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Perda de qualidade do sono e fatores associados em mulheres climatéricas

Perda de qualidade do sono e fatores associados em mulheres climatéricas

Autores:

Agamenon Monteiro Lima,
Josiane Santos Brant Rocha,
Viviane Margareth Chaves Pereira Reis,
Marise Fagundes Silveira,
Antônio Prates Caldeira,
Ronilson Ferreira Freitas,
Daniela Araújo Veloso Popoff

ARTIGO ORIGINAL

Ciência & Saúde Coletiva

versão impressa ISSN 1413-8123versão On-line ISSN 1678-4561

Ciênc. saúde coletiva vol.24 no.7 Rio de Janeiro jul. 2019 Epub 22-Jul-2019

http://dx.doi.org/10.1590/1413-81232018247.19522017

Abstract

The scope of this article is to identify the prevalence of the loss of quality of sleep and associated factors among menopausal women. It is a quantitative, cross-sectional and analytical study, the variables of which were investigated by applying a structured/pre-tested questionnaire and the Pittsburgh Sleep Quality Index with 819 menopausal women cared for under the Family Health Strategy. Simple Poisson regression was used to screen the variables (p < 0.25). For multiple analysis, Poisson regression was used based on a hierarchical model, at a significance level of 5%. Loss of quality of sleep was identified in 67% of the sample. Variables such as advanced age (PR = 1.09; CI = 1.03-1.16), moderate and severe menopausal symptoms (PR = 1.18; CI = 1.10-1.27), moderate to severe anxiety (PR = 1.17; CI = 1.10-1.25), moderate to severe depression (PR = 1.08; CI = 1.01-1.15) and arthritis/arthrosis/rheumatism (PR = 1. 07; CI = 1.01 - 1.14) revealed statistically significant associations with loss of quality of sleep. The loss of quality of sleep was highly prevalent in the population studied. Factors associated with loss of quality of sleep were advanced age, moderate to severe menopausal symptoms, moderate to severe anxiety and depression, and the presence of arthritis/arthrosis/rheumatism.

Key words: Women’s health; Menopause; Sleep

Introdução

O Brasil vivencia profunda mudança em sua estrutura etária, cujas principais características apontam para o envelhecimento populacional e acentuado aumento do número de mulheres, fatores estes um grande desafio para o setor de saúde brasileiro1,2. Para 2025, dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) indicam que a expectativa de vida nos países em desenvolvimento será de 78 anos, o que repercutirá no aumento da população de mulheres climatéricas3,4. Considerando essa perspectiva, um aumento na procura dos serviços de saúde por essa população é esperado, tendo como queixas principais os sintomas característicos dessa fase5.

Do grego Klimater, climatério significa ponto crítico e é caracterizado como o período transitório entre a vida reprodutiva e a não reprodutiva da mulher. Trata-se de um processo fisiológico com início a partir da quarta década de vida e que se estende até a senilidade, não se constituindo em doença ou transtorno3,6-9.

As repercussões hormonais do climatério, oriundas do declínio da produção do estradiol, podem implicar em alterações cardiovasculares, cerebrais, cutâneas, geniturinárias, ósseas e vasomotoras, além de mudanças do humor e apetite10. Sabe-se ainda que as alterações endócrinas dessa fase não se restringem ao eixo hipotálamo-hipófise-ovário, sendo extensivas ao eixo hipotálamo-adrenal, o qual exacerba suas atividades ao responder às flutuações de estrogênio. Desta forma, o aumento da síntese de cortisol causado pelas situações de estresse impostas às mulheres climatéricas tende a interferir diretamente no humor e no comportamento do sono11, este último, variável dependente deste estudo.

Os distúrbios do sono são altamente prevalentes na população geral, apresentando-se em intensidades variáveis e atingido, sobretudo, indivíduos com deterioração da saúde física e/ou mental12. Tais perturbações são mais comuns em mulheres, sendo o climatério um período propenso, especialmente as fases peri e pós-menopausais13, em que os sintomas vasomotores causados pela diminuição dos níveis de estrogênio são responsáveis por episódios de ondas de calor em torno do rosto e região torácica anterior, acompanhadas de sudorese. Tais eventos duram em média três minutos e se intensificam durante a noite, levando a despertares frequentes que determinam a fragmentação e perda da qualidade do sono14-16.

Apesar de a literatura demonstrar comprometimento na qualidade do sono durante a transição da menopausa, além daqueles relacionados aos sintomas vasomotores, os fatores associados à perda da qualidade do sono ainda são obscuros. A despeito dos avanços na área, o médico generalista e os médicos especialistas possuem pouca informação acerca do impacto dos transtornos do sono nessa população17. Dessa forma, por compreender um período relativamente longo da vida da mulher, o climatério merece atenção crescente da sociedade17, sendo fundamental que as mulheres climatéricas sejam acompanhadas sistematicamente visando à promoção da saúde, o diagnóstico precoce, o tratamento imediato dos agravos e à prevenção de danos18,19.

