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Minieditorial: “Criação e Implementação de um Banco de Dados Prospectivo e Multicêntrico de Pacientes com Infarto Agudo do Miocárdio: RIAM”

Minieditorial: “Criação e Implementação de um Banco de Dados Prospectivo e Multicêntrico de Pacientes com Infarto Agudo do Miocárdio: RIAM”

Autores:

José Mariani Junior

ARTIGO ORIGINAL

Arquivos Brasileiros de Cardiologia

versão impressa ISSN 0066-782Xversão On-line ISSN 1678-4170

Arq. Bras. Cardiol. vol.114 no.3 São Paulo mar. 2020 Epub 06-Abr-2020

https://doi.org/10.36660/abc.20200158

As doenças cardiovasculares, incluindo o infarto agudo do miocárdio (IAM), representam importante problema de saúde pública no Brasil e no mundo, com elevadas taxas de incidência e mortalidade.1 A taxa de mortalidade brasileira por esse grupo de causas (183,3/100.000)1,2 encontra-se entre as maiores do mundo e é semelhante à de países como a China e do Leste Europeu.1,3

A instituição de políticas de promoção de saúde, diagnóstico precoce e tratamento efetivo estão entre as mais importantes estratégias de prevenção e tratamento dessas doenças, que ainda correspondem à principal causa de mortalidade em todo o mundo em pacientes adultos. Porém, o reconhecimento bem como a mensuração real e efetiva dessas doenças ainda estão dentre as estratégias a serem otimizadas no nosso meio.

Assim, faz-se necessário conhecer e quantificar efetivamente os pacientes com diagnóstico de IAM para que medidas efetivas e assertivas possam ser tomadas na tentativa de reduzir sua morbimortalidade. Uma das maneiras mais conhecidas para esse tipo de mensuração consiste na elaboração de um banco de dados representativo e de fácil acesso e interpretação. Ainda assim, esbarramos em mais um problema, que consiste em como fazê-lo e implementá-lo. Boa parte dessas questões foram respondidas elegantemente no artigo elaborado por Vaz et al.,4 intitulado: “Criação e Implementação de um Banco de Dados Prospectivo e Multicêntrico de Paciente com Infarto Agudo do Miocárdio: RIAM”.4 A descrição clara e objetiva do passo a passo para a criação, implementação e expansão desse banco de dados constitui literatura rara e imperdível para todos os envolvidos na abordagem dessas patologias.

A possibilidade de termos acesso a informações geradas por bancos de dados bem desenhados e confiáveis oferece uma fotografia mais próxima da nossa realidade, aumentando a eficácia na tomada de decisões e tornando a gestão financeira mais eficiente, o que é crucial para nossas políticas de saúde pública.

REFERÊNCIAS

1. Santos J, Meira KC, Camacho AR, Salvador PTCO, Guimaraes RM, Pierin AMG, Simoes TC, Freire FHMA. Mortalidade por infarto agudo do miocárdio no Brasil e suas regiões geográficas: análise do efeito da idade-período-coorte. Cienc. Saúde Coletiva. 2018.23(5):1621-34.
2. Malta DC, Moura L, Prado RR, Schimidt MI, Duncan BB. Mortalidade por doenças crônicas não transmissíveis no Brasil e suas regiões, 2000 a 2011. Epidemiol Serv Saúde. 2014; 23(4):599-608.
3. Moran AE, Forouzanfar MH, Roth GA, Mensah GA, Ezzati M, Murray CJ, Naghavi M. Temporal trends in ischemic heart disease mortality in 21 world regions, 1980 to 2010: the Global Burden of Disease 2010 study. Circulation. 2014;129(14):1483-92.
4. Vaz J, Abelin AP, Schmidt MM, Oliveira PP, Gottschall CAM, Rodrigues CG, Quadros AS. Criação e Implementação de um Banco de Dados Prospectivo e Multicêntrico de Paciente com Infarto Agudo do Miocárdio: RIAM. Arq Bras Cardiol. 2020; 114(3):446-455.