Print version ISSN 0103-2100On-line version ISSN 1982-0194
Acta paul. enferm. vol.32 no.1 São Paulo Jan./Feb. 2019
http://dx.doi.org/10.1590/1982-0194201900013
El objetivo de este estudio fue identificar el tipo más prevalente de abuso a los ancianos en Corea del Sur. Este estudio también analizó qué tipo de abuso a los ancianos más afectó la depresión y después discutió contramedidas sociales con relación a los tipos prevalentes de abuso a los ancianos.
Se trata de un estudio descriptivo y los datos fueron recolectados a través de muestreo por conveniencia. Setenta y siete participantes tenían 60 años o más y no tenían deficiencia mental o trastorno depresivo. Cinco tipos diferentes de abuso a los ancianos (verbal, emocional, físico, financiero y negligencia) se midieron, así como síntomas depresivos. Se utilizó la estadística descriptiva para determinar el tipo más prevalente de abuso a los ancianos en Corea del Sur. Además, se utilizaron pruebas de correlación bivariada y regresión múltiple para entender la relación entre los tipos de abuso a los ancianos y la depresión del anciano.
Entre los cinco tipos de abuso a los ancianos, el abuso verbal, emocional y la negligencia fueron más prevalentes que los abusos físicos y financieros. De acuerdo con el análisis bivariado, el abuso emocional y el abuso verbal fueron significativamente relacionados con la depresión del anciano.
Los tipos invisibles de abuso a los ancianos, como abuso emocional, verbal y negligencia, fueron más prevalentes que los tipos visibles, como abuso físico y financiero. Estos tipos de abuso también se correlacionaron significativamente con la depresión del anciano. Este estudio permite futuros estudios intervencionistas para mejorar la percepción de los ancianos sobre el abuso y así evitar el desarrollo de la depresión de los ancianos.
Descriptores Maltrato a personas mayores; Depresión del anciano; Abuso de ancianos invisible; La propia percepción de los ancianos
A população mundial de idosos tem aumentado rapidamente e a população com mais de 60 anos deverá aumentar em até 24% até 2050.(1) Compreensivelmente, algumas questões médicas e sociais relacionadas aos idosos aumentaram junto com a população.(2) Entre as questões, os maus-tratos a idosos e a depressão têm sido frequentemente estudados: os resultados indicam que sexo, idade, nível de escolaridade, presença de cônjuge e tipo residencial são correlatos sociodemográficos para abuso aos idosos e depressão.(1,3–7) Especificamente, a depressão do idoso tem sido discutida internacionalmente como um dos principais correlatos ao abuso aos idosos.(5,8,9) Além disso, o estado atual do conhecimento na ciência de Enfermagem sugere que cerca de 10% da população idosa é vítima de abuso anualmente. (3,10,11)
Muita atenção tem sido dada à depressão entre os idosos, no que diz respeito a seu estado de saúde e qualidade de vida. A depressão pode contribuir para muitos problemas físicos na população idosa e pode limitar suas atividades diárias.(12) Ademais, os idosos com sintomas depressivos podem tentar o suicídio.(7) Alguns estudos anteriores avaliaram a depressão no idoso em decorrência de abuso e relatam ser um moderador entre abuso aos idosos e os pensamentos suicidas.(7,13) Neste estudo, vários tipos de abuso de idosos foram analisados para determinar qual tipo específico mais afeta a depressão do idoso.
De acordo com meu conhecimento, nenhum estudo foi realizado na Coréia do Sul, para descrever o abuso aos idosos de acordo com o tipo, embora existam alguns estudos internacionais relacionados aos tipos de abuso aos idosos.(10,14,15) Um estudo tratou-se da elaboração de um instrumento de medida(10) e os outros dois estudos abordavam os tipos de abuso aos idosos prevalentes nos países ocidentais. (14,15) Portanto, o presente estudo preenche uma lacuna em nosso conhecimento. Considerando-se os achados da revisão de literatura, o objetivo deste estudo foi triplo: primeiro, identificar o tipo mais prevalente de abuso aos idosos nesse país; segundo, analisar qual tipo de abuso ao idoso mais afeta a depressão; e terceiro, discutir contramedidas sociais para os tipos prevalentes de abuso aos idosos.
Estudo descritivo em que os dados foram coletados por meio de amostragem por conveniência. Os participantes foram recrutados em vários locais de uma província localizada na região sul da Coréia do Sul, tais como centros comunitários de idosos, estações de metrô, parques de idosos e/ou locais de mercado tradicionais.
