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Políticas públicas de humanização: revisão integrativa da literatura

Políticas públicas de humanização: revisão integrativa da literatura

Autores:

Márcia Adriana Dias Meirelles Moreira,
Abdon Moreira Lustosa,
Fernando Dutra,
Eveline de Oliveira Barros,
Jaqueline Brito Vidal Batista,
Marcella Costa Souto Duarte

ARTIGO ORIGINAL

Ciência & Saúde Coletiva

versão impressa ISSN 1413-8123versão On-line ISSN 1678-4561

Ciênc. saúde coletiva vol.20 no.10 Rio de Janeiro out. 2015

http://dx.doi.org/10.1590/1413-812320152010.10462014

Introdução

Há várias décadas, a humanização das práticas e da atenção à saúde vem sendo motivo de discussões em todo o mundo. Nos últimos anos, tem se tornado tema constante na literatura científica nacional, notadamente nas publicações oriundas da saúde coletiva.

O conceito de humanização é polissêmico, engloba inúmeros enunciados e é permeado por imprecisões. Entretanto, as formas de perceber ou entender humanização não se dissociam de suas práticas. A humanização pode ser compreendida como um vínculo entre profissionais e usuários, alicerçado em ações guiadas pela compreensão e pela valorização dos sujeitos, reflexo de uma atitude ética e humana1. Em outro sentido, a humanização é associada à qualidade do cuidado, que incluiria a valorização dos trabalhadores e o reconhecimento dos direitos dos usuários. Algumas produções acadêmicas compreendem que a humanização do Sistema Único de Saúde (SUS) abrange: condições de trabalho, modelo de assistência, formação permanente dos profissionais, direitos dos usuários e avaliação do processo de trabalho1.

De outro ponto de vista, um imenso desafio, no que concerne à humanização do SUS, é assegurar um exercício ético que se faz através de um método de tríplice inclusão: dos sujeitos, dos coletivos e dos analisadores sociais. Busca-se uma ética que não se processa afastada do mundo em que vivemos, com o objetivo de retirar a humanização do campo de uma moral que deve optar entre o bem e o mal, ao aprofundar os processos de produção de subjetividades. Nessa perspectiva, os vínculos entre os sujeitos não se exercem ausentes do plano das práticas de cuidado e dos processos de gestão2.

Como desafios aos processos de humanização do SUS, há, ainda, sua construção como política pública, ou seja, que não se restrinja a uma política governamental que sofre os efeitos de descontinuidade, recorrentes em função do rodízio de governantes3. Nesse enfoque, a Política Nacional de Humanização (PNH) do Sistema Único de Saúde, introduzida no Brasil em 2003, com o objetivo de disseminar práticas de saúde humanizadas para usuários, trabalhadores e gestores, é entendida não como programa, mas como política que atravessa as diferentes ações e instâncias gestoras do SUS, por se acreditar na indissociabilidade entre os modos de produzir saúde e os de gerir os processos de trabalho, atenção e gestão, clínica e política, produção de saúde e produção de subjetividade.

A construção de um sentido possível para a expressão Humanização da Saúdese enuncia na PNH em um novo posicionamento, segundo o qual um homem comum, um ser humano em sua existência concreta, em sua diversidade normativa e nas mudanças que experimenta nos movimentos coletivos1. Para os formuladores da PNH, a humanização não se restringe a ações humanitárias, nem é realizada por seres humanos imbuídos de uma bondade supra-humana na feitura de serviços ideais. A nova humanização é um resultado de novas práticas no modo de se fazer o trabalho em saúde, levando-se em conta o trabalho em equipe adicionado a uma troca de saberes, incluindo os usuários e os profissionais4.

Considerando a relevância da temática acerca das Políticas Públicas de Humanização, é inegável a contribuição de estudos que busquem disseminar as publicações, em particular, na área de Saúde, para que se possa entender bem mais o tema, visando subsidiar e motivar a realização de novas pesquisas, através de dados secundários, e promover mais visibilidade à produção científica acerca do referido tema.

Ante o exposto, surgiu a motivação para o desenvolvimento deste estudo, que teve como fio condutor o seguinte questionamento: Qual a caracterização da produção científica sobre Políticas Públicas de Humanização, disponibilizada em periódicos online, no período de 2009 a 2012, com ênfase nos enfoques abordados?

Para responder à questão proposta, este estudo tem o objetivo de caracterizar a produção científica sobre Políticas Públicas de Humanização, disponibilizada em periódicos online, no período de 2009 a 2012, com destaque para os enfoques abordados.