Com base nas lacunas identificadas na literatura, o presente estudo busca estimar a prevalência da perda da qualidade do sono e dos fatores a ela associados em mulheres climatéricas assistidas pela Estratégia de Saúde da Família (ESF). Nesse sentido, os achados deste estudo podem constituir possíveis referências para novos estudos que venham a ser conduzidos em outros contextos econômicos e sociais, a fim de provocar mudanças individuais e coletivas para a melhoria do atendimento na atenção primária à saúde.

Métodos

Estudo analítico e transversal, realizado no período de agosto de 2014 a fevereiro de 2015, com população composta por 30.018 mulheres climatéricas cadastradas nas 73 unidades da ESF de Montes Claros, Minas Gerais, Brasil. Para participação no estudo, foi necessário que as mulheres estivessem no climatério e cadastradas em uma das unidades da ESF do município. Não foram incluídas as mulheres que não se apresentaram para a coleta de dados após três tentativas, além de gestantes, puérperas e acamadas.

A amostragem foi probabilística e os sujeitos que atenderam aos pré-requisitos de participação foram selecionados mediante sorteio, seguindo um plano amostral em dois estágios: por conglomerado (unidades da ESF) e por período climatérico (pré, peri e pós menopausa). Nos casos em que as mulheres sorteadas não foram encontradas, foi realizado um novo sorteio até completar a cota de mulheres por amostragem probabilística proporcional a cada unidade da ESF. No processo de amostragem, o tamanho amostral foi calculado para um nível de confiança de 95%. Ao final, 819 mulheres compuseram a amostra de estudo.

Em relação às variáveis investigadas, as características demográficas abrangeram informações relativas à idade, situação conjugal, cor da pele, religião e número de residentes por domicílio. Aspectos socioeconômicos contemplaram informações sobre escolaridade, trabalho remunerado e renda familiar.

A caracterização dos hábitos de vida se deu pela investigação da prática de atividade física, tabagismo, consumo de álcool e hábito alimentar. Com relação à atividade física, foi utilizado o International Physical Activity Questionnaire (IPAQ), validado para o português por Matsudo et al.20. A versão curta adotada nesta pesquisa consta de seis perguntas relacionadas à atividade física realizada na última semana, por pelo menos 10 minutos contínuos, anterior à aplicação do questionário.

Quanto à avaliação dos aspectos clínicos, a relação cintura quadril foi obtida por mensurações com fita métrica milimetrada inelástica, em que os avaliadores localizaram os trocânteres maiores como referência para colocação da fita horizontalmente ao redor do quadril. Para a medida da circunferência abdominal, utilizou-se o ponto médio entre a última costela e a crista ilíaca, diretamente sobre a pele21. Ambas medidas, cintura e quadril, foram realizadas três vezes e quando diferenças superiores a um centímetro e meio eram encontradas, as medidas foram refeitas. Para relação cintura quadril, foi dividido o valor da circunferência abdominal pela do quadril.

A mensuração da estatura ocorreu com auxílio do antropômetro SECA 206 numa parede com noventa graus em relação ao chão e sem rodapés. Para medida do peso (kg) foi utilizada balança portátil SECA OMEGA 870 digital. O Índice de Massa Corporal - IMC foi então calculado pelo produto da divisão do peso corporal pela estatura ao quadrado (P/E2)22. Os resultados do IMC foram classificados, segundo os critérios da WHO22 em adultos: Peso adequado (18,5 a 24,9); Sobrepeso (25,0 a 29,9); Obesidade (30,0 ou acima).

Informações relativas à terapia hormonal foram coletadas por autorrelato. A sintomatologia climatérica foi avaliada por meio do índice de Blatt-Kupperman23, cujas respostas para cada sintoma investigado seguiram a seguinte escala de escore: 0 (ausência de sintomas); 1 (sintomas leves); 2 (sintomas moderados) e 3 (sintomas intensos). Para o cálculo do escore total, os sintomas pesquisados apresentam pesos diferenciados, nos quais as ondas de calor (fogachos) assumem maior relevância (peso 4), parestesia, insônia e nervosismo um valor intermediário (peso 2) e os demais sintomas, como tristeza, vertigens, fraqueza, artralgia/ mialgia, cefaleia, palpitação e formigamento têm peso 1 (um). Multiplicando a intensidade do sintoma pelo respectivo fator de conversão e, em seguida, fazendo a soma dos resultados obtidos, alcança-se uma pontuação capaz de classificar a síndrome climatérica em leve, moderada e intensa. Para a categorização das fases do climatério foram classificadas como pré-menopausais as mulheres com ciclo menstrual regular (de 28 a 28 dias, 29 a 29 dias e ciclos mais longos), perimenopausais com ciclo menstrual irregular variando de 2 a 11 meses e pós- menopausais com ciclo menstrual interrompido a mais de 12 meses24.

