versão impressa ISSN 1808-8694
Braz. j. otorhinolaryngol. vol.80 no.5 São Paulo set./out. 2014
http://dx.doi.org/10.1016/j.bjorl.2014.07.010
O nariz desempenha uma série de funções vitais. O órgão filtra, aquece e umedece o ar inalado; é a primeira linha de defesa contra alérgenos inalados, funciona como órgão olfatório sensitivo e afeta a ressonância na produção da fala. Condições como desvios de septo e hipertrofia de conchas afetam a geometria nasal, podendo prejudicar a perviedade e a fisiologia nasal, devido a reduções nas dimensões internas da cavidade nasal e a aumentos na resistência ao fluxo do ar respirado.1 Há séculos, antropologistas e clínicos vêm tentando compreender objetivamente o conceito de beleza facial.2 Os artistas da Renascença enfatizavam que a beleza facial está fundamentada em proporções simétricas e equilibradas. Suas descrições quantitativas persistiram como cânones neoclássicos que são utilizados atualmente em cirurgias faciais reconstrutivas.3 A forma do nariz é uma assinatura que indica a etnia, a raça, a idade e o gênero.4 Os parâmetros antropométricos variam com a idade, o gênero e a herança étnica, e vários autores se propuseram a documentar os valores normativos que podem funcionar como referência para a população-índice.5 O tamanho, a forma e as proporções do nariz propiciam características de beleza ou de elegância à pessoa, porque o órgão está situado no centro da face.6 O conhecimento das singularidades da forma, anatomia e dimensões do nariz humano seria de grande utilidade para o cirurgião, ao realizar reparos e reconstruções cosméticas do nariz.7
A determinação dos tipos de narizes, modelos de aberturas narinarias e perfis e ângulos nasais no ser humano resultou em normas para o estudo das anormalidades ou dos efeitos do envelhecimento e de doenças, ou ainda de mudanças decorrentes do desenvolvimento e crescimento e de peculiaridades étnicas e raciais.8 As diferenças morfométricas raciais e étnicas na forma e ângulos nasais nas populações do mundo têm sido foco de investigações.9 , 10
Nesse estudo, objetivamos descrever e comparar as diferenças nos ângulos nasais, tipos de narizes, modelos de aberturas narinárias e perfis nasais em jovens turcos, homens e mulheres, com os estudos já publicados na literatura.
No presente estudo, foram avaliados os tipos de narizes, os modelos de aberturas narinárias e os ângulos nasais de estudantes da Escola Superior de Educação Física e Esportes na faixa etária de 18-30 (média 21,22) anos de idade selecionados com um método de amostragem aleatória, em um total de 115 estudantes saudáveis (59 mulheres e 56 homens). Esses indivíduos não exibiam desfiguração nasal ou facial perceptível e nem tinham sido previamente submetidos a qualquer cirurgia facial.5 A permissão para esse estudo foi obtida no Comitê de Ética para Pesquisas Clínicas da Universidade (número do Comitê de Ética: 569). Todos os participantes foram previamente informados com relação às mensurações nasais pelo uso de instrumentos antropométricos, tendo assinado formulários de consentimento informado. O peso corpóreo foi medido com uma balança Seca (Seca, Mod. 220, Hamburgo, Alemanha), com sensibilidade até 0,1 kg. Os participantes foram pesados sem sapatos, com os pés desnudos e com o mínimo de roupa possível. A altura foi obtida na posição anatômica, em centímetros, com o uso de um estadiômetro portátil (Seca, Mod. 220, Hamburgo, Alemanha), com sensibilidade até 0,5 cm.5 As médias do peso e da altura dos homens foram 77,34 kg (variação 53,40-112,20 kg) e 177,02 cm (variação 163,00-194,00 cm), respectivamente. As médias do peso e da altura das mulheres foram 59,32 kg (variação 38,40-86,00 kg) e 164,83 cm (variação 150-182 cm), respectivamente.