O tamanho da amostra foi determinado por meio do G*Power Analysis versão 3.1.9.2 e análise a priori: os determinantes de entrada foram o tamanho de efeito médio (0,20), nível de significância p=0,05 e poder de estudo de 0,80. A análise indicou que um tamanho amostral de 71 indivíduos seria necessário. Foram distribuídos 135 pacotes de questionários para compensar por possíveis perdas e a pesquisa foi realizada durante um mês. Setenta e sete sujeitos concordaram em participar e responderam ao questionário. Este tamanho de amostra atendeu ao tamanho amostral proposto.
Os critérios de inclusão foram: idosos com 60 anos ou mais e que concordassem em participar do estudo após receberem informações detalhadas sobre o estudo. Os participantes também precisavam compreender os requisitos do estudo e não poderiam apresentar limitações na capacidade cognitiva. Os critérios de exclusão foram: deficiências cognitivas, como demência, e diagnósticos psicológicos, como depressão, conforme o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM) (Maio de 2013). Este estudo foi aprovado pelo Conselho de Revisão Institucional da instituição onde o autor atua como professor assistente (número de aprovação do IRI: 1040621-201809-HR-028-02).
Antes do início da pesquisa, todos os participantes foram informados sobre o direito de não participar do estudo e o direito de desistir durante o processo de pesquisa. A confidencialidade também foi enfatizada devido à sensibilidade do tópico do estudo. Uma vez que os dados foram coletados, todas as identificações foram removidas e não havia como recuperar os nomes dos participantes do estudo.
A definição conceitual usada para abuso ao idoso foi “um maltrato físico, emocional, verbal e financeiro executado por familiares ou parentes próximos para com a população idosa acima de 60 anos de idade”.(16) A definição operacional utilizada para abuso aos idosos na avaliação utilizada neste estudo, incluiu cinco tipos de abuso aos idosos: abuso verbal, emocional, físico, financeiro e negligência. Havia 18 itens na avaliação total. No entanto, os cinco subconceitos de abuso aos idosos foram avaliados por três, quatro, quatro, quatro e três itens, respectivamente, para abuso verbal, emocional, físico, financeiro e negligência. Os itens foram pontuados em uma escala Likert de 5 pontos, variando de 1 ponto = nem um pouco, e 5 pontos = concordo totalmente; portanto, os escores totais variaram de 18 a 90, com escores mais altos indicando maior o abuso aos idosos. Nesta medida, um ponto indica que o entrevistado nunca foi maltratado e 2 pontos ou mais indicam que ele foi maltratado pelo menos uma vez. Kim (2007)(17) usou essa ferramenta para medir o abuso aos idosos e relatou que o alfa de Cronbach da consistência interna foi de 0,897; o presente estudo relatou 0,868 para consistência interna.
A Escala de Depressão Geriátrica (EDG, 1983)(18) é uma das avaliações utilizadas mundialmente para mensurar especificamente os sintomas depressivos na população idosa. A EDG original inclui 30 itens, mas uma versão curta foi desenvolvida mais tarde, constando de 15 itens.(19) Este estudo usou a versão curta. Essa escala é geralmente fácil de utilizar com a população idosa, pois exige respostas sim/não. A definição conceitual de depressão nessa escala foi “existência ou não de preocupações e percepção da pessoa em relação à sua qualidade de vida”. A resposta “sim” foi codificada como 0 ponto, enquanto “não” foi codificada como 1 ponto. Havia cinco itens reversos e a codificação foi invertida para esses itens reversos. Em termos de definição operacional, a pontuação total variou de 0 a 15 pontos, com escores menores representando menor depressão e escores mais altos, maior depressão. A forma curta sugere que 0~4 pontos são normais, 5~10 pontos constituem depressão intermediária, e 11 pontos ou mais são considerados depressão grave. Além disso, o estudo original(19) relatou consistência interna com alfa de Cronbach=0,840. Este estudo relatou consistência interna de 0,774.
Os dados foram codificados, limpos e analisados usando o SPSS versão 25.0.(20) Estatística descritiva, como frequências, médias, medianas, desvios padrões, variações e dispersão, foi usada para determinar o tipo mais prevalente de abuso aos idosos. A Correlação bivariada e regressões múltiplas foram usadas para analisar a relação entre os tipos de abuso aos idosos e depressão dos idosos. Como a justificativa para tamanho da amostra foi calculada utilizando-se um pacote estatístico apropriado e o tamanho da amostra do estudo atende ao cálculo, testes paramétricos foram implementados. Para definir o grau de significância, foi utilizado um nível alfa de 0,05.