Dados relativos à sonolência diurna foram autorrelatados. Para avaliação da qualidade do sono foi utilizado o instrumento The Pittsburgh sleep quality índex (Índice de Qualidade de Sono de Pittsburgh - IQSP), um questionário autorreferido que avalia a qualidade do sono ao longo das últimas 4 semanas e distingue sono “ruim” de sono “bom”25. É composto por 19 questões graduadas (Escala de Lickert) em pontos de zero (nenhuma dificuldade) a três (dificuldade grave) e analisadas por escores de sete componentes: (1) qualidade subjetiva do sono; (2) a latência do sono; (3) a duração do sono; (4) a eficiência habitual do sono; (5) as alterações do sono; (6) o uso de medicações para o sono; (7) sonolência ou disfunção diurna. Os escores (dos sete componentes) são somados e o total oscila entre 0 a 21 pontos. Pontuações de 0 a 4 indicam sono de qualidade preservada, pontuações de 5 a 10 indicam qualidade de sono comprometida, pontuações acima de 10 indicam grande perda de qualidade de sono.

A ansiedade foi investigada por meio do Inventário de Ansiedade de Beck, validado para a língua portuguesa por Cunha26. Este instrumento possui uma escala sintomática que mensura a gravidade dos sintomas da ansiedade, sendo composta por 21 itens, com quatro opções de respostas, classificando os sintomas da ansiedade como: mínimo de 0 a 10, leve de 11 a 19, moderado de 20 a 30 e grave de 31 a 63. As respostas foram posteriormente categorizadas em: com ansiedade Mínima/Leve; Moderada/Grave.

Para avaliar os sintomas da depressão foi utilizado o Inventário de Depressão de Beck (BDI), um dispositivo psicométrico de autoavaliação composto por 21 itens que se referem à sintomatologia depressiva: tristeza, fracasso, culpa, decepção, vontade de matar, irritação, decisão, desânimo, prazer, castigo/punição, fraqueza, choro, interesse pelas pessoas, trabalho, cansaço, perda de peso, interesse sexual, sono, apetite e problemas físicos. Pacientes com pontuação maior que 15 foram diagnosticadas com depressão. Considerou-se depressão leve valores entre 16 e 20, moderada entre 21 e 29 e grave igual ou maior que 3027.

Para avaliação do risco de desenvolvimento de doença cardiovascular (DCV) nas mulheres climatéricas foi utilizado o Escore de Risco Global de Framingham (ERF). A idade, o colesterol-HDL, o colesterol total, a pressão arterial sistólica em pacientes tratadas e não tratadas de hipertensão arterial sistêmica, o tabagismo e a presença de diabetes autorreferida como comorbidade foram utilizados como variáveis para essa avaliação. Cada variável foi pontuada de acordo com valores específicos e o somatório das pontuações transformados em porcentagem de risco. O ERF classifica como alto risco os valores > 20%, intermediário risco, entre 6 e 20%, e baixo risco < 6%28.

Avaliou-se a IU autorreferida e a quantificação da perda através do instrumento validado para a realidade brasileira, International Consultation on Incontinence Questionnaire Short Form - ICIQ-S29. O ICIQ-SF é composto de quatro questões que avaliam a frequência, a gravidade e o impacto da IU. Partindo da definição de IU da International Continence Society (ICS) como a queixa de qualquer perda involuntária de urina30, considerou-se incontinentes as mulheres que respondessem “apresenta perda urinária” no questionário ICIQ-SF.

Foram coletadas amostras sanguíneas para o exame da glicemia de jejum. A amostra de sangue foi analisada pelos kits dos testes de triglicérides, colesterol e glicemia de jejum compatível com o equipamento Hitashi 912. Os valores foram categorizados em: < 110 mg%; ≥ 110 mg%; Sem informação.

A aferição da pressão arterial foi realizada com aparelho calibrado, de braço, digital e automático MicroLife, testado e validado pela British Hypertension Society31. Foram realizadas três medidas, com intervalo de um minuto entre elas no membro superior esquerdo na posição sentada. Para análise, foi considerada a média das duas últimas. Caso houvesse diferença entre algumas das medidas (superior a 4 mmHg), aguardava-se cinco minutos e seguia-se novo bloco de três aferições. As participantes foram categorizadas em: Normotensas; Hipertensas; Sem informação.

Informações relativas à presença de artrite/artrose/reumatismo e problemas na coluna foram coletadas por declaração da própria entrevistada, através de instrumento adaptado do questionário VIGITEL.