Metodologia

O presente estudo trata de uma revisão integrativa da literatura, referente à produção do conhecimento sobre as Políticas Públicas de Humanização. Tal método viabiliza a análise de pesquisas científicas de modo sistemático e amplo e favorece a caracterização e a divulgação do conhecimento produzido5, como também possibilita a síntese do estado do conhecimento de um dado tema, viabilizando a identificação de lacunas do conhecimento que precisam ser preenchidas com a realização de novas pesquisas6. O método admite a síntese de vários estudos publicados e possibilita conclusões gerais a respeito de uma área particular em estudo7.

Essa modalidade de pesquisa é norteada por um percurso metodológico composto por seis fases distintas, a saber: estabelecimento do problema da revisão (elaboração da pergunta norteadora, estabelecimento de descritores e dos critérios para inclusão/exclusão de artigos); amostragem (seleção dos artigos); categorização dos estudos; definição das informações a serem extraídas dos trabalhos revisados, análise e discussão a respeito das tecnologias utilizadas/desenvolvidas e síntese do conhecimento evidenciado nos artigos analisados ou apresentação da revisão integrativa7.

Com a finalidade de operacionalizar a revisão integrativa, inicialmente, identificou-se o tema de interesse, e a pesquisa foi conduzida partindo da seguinte questão norteadora: Qual a caracterização de publicações disseminadas em periódicos online, no período de 2009 a 2012, a respeito das Políticas Públicas de Humanização? Para identificar as publicações que compuseram a revisão integrativa deste estudo, realizou-se uma busca online, com o levantamento em bases de dados da Biblioteca Virtual de Saúde: Literatura Latino-americana e do Caribe em Ciências da Saúde (Lilacs) e a Scientific Electronic Library Online – SciELO e o Portal Capes, no mês de julho de 2013. Para tanto, foram empregados os seguintes Descritores em Ciências da Saúde (DeCS): Humanização da Assistência, Políticas Públicas, Política Nacional de Humanização.

O universo do estudo foi constituído por 30 publicações pertinentes à temática investigada, disponibilizadas em periódicos online, das quais 27 artigos constituíram a amostra, considerandose os seguintes critérios de inclusão previamente estabelecidos: artigos publicados em português, disponíveis na íntegra, no período de 2009 a 2012, na modalidade artigo científico. Quanto aos critérios de exclusão, levaram-se em consideração: artigos em duplicidade, publicados em idiomas estrangeiros ou que não estivessem no período determinado, e os que não abordavam diretamente a temática proposta.

No tocante aos critérios utilizados para classificar os artigos na modalidade "reflexão," considerou-se aqueles que incidiam acerca da relevância da temática. A modalidade "debate" refere-se a estudos que apresentavam uma discussão entre autores sobre alguma ideia relacionada ao tema; enquanto a "revisão" trata-se uma pesquisa realizada mediante material previamente analisado. Convém destacar que a publicação "original" consiste naquela que apresenta resultados conclusivos.

A fim de viabilizar a coleta dos dados, foi elaborado um instrumento contendo as seguintes informações: título, ano de publicação, modalidade, área de atuação dos pesquisadores e enfoque do estudo. Em seguida, os dados obtidos foram agrupados e apresentados em quadros, para se visualizasse melhor os estudos inseridos na revisão integrativa.

Resultados e discussão

Este estudo consistiu na caracterização e na categorização de 27 publicações sobre Políticas Públicas de Humanização. Quanto aos anos de publicação, foi revelado que no ano de 2009 houve um número maior de estudos publicados sobre a temática investigada, apresentando nove (33%) artigos, seguido pelo ano de 2011, com sete (26%), 2012, com seis (22%), e 2010, com o menor número de publicações, com cinco (19%).

Quanto à modalidade de delineamento dos estudos inseridos na investigação, destacaramse os artigos de reflexão, que representaram a maioria, com 11(40%) publicações, artigos originais, de revisão e de debate, com oito (30%), sete (26%) e uma (4%) publicação, respectivamente. Logo, os estudos selecionados consistem, principalmente, de artigos de reflexão, o que propicia, sobretudo, estímulo ao debate a fim de suscitar um maior aprofundamento e conhecimento da literatura quanto à temática investigada.

Em relação à área de conhecimento e de formação dos autores, sobressaíram-se as áreas de Psicologia, com 11(40%) publicações, e Enfermagem, com nove (33%); na sequência, vieram Medicina, Serviço Social, Fonoaudiologia e Odontologia, com três (11%), duas (8%), uma (4%) e uma (4%) publicação, respectivamente. Esses dados remetem, principalmente, a um maior interesse dos pesquisadores da área da Psicologia e Enfermagem em produzir novos conhecimentos sobre a temática em estudo.

No que concerne ao enfoque das publicações a respeito de Políticas Públicas de Humanização, emergiram três categorias temáticas, conforme mostram os Quadros 1, 2 e 3.

