versão impressa ISSN 1806-3713versão On-line ISSN 1806-3756
J. bras. pneumol. vol.46 no.2 São Paulo 2020 Epub 22-Abr-2020
http://dx.doi.org/10.36416/1806-3756/e20200131
Paciente do sexo masculino, 56 anos, com bronquite crônica, relata piora da dispneia habitual há uma semana da admissão hospitalar, evoluindo com necessidade progressiva da suplementação de oxigênio, febre, tosse produtiva e hemoptise não massiva nas últimas 24 h.
A TC multidetectores do tórax evidenciou acometimento difuso de ambos os pulmões por extensas opacidades em vidro fosco associadas a focos de consolidação, muitas dessas configurando o sinal do halo invertido. O rastreamento para múltiplos patógenos respiratórios foi positivo para SARS-CoV-2 (COVID-19).
O sinal do halo invertido, definido como uma área com atenuação em vidro fosco circundada, parcial ou completamente, por um anel de consolidação, é um achado radiológico observado na pneumonia pelo novo coronavírus, já sendo relatado em outras pneumonias virais.1,2 Quando identificado, ocorre naquelas apresentações com sintomas mais tardios, sugerindo a correlação fisiopatológica subjacente do processo da doença conforme ela se organiza.2 Tais achados favorecem o processo de pneumonia em organização como um dos mecanismos de injúria pulmonar.3
Figura 1 Imagens de TC multidetectores em reconstruções coronal (A), sagital (B) e axial (C e D) evidenciando múltiplas áreas de vidro fosco difusas em ambos os pulmões e circundadas por anéis de consolidação, completos e incompletos, configurando o sinal do halo invertido (setas), em um paciente do sexo masculino, 56 anos, com pneumonia por COVID-19.