A idade média dos participantes do estudo foi de 74,5 anos e 73% eram do sexo feminino. Um terço deles (32,5%) morava sozinho, 40,3% moravam com o cônjuge e 23,4% moravam com filhos/casados ou solteiros. Dois terços (70,1%) eram relativamente saudáveis, mas o restante (29,9%) respondeu que não ser saudáveis. Nove sujeitos (11,7%) relataram abusos. A maioria (70,1%) dos abusados não possuía renda mensal independente e, portanto, dependia de seus filhos e/ou parentes (Tabela 1). Essas características demográficas explicam 32,2% da relação com depressão dos idosos (valor F=6,759, valor p<0,001), enquanto 6,1% explicam a relação com abuso aos idosos (valor F= 0,929, valor p= 0,467) (Tabela 1).
Tabela 1 Características demográficas e resumo do modelo
Idade | Sexo | Experiência de abuso | Vivem com | ||||||
---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|
Média (DP) 74,35 (0,762) |
Feminino 56(72,7%) |
Masculino 21(27,3%) |
Sim 9(11, 7%) |
Não 68(88,3%) |
Sozinho 25(32,5%) |
Cônjuge 31(40,3%) |
Filhos 18(23,4%) |
Etc. 3(3,8%) |
|
Estado de saúde | Remuneração independente | ||||||||
Excelente 4(5,2%) |
Bom 20(26%) |
Moderado 30(39% |
Ruim 21(27,3%) |
Muito ruim 2(2,6%) |
Yes 23(29,9%) |
No 54(70,1%) |
|||
Resumo do modelo | R | R2 | Var. F | Sig. Var. F | |||||
Variáveis dependentes | Depressão | 0,568 | 0,322 | 6,759 | 0,000 | ||||
Abuso | 0,248 | 0,061 | 0,929 | 0,467 | |||||
Preditor | Variáveis demográficas |
O escore total de abuso potencial variou de 18 a 90. Em nossa amostra, o escore total variou de 22 a 59 pontos e o escore médio foi de 34,17 [desvio padrão (DP): 8,95]. Cada questão é pontuada de 1 a 5 pontos: 1 ponto indica que o sujeito nunca foi abusado enquanto 5 pontos indicam que o sujeito sentiu fortemente que foi abusado o tempo todo. Assim, se um sujeito nunca tivesse sido abusado, o escore total de abuso não deveria ser maior que 18. Se o escore foi acima de 18, o sujeito foi maltratado de alguma forma e ele pontuou algum(ns) item(s) maior que 1 ponto (Tabela 2).
Tabela 2 Tipos de abuso aos idosos e suas médias por item
Tipos de abuso | Abuso total | Verbal | Emocional | Físico | Econômico | Negligencia | ||||||||||||
---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|
Media(DP) | 34,17(8,95) | 7,34(2,13) | 8,88(3,06) | 6,19(2,52) | 5,44(2,25) | 6,31(2,68) | ||||||||||||
Mínimo | 22,00 | 3,00 | 4,00 | 4,00 | 4,00 | 3,00 | ||||||||||||
Máximo | 59,00 | 12,00 | 18,00 | 15,00 | 12,00 | 12,00 | ||||||||||||
Numero item de abuso | Média item por item | |||||||||||||||||
1 | 2 | 3 | 4 | 5 | 6 | 7 | 8 | 9 | 10 | 11 | 12 | 13 | 14 | 15 | 16 | 17 | 18 | |
Média | 2,8 | 2,4 | 2,0 | 2,6 | 2,4 | 1,9 | 1,9 | 1,7 | 1,3 | 1,5 | 1,5 | 1,3 | 1,2 | 1,4 | 1,3 | 2,3 | 2,0 | 1,9 |
4 | 7 | 3 | 4 | 4 | 0 | 1 | 4 | 6 | 1 | 8 | 4 | 9 | 5 | 6 | 4 | 5 | 2 | |
DP | 0,9 | 0,9 | 0,9 | 1,0 | 0,9 | 0,8 | 0,9 | 0,9 | 0,6 | 0,8 | 0,8 | 0,6 | 0,5 | 0,8 | 0,7 | 1,1 | 0,9 | 1,0 |
3 | 7 | 7 | 8 | 5 | 7 | 8 | 1 | 9 | 4 | 5 | 4 | 4 | 2 | 4 | 1 | 9 | 5 |
A medida incluiu cinco subescalas para abuso verbal, emocional, físico, financeiro e negligência. Entre os cinco tipos de abuso aos idosos, os abusos verbal (média de 7,34 de uma pontuação máxima de 15), emocional (média de 8,88 de uma pontuação máxima de 20) e negligência (média de 6,31 de uma pontuação máxima de 15) foram relativamente mais prevalentes do que o abuso físico (média de 6,19 da pontuação máxima de 20) e o abuso financeiro (média de 5,44 de uma pontuação máxima de 20) (Tabela 2). Em resumo, tipos invisíveis de abuso aos idosos foram mais prevalentes do que os tipos visíveis.