Quadro 1 Distribuição dos artigos da Categoria I, segundo título, ano, modalidade, área de atuação dos autores e objetivos das publicações selecionadas para o estudo. 

Categoria I - Política Nacional de Humanização: trajetória e processos envolvidos na sua implementação
Título Ano Modalidade Área de atuação Objetivos
A Política Nacional de Humanização como política que se faz no processo de trabalho em saúde 2009 Reflexão Psicologia Realizar um exercício analítico do modo de fazer da Política Nacional de Humanização (PNH) sobre a função apoio institucional, com base em diferentes dispositivos, diretrizes e princípios
A prática pedagógica no processo de formação da Política Nacional de Humanização (PNH) 2009 Reflexão Psicologia Formação de apoiadores institucionais capazes de compreender a dinâmica da produção do processo saúde-doençaatenção e intervir sobre problemas de gestão e processos de trabalho com soluções criativas […]
A rede como estratégia metodológica da Política Nacional de Humanização: a experiência de um hospital universitário 2009 Reflexão Enfermagem Descrever a formação da rede de contatos como uma das estratégias criada pelo Grupo de Trabalho de Humanização (GTH) para implantação dos demais dispositivos da Política Nacional de Humanização no Hospital de Clínicas de Porto Alegre
Os processos de formação na Política Nacional de Humanização: a experiência de um curso para gestores e trabalhadores da atenção básica em saúde 2009 Reflexão Psicologia Relatar a experiência de um curso de formação da Política Nacional de Humanização voltado para gestores e trabalhadores da atenção básica de um município no estado do Rio de Janeiro
Que vida queremos afirmar na construção de uma política de humanização nas práticas de saúde do Sistema Único de Saúde (SUS)? 2009 Debate Psicologia Ampliar e potencializar redes de conversações sobre os processos de constituição do SUS reativando sua força constituinte e afirmando sua potência de obra-aberta no enfrentamento dos desafios na atualidade
Um seminário dispositivo: a humanização do Sistema Único de Saúde (SUS) em debate 2009 Revisão Psicologia Discutir o processo de construção do seminário "Humanização do SUS em Debate" indicando sua conexão com os desafios atuais do SUS e com as proposições da Política Nacional de Humanização (PNH)
Medicina psicossomática e a política de humanização do SUS: desconforto na contemporaneidade 2010 Revisão Psicologia Trazer a contribuição da medicina psicossomática, através de seus conceitos teóricos, para a discussão e a atuação terapêutica na relação entre profissionais e usuários no sistema de saúde
O apoio institucional como método de análise-intervenção no âmbito das políticas públicas de saúde: a experiência em um hospital geral 2011 Original Psicologia Mostrar que por meio do apoio institucional é possível colocar em cena as forças implicadas na produção de saúde e com isso convocar os grupos a uma análise de suas implicações
Cinco anos da Política Nacional de Humanização: trajetória de uma política pública 2011 Reflexão Psicologia Apresentar o cenário de emergência e a trajetória da Política Nacional de Humanização […]
Caminhos da Humanização Hospitalar em Manaus: os trabalhadores na roda 2012 Original Serviço Social Elevar a autoestima e a motivação de funcionários da instituição, desencadear o entrosamento das equipes de profissionais e funcionários e despertar as equipes para uma nova postura em relação aos usuários
Classe hospitalar: a articulação da saúde e educação como expressão da política de humanização do SUS 2012 Revisão Medicina Estabelecer uma reflexão interpretativa sobre os princípios do SUS e mostrar a interface deles com a proposta da classe hospitalar
O apoio institucional na Política Nacional de Humanização: uma experiência de transformação das práticas de produção de saúde na rede de atenção básica 2012 Original Psicologia Trazer uma experiência de apoio institucional na rede de atenção básica de um município do Estado do Rio de Janeiro, com base nas diretrizes da Política Nacional de Humanização do Ministério da Saúde

Quadro 2 Distribuição dos artigos da Categoria II, segundo título, ano, modalidade, área de atuação dos autores e objetivos das publicações selecionadas para o estudo. 

