestação respondam mais favoravelmente às mudanças corporais que as sedentárias.

No único estudo brasileiro encontrado, Sacomori et al.36 objetivaram examinar a relação entre a força muscular do assoalho pélvico e as variáveis de autopercepção corporal em mulheres grávidas. Os achados verificaram que aquelas que estavam na primeira gravidez estavam mais satisfeitas com seus corpos. Ademais, as participantes multíparas expressaram um desejo maior em serem mais magras quando comparadas às primigestas. Com relação à força do assoalho pélvico, as análises não identificaram diferenças entre os grupos.

Os índices das investigações de DiPietro et al.13 são preocupantes: 21% das norte-americanas do estudo aderiram a pelo menos um comportamento para a perda de peso durante a gravidez, e aquelas que relataram a adoção de mais de uma dessa conduta eram mais ansiosas, deprimidas, irritadas, estressadas e tinham também maior insatisfação corporal. Somado a isso, mesmo aquelas gestantes que ganharam peso dentro dos limites recomendados, apresentavam atitudes negativas sobre o ganho de peso. Por se tratar de gestantes, manter um IMC adequado reflete não só na saúde da mãe, como também na do feto.

Recomendações futuras

Por fim, dois aspectos merecem ser destacados com relação aos artigos encontrados: os instrumentos utilizados nas pesquisas e a variedade do número amostral. Em relação à avaliação da imagem corporal, atualmente, existem múltiplas formas de entendê-la, pesquisá-la e avaliá-la. Dependendo da dimensão do construto que se deseja investigar, são comuns o uso de escalas de figuras, entrevistas, questionários e testes perceptivos12,52. Entretanto, Conti et al.53 apontam para a importância da criação e adaptação transcultural de ferramentas, considerando a realidade brasileira, de modo a garantir que as informações coletadas expressem o que se deseja mensurar.

Possivelmente, as controvérsias encontradas na literatura decorrem da utilização de instrumentos adaptados de outras populações como, por exemplo, de jovens adultos; ou ainda, que não apresentem propriedades psicométricas documentadas para a amostra de gestantes. Dessa forma, torna-se necessário destacar que, na maioria das vezes, essas escalas podem não refletir as preocupações específicas desse momento da vida da mulher.

Sobre isso, Fuller-Tyszkiewicz et al.17 ainda acrescentam que os investigadores devem ser cautelosos na avaliação da insatisfação corporal entre as gestantes até que tenha sido estabelecida uma medida adequada para uso nesta população. Devido à possível existência de insatisfação corporal durante a gestação e esta poder estar associada a comportamentos inadequados e, consequentemente, gerar impactos negativos para a mãe e o bebê2, o desenvolvimento de uma ferramenta adequada de avaliação da imagem corporal para o período perinatal é claramente justificada.

Quanto ao tamanho amostral, as investigações contaram com amostras variando de 640 a 159715, com média de 205 gestantes. Possivelmente, o fato da adoção de metodologias qualitativas e quantitativas, em que a primeira contempla amostras menores quando comparadas à segunda, pode ser uma explicação. Além disso, o corte transversal ou longitudinal também pode ser um motivo que delimita a amostra. Somadas as características intrínsecas dos estudos longitudinais, no caso da gestação, o aborto pode ser um fator que exclua a gestante da amostra e, consequentemente, reduza o tamanho amostral.

Pode-se concluir que estudos têm sido feitos a fim de verificar a imagem corporal em gestantes, principalmente internacionalmente. Os presentes resultados chamam atenção pelas controvérsias e inconclusões a respeito da insatisfação corporal em gestantes. Estudos verificaram melhora da insatisfação corporal com a gestação. Por outro lado, o descontentamento com a forma e o peso corporal em grávidas também foi apontado em outras investigações. Ademais, ressalta-se que pesquisas têm verificado as relações entre uma imagem corporal negativa e outras variáveis, por exemplo, depressão, autoestima, atitude alimentar e ganho de peso fora dos limites recomendados.

Recomenda-se que, para um melhor entendimento das preocupações particulares dessa fase da vida da mulher, sejam criadas/validadas ferramentas específicas para gestantes. Talvez, assim, pesquisas futuras poderão trazer maior conhecimento sobre a imagem corporal e seus fatores influenciadores, beneficiando os profissionais que lidam diretamente com o público de gestantes (médicos, enfermeiros, educadores físicos, nutricionistas, psicólogos) e, principalmente, as grávidas, para que tenham assistência disponível enquanto lidam com as mudanças corporais que estão necessariamente associadas à gestação. Isso refletirá diretamente no bem-estar e na saúde materna e infantil.

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