Em todos os participantes, as medidas antropométricas foram obtidas com o uso de métodos e instrumentos antropométricos de rotina descritos na literatura.5 A mensuração dos ângulos foi calculada em graus (°); todas as medidas foram realizadas pelo mesmo autor, na posição anatômica normal e na posição horizontal de Frankfurt5 (HF). A avaliação da posição do nariz, pelo julgamento da relação entre as bordas superior e inferior da orelha ao nível das sobrancelhas e ao nível da asa nasal, respectivamente, exige a manutenção da cabeça do indivíduo em HF, que é definida por uma linha imaginária conectando o orbital (o ponto mais baixo da margem infraorbital) e o pório (o ponto mais alto do bordo superior do conduto auditivo externo) ou trago (ponto de referência no bordo superior do conduto auditivo externo), com a HF mantida na horizontal com a ajuda de um goniômetro comercial.6 Os dados foram analisados com o programa Statistical Package for Social Sciences (SPSS Version 18.0) para Windows(r). As diferenças entre os valores das medidas antropométricas entre homens e mulheres foram avaliadas com o teste t de Student para valores independentes (no caso de variáveis com distribuição normal) e pelo teste U de Mann-Whitney para valores independentes (se as variáveis não estivessem normalmente distribuídas). O teste exato de Fisher foi empregado na avaliação da relação entre tipos de narizes, de acordo com o gênero dos participantes. Um nível significativo foi definido como p = 0,05. Os valores foram expressos na forma de média±desvio-padrão11 (DP). Definimos násio (n) como o ponto situado na linha média da raiz nasal e da sutura nasofrontal; subnasal (sn) como o ponto médio da base da columela; pronasal (prn) como o ponto mais saliente na ponta do nariz; glabela (g) como o ponto médio entre as sobrancelhas; lábio superior (ls) como o ponto médio da linha do vermelhão superior; e alar (al) como o ponto em que a asa nasal se prolonga até seu ponto mais afastado.12 Esses pontos estão ilustrados na figura 1A-B.
Figura 1 Pontos de referência do tegumento facial e nasal. A, Pontos de referência do tegumento facial da glabela (g), násion (n), pronasale (prn), subnasale (sn), labiale superius (ls); e ângulos nasofrontal (nfa), da ponta nasal (nta) e nasolabial (nla) ilustrados em projeção lateral. B, Pontos de referência do tegumento facial alare (al), pronasale (prn) e de inclinação (asa) ilustrados em projeção basal.
Os seguintes parâmetros foram medidos e anotados: ângulo nasofrontal, glabela-násio-pronasal (g-n-prn); ângulo da ponta do nariz, násio-pronasal-subnasal (n-prn-sn); ângulo nasolabial, pronasal-subnasal-lábio superior (prn-sn-ls); ângulo de inclinação da asa, alar-pronasal-alar (al-prn-al); largura do nariz, alar-alar (al-al) e comprimento total do nariz, násio-subnasal5 , 12 (n-sn). Esses parâmetros estão ilustrados na figura 1A-B.
Índice nasal = largura do nariz (al-al) ×100/ comprimento total do nariz (n-sn).
Em conformidade com esse índice, o nariz pode ser dividido em sete tipos (classificação de Olivier)13: nariz demasiadamente estreito (X-39,99); nariz muito estreito (40,00-54,99); nariz estreito (55,00-69,99); nariz médio (70,00-84,99); nariz largo (85,00-99,99); nariz muito largo (100,00-114,99); e nariz extremamente largo14 (115,00-X).
Nas mulheres, as médias dos ângulos nasofrontal, da ponta do nariz, nasolabial e de inclinação da asa foram 133,16 ± 8,88 ; 77,91 ± 9,80 ; 98,91 ± 10,01 e 80,89 ± 8,33 , respectivamente. Nos homens, as médias dos ângulos nasofrontal, da ponta do nariz, nasolabial e de inclinação da asa foram 123,85 ± 13,23 ; 82,16 ± 9,98 ; 97,91 ± 8,78 and 85,98 ± 8,72 , respectivamente (tabela 1). Houve diferenças estatisticamente significantes entre os valores médios dos ângulos nasofrontal, da ponta do nariz e de inclinação da asa (p < 0,05).
Tabela 1 Teste t para equivalência de médias de ângulos nasais em mulheres e homens jovens turcos
Ângulo | Mulheres | Homens | p | ||||
---|---|---|---|---|---|---|---|
X ± DP (º) | Méd (º) (min-max) | X ± DP (º) | Méd (º) (min-max) | ||||
Ângulo nasofrontal | 133,16±8,88 | 133,00 | (114-148) | 123,85±13,23 | 122,50 | (83-150) | 0,001a |
Ângulo da ponta do nariz | 77,91±9,80 | 77,50 | (60-105) | 82,16±9,98 | 81,25 | (66-113) | 0,02a |
Ângulo nasolabial | 98,91±10,01 | 100 | (75-126) | 97,91±8,78 | 97,50 | (80-124) | 0,57b |
Ângulo da inclinação alar | 80,89±8,33 | 80 | (62,50-112,50) | 85,98±8,72 | 87,50 | (64-102,50) | 0,001a |
a Significativo.
b Não significativo.