Categoria II - Política Nacional de Humanização: contribuição de profissionais da saúde
Título Ano Modalidade Área de atuação Objetivos
A responsabilidade social da enfermagem frente à política da humanização em saúde 2011 Reflexão Enfermagem Refletir sobre a política de humanização como parte da Promoção da Saúde com destaque no cuidado de Enfermagem
Discursos de enfermeiros sobre humanização na unidade de terapia intensiva 2012 Original Enfermagem Identificar elementos da prática dos enfermeiros de terapia intensiva que dificultam a implementação da humanização da assistência[…]
Humanização das práticas do profissional de saúde contribuições para reflexão 2010 Revisão Fonoaudiologia Contribuir com subsídios para a reflexão da atuação clínica contemporânea sob a ótica da humanização da atenção à saúde a partir de revisão da literatura […]
Humanização no processo de trabalho em enfermagem: uma reflexão 2010 Reflexão Enfermagem Refletir sobre a humanização do processo de trabalho em saúde, tendo como foco os trabalhadores de enfermagem, considerando que a Política Nacional de Humanização estimula a autonomia e o protagonismo dos sujeitos produtores de saúde
O psicólogo no processo de intervenção da política nacional de humanização 2011 Reflexão Psicologia Este trabalho visa problematizar o lugar do psicólogo na gestão de um hospital da rede pública de Brasília
O Serviço Social e a área de gestão de pessoas: mediações sintonizadas com a Política Nacional de Humanização no Hospital Giselda Trigueiro 2011 Revisão Serviço Social Socializar possibilidades concretas de atuação do Serviço Social em processos de trabalho na área de gestão de pessoas em saúde pública, a partir de experiência no Hospital Giselda Trigueiro, Natal, Rio Grande do Norte
Valorização e motivação de enfermeiros na perspectiva da humanização do trabalho nos hospitais 2012 Original Enfermagem Identificar a percepção dos enfermeiros sobre a valorização do trabalho e a motivação profissional

Quadro 3 Distribuição dos artigos da Categoria III, segundo título, ano, modalidade, área de atuação dos autores e objetivos das publicações selecionadas para o estudo. 

Categoria III - Humanização no processo de cuidar
Título Ano Modalidade Área de atuação Objetivos
A maternidade na política de humanização dos cuidados ao bebê prematuro e/ou de baixo peso – Programa Canguru 2010 Original Psicologia Desenvolver uma reflexão acerca dos modelos de maternidade e família implícitos no documento oficial do Ministério da Saúde sobre o Programa Canguru
Desempenho de indicadores de processo do Programa de Humanização do Pré-natal e Nascimento no Brasil: uma revisão sistemática 2011 Revisão Medicina Compilar os dados nacionais sobre o acompanhamento pré- natal de acordo com as metas do PHPN, utilizando como métodos de obtenção dos dados o próprio sistema de informações do SISPRENATAL ou outras fontes
Humanização em Unidade de Terapia Intensiva Adulto (UTI): compreensões da equipe de enfermagem 2009 Original Enfermagem Compreender como os profissionais da enfermagem percebem a política de humanização no cenário de uma UTI e sua importância nesse processo
Humanização na atenção a nascimentos e partos: ponderações sobre políticas públicas 2009 Reflexão Medicina Este relato se propõe documentar a trajetória institucional da humanização na atenção a nascimentos e partos (NeP)
Humanização na Atenção à Saúde do Idoso 2010 Reflexão Odontologia Discutir as práticas de assistência, políticas, estratégias e ações governamentais formalizadas para a saúde do idoso
O contexto brasileiro de inserção das enfermeiras na assistência ao parto humanizado 2012 Revisão Enfermagem Discutir em qual contexto político e econômico a enfermeira ocupou espaços na assistência ao parto
Parto humanizado de adolescentes: concepção dos trabalhadores da saúde 2011 Original Enfermagem Analisar diferenças e semelhanças na concepção do que seja uma assistência ideal às adolescentes em um centro obstétrico […]
Política Nacional de Humanização como aposta na produção coletiva de mudanças nos modos de gerir e cuidar 2009 Reflexão Enfermagem Localizar o papel e a ação da Política de Humanização do SUS (PNH), verificando as razões estratégicas de sua formulação e sua importância na construção do SUS como política inclusiva e resolutiva

A categoria I foi constituída por doze artigos que abordam a questão das políticas públicas de humanização, com ênfase em sua trajetória e nos processos envolvidos em sua implementação. A Declaração Universal dos Direitos do Homem (1948) é a primeira fonte dos princípios da humanização, pois se fundamenta na noção de dignidade e igualdade de todos os seres humanos. Essa concepção está atrelada às ideias de humanismo e de direitos humanos e se relacionam, por exemplo, à autonomia dos usuários em decidir sobre os procedimentos aos quais desejam ser submetidos.

O tema da humanização nasceu como programa do Ministério da Saúde, voltado para a atenção hospitalar, em 2001, com o escopo de elevar o atendimento ao usuário e ao trabalhador de Saúde. Essa necessidade emergiu com a descrença do Sistema Único de Saúde (SUS) por parte da população, agregada aos diversos problemas que envolviam a execução e a implantação das políticas de saúde8.