Dessa forma, pela amplitude de variáveis e possibilidades descritivas do presente estudo, optou-se como desfecho a presença ou ausência da perda da qualidade de sono. Com relação aos procedimentos estatísticos, foi apresentada na fase descritiva a prevalência da variável de desfecho. Posteriormente, foram empregados os recursos da estatística descritiva para caracterização da amostra em estratos específicos dos fatores demográficos, socioeconômicos, hábitos de vida, aspectos clínicos e morbidades. Em seguida, foram efetuadas análises bivariadas para seleção das variáveis (Regressão de Poisson simples), objetivando identificar possíveis associações entre as variáveis independentes e o desfecho, ao nível de significância de p < 0, 25.

Para a modelagem hierarquizada, foi utilizada a regressão de Poisson, com variância robusta, o bloco das variáveis demográficas e socioeconômicas foi considerado o determinante distal (primeiro nível). As variáveis relacionadas aos hábitos de vida compuseram o bloco seguinte (segundo nível) e as variáveis relacionadas aos aspectos clínicos, obstétricos e de morbidades compuseram o terceiro e último nível, mais proximal à variável dependente (comprometimento da qualidade do sono). Foram obtidas as razões de prevalências (RP) e seus respectivos intervalos de confiança de 95% (IC 95%), sendo adotado para o modelo final o nível de significância de 5% (p < 0,05).

Os sujeitos que concordaram em participar da presente pesquisa assinaram ao Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Por se tratar de um estudo envolvendo humanos, este estudo foi submetido, apreciado e aprovado para execução por um Comitê de Ética e Pesquisa, sendo os preceitos éticos da resolução CNS 466/2012 integralmente observados32.

Resultados

Foram avaliadas 819 mulheres climatéricas, estando a maioria na faixa etária entre 46 a 65 anos (45,9%). A maioria também declarou possuir companheiro (63,5%), referiu a cor da pele como parda (64,1%), declarou escolaridade concentrada na primeira fase do Ensino Fundamental (41,1%) e renda familiar de até um salário mínimo (43,3%) (Tabela 1).

Tabela 1 Caracterização das mulheres climatéricas segundo variáveis demográficas, socioeconômicas e de hábitos de vida. 

Variáveis Demográficas N %*
Idade (anos) 40 a 45 222 27,5
46 a 51 223 26,6
52 a 65 374 45,9
Situação Conjugal Com companheiro 527 63,5
Sem companheiro 290 36,5
Cor da pele (auto referida) Preta 107 12,9
Parda 517 64,1
Branca 144 17,2
Outras 46 5,8
Religião Católica 543 66,3
Evangélica 260 31,7
Outras/sem informação 16 1,9
Residentes no domicílio Até 3 357 43,2
4 a 7 438 54,0
8 ou mais 13 2,8
Socioeconômicas
Escolaridade Ensino Médio/Superior 268 32,4
Fundamental II 216 26,5
Fundamental I 332 41,1
Trabalho remunerado Sim 326 40,4
Não 487 59,6
Renda familiar [salário(s) mínimo(s)] <1,0 359 43,3
1,1 a 2,0 224 28,2
> 2 236 28,4
Hábitos de Vida
Atividade Física Ativa ou muito ativa 104 12,5
Irregularmente ativa ou Sedentária 715 87,5
Tabagismo Não fuma 704 86,8
Fuma 71 9,2
Sem informação 44 4,0
Consumo de bebida alcoólica Não 614 74,7
Sim 152 20,0
Sem informação 53 5,3
Consumo regular de frutas Não 507 63,3
Sim 270 33,0
Sem informação 42 3,7
Consumo de carne com gordura Não ingere 646 80,0
Ingere 125 15,3
Sem informação 48 4,7

(*) Percentual corrigido segundo ponderação da amostra, pelo efeito do desenho.

Quanto ao perfil clínico e de morbidades, a maioria apresentou valores alterados para a RCQ (62,6%) e para o IMC, com registro de sobrepeso e obesidade (75,4%). Entre as morbidades investigadas, maiores prevalências foram observadas para a hipertensão (43,3%) e problemas de coluna (50,9%). O comprometimento da qualidade do sono, variável-desfecho do presente estudo, foi identificado para (67,0%) da amostra estudada (Tabela 2).