Analisando a escala, item por item, a pontuação média para os itens 1 a 5 e 16 a 17 foi maior que 2,0 (de vez em quando abusado/maltratado): 2,84, 2,47, 2,03, 2,64, 2,44, 2,34 e 2,05, respectivamente. Os itens de 1 a 3 pertencem à subescala de abuso verbal e de 4 a 8 pertencem à subescala de abuso emocional. Os itens 16 a 18 fazem parte da subescala de negligência (Tabela 2). Este resultado também indicou que os tipos invisíveis de abuso aos idosos são os tipos mais prevalentes na Coreia do Sul.
A depressão do idoso se correlacionou com o abuso. Na análise bivariada, especificamente o abuso emocional (coeficiente de correlação de Pearson=0,305, p=0,007) e p abuso verbal (coeficiente de correlação de Pearson=0,340, p=0,002) estiveram significativamente relacionados à depressão. Para confirmar estes resultados, foi efetuada a análise de regressão múltipla a fim de controlar outras variáveis: os cinco tipos de abuso aos idosos explicaram cerca de 15,3% da depressão do idoso (valor p = 0,034, valor F=2,565). Os valores do coeficiente de correlação de Pearson para as duas variáveis independentes (abuso verbal e emocional) foram calculados e demonstraram-se correlações semelhantes: a significância entre depressão e abuso verbal foi p=0,001 enquanto a de abuso emocional foi p=0,004 (Tabela 3). Em outras palavras, a depressão do idoso é mais influenciada pelo abuso verbal e emocional do que pelo abuso físico, financeiro e negligência.
Tabela 3 Correlação entre depressão do idoso e tipo de abuso.
Tipos | Abuso emocional | Abuso físico | Abuso econômico | Abuso negligência | Abuso verbal | |
---|---|---|---|---|---|---|
Depressão do idoso | Correlação de Pearson | 0,340 | 0,305 | 0,181 | 0,053 | 0,088 |
Significância | 0,002 | 0,007 | 0,115 | 0,650 | 0,448 | |
Soma dos quadrados | 194,75 | 251,66 | 122,90 | 31,83 | 63,23 | |
Covariância | 2,56 | 3,31 | 1,62 | 0,42 | 0,83 | |
Resumo do modelo | R | R2 | variância F | Significância da variância F | ||
0,391a | 0,153 | 2,565 | 0,034 |
Preditores: Abuso por negligência, Abuso verbal, Abuso econômico, Abuso físico, Abuso emocional; Variável dependente: Depressão
Estudos anteriores foram realizados para verificar correlação entre características demográficas e abuso aos idosos e demonstraram que as mulheres e aqueles com um nível de doença que necessitam de assistência para as atividades diárias são mais propensos a sofrer abuso aos idosos.(4,6,8,11,14) Em contraste, este estudo relaciona as características demográficas à depressão do idoso (geriátrica) ao invés de abuso do idoso. No presente estudo, mais variáveis demográficas, como detalhes relacionados ao grau de doença e nível de escolaridade, poderiam ser coletadas e testadas para verificar as correlações com o abuso aos idosos, supondo que o tamanho da amostra fosse suficiente para incluir tantas variáveis do estudo na análise. Em pesquisas futuras, essas variáveis demográficas podem ser retestadas em uma amostra maior com método de amostragem aleatória.