Em 2003, a humanização deixou de ser programa e tornou-se uma política nacional, cujo cerne se volta para a busca pela materialização dos princípios e das diretrizes da Lei Orgânica da Saúde8. A temática humanização ganha nova inflexão, uma vez que deixa de estar limitado a programas que incluem vários projetos importantes, tais como o Parto Humanizado e o Humanização da Atenção Hospitalar. A Política Nacional de Humanização (PNH) trouxe a proposta de se constituir como política que atravessa os diferentes setores e programas do Ministério da Saúde (MS), visando traçar um plano comum e transversal através da valorização da dimensão humana das práticas de saúde1. Surge como política construída para enfrentar e superar os desafios enunciados pela sociedade brasileira quanto à qualidade e à dignidade no cuidado em saúde.

Essa política brotou na Secretaria Executiva do Ministério da Saúde (MS) com a tarefa de fomentar a transversalidade, e nasceu dentro da máquina do Estado, gestada como uma política de governo, no entanto, sempre foi desejada como uma política pública, uma política do coletivo. Assim, a trajetória seguida foi de motivar o coletivo, buscando capilarizar os princípios, as diretrizes e os dispositivos da PNH1.

Seguindo seu projeto de se consolidar como política de saúde, a PNH vem praticando o apoio institucional como método de trabalho em saúde que privilegia a cogestão, fazendo conexão com a força dos coletivos nas práticas nos serviços de saúde9. Nesse prisma, o apoio institucional aparece como elemento crucial na efetivação prática da PNH como política pública. Como tal, portanto processual, a PNH se constrói a partir das experiências cotidianas, dos processos de trabalho em curso nas instituições de saúde, afirmando-se nas práticas concretas dos trabalhadores, dos usuários e dos gestores que compõem o SUS no nosso país. É necessário destacar que ela tem privilegiado o apoio institucional como um instrumento relevante na tarefa de promover o exercício político público no âmbito do SUS10.

Em outro enfoque, a pesquisa ressalta a utilização de rede de contatos como uma das estratégias para implantar os dispositivos da PNH em uma instituição hospitalar. As redes representam um dispositivo preconizado pelo Ministério da Saúde para a efetivação da Política Nacional de Humanização. Através dessa estratégia, iniciouse um trabalho de sensibilização dentro dos setores, buscando promover ações convergentes com as propostas da PNH. Foi observado que ações humanizadoras aconteceram nas diversas áreas envolvidas. Isso demonstra que o dispositivo das redes é uma ferramenta preciosa, pois oferece indicadores para a PNH e favorece a inter-relação entre os diferentes atores que buscam, para além das dificuldades de um cotidiano hospitalar, a promoção de outros modos de fazer em saúde11.

A PNH articula suas ações com base em três eixos centrais12: direito à saúde, trabalho criativo e valorizado e produção e disseminação do conhecimento. Como uma estratégia de execução do Eixo 3 da PNH, uma pesquisa destacou a promoção de um Curso de Especialização em Humanização da Atenção e Gestão do SUS como forma de incrementar a oferta de processos de formação e conhecimentos sobre a Política Nacional de Humanização, com o objetivo de formar multiplicadores em gestão compartilhada do cuidado e apoiadores institucionais para processos de mudanças. O estudo demonstrou que a invenção de uma função – apoio pedagógico – no contexto de formação da PNH acionou a reinvenção do próprio lugar da Academia e o seu compromisso social na produção de conhecimentos13.

Nessa mesma linha de pensamento, um estudo relatou a experiência de um curso de formação na Política Nacional de Humanização voltado para gestores e trabalhadores da atenção básica de um município no estado do Rio de Janeiro. O curso teve o objetivo de formar apoiadores institucionais capazes de motivar a rede no Sistema Único de Saúde (SUS), promover mudanças e consolidar os modos de atenção e de gestão dos serviços. A pesquisa trouxe à tona que, na formação de apoiadores/multiplicadores da PNH, reafirma-se o modo de fazer dessa política, com base num método que acredita em práticas de formação conectadas ao processo de trabalho e que funcionam como dispositivos de intervenção nas práticas de produção de saúde14.

Um estudo buscou trabalhar a Política Nacional de Humanização, em uma instituição hospitalar, com o objetivo primordial de melhorar o relacionamento entre os profissionais e entre estes e os usuários dos serviços atendidos diariamente na instituição. A experiência tentou responder às modificações preconizadas pela PNH, que vem disponibilizando aos profissionais de saúde instrumentos e tecnologias para materializar os princípios e as diretrizes preconizadas na Lei Orgânica de Saúde (Lei 8080, LOS). Demonstrou que a socialização de saberes e a troca de experiência, permitida pela escuta das opiniões e das vivências diárias de cada membro, possibilitam reflexões que se transformam em novas atitudes perante os colegas de trabalho e os usuários, evidenciando que, com força de vontade, empenho e dedicação, é possível tornar-se exemplos práticos de um SUS que dá certo8.

