versão impressa ISSN 1413-8123versão On-line ISSN 1678-4561
Ciênc. saúde coletiva vol.24 no.7 Rio de Janeiro jul. 2019 Epub 22-Jul-2019
http://dx.doi.org/10.1590/1413-81232018247.11502019
Caros editores,
Lemos com grande interesse a publicação Método não ionizante de rastreamento da escoliose idiopática do adolescente em escolares1. A escoliose é a forma mais comum de deformidade vertebral com prevalência de aproximadamente 2-3%. Destas, 10% irão progredir com o tempo. Dos subgrupos clínicos a escoliose do adolescente é a mais comum e afeta aproximadamente 4% da população2; com isso destacamos a importância de estudos como este, pois devido a prevalência, incidências e porcentagem de pacientes em progressão o desenvolvimento de métodos que evitam o uso da radiação ionizante são extremamente bem-vindos, pois afetariam diretamente um enorme quantidade de pacientes expostos correntemente à radiação ionizante.
O estudo se apegou à medida do ângulo de Cobb, mas ao analisarmos a metodologia usada de fotogrametria computadorizada 2D, esta nos pareceu que seria mais útil na medida de outra variável importante dentro do contexto da cirurgia da coluna: a incidência pélvica (IP), que é uma medida angular que descreve a relação entre o platô superior do sacro e as cabeças femorais3. É considerada uma medida morfológica constate para cada indivíduo, sendo, assim, utilizada como base para o cálculo da lordose lombar normal e no planejamento cirúrgico4.
Cremos que a metodologia seria útil no cálculo de IP pois a projeção da pelve, que é uma estrutura tridimensional, no exame radiográfico, bidimensional, se adequaria à fotogrametria se pontos sacrais e vertebrais fossem assinalados como foram na medida do ângulo de Cobb, mantendo a proporção na aquisição da imagem, e sendo mais fidedigno que o ângulo de Cobb, justamente por não se tratar de uma medida variável.
Com isso, incentivamos os autores a darem continuidade ao projeto, uma vez que métodos de detecção precoce não ionizantes auxiliariam num diagnóstico ainda mais precoce, permitindo uma abordagem que evite a evolução da doença que hoje leva riscos de complicações na vida adulta como deformidade cosmética, dor e limitações funcionais.