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Paternity and breastfeeding: mediation of nurses

Paternity and breastfeeding: mediation of nurses

Autores:

Rita Maria Viana Rêgo,
Ângela Maria Alves e Souza,
Tatiane Negrão Assis da Rocha,
Maria Dalva Santos Alves

ARTIGO ORIGINAL

Acta Paulista de Enfermagem

On-line version ISSN 1982-0194

Acta paul. enferm. vol.29 no.4 São Paulo July/Aug. 2016

http://dx.doi.org/10.1590/1982-0194201600052

Introdução

O leite materno é reconhecidamente o melhor alimento para a criança, os benefícios incluem vantagens para a criança, a mulher, o pai, a família, a sociedade, o país, a ecologia e o planeta.(1)

O conceito de pai tem sofrido alterações nos últimos anos, consequência das transformações pelas quais o mundo, especialmente no campo político, econômico, científico e cultural, vem passando. O lugar paterno era associado à função de prover a família de suas necessidades materiais e assegurar a ordem no sistema microfamiliar. O homem ainda é escravo do estereótipo masculino que determina figuras de identidade como de super-homem que, na vida cotidiana, traduz-se no pai protetor e provedor material. Na atual sociedade é uma figura excêntrica por contingência da função que culturalmente assumiu de responsável pelo sustento da família,(2)e apresenta agora, novas funções, companheiro, cuidador, protetor, entre outros.

Atualmente compreende-se que a valorização à participação paterna, desde o pré-natal, quebra barreiras de adaptação e cuidados ao filho e à puérpera, contribui no manejo da amamentação, evitando o desmame precoce.(3)

Ante essa nova abordagem estruturada aos pais, buscou-se identificar como o pai compreende a sua contribuição no apoio e estímulo à amamentação e qual a percepção de sua companheira em relação ao cuidado prestado.

Métodos

Este estudo de natureza qualitativa utilizou como técnica a pesquisa-ação, parte de uma dissertação do Programa de Pós-Graduação de Enfermagem da Universidade Federal do Ceará.

Ressalta-se que a pesquisa-ação utiliza técnicas nas quais os pesquisadores e participantes interagem durante o estudo, para refletir, exercitar e decidir mudanças da prática. Neste tipo de pesquisa, habitualmente, é possível executar um projeto de transformação de uma realidade, produz-se informações e conhecimentos efetivos para solução de desafios do mundo atual.(4)

Para seleção dos participantes, a pesquisadora, abordou gestantes, acompanhadas ou não, após o término da consulta obstétrica, no pré-natal do ambulatório de um hospital-maternidade distrital, de nível secundário, referência do Município de Fortaleza, CE. Ao afirmar que teria adesão do companheiro, as gestantes maiores de 18 anos foram convidadas a participar da pesquisa. Contudo, das 21 convidadas, apenas 08 conseguiram adesão dos companheiros.

As atividades com os casais participantes foram iniciadas no momento que as mães estavam com sete meses de gravidez. Naquela ocasião, estes foram entrevistados e verificou-se seus conhecimentos em relação à amamentação, identificou-se quais os desejos e interesses em relação aos cuidados com seu filho.

Antes do nascimento das crianças, aconteceram quatro encontros grupais, aos sábados ou domingos, período em que era mais factível a presença dos pais.

Evidenciou-se que, ante a proposta de acompanhamento após o nascimento do bebê, foram realizadas visitas domiciliárias (VD), com média de 20 encontros. A variação no número de visitas se deu de acordo a especificidade das intercorrências: fissura mamilar, mamas ingurgitadas, patologia da criança, insegurança materna, especialmente na primeira gestação, influências negativas da família e comunidade.

Visitou-se diariamente as famílias durante os doze dias consecutivos após o nascimento dos bebês, período em que a amamentação ficou estabelecida. A posteriori, foram espaçadas estas visitas para uma vez por semana, por dois meses subsequentes, e quinzenalmente, até a criança completar seis meses de vida.