Em sua trajetória, a PNH tem estimulado o surgimento de ações que têm o propósito de amenizar os efeitos negativos – físicos, emocionais e sociais – da internação e garantir o respeito e a cidadania dos indivíduos. Nesse enfoque, o estudo sugere a criação de ambientes destinados ao atendimento pedagógico educacional, que permitam a continuidade do desenvolvimento cognitivo e educacional dos pacientes durante o período de hospitalização. Enfatiza que a ação pedagógica, realizada no ambiente hospitalar, representa uma ação conjunta das áreas de educação e saúde que universaliza a oportunidade de escolarização, que surge como uma forma de atenção humanizada e integral à saúde da criança, que independe do estado de saúde em que o indivíduo se encontre15.

A PNH apresentou avanços inquestionáveis em sua trajetória. Representa um relevante marco de referência para a elaboração de práticas de saúde que promovam o respeito ao cidadão, englobando seus valores, aspirações e necessidades. Não obstante, muitos desafios ainda devem ser considerados. Sua constituição efetiva, como Política de Humanização do SUS, não pode ser alcançada sem a mobilização das forças sociais que se agenciam para além do Estado.

Nesse contexto, é necessário que a PNH sirva como estratégia de mobilização social, ampliando seu modo de fazer para além da denúncia e da reivindicação de direitos. Esse é um modo de construir alternativas para se enfrentarem desafios que a saúde tem pela frente e que considera as diferenças e as singularidades. Essas ações colocam indivíduos em contato para se afetarem mutuamente, para produzirem acordos que nos transformem a cada dia em uma sociedade mais justa e fraterna16.

Os artigos que constituem a categoria II enfocam a contribuição de profissionais da área de Saúde no que se refere às políticas públicas de humanização. Ao exercerem um papel de grande relevância na PNH, os trabalhadores da saúde emergem como protagonistas das ações relacionadas à humanização. Também chamada de HumanizaSUS, a PNH surge da convergência de três objetivos centrais: enfrentar desafios enunciados pela sociedade brasileira, quanto à qualidade e à dignidade no cuidado em saúde; redesenhar e articular iniciativas de humanização do SUS e enfrentar problemas no campo da organização e da gestão do trabalho que têm produzido reflexos desfavoráveis, tanto na produção de saúde quanto na vida dos trabalhadores17.

No tocante ao terceiro objetivo da PNH, desvela-se a preocupação dos seus idealizadores com os profissionais de Saúde. O processo de produção de saúde é realizado por humanos com suas necessidades e fragilidades que se refletem nas esferas sujeito-usuário e sujeito-profissional. Nessa perspectiva, condições de trabalho desfavoráveis, de desvalorização às aspirações dos trabalhadores, que exaltam o tecnicismo e a burocracia, desqualificam o cuidado e, consequentemente, a humanização das práticas. Encontra-se, nesse contexto, um profissional fragilizado, com potencial limitado para humanizar suas ações de cuidado18.

Ratificando a ênfase que é dada aos profissionais de Saúde, a PNH privilegia a discussão e a apresentação de proposições por todos os atores envolvidos nas ações – trabalhadores, gestores e usuários – que efetivamente se considere para a tomada de decisão, gestão e implementação de ações nos serviços de Saúde. As demandas, as aspirações e as percepções de todos os envolvidos em sua rotina são valorizadas19. Gerir e cuidar são ações que se complementam. O cuidador cuida e, concomitantemente, gera seu processo de trabalho, enquanto o gestor não se distancia da tarefa de cuidar. A gestão ganha nova forma e perde o que tradicionalmente a associa ao autoritarismo, à hierarquia e à imposição de regras, dirigidos à normatização previa dos processos de trabalho, em sintonia com práticas hierarquizantes e de dominação1.

A transversalidade é uma característica inerente da PNH, que indica o valor que imprime à inseparabilidade entre gestão e atenção. A gestão efetivamente transversalizada supera a organização do campo baseada em códigos de comunicação e de trocas circulantes nos eixos da verticalidade e da horizontalidade. Um eixo vertical responsável pela hierarquização dos gestores, dos trabalhadores e dos usuários e um eixo horizontal, promotor de comunicações que não se cruzam entre si19. Acreditar na indissociabilidade entre atenção e gestão é propor a transversalização desses domínios, frequentemente considerados incapazes de se mesclar1.