Os tipos de narizes foram calculados com base no número e percentual de tipos nasais por gênero; nas mulheres, observamos 6 (10%) narizes muito estreitos, 46 (78%) narizes estreitos e 7 (12%) narizes médios. Nos homens, observamos 2 (3%) narizes muito estreitos, 39 (70%) narizes estreitos, 14 (25%) narizes médios e 1 (2%) nariz largo. Em conformidade com o gênero, foi determinada a variabilidade para os tipos de narizes (χ2 = 4,61, p = 0,11).
Entre todos os participantes (homens e mulheres), encontramos 8 (7%) narizes muito estreitos, 85 (74%) narizes estreitos, 21 (18%) narizes médios e 1 (1%) nariz largo (tabela 2).
Tabela 2 Número e percentual de indivíduos nos vários tipos de narizes: jovens mulheres e homens turcos
Tipos de narizes | Mulheres | Homens | Total | |
---|---|---|---|---|
Nariz muito estreito | 6 (10%) | 2 (3%) | 8 (7%) | |
Nariz estreito (55-69,.9) | 46 (78%) | 39 (70%) | 85 (74%) | |
Nariz médio (70-84,9) | 7 (12%) | 14 (25%) | 21 (18%) | |
Nariz largo (85-99,9) | 0 | 1 (2%) | 1 (1%) |
De acordo com o gênero, foi determinada a variabilidade dos tipos de narizes (χ2 = 4,61; p = 0,11).
Como resultado de verificações separadas em homens e em mulheres, na mensuração e avaliação dos achados tipológicos das asas nasais, de acordo com a forma das aberturas narinárias, encontramos cinco modelos diferentes.
Modelos de abertura narinária das mulheres:
I - Base nasal larga e arredondada, paralela à asa nasal; abertura narinária oval e estreita.
II - Base nasal estreita e arredondada, paralela à asa nasal; abertura narinária triangular.
III - Base nasal ampla e afilada; abertura narinária arredondada.
IV - Base nasal ampla e arredondada, paralela à asa nasal; abertura narinária longa e ampla.
V - Base nasal ampla e afilada, paralela ao sulco nasolabial; abertura narinária ampla e oval (fig. 2).
Nas mulheres, calculamos os modelos de narinas com base no número e percentual encontrado para cada modelo: I - 17 (28,81%); II - 17 (28,81%); III - 8 (13,55%); IV - 10 (16,94%); e V - 7 (11,86%).
Modelos de abertura narinária dos homens:
I - Base nasal média e afilada, paralela à asa nasal; abertura narinária oval e estreita.
II - Base nasal ampla e afilada, paralela à asa nasal; abertura narinária oval e ampla.
III - Base nasal ampla e arredondada; abertura narinária arredondada.
IV - Base nasal ampla e arredondada, paralela à ala nasal; abertura narinária oval e estreita.
V - Base nasal média e afilada, paralela ao sulco nasolabial; abertura narinária oval e estreita (fig. 3).
Nos homens, obtivemos os seguintes resultados, por modelo de abertura narinária: I - 12 (21,42%); II - 21 (37,50%); III - 5 (8,92%); IV - 15 (26,78%); e V - 3 (5,35%).
Os pesquisadores devem observar a forma do dorso do nariz, que pode ser retilíneo, côncavo, convexo ou curvo. Também deve ser levada em conta a forma da ponta do nariz, a forma da asa nasal e a altura do nariz. A seguir, os perfis nasais medidos nos voluntários.
Perfis nasais das mulheres:
I - Dorso nasal longo, raiz nasal alta, inclinação anterógrada da ponta do nariz e base nasal horizontal.
II - Dorso nasal longo, raiz nasal profunda, inclinação da ponta do nariz para cima e inclinação da base nasal para cima.
III - Dorso nasal encurtado, raiz nasal média, inclinação da ponta do nariz para cima e inclinação da base nasal para cima.
IV - Dorso nasal médio, raiz nasal média, inclinação da ponta do nariz para cima e base nasal horizontal.
V - Dorso nasal médio, raiz nasal média, inclinação da ponta do nariz para cima e inclinação da base nasal para cima (fig. 4).
Nas mulheres, obtivemos os seguintes resultados, por modelo de perfil de nariz: I - 16 (27,11%); II - 10 (16,94%); III - 7 (11,86%); IV - 16 (27,11%); e V - 10 (16,94%).
Perfis nasais dos homens:
I - Dorso nasal encurtado, raiz nasal profunda, inclinação da ponta do nariz para cima e inclinação anterógrada/para cima da base nasal.
II - Dorso nasal longo, raiz nasal alta, inclinação da ponta do nariz para baixo e inclinação anterógrada/para cima da base nasal.