Tabela 2 Caracterização das mulheres climatéricas, segundo aspectos clínicos, obstétricos e morbidades 

Variáveis Aspectos Clínicos e Obstétricos N %*

Relação Cintura-Quadril < 85 cm 305 36,7
≥ 85 cm 509 62,6
Sem informação 5 0,7
Índice de Massa Corporal Peso adequado 206 24,6
Sobrepeso 317 38,8
Obesidade 290 36,6
Terapia Hormonal Sim 53 6,5
Não 766 93,5
Sintomas do climatério Leve 509 62,5
Moderada 228 27,7
Intensa 81 9,8
Fases Climatério Pré-menopausa 221 26,8
Peri-menopausa 251 29,0
Pós-menopausa 347 44,2
Sonolência diurna excessiva Ausente 572 69,1
Presente 216 26,9
Sem informação 31 3,9
Qualidade do sono (IQSP) Comprometida 542 67,0
Preservada 277 33,0
Morbidades
Ansiedade Mínima ou leve 575 69,7
Moderada ou grave 244 30,3
Depressão Ausente ou leve 710 86,6
Moderada ou grave Sem informação 107 02 13,4
Risco Cardiovascular Baixo 363 43,2
Intermediário 396 49,1
Alto 60 7,8
Incontinência urinária Ausência 637 77,7
Presença Sem informação 180 02 22,3
Glicemia de jejum < 110 mg% 662 80,0
≥ 110 mg% 117 14,8
Sem informação 40 5,2
Pressão arterial Normotensa 463 56,4
Hipertensa 352 43,3
Sem informação 4 0,6
Artrite/Artrose/Reumatismo Sim 151 19,5
Não 624 76,6
Sem informação 44 3,9
Problema de coluna Sim 402 50,9
Não 372 45,1
Sem informação 45 4,0

(*) Percentual corrigido segundo ponderação da amostra, pelo efeito do desenho.

As Tabelas 3 e 4 apresentam, entretanto, apenas as variáveis que se mostraram associadas até o nível de 25% (p < 0,25) ao desfecho comprometimento da qualidade de sono.

Tabela 3 Associação das características demográficas, hábitos de vida com o comprometimento da qualidade do sono em mulheres climatéricas; Montes Claros, 2016 

Variáveis Demográficas Qualidade do Sono

Comprometida Preservada p-valor RP (IC95%)*

(n) % (n) %
52 a 65 134 60,4 88 39,6 <0,001 1,09 (1,03-1,16)
Faixa etária 46 a 51 84 37,7 139 62,3 1,08 (1,01-1,14)
40 a 45 269 71,9 105 28,1 1,0
Fundamental I 235 70,8 97 29,2 0,035 0,96 (0,91-1,02)
Escolaridade Fundamental II 130 60,2 86 39,8 1,04 (0,98-1,11)
Médio ou Superior 175 65,3 93 34,7 1,0
Hábitos de vida
Sedentário/Irregularmente ativo 467 65,3 248 34,7 0,171 0,91 (0,79-1,03)
Atividade física Ativo/Muito ativo 75 72,1 29 27,9 1
Sim 54 76,1 17 23,9 0,092 1,15 (0,99-1,32)
Tabagismo Não 466 66,2 238 33,8 1
Consumo de carne com gordura Sim 90 72,0 35 28,0 0,188 1,09 (0,97-1,23)
Não 426 65,9 220 34,1 1

IC: Intervalo de Confiança de 95%. RP: Razão de prevalência bruta ao nível de 0,25.

Tabela 4 Associação das características clínicas e morbidades com a qualidade de sono em mulheres climatéricas, 2014 

Variáveis Qualidade do Sono

Comprometida Preservada p-valor RP (IC95%)*

(n) % (n) %
Relação Cintura-Quadril
≥ 85 cm 351 69,0 158 31,0 0,041 1,11 (1,01-1,24)
< 85 cm 189 62,0 116 38,0 1,0
Índice de Massa Corporal
Obesidade 205 70,7 85 29,3 0,098 1,03 (0,97-1,10)
Sobrepeso 198 62,5 119 37,5 1,06 (1,01-1,13)
Peso adequado 137 66,5 69 33,5 1,0
Sonolência diurna excessiva
Sim 161 74,5 55 25,5 0,002 1,19 (1,08-1,32)
Não 358 62,6 214 37,4 1,0
Sintomatologia Climatério
Intensa 78 96,3 3 3,7 <0,001 1,41 (1,34-1,48)
Moderada 189 82,9 39 17,1 1,12 (1,07-1,20)
Leve 275 54,0 234 46,0 1,0
Fases do Climatério
Pós-menopausa 242 69,7 105 30,3 0,033 1,08 (1,02-1,15)
Peri-menopausa 169 67,3 82 32,7 1,02 (0,96-1,08)
Pré-menopausa 131 59,3 90 40,7 1,0
Risco Cardiovascular
Alto 43 71,7 17 28,3 0,212 1,07 (0,97-1,17)
Intermediário 270 68,2 126 31,8 1,03 (0,93-1,13)
Baixo 229 63,1 134 36,9 1,0
Incontinência Urinária
Sim 135 74,6 46 25,4 0,006 1,17 (1,06-1,30)
Não 405 63,6 232 36,4 1,0
Medida da Pressão arterial
Hipertensa 245 69,6 107 30,4 0,090 1,09 (0,99-1,20)
Normotensa 296 63,9 167 36,1 1,0
Artrite/Artrose/Reumatismo
Sim 125 82,8 26 17,2 <0,001 2,31 (1,19-1,44)
Não 394 63,1 230 36,9 1,0
Problema de Coluna
Sim 295 73,4 107 26,6 <0,001 1,22 (1,10-1,35)
Não 224 60,2 148 39,8 1,0
Ansiedade
Moderada/Grave 220 90,2 24 9,8 <0,001 1,61 (1,48-1,75)
Mínima/Leve 322 57,8 235 42,2 1,0
Depressão
Moderada/Grave 99 92,5 8 7,5 <0,001 5,05(2,58-9,90)
Mínima/Leve 422 62,3 268 37,7 1,0