A valorização dos trabalhadores de saúde é um aspecto relevante na instituição da PNH, pois trabalhar cotidianamente sob condições insatisfatórias acelera um processo de descompasso entre o humano e o desumano18. Pesquisa buscou identificar a percepção dos enfermeiros sobre a valorização do trabalho e a motivação profissional, através dos parâmetros para a humanização do trabalho contidos na Política Nacional de Humanização: respeito, reconhecimento, satisfação e realização profissional. Foi observado que os enfermeiros vivenciam um conflito com os valores e os compromissos do seu trabalho, o que gera a insatisfação profissional, razão por que é preciso, com urgência, humanizar todo o seu processo de trabalho, possibilitando o atendimento às necessidades humanas em seu cotidiano20.

Os trabalhadores da área de Saúde são um elemento de destaque na política de humanização, essencial para promover a saúde. Estudo repensa estratégias e compromissos de corresponsabilidade do profissional de Enfermagem na promoção da saúde da população e ressalta que a participação de enfermeiros na dinamização das políticas de humanização do cuidado tem mostrado desdobramentos nas manifestações de acolhimento e vínculos entre profissionais e usuários dos serviços de saúde. Enfatiza que a escuta sensível, as modalidades de diálogos e o método da entrevista-conversação são tecnologias das relações e significam a aquisição de competências da política da humanização para o desenvolvimento do cuidado na promoção da saúde21.

Nesse prisma, outro estudo afirma que o psicólogo pode estar inserido nas políticas públicas de saúde, atuando como corresponsável pela saúde coletiva, como protagonista da articulação e da interação entre os diferentes atores do sistema de saúde e no campo da gestão. Assim, a Psicologia e os psicólogos podem contribuir, de forma assaz importante, para a discussão das práticas sociais e institucionais, assim como para criar estratégias, motivar ações de inclusão, desenvolver espaços de encontro e de diálogo e criar modos de fazer/saber, entre outras ações de relevância no contexto da PNH22.

Outra pesquisa revela a importância da inserção de assistentes sociais nos processos de trabalho na área de gestão de pessoas em saúde pública, notadamente, da opção pelo projeto ético-político profissional, visando ao desenvolvimento e à amplificação de atividades coerentes com a Política Nacional de Humanização, que se empenha em efetivar os princípios do Sistema Único de Saúde, na esfera da atenção e da gestão em Saúde23.

A valorização do cotidiano como elemento para a formulação de políticas públicas é um aspecto inovador da PNH, pois as políticas de saúde se originam, em geral, do aparato burocrático do Estado, tão afeito à normatização e à prescrição16. Nesse enfoque, um estudo indica que são necessários investimentos na formação e na gestão institucional e do cuidado, de modo que a política de humanização seja efetivamente implantada em uma unidade de terapia intensiva. Foi observado que ações como visita aberta, ambiência, acolhimento, interação com a equipe multiprofissional, oficinas e grupos de trabalho ainda carecem de implementação, que são condições precípuas para as boas práticas de humanização24.

Quanto às publicações inseridas na categoria III, evidenciadas no Quadro 3, esta pesquisa aponta que a política da humanização tornou-se, nos últimos anos, uma temática recorrente em investigações, reflexões e debates na área de Saúde. Entretanto, mediante tal discussão emergem dilemas sociais, institucionais, profissionais e, principalmente, éticos e legais.

Destaca-se que a Política Nacional de Humanização, assim como os princípios e as diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS), compromete-se a possibilitar atenção integral à população e a propor estratégias por meio das quais seja possível ampliar as condições de direitos e de cidadania para os grupos populacionais – crianças, adolescentes, mulher, homem, idosos e pacientes em fase terminal. Assim, quando se considera o cenário hospitalar, é necessário entender que a humanização precisa estar voltada tanto para o paciente internado e seus familiares, quanto para a própria equipe de saúde, uma vez que é por meio da inter-relação efetiva e afetiva existente entre eles que o cuidado se desenvolve de maneira mais humana, ética e solidária25.

No que diz respeito à operacionalização da Política Nacional de Humanização no momento do parto, os achados do estudo apontam duas perspectivas importantes: a estrutura organizacional e a assistência ideal no parto, que enfoca os aspectos relativos aos componentes estruturais e funcionais do trabalho; e a estrutura relacional do local de trabalho e assistência ideal no parto, que aborda os elementos referentes às relações existentes na tríade parturiente-familiar-trabalhador. Entretanto, convém salientar que aspectos preconizados pelo Ministério da Saúde na política de humanização do parto, tais como a prevenção da mortalidade materna e neonatal, o incentivo ao contato precoce entre mãe e filho, a amamentação na primeira hora de vida, o resgate da autonomia da mulher e o controle sobre seu corpo e seu processo reprodutivo não foram lembrados pelos profissionais do estudo26.