Quando as crianças estavam com cinco meses, realizou-se um encontro com os casais para avaliar as mudanças ocorridas. As entrevistas com duração média de 15 minutos foram gravadas, sob consentimento informado dos participantes e transcritas na íntegra, para análise dos seus discursos. Os casais escolheram os nomes fictícios e de seus filhos.

Optou-se pela teoria do vínculo para embasamento teórico, definido como relacionamento específico, único, entre duas pessoas, que dura ao longo do tempo.(5)

Os resultados foram obtidos por meio da análise temática.(6) Inicialmente, reuniu-se o material e foi realizada leitura minuciosa e exaustiva dos depoimentos. Posteriormente, foram apropriados os comportamentos e ações dos participantes do estudo por meio do material contido nas entrevistas, observação da relação do vínculo pai, mãe e filho, nas VD, para apreensão dos significados, argumentações e justificativas presentes nas falas dos casais.

Organizaram-se as categorias a seguir: percepção do pai no que concerne a sua contribuição no apoio e estímulo à amamentação com base no aprendizado; Compreensão da companheira quanto à participação do pai na amamentação, com base no conhecimento elaborado nos encontros grupais e visitas domiciliárias; o pai como partícipe no cuidado com o filho e companheira promove a amamentação.

Estudo aprovado pelo Comite de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Ceará - COMEPE, dentro das normas que regulamentam a pesquisa em seres humanos, do Conselho Nacional de Saúde - Ministério da Saúde, Resolução n° 196 de 10 de outubro de 1996 e complementares, aprovou o projeto supracitado na reuniao do dia 31 de janeiro de 2008.

Resultados

Caracterização do perfil dos casais participantes

O perfil dos oito casais entrevistados demonstrou que cinco pais possuem ensino fundamental completo e quatro incompletos; cinco o ensino médio completo e dois incompletos. A média de idade foi de 24 anos. Três das oito crianças eram primeiros filhos e quatro constituíam o segundo; apenas uma era o terceiro filho do casal.

Três dos oito casais eram casados há dois anos ou mais. A média de convívio em união consensual foi de quatro anos, sendo que cinco conviviam há mais de dois e um casal há dez anos.

Todas as crianças conviviam sob o mesmo teto dos seus pais biológicos e desfrutavam da companhia do pai e da mãe, os quais foram esclarecidos quanto à importância do vínculo afetivo para a formação de personalidade sadia do ser humano antes do nascimento de suas crianças.

No que diz respeito à religião, treze pais eram católicos e quatro evangélicos. Apenas um pai referiu não ter religião, mas batizou o filho com dois meses de vida; a companheira definiu-se como católica. A média da renda mensal foi de R$ 600,00.

Apresentam-se as categorias apreendidas nos conteúdos manifestos dos discursos dos casais participantes.

Percepção do pai no que concerne a sua contribuição no apoio e estímulo à amamentação, com base no aprendizado

Os pais demonstram satisfação em prestar cuidados aos filhos, principalmente quando percebem que sua companheira e/ou profissionais de saúde reconhecem, valorizam suas iniciativas e tentativas de acertos. Eles apontam a vantagem de ter um aprendizado-orientado pela enfermeira, conforme relato:

“Ela (a enfermeira) ensinou muitas coisas que a gente não sabia na prática, modo de dar banho e como fazer com ela (esposa) quando o seio tava inchado. “Foi muito importante a presença dela” [...] “Eu aprendi a dar banho na criança e a limpeza geral no corpo da criança”. (Paz). “Agradeço muito ter participado do grupo” [...] “se ele (filho) acorda duas da manhã, ela (esposa) joga ele logo pra cima de mim e eu fico com ele na rede até ele dormir”. (Shell).

Cada pai apontou a importância da continuidade desse tipo de iniciativa, evocando sua ampliação para outros casais. Um deles enfatizou que esse tipo de prática educativa deveria ser ampliada, não somente no Estado do Ceará, mas em todo o Brasil. A necessidade de partilha de experiências agradáveis com amigos, vizinhos e familiares parece ser inerente ao ser humano e, dessa forma, os conhecimentos são multiplicados.