IC: Intervalo de Confiança de 95%; RP: Razão de prevalência bruta ao nível de 0,25.

Após análise múltipla, no componente mais distal de determinação, a idade apresentou associação com o comprometimento da qualidade do sono, sendo que, mulheres com idade de 52 a 65 anos, apresentaram maiores prevalências para o comprometimento da qualidade do sono. No componente proximal, as variáveis associadas ao comprometimento da qualidade do sono foram: sintomas intensos do climatério, depressão, artrite/artrose/reumatismo e ansiedade (Tabela 5).

Tabela 5 Razão de prevalência ajustada das variáveis associadas ao comprometimento da qualidade do sono em mulheres climatéricas, Montes Claros, 2014. 

Variáveis p-valor RP* IC 95%**
Componente Distal
Idade de 52 a 65 anos 0,006 1,09 1,03-1,16
Idade de 46 a 51 anos 0,023 1,07 1,01-1,14
Componente Proximal
Sintomas climatérios (intensos) < 0,001 1,18 1,10-1,27
Ansiedade (moderada/grave) < 0,001 1,17 1,10-1,25
Depressão (moderada/grave) 0,021 1,08 1,01-1,15
Artrite/Artrose/Reumatismo 0,034 1,07 1,01-1,14

IC: Intervalo de Confiança de 95%; RP: Razão de prevalência ajustada ao nível de 0,05.

Discussão

Por ser um determinante indicador nas variáveis de qualidade de vida da mulher no climatério33, a perda da qualidade do sono constitui-se em sério agravo à saúde e importante questão de saúde pública. Para Berlezi et al.5, os fogachos noturnos constituem a principal queixa sintomática do climatério relacionada ao sono, mas quadros clínicos como alterações cardiovasculares e sonolência diurna excessiva também são muito prevalentes em mulheres nessa fase34.

No presente estudo, a perda de qualidade do sono foi identificada em 67 % da amostra, sendo ainda mais evidente nas mulheres pós-menopáusicas. Esses achados alinham-se aos de Corrêa et al.34, Wu et al.35 e Campos et al.36, que identificaram alterações do sono nas populações estudadas em ocorrências que variaram de 28% e 63%, sobretudo após a menopausa.

À exceção da idade mais avançada, a influência de outros fatores demográficos e socioeconômicos sobre o sono das participantes não ficou totalmente evidente. Entretanto, a escolaridade e sua relação com a qualidade do sono tem sido constantemente descrita na literatura sobre o climatério, sendo a baixa escolaridade um preditor determinante uma vez que a escola figura como porta de acesso à educação em saúde37,38. Estudo realizado por Rosaneli et al.39 retrata a ambiência escolar como adequada para o desenvolvimento de atividades saudáveis, incluindo alimentação adequada e realização de atividades educacionais e físicas, as quais constituem fatores decisivos no combate às doenças ou alterações sistêmicas. Portanto, o pouco tempo vivenciado na escola impacta negativamente a qualidade de vida e ainda está fortemente relacionado à infelicidade, fracas relações sociais e baixa percepção de autocuidado e saúde.

Apesar da consensual, associação negativa entre menopausa e qualidade de vida em mulheres de meia-idade, especialmente no domínio psicológico, alguns pesquisadores têm investigado a influência do estilo de vida, especialmente dos hábitos de atividade física, sobre os sintomas do climatério/menopausa, entre eles os problemas relacionados ao sono. Sabe-se que altos níveis de atividade física têm sido associados a uma melhor qualidade de vida, principalmente no domínio físico, já que baixos níveis de atividade física parecem correlacionar-se com o ganho de peso e obesidade nessa fase40. No presente estudo, apesar de os hábitos de atividade física não se mostrarem associados à variável-desfecho, outros hábitos como consumo de gorduras e tabagismo demonstraram associação quando da análise bivariada. Todavia, ao se proceder a análise múltipla, assim como nos estudos de Woods e Mitchel41, essas variáveis não confirmaram associação, possivelmente devido à baixa prevalência autodeclarada tanto de consumo de gordura animal quanto de tabagismo entre a população estudada.