Uma pesquisa27 discorre que, durante a implantação das práticas humanizadas na assistência ao parto no Brasil, o governo neoliberal investiu em recursos humanos qualificados e que utilizassem tecnologias de baixa complexidade. Apesar de a política neoliberal e da globalização terem favorecido a inserção dos enfermeiros obstétricos na assistência ao parto humanizado, o modelo de gestão atualmente aplicado aos serviços de saúde, principalmente nos níveis municipal e estadual, através das privatizações, pode apresentar-se como um fator negativo para os enfermeiros, tendo em vista que sua prática obstétrica somente é exercida no âmbito municipal, o que pode resultar na perda de espaço.

Outra pesquisa28, destaca que, com o objetivo de avaliar o conhecimento de uma equipe multiprofissional sobre o Estatuto do Idoso, os autores entrevistaram 35 profissionais de um Hospital Geriátrico de São Paulo. Observaram várias mudanças na equipe, na assistência, nas instituições e nas atitudes dos próprios idosos e suas famílias. As que mais chamam a atenção é o aumento da humanização e do respeito na assistência ao idoso e a maior participação dele no processo de tomada de decisões sobre o seu tratamento, conferindo-lhe mais autonomia. Outros autores29 referem que a humanização na assistência ao idoso requer um atendimento com prioridade, em sua totalidade e individualidade, além de terem sua autonomia respeitada e sua independência mantida.

Em uma pesquisa25 realizada com profissionais da Enfermagem no cenário de uma UTI, pode-se perceber que o conceito de humanização, na perspectiva desses profissionais, encontra-se extremamente arraigado às questões mais relacionais do ser humano, bem como àquelas que envolvem a sensibilidade, o respeito, a empatia e a responsabilidade do/no ato de cuidar. No entanto, é premente ressaltar e problematizar o fato de que a política de humanização projeta-se para além desses aspectos do humanismo, uma vez que ela considera a necessidade não só de melhorar o acesso, o acolhimento e o cuidado prestado, mas também o modo de gerir e de administrar as práticas de saúde com vistas a qualificar os serviços.

Além disso, com base nas falas dos participantes do referido estudo, depreende-se que os fatores existentes e que podem dificultar o processo de humanização estão relacionados a três questões: ao modo de cuidar, ainda fundamentado no modelo cartesiano de atenção; às relações interpessoais entre os membros da equipe de saúde e às normas e rotinas estabelecidas pelos serviços de saúde.

Diante dos aspectos explicitados, considera-se que, apesar da intensa preocupação com o bem-estar da população, evidenciada pelo leque de políticas, estatutos e programas que asseguram os direitos nos mais diversos aspectos que atingem suas necessidades, especialmente na área da Saúde, que englobam tanto o lado físico quanto o emocional, existem inúmeros obstáculos que impedem que essas políticas possam, de fato, ser concretizadas. Isso também impede o cumprimento da equidade, da integralidade e da universalidade, que são diretrizes norteadoras do SUS.

Portanto, o papel e a função estratégica da Política de Humanização consistem em manter pulsante, no SUS, em cada uma de suas políticas, o espírito e a ação solidários, a construção do bem comum e a luta intransigente contra a cooptação desse sentido pela máquina do Estado, em geral, por qualquer instituição, em particular, ou qualquer grupo singular30.

Considerações finais

Considerando a análise dos artigos selecionados, pode-se afirmar que, no Brasil, as políticas públicas de humanização encontraram um caminho a partir da elaboração da Política Nacional de Humanização do Sistema Único de Saúde, que surge como política construída para enfrentar e superar os desafios enunciados pela sociedade brasileira quanto à qualidade e à dignidade no cuidado em saúde.

A primeira categoria temática identificada enfatizou a Política Nacional de Humanização, sua trajetória e os processos envolvidos em sua implementação. A segunda abordou as contribuições de profissionais de Saúde no que concerne à Política Nacional de Humanização, emergindo como protagonistas das ações relacionadas à humanização. A terceira categoria analisou a humanização no processo de cuidar, com destaque para a humanização do parto, a atenção ao paciente idoso e no âmbito da terapia intensiva.

A temática Políticas Públicas de Humanização, com ênfase na realidade brasileira, requer grandes debates sobre a efetivação da Política Nacional de Humanização, que se mostra como um relevante marco de referência para a elaboração de práticas de saúde que promovam o respeito ao cidadão, englobando seus valores, aspirações e necessidades. É mister, portanto, realizar mais investigações, uma vez que promoverá um amplo fortalecimento nas opiniões e nas críticas sobre o tema em questão.

Ante o exposto, espera-se que este estudo sirva para subsidiar novas discussões acerca das políticas públicas de humanização, multiplicando reflexões relacionadas às maneiras de se produzir humanização nos serviços saúde, bem como atos concretos que permitam a real implantação da Política Nacional de Humanização da forma primorosa como foi concebida.

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