Com base nos resultados, os tipos obscuros de abuso aos idosos são mais prevalentes do que os tipos definidos. Evidências anteriores também relataram que os tipos psicológicos de abuso aos idosos eram mais prevalentes do que os tipos físicos.(14,15) No entanto, Simone et al.(15) relataram que abuso por negligência foi o mais prevalente e Ribot et al.(14) relataram que o abuso psicológico foi o principal tipo de abuso. É difícil comparar os conceitos exatamente, uma vez que estudos anteriores usaram medidas diferentes de diferentes variáveis para explorar o abuso aos idosos. No entanto, o estudo atual e estudos anteriores têm algo em comum: abuso verbal e abuso emocional no estudo atual foram invisíveis/indefinidos para entender, assim como o abuso psicológico(14) e o abuso de negligência.(15)
A avaliação atual quanto ao abuso aos idosos foi desenvolvida para detectar mais provas de abuso.(21) Por exemplo, questões no instrumento inquirem sobre um evento específico, quando a vítima foi maltratada, ou sobre uma evidência física deixada em seu corpo devido aos maus-tratos. Por exemplo, “alguém te impediu de obter comida, medicamentos, copos …” (Wang et al., P.578). Portanto, tipos invisíveis e/ou indefinidos de abuso aos idosos, como assédio verbal e sofrimento emocional, são garantidos pelo processo de avaliação. O estudo atual, no entanto, demonstrou que as vítimas mais velhas sofriam mais de tipos obscuros de abuso do que os tipos visíveis de abuso. Isso permite pesquisas futuras e o desenvolvimento de uma ferramenta de avaliação de abuso contra idosos que reflita a realidade com precisão. Além disso, um sistema de bem-estar social deve ser desenvolvido para que essas vítimas possam denunciar sempre que sofrerem abuso. Na Coréia, existe uma norma social de que os problemas familiares devem ser encobertos para que a família seja bem vista. Devido a essa norma tradicional, os idosos são mais propensos a esconder os maus-tratos e, sendo assim, o quadro relacionado ao status de abuso aos idosos nunca é muito realista. Diante disso, um sistema de bem-estar social bem desenvolvido deve permitir e encorajar as vítimas idosas, no futuro, a relatarem livremente o abuso que sofreram.
Por um lado, este estudo descobriu que os tipos psicológicos e invisíveis de abuso aos idosos (abuso verbal e emocional) afetam mais negativamente a depressão do idoso do que os tipos visíveis de abuso aos idosos (abuso físico e financeiro). Devido à explosiva extensão da expectativa de vida, tem-se dado mais atenção à qualidade de vida dos idosos, sendo a depressão é uma das questões frequentemente estudadas.(13,22) Evidências anteriores sugerem que o abuso aos idosos causa depressão, diminuindo sua qualidade de vida ou provocando pensamentos suicidas. Claramente, um sistema de segurança social que proteja as vítimas que sofreram abuso verbal e emocional especificamente deve ser estabelecido imediatamente. Isso evitará que os idosos tenham depressão e as protegerão de viver com baixa qualidade de vida.
Em nosso estudo atual, apenas nove dos 77 participantes concordaram que foram abusados. Se essas respostas forem verdadeiras, a pontuação total de abuso na escala de abuso aos idosos para o restante (68 participantes) deve ser de 18 pontos. No entanto, todos os 77 participantes relataram escore de abuso de mais de 22 pontos, o que significa que, de alguma maneira, eles foram maltratados. Um estudo recente relatou que os idosos são sensíveis em sua percepção de sua própria experiência de abuso,(23) mas o estudo atual sugere um resultado oposto. É provável que este fenômeno esteja relacionado ao ambiente cultural na Coréia: os idosos vivem sem uma percepção apropriada de como são tratados. Em outras palavras, deve-se prestar atenção a todos os sujeitos deste estudo, além dos nove indivíduos relatados. No futuro, um estudo de intervenção é necessário para melhorar a percepção dos idosos em relação à abuso.
Este estudo foi realizado para identificar os tipos mais prevalentes de abuso contra idosos na Coréia e verificar as correlações entre abuso e depressão. Além disso, discussões ponderadas devem ser iniciadas com relação às intervenções sociais para vários tipos de abuso contra idosos e a depressão correlacionada. Este estudo preenche lacunas no nosso conhecimento, uma vez que nenhum estudo foi realizado para comparar os tipos de abuso contra idosos na Coreia do Sul, embora alguns estudos tenham sido realizados em países ocidentais. Ainda assim, este estudo tem certas limitações, como o viés de amostragem (amostragem intencional e de conveniência, não coletada em todo o país e um tamanho de amostra relativamente pequeno), mas a inovação deste estudo em preencher uma lacuna de conhecimento supera em muito a limitação do estudo. Faz-se necessário o desenvolvimento de pesquisas futuras, conduzidas com amostra ampla, nacional e aleatória, além do desenvolvimento de um sistema de bem-estar social que permita que as vítimas idosas relatem livremente suas experiências. Além disso, um estudo de intervenção é necessário para melhorar a percepção dos idosos sobre sua própria experiência com maus-tratos.