Ao abordar os aspectos clínicos da amostra de estudo, a presente pesquisa desvela resultados preocupantes em relação à RCQ e ao IMC, uma vez que a aferição das medidas antropométricas registrou alto índice de sobrepeso e obesidade, aumentando o risco de morbimortalidades associadas. Tal resultado vai ao encontro do estudo de Steiner et al.42, que observaram predominância de sobrepeso ou obesidade no perfil antropométrico de mulheres na pós-menopausa, as mais atingidas pela perda da qualidade do sono neste estudo. O comprometimento do sono contribui para o sedentarismo e, por esta razão, constitui-se em um dos principais fatores associados ao sobrepeso e obesidade. Pereira e Lima4, Farias et al.43 e Gravena et al.44 acrescentam que, graças à redução do gasto de energia em atividades laborais e no cumprimento de afazeres domésticos, é grande a prevalência de sobrepeso e obesidade na população climatérica.

De acordo com Lizcano e Gusman45, esses resultados também podem ser explicados pela deficiência hormonal (no presente estudo, apenas 6,5 % das mulheres declararam fazer terapia hormonal) e pela redução do metabolismo basal, o que pode levar sobretudo ao aumento da gordura abdominal. O aumento da ingestão calórica e a depressão também explicam as alterações no IMC. Rosini et al.46 afirmam que o excesso de gordura na dieta, o consumo de comida de alto valor energético, através de porções de grandes tamanhos, frequência de ingestão, menor custo e maior disponibilidade de alimentos manipulados também podem figurar como fatores responsáveis pela obesidade.

Esses agravos podem provocar uma mudança na imagem que a mulher tem de si, levando-a à insegurança e ansiedade. Tais fatores, aliados às predisposições biológicas, problemas de ordem subjetiva e social, podem evoluir gradualmente para um processo de depressão47. No presente estudo, os sintomas intensos do climatério demonstraram associação ao comprometimento da qualidade do sono. Da mesma forma, variáveis como ansiedade e depressão de moderada a grave também se mostraram associadas ao sono de qualidade ruim. Esses achados corroboram os resultados de outros estudos que investigaram transtornos emocionais em mulheres no climatério, associando-os à perda da qualidade do sono1,2,7,11,16,17. A maioria das pacientes com depressão apresentaram perda da qualidade do sono, com queixa de despertares noturnos frequentes, sono não restaurador, redução tempo total de sono e sonhos perturbadores provocando sonolência diurna48.

Estudo conduzido por Blümel et al.13também verificou que, semelhante aos sintomas vasomotores (SVM) característicos da fase climatérica mais intensa, sintomas psicológicos como ansiedade e depressão se relacionaram significativamente aos distúrbios do sono. Os mesmos autores ainda relatam que a ansiedade tem sido associada ao aumento do risco de insônia e que a depressão ocorre mais comumente em mulheres com SVM do que naquelas sem. Postula-se que os SVM estejam associados à depressão por causarem despertares repetidos, com fragmentação do sono, e assim prejudicar o bem-estar diurno. No entanto, em um estudo sobre perturbações do sono em indivíduos deprimidos, não foi consistente a associação entre depressão e despertares ou SVM49. Embora mecanismos fisiopatológicos detalhados ainda sejam obscuros, a associação de SVM aos problemas do sono parece bem definida e registrada em estudos recentes com diferentes desenhos12,49.

Neste estudo, diferentemente de alguns resultados encontrados na literatura45,50, não foi demonstrada associação entre hipertensão arterial e perda da qualidade de sono. Como o instrumento utilizado para aferir a qualidade do sono - o IQSP, não considera essa medida, esta pode ser uma explicação presumível para a ausência de associação. Apesar disso, Fernandes et al.51 evidenciam que em torno de 80% das mulheres apresentam hipertensão arterial na menopausa, podendo esta condição estar relacionada ao aumento de peso, à redução da atividade física e à própria falta de proteção hormonal ao sistema cardiovascular.