III - Dorso nasal longo, raiz nasal média, inclinação anterógrada/para baixo da ponta do nariz e base nasal horizontal.
IV - Dorso nasal médio, raiz nasal profunda, inclinação para cima da ponta do nariz e inclinação anterógrada/para cima da base nasal.
V - Dorso nasal longo, raiz nasal profunda, inclinação anterógrada/para cima da ponta do nariz e inclinação anterógrada/ para cima da base nasal (fig. 5).
Nos homens, obtivemos os seguintes resultados, por modelo de perfil de nariz: I - 12 (21,42%); II - 8 (14,28%); III - 6 (10,71%); IV - 20 (35,71%); e V - 10 (17,85%).
A área da face na linha média tem importância crucial para a avaliação da atratividade.15 Situada no centro da face, a pirâmide nasal desempenha um notável papel estético no aspecto da face como um todo. O nariz proporciona harmonia e equilíbrio para a face. A apreciação da atratividade facial, especialmente do nariz, depende de diversos fatores, como o gênero e o observador individual.16
Não existem informações detalhadas na literatura sobre comparação de ângulos nasais, tipos de narizes, modelos de aberturas narinárias e perfis nasais em jovens turcos, tanto em mulheres como em homens. Não existem padrões para análise das formas nasais e mensurações de ângulos em mulheres e homens turcos. Sobretudo o conceito de atratividade facial é uma assimilação complexa de percepções inatas e estereótipos culturais.
Como ocorre com as demais partes do corpo, os ângulos e formas externas do nariz e da cabeça e da face exibem rápido desenvolvimento durante a adolescência. É muito importante conhecer o padrão de desenvolvimento e o momento da maturidade, para que seja determinada a melhor ocasião para a reconstrução das deformidades nasais.17 De acordo com Farkas,18 os ângulos do nariz param de crescer por volta dos 12 anos em meninas e dos 14 ou 15 anos em meninos, sendo menos provável uma mudança no tamanho e na forma da parte externa do nariz após a maturidade. Assim, selecionamos jovens turcos saudáveis (homens e mulheres), com idades entre 18 e 30 anos, e realizamos um estudo antropométrico com o objetivo de proporcionar dados de referência confiáveis durante a reconstrução de deformidades nasais secundárias em seguida à queiloplastia, reconstrução nasal e reparo de defeitos nasais e rinoplastias em adultos para a população turca. Nossos resultados de ângulos foram comparados com os estudos disponíveis na literatura.
Com relação às mulheres, o resultado médio do ângulo nasofrontal em nosso estudo (133,16º) foi menor do que em mulheres índias americanas2 (138,20º), brancas norte-americanas2 (134,30º), coreano-americanas12 (136,80º), chinesas Han13 (144,04º), croatas19 (139,11º) e chinesas20 (139,09º). Nosso valor para a média do ângulo da ponta nasal para jovens mulheres turcas (77,91º) foi maior do que para mulheres brancas norte-americanas2 (67,40º) e menor do que para coreano-americanas12 (78,50º), chinesas Han13 (96,16º), croatas19 (84,12º) e chinesas20 (83,87º). Na média, o ângulo nasolabial das mulheres (98,91º), em nosso estudo, foi mais estreito do que em brancas norte-americanas2 (104,20º), coreanas10 (103,43º), japonesas10 (99,87º), chinesas10 (113,51º), ocidentais10 (106,52º), chinesas Han13 (103,42º) e croatas19 (109,39º), e mais amplo do que para índias americanas2 (97,20º), coreano-americanas12 (92,10º) e chinesas20 (97,71º). O ângulo da inclinação alar das mulheres turcas (80,89º) foi menor do que o de coreano-americanas12 (81,90º) e chinesas20 (90,89º), e maior do que o de brancas norte-americanas2 (59,40º).
Com relação aos homens, nosso resultado médio para o ângulo nasofrontal (123,85º) foi menor do que em caucasianos7 (137,30º), afro-americanos9 (126,90º), chineses Han13 (138,19º) e chineses20 (137,43º). O valor médio do ângulo da ponta do nariz para homens turcos (82,16º) foi maior do que o para homens caucasianos7 (80,60º) e croatas19 (79,85º) e menor do que o de mulheres chinesas Han13 (96,16º) e do que homens chineses20 (82,55º) e mulheres italianas21 (93,84º). O valor médio do ângulo nasolabial para homens turcos (97,91º) foi menor do que para homens chineses Han13 (104,30º), croatas19 (105,42º) e chineses20 (99,91º) e maior do que para afro-americanos17 (83,10º). O valor do ângulo de inclinação alar para mulheres turcas (80,89º) foi maior do que o de mulheres italianas21 (74,45º). A média para o ângulo da inclinação alar para homens turcos (85,98º) foi menor do que para homens chineses20 (89,07º) e maior do que para homens italianos21 (75,43º) (tabela 3).