O desejo de partilhar vivências prazerosas está claramente manifesto nas falas de Bruno e Prisioneiro:

Eu percebi no que ela (enfermeira) falou para a gente que realmente tinha lógica [...] Foi até um conhecimento que eu posso passar pra um irmão, pra um conhecido [...] (Prisioneiro). A gente soube das conseqüências negativas da mamadeira [...] Foi tudo ótimo, aprendi muito [...] Devia continuar não só no Ceará, mas no Brasil inteiro [...] Acho que o Brasil ia ter uma mudança na saúde”. (Bruno).

Só mesmo alegria, só coisa boa, foi ótimo. Percebi que leite materno é o melhor, só ele mesmo. Um leite artificial, mais doce, não é mesma coisa. Eu não tinha esse conhecimento. Pra mim tanto fazia um como outro. Acho que a gente não pode deixar de fazer isso [...] Tem que continuar no mesmo caminho”. (Visconde).

Ficou evidente nas falas de alguns participantes a ideia de que os encontros grupais proporcionaram não apenas segurança, como também aproximação dos casais, favorecendo a unidade familiar, conforme os depoimentos de Rei e Visconde:

“Ajudou muito! Nas visitas ela (enfermeira) me deixou mais seguro e minha participação como pai é essa: ficar junto dela (esposa), ajudar ela. É em poucas palavras: ser feliz mesmo”. (Rei).

Foi o mais importante, deveria ter uma pessoa assim, nos primeiros meses [...] Fiquei muito contente e se nós não tivéssemos participando dos encontros ela não teria amamentado [...] Todo dia fico feliz quando volto para ficar perto da minha esposa [...] e este projeto até nos aproximou, uniu mais o casal. [...] é bom cuidar do filho. Passei a ser mais companheiro, mais carinhoso, melhorou a vida do casal” (Visconde).

Compreensão da companheira quanto à participação do pai na amamentação, com base no conhecimento elaborado nos encontros grupais e visitas domiciliares

Percebe-se o quão o pai é importante no processo da amamentação. Faz-se necessário que os profissionais de saúde acreditem, os convidem a participar desde o pré-natal, e incentivem sua companheira a valorizar as iniciativas desse pai.

Com suporte na prática profissional e resultados desta pesquisa, evidenciou-se que alguns homens tentam participar dos cuidados com os filhos e da amamentação, porém, em certos momentos, são desacreditados, desencorajados e repreendidos por suas companheiras, como expressam as falas de D. Benta e Finha:

“A enfermeira ensinou a banhar. Quando cheguei da maternidade, no primeiro banho, pensei que Visconde (marido) ia derrubar meu filho na banheira, aí eu falei: cuidado você não vá derrubar meu filho [...] e ela (pesquisadora e enfermeira) falou: ele está indo muito bem, precisamos confiar nele”. (D. Benta).

“[...] Tem noite que eu tô cansada e, ele pega “anjinho curioso” e fica cantando com ele de noite. Coloca ele pra dormir, mas sempre me acorda pra ajeitar ele no berço. Eu já disse pra ele que me acordasse nessa hora, porque ele não sabe ajeitar o bebê no berço”. (Finha).

Todas as mulheres deste estudo concordaram com o fato de que os encontros e as visitas domiciliárias contribuíram para a participação do pai nos cuidados e amamentação, uma delas enfatizou que o companheiro gostava de ser chamado de “pai participante”:

“Os encontros incentivaram muito, ele fazia muita pergunta, ficou empolgado pra me ajudar. Aí ele queria me ajudar pra mostrar a ela (enfermeira) que sabia e que era um pai participante. Eu só ficava rindo dele porque ele ficava só dizendo eu sou um pai participante, sou um pai participante [...]” (Finha).

O pai como partícipe no cuidado com o filho e companheira promove a amamentação

Todos os pais contribuíram para que suas crianças fossem amamentadas, buscando proporcionar tranquilidade e conforto às mães. Esse fato pode ter contribuído, em parte, para a produção e ejeção láctea. Alguns dos pais partícipes ajudaram nas tarefas domésticas, como lavagem de roupas, higiene da casa e preparação de refeições. Essa ajuda foi percebida com satisfação pelas companheiras, como se pode verificar nos depoimentos, tanto dos pais quanto das mães:

“[...] Não deixo nenhuma roupa dele suja, lavo todinhas. Valeu a pena esta experiência, primeiro filho. Agora já tenho experiência como pai”. (Shell).

“Ele lava toda a roupa, minha e de Leãozinho, nem me preocupo mais, esta parte já é dele. Agora mesmo tá lá na lavanderia [...]” (D. Benta).

“[...] antes desses encontros ele (referência ao marido) só sabia reclamar e procurar defeito em tudo [...] e agora ele faz tudo em casa” (AMOR).

Quanto às atividades e cuidados diários com os bebês, todos os pais transportavam em seu colo os filhos para dar o “banho-de-sol”. Realizaram a higiene corporal diversas vezes e limpeza do coto umbilical, enquanto outros cortavam unhas das crianças, conforme discursos a seguir:

“Ele (marido) tem participado bastante dos cuidados, com este, leva para banho de sol, pega nos braços, o que ele nunca fazia com os outros [...] Tinha medo de derrubar [...] os outros filhos ele só pegava depois de 4 meses [...]” (Emilia).

“O pai é quem corta as unhas (pausa e sorrisos...) eu tenho muito medo de machucar [...]” (Lisbela).

Todas as mães informaram que seus companheiros providenciavam sucos, ou outros líquidos, e traziam espontaneamente, enquanto elas estavam amamentando:

Às vezes tô dando de mamar e aí quando menos espero lá vem ele, com um copo de suco, água [...] Ele nunca tinha feito isto com os outros [...] (referências aos filhos anteriores)” (Emília).

Ele se preocupa muito com minha alimentação, sempre se preocupou e [...] Agora, ainda mais. Ele até lembra daquela poesia (referencia a poesia apresentada nos encontros) [...]eu sou muito chata para comer” (Lisbela).

Discussão

A pesquisa-ação é encontrada na literatura com experiências exitosas, quando empregada segundo critérios metodológicos bem estabelecidos. Por meio deste método, buscou-se transformar o contexto do grupo participante por meio de ações educativas.

Evidenciou-se que o pai se tornou um aliado na amamentação e que a aprendizagem com suporte na valorização dos conhecimentos prévios e estímulo à reflexão crítica, contribuiu para bons níveis de amamentação. Assim como sugeriu outro estudo, onde os pais que possuíam maior conhecimento sobre a amamentação tiveram uma visão mais positiva da mesma.(7,8)

A profissão de enfermagem no Brasil desempenha papel importante no sentido de incentivar intervenções na saúde em mães, quando toma a prática da amamentação como horizonte comum, para que profissionais de saúde e pais possam interagir, trocar experiências e conhecimentos para promoção e proteção da saúde de mulheres e crianças.(9)

A amamentação exclusiva até os seis meses teve representatividade significativa, uma vez que, nesta ocasião, das oito mulheres participantes, seis amamentaram exclusivamente; uma delas ofertou amamentação predominante e uma criança foi desmamada, cujas razões foram atribuídas ao trabalho fora do lar por período superior a dez horas consecutivas, com utilização de chupetas e mingau, ofertado por mamadeiras. Foi evidenciado o quão é importante a sensibilização dos pais por meio de ações educativas, no pré-natal, para a continuidade da amamentação exclusiva até os seis meses.(10,11)

Nutrizes afirmaram que compartilhar o cuidado infantil com os familiares, bem como receber ajuda para as tarefas diárias contribui para o sucesso na manutenção do aleitamento materno exclusivo mais prolongado.(12)

Identificou-se também que o esclarecimento acerca do manejo da amamentação e a oportunidade de liberdade para decisão, associados ao nível de escolaridade, razoável renda per capita e o fato de todos possuírem um credo, favoreceu a harmonia, formação de vínculos, assiduidade, interesse, pontualidade e participação efetiva dos casais durante a convivência.

Intuiu-se que, entre outras razões, o trabalho em grupo e o acompanhamento sistemático das famílias por meio das VD, proporcionaram nesta pesquisa visibilidade à categoria do enfermeiro pelos participantes deste estudo.

A mediação do vínculo foi uma preocupação durante a pesquisa, com ênfase nos benefícios para amamentação e família. A conquista do vínculo é possível quando a amamentação não está relacionada a uma obrigação a ser cumprida,(13) quando é percebida como um direito da criança e, antes de um dever, um direito da mãe, a quem cabe a escolha do alimento de seu filho, opção que deve ser respeitada pelo entorno familiar e social. Em consonância encontrou-se em estudo, por meio da fala dos depoentes, a valorização do vínculo para o sucesso da amamentação.(14)

Para orientar a mãe na tomada de decisão, o enfermeiro deve oferecer oportunidades para as mães falarem sobre seus medos e dificuldades; contribuir para que possam conhecer seu filho e suas necessidades; pensar além dos cuidados de ordem técnica; estar atento às singularidades de cada dupla mãe-bebê; não tornar a obrigatoriedade no aleitamento materno como única forma de cuidar.(9)

Evidenciou-se que os pais olhavam com admiração e orgulho para o bebê e, por meio da comunicação não verbal ou com palavras, demonstraram vontade de participar do cuidado, de auxiliar a colocar o filho nos braços da companheira no momento da amamentação. Os pais e as mães no mundo todo abraçam, acariciam e embalam seus filhos ao colo, naturalmente, usando de variedades de toques para tranquilizá-los. Dados de outra pesquisa revelam que os pais estão interessados em aleitamento materno e querem ser envolvidos na preparação e apoio da amamentação, sentem interesse pelas questões práticas, que demonstrem como participar dos cuidados, prestando apoio a suas parceiras.(15)

Os pais e as mães não são semelhantes apenas em sua sensibilidade à criança, mas experimentam o sucesso na amamentação. A ansiedade é um sentimento comum para os pais e acredita-se que essa possa ser diminuída com orientações que possibilitem ampliar conhecimentos, habilidades e atitudes, assim como, na exposição de maneiras como o pai deve apoiar o aleitamento materno.(10)

Com base na vivência desta pesquisa, comprovou-se que a figura do homem distante, apenas provedor de autoridade e sustentador financeiro familiar, está sendo transformada em um cuidador eficiente, à medida que este pai se sente valorizado pelos profissionais de saúde e sua companheira. O homem vem procurando um redimensionamento de sua vida, em que o modelo desempenhado por uma geração em que o pai era alguém omisso e distante afetivamente está sendo gradativamente substituído por um homem que busca iniciar no exercício do contato e da expressão de suas necessidades afetivas.(2)

O pai deve ser lembrado e incluído em todo o processo reprodutivo, nas consultas de enfermagem, na assistência hospitalar e domiciliar, uma vez que a amamentação é parte inerente dessa fase singular na vida da família.

Conclusão

Nesta pesquisa ficou evidenciado por meio dos depoimentos, o quanto os pais percebem sua contribuição para o sucesso da amamentação, assim como, a satisfação que demonstram em prestar cuidados aos filhos, principalmente quando suas esposas valorizam referidas iniciativas. Eles olham com orgulho para a criança recém-nascida e, por meio da comunicação não verbal ou com palavras demonstram vontade de participar do cuidado, de auxiliar a colocar a criança nos braços da companheira no momento da amamentação.

Algumas mulheres percebem e demonstram satisfação quando os seus companheiros colaboram nos cuidados com os filhos e com elas. Numa ocasião foi necessário a pesquisadora despertar na mulher que o pai estava prestando cuidado de modo eficaz com vistas a valorização de suas tentativas de acertos. Evidencia-se que o pai pode ser um importante aliado, verdadeiro parceiro na educação dos filhos e na amamentação, sendo indispensável o estímulo à sua participação. O pai deve ser lembrado e incluído em todo o processo reprodutivo, nas consultas de enfermagem, na assistência hospitalar e domiciliar, uma vez que a amamentação é parte inerente dessa fase singular na vida da família.

REFERÊNCIAS

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