On-line version ISSN 1982-0194
Acta paul. enferm. vol.30 no.1 São Paulo Jan./Feb 2017
http://dx.doi.org/10.1590/1982-0194201700001
O mercado de trabalho tem exigido dos enfermeiros um comportamento de líder, que cause impacto nos resultados assistenciais. Esta afirmação tem permitido avançar no conhecimento deste tema, e descobrir quais são seus desafios e possibilidades no contexto do século XXI. Alguns destes são citados nos parágrafos seguintes. Porém, há outros que não foram contemplados, os quais podem ser discutidos e analisados para integrar este constructo.
Entender que a liderança é uma competência e não um cargo é fundamental. A partir desta perspectiva, é possível propor estratégias para maximizar o seu desenvolvimento contínuo tanto nas instituições educacionais quanto nas empregadoras. Porém, para que este processo seja eficaz, é necessário que os gestores adotem um modelo 1 que seja compatível com esta prática.
Os estudos sobre Liderança Autêntica 2 e Liderança Transformacional 3 oferecem uma possibilidade de escolha. Eles dispõem de instrumentos de medida, que podem otimizar o mapeamento dos estilos de liderança dos enfermeiros e adotar planos de desenvolvimento individual, com metas a serem atingidas, estimulando assim o desenvolvimento desta competência. Sair do aspecto utópico e construir uma proposta de intervenção é necessário para formar recursos humanos que atendam as demandas de saúde emergentes. Esta é uma decisão estratégica associada ao modelo de gestão, 4 com a perspectiva de tornar as ações efetivas. Caso não haja compatibilidade entre estes, o insucesso poderá acontecer e os resultados desejados podem não ser alcançados.
É necessário estimular os pesquisadores em Liderança em Enfermagem a propor, testar e validar modelos que possam ser ajustados às diferentes realidades mundiais, e construir desenhos metodológicos de pesquisa que possam oferecer aos gestores evidências de qual é a melhor opção de ser implementada em seus serviços. Este avanço é necessário para instrumentalizar a gestão e tornar as pesquisas aplicáveis.
No ensino de graduação e pós-graduação, ter clareza no modelo de liderança igualmente orientará os professores sobre o que esperar do desenvolvimento dos estudantes na formação de futuros líderes.
Alguns desafios e possibilidades estão postos. Entretanto, há outros que não foram contemplados neste editorial, mas certamente estão presentes nas inquietações de muitos enfermeiros, gestores de serviços, diretores e professores. Traduzir estes anseios em pesquisas permitirá obter evidências e propor estratégias para formar novas lideranças, tão necessárias para os dias atuais.