Tabela 3 Comparação dos ângulos nasais de mulheres e homens no presente estudo e em outras raças
Autor | Raça | Gênero | n | ANF (º) | APN (º) | ANL (º) | AIA (º) |
---|---|---|---|---|---|---|---|
Rhee, 2004 | Coreana | F | 22 | 103,43 | |||
Japonesa | F | 15 | 99,87 | ||||
Chinesa | F | 16 | 113,51 | ||||
Husein, 2010 | Índia americana | F | 102 | 138,20 | 97,20 | ||
BNA | F | 200 | 134,30 | 67,40 | 104,20 | 59,40 | |
Choes KS, 2006 | Coreano-americana | F | 72 | 136,80 | 78,50 | 92,10 | 81,90 |
Aung SC, 2000 | Chinesa | F | 45 | 139,09 | 83,87 | 97,91 | 90,89 |
Dong Y, 2011 | Chinesa Han | F | 143 | 144,04 | 96,16 | 103,42 | |
Milosevic AS, 2008 | Croata | F | 58 | 139,11 | 84,12 | 109,39 | |
Sforza C, 2011 | Italiana | F | 66 | 93,84 | 75,43 | ||
O presente estudo | Turca | F | 59 | 133,16 | 77,91 | 98,91 | 80,89 |
Porter, 2004 | Afro-americana | M | 109 | 126,90 | 83,10 | ||
Nguyen e Turley, 1998 | Caucasiana | M | 116 | 137,30 | 80,60 | ||
Aung SC, 2000 | Chinesa | M | 45 | 137,43 | 82,55 | 99,91 | 89,07 |
Dong Y, 2011 | Chinesa Han | M | 146 | 138,19 | 94,16 | 104,30 | |
Sforza C, 2011 | Italiana | M | 126 | 94,99 | 74,45 | ||
O presente estudo | Turca | M | 56 | 123,85 | 82,16 | 97,91 | 85,98 |
n, número; ANF, ângulo nasofrontal; APN, ângulo da ponta nasal; ANL, ângulo nasolabial; AIA, ângulo da inclinação alar; BNA, branco norte-americano; F, feminino; M, masculino.
Em geral, os cirurgiões se decidem pelo método cirúrgico de reconstrução da parte externa do nariz com base em sua experiência clínica, que combina fatores subjetivos e objetivos.22 O fator subjetivo da estética nasal varia com a herança étnica e com as diferenças geográficas e culturais.20 Segundo Springer et al. 16 existem efeitos relacionados ao gênero com respeito à avaliação da forma nasal em mulheres, em comparação com os homens; isto é, mais críticas na avaliação do aspecto de seu próprio nariz, em contraposição com narizes de outras pessoas. Farkas et al.23 alertam para o fato de que o padrão estético neoclássico que se desenvolveu durante a Renascença europeia não é completamente apropriado para grupos étnicos asiáticos e africanos. Dentro desse raciocínio, existem ainda algumas diferenças entre aspectos estéticos do povo turco e de outros países. Em geral, a raça branca tem nariz estreito ou médio; a raça asiática normalmente tem nariz médio e a raça negra frequentemente exibe nariz largo. Especialmente, os habitantes de raça negra do Congo e da Guiné14 possuem narizes largos, com índices nasais acima de 100. Em nosso estudo de estudantes voluntários, a maioria exibia, tanto numérica como percentualmente, narizes estreitos: 46 (78%) nas mulheres e 39 (70%) nos homens - e para toda a nossa coorte, 85 (74%). A análise facial, com o uso de proporções antropométricas como orientação, é fundamental para o planejamento da cirurgia facial estética e reconstrutiva.
O presente estudo demonstra a existência de diferenças estatisticamente significativas entre os valores médios dos ângulos nasofrontal, da ponta do nariz e da inclinação alar em jovens turcos, homens e mulheres, que exibem principalmente narizes estreitos, com cinco modelos diferentes de narinas e perfis nasais. As mulheres turcas exibem principalmente perfil nasal do grupo I e modelo de abertura narinária também do grupo I. Nessa população, os valores médios dos ângulos nasais e tipos de narizes, além dos modelos de abertura narinária e perfis nasais, podem ser utilizados como pontos de referência para orientação no planejamento da cirurgia corretiva estética e para cicatrizes de queimadura do nariz.