Outra variável que confirma associação após ajuste da análise foi a fase climatérica, estando a perda de qualidade do sono mais prevalente nas mulheres pós-menopáusicas, Hachul et al.52encontraram resultados semelhantes ao relatarem que, embora a menopausa precoce esteja associada a vários sintomas devido ao hipoestrogenismo (Síndrome do climatério), queixas subjetivas relacionadas ao sono eram mais frequentes no grupo de mulheres na pós-menopausa tardia. Este achado não foi relacionado à idade da paciente, mas sim aos anos após a menopausa. Uma possível explicação está no efeito nocivo, a longo prazo, do hipoestrogenismo no final de pós-menopausa, atentando para que mais atenção deve ser dada à identificação de potenciais diferenças nos sintomas entre as mulheres das diferentes fases e para que estudos futuros incluam investigações completas de ambas as medidas objetivas e subjetivas de distúrbios do sono. Ainda corroborando os presentes resultados, estudo conduzido por Zhang et al.53 demonstra uma maior prevalência de sintomas ocorridos na pós-menopausa precoce; seguida da menopausa tardia.

Outra morbidade frequentemente associada às alterações do sono tem sido a incontinência urinária (IU). Estudo com mulheres portuguesas afetadas pela IU, em que foram avaliados os fatores de risco associados e seu impacto sobre a qualidade de vida das mesmas, foi demonstrado que mulheres com mais de 50 anos apresentam mais distúrbios do sono e limitações de desempenho quando comparadas às participantes mais jovens54, corroborando os resultados descritivos da presente pesquisa que encontrou uma maior prevalência de IU nas mulheres que relataram perda de qualidade sono, estando este agravo mais prevalente entre as mulheres com mais de 52 anos. Sabe-se, todavia, que a IU está associada a vários fatores de risco além da idade, incluindo paridade, tipo de parto, peso ao nascer do neonato, menopausa, sobrepeso, obesidade e algumas comorbidades médicas, especialmente diabetes55,56. Dessa forma, a alta percentagem de IU encontrada entre as mulheres com algum transtorno do sono pode ser respaldada mais uma vez pela considerável prevalência de alguns dos fatores de risco supracitados nesse extrato populacional da amostra.

Finalmente, o presente estudo encontrou associação entre auto relato de artrite/artrose/reumatismo e comprometimento do sono. Estudos realizados por Szoeke et al.57, Wu et al.35 e Guimarães e Baptista40 assumem que dores e rigidez nas articulações têm sido um dos sintomas mais frequentemente relatados por mulheres de meia idade, estando a artrite associada à fase pós-menopausal, à idade, ao índice de massa corporal e ao humor depressivo, fatores estes já previamente associados ao comprometimento do sono neste e em outros estudos de semelhante desenho. A alta prevalência de sobrepeso e obesidade na amostra populacional deste estudo pode explicar o surgimento de inúmeras queixas físicas relacionadas à menopausa, dentre elas as dores articulares, sobretudo quando o ganho de peso é superior a cinco quilogramas40.

Nesse contexto, o presente estudo investigou os fatores associados à perda da qualidade de sono, por meio de amostra probabilística estratificada e representativa da população climatérica assistida na atenção primária. No entanto, apresenta como principal limitação o seu desenho do tipo transversal, medindo o desfecho e a exposição simultaneamente e não provando a temporalidade. Além disso, aponta para a necessidade de avaliar a incidência de demais fatores relacionados à qualidade do sono da mulher climatérica, como a insônia, o grau de sonolência diurna e a possível presença de Ronco e Síndrome das Apneias Obstrutivas do Sono (SAOS) utilizando instrumentos direcionados para tais fins como a Escala de Sonolência de Epworth e o Questionário de Berlim. Especificamente em relação ao objeto deste estudo, sugere-se ainda a realização de investigações mais aprofundadas para aferição dos índices de depressão e ansiedade; e em torno da sonolência diurna, uma vez que essas condições estão descritas na literatura como causas e consequências da perda da qualidade do sono no climatério.

Os achados deste estudo revelam alterações de sono em grande parte das mulheres climatéricas investigadas e os fatores associados foram idade avançada, sintomas climatéricos de moderados a intensos, ansiedade e depressão moderadas a graves e presença de artrite/artrose/reumatismo. Tais sintomas parecem estar inter-relacionados e relacionados com alterações estrogênicas presentes desde a pré-menopausa.

Apesar do estudo não ter revelado associação de sobrepeso e obesidade com alterações do sono, a categorização do IMC apresenta como fator limitante a utilização do modelo WHO22 em adultos como o único critério diagnóstico de sobrepeso e obesidade, uma vez que a composição corporal associado ao envelhecimento deve ser considerada. Entretanto, este modelo de categorização também foi utilizado em outros estudos com grupos populacionais semelhantes58-60.

Faz-se necessária a urgente intervenção no processo de atenção e cuidado à saúde da mulher climatérica, haja vista a associação entre os sintomas do climatério aos sintomas do envelhecimento. Conhecer os fatores associados pode contribuir para o planejamento de ações, programas e políticas voltadas para a promoção da saúde, prevenção e diagnóstico precoce desses agravos, impactando positivamente na qualidade de vida desse grupo